DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR Prof.(a) Ana Vieira DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente, aprende (Guimarães Rosa) 1. 2. 3. 4. CRONOGRAMA DO DIA: Apresentações do painel com as sugestões; Uma breve apresentação sobre as ferramentas de trabalho do docente; Exposição dialogada sobre a identidade do professor e um breve histórico da didática; Orientações para o segundo trabalho. (FERRAMENTA: PLANO DE AULA) IDENTIDADE DO PROFESSOR (...) o professor universitário aprende a sê-lo mediante um processo de socialização em parte intuitiva, autodidata ou (...) seguindo a rotina dos “outros”. Isso se explica sem dúvida, devido a inexistência de uma formação específica como professor universitário (BENEDITO, p. 131, 1995). Dentro desse contexto, pode-se perguntar: o que pode fazer um docente? Ou, a docência é importante para quê? (DEMO, 2008) “(...)Por qualidade formal do docente entendemos a competência técnica, domínio dos conteúdos, profissionalismo, conhecimento adequado. Por qualidade política entendemos a habilidade de conceber e usar meios técnicos para fins devidos, sobretudo éticos. O processo formativo do aluno exige ambos os horizontes: precisa tornar-se profissional, mas precisa não menos tornar-se cidadão. Espera-se que o docente saiba lidar com este desafio de modo adequado, conjugando competência técnica com cidadania, uma habilidade que poderíamos sumariar como “saber pensar”” (DEMO, 2000) O que é ser um bom docente? Caracterização Entendendo o contexto de trabalho docente. A atual conformação legal (LDB 9394/96) admite uma variedade de tipos de instituições de ensino superior UNIVERSIDADE, se caracteriza pela autonomia didática, administrativa e financeira, por desenvolver ensino, extensão e pesquisa e, portanto, contar com número expressivo de mestres e doutores; CENTRO UNIVERSITÁRIO: se caracteriza por atuar em uma ou mais áreas, com autonomia para abrir e fechar cursos e vagas de graduação e ensino de excelência. FACULDADES INTEGRADAS, que reúnem instituições de diferentes áreas do conhecimento e oferecem ensino e, as vezes, extensão e pesquisa; INSTITUTOS OU ESCOLAS SUPERIORES, que atuam em área específica do conhecimento e podem ou não fazer pesquisa, além do ensino, mas dependem do Conselho Nacional de Educação para criação de novos cursos. PREOCUPAÇÕES LIGADAS AO TRABALHO DOCENTE UM EXAME DO PARORÂMA INTERNACIONAL Constata-se nos países mais avançados, um crescimento da preocupação com a formação e o desenvolvimento profissional de professores universitários e com as inovações no campo da Didática, existem alguns fatores que têm contribuído com essa preocupação: • a) A expansão quantitativa da educação superior e o conseqüente aumento do número de docentes. Dados da UNESCO demonstram que o número de professores universitários, no período de 1950 a 1992, saltou de 25 mil para um milhão, isto é, aumentou 40 vezes. No entanto, em sua maioria, são professores improvisados, não preparados para desenvolver a função de pesquisadores e sem formação pedagógica (UNESCO, Cresalc, 1996) b) Preocupação com a qualidade dos resultados do ensino superior, sobretudo, do ensino na graduação. As pesquisas demonstram a importância da preparação no campo específico e no campo pedagógico dos docentes; C) Novas demandas de trabalho - O documento da Conferência Internacional sobre Ensino Superior – uma perspectiva docente, Paris, 1997, promovida pela Organização Sindical Internacional de Educação, expressa preocupações com temas do campo educacional até então ausentes na docência universitária, como: qualidade da educação; educação à distância e novas tecnologias; gestão e controle do ensino superior; financiamento do ensino e da pesquisa; o mercado de trabalho e a sociedade; a autonomia e as responsabilidades das instituições; os direitos e liberdades do professor de ensino superior; as condições de trabalho; entre outras. d) Influência das novas configurações de trabalho na sociedade contemporânea da informação e do conhecimento; das tecnologias avançadas e do Estado Mínimo, reduzindo a empregabilidade. Em decorrência, nota-se um afluxo dos profissionais liberais, ex-empregados, ao exercício da docência no ensino superior, cuja oferta de empregos se encontra em expansão. e) Exigência de permanente requalificação como condição de trabalho. O resultado disso é a expansão da oferta de cursos superiores de graduação e de pós-graduação lato e stricto sensu. A preparação para o exercício do magistério superior far-se-á em nível de pós-graduação, prioritariamente em programas de mestrado e doutorado. Parágrafo único: O notório saber, reconhecido por universidade com curso de doutorado em área afim, poderá suprir a exigência do título acadêmico (LDBEN, art. 66) No que se refere à exigência de titulação, o Decreto 2.207/97 determina que, no segundo ano de sua vigência, às instituições de ensino superior deverão contar com 15% de seus docentes titulados na pós-graduação strictu sensu, dos quais 5% de doutores, pelo menos; no quinto ano de vigência, com 25% dos quais 10% de doutores, pelo menos; e no oitavo ano de vigência, com um terço, dos quais 15% de doutores, pelo menos. DIDÁTICA – BREVE GÊNESE HISTÓRICA Os cursos de licenciatura foram instituídos no Brasil em 1934, na Universidade de São Paulo, com a finalidade explicita de oferecer aos bacharéis das várias áreas os conhecimentos pedagógicos necessários às atividades de ensinar. A área da Pedagogia que tem por objetivo de estudo o ensino é a Didática. MARCOS HISTÓRICOS DA DIDÁTICA O termo didática é conhecido desde à Grécia, representando uma ação de ensinar, presente nas diversas relações humanas. Século XVII, entre 1627 e 1657 João Amós Comênio escreve a obra Didática Magna – Tratado da arte universal de ensinar tudo a todos No século XVIII, Rousseau será o autor da segunda revolução didática. Sua obra dá origem a um novo conceito de infância, pondo em relevo sua natureza e transformando o método de ensinar em um procedimento natural, “exercido sem pressa e sem livros” (CASTRO, p.1990, p. 19). Século XIX: Herbart erige as bases da pedagogia científica e os passos formais da aprendizagem. Século XX: movimento escolanovista, que enfatiza o aprendiz como agente ativo da aprendizagem e a valorização dos métodos que respeitassem a natureza da criança, que a motivassem e estimulassem a aprender. PROFESSOR REFLEXIVO Saberes da docência: saberes conceituais, integradores e pedagógicos; A importância da reflexão na ação; A formação contínua: como processo de articulação entre o trabalho docente, o conhecimento e o desenvolvimento profissional do professor, enquanto possibilidade de postura reflexiva dinamizada pela práxis (Lima, p. 45, 2001). ENSINO SUPERIOR: FINALIDADES 1. Propiciar um conjunto de conhecimentos métodos e técnicas científicos, que assegurem o domínio científico e profissional do campo específico e devem ser ensinados criticamente; 2. Conduzir o aluno a uma progressiva autonomia; 3. Considerar o processo de ensinar e aprender como atividade integrada à investigação; 4. Desenvolver a capacidade de reflexão; 5. Substituir a simples transmissão de conteúdos por um processo de investigação do conhecimento; 6. Integrar, vertical e horizontalmente, a atividade de investigação à atividade de ensinar do professor, o que supõe trabalho em equipe; 7. Criar e recriar situações de aprendizagem; 8. Valorizar a avaliação diagnóstica; 9. Conhecer o universo cultural e de conhecimentos dos alunos e desenvolver, com base nele, processos de ensino e aprendizagem interativos e participativos. Década de 70: universidade funcional; Década de 80: universidade dos resultados; Década de 90: universidade operacional. ORIENTAÇÕES PARA 2ª ATIVIDADE 1. A atividade será realizada em grupos de 3 integrantes; 2. O grupo irá elaborar um Plano de Disciplina, tomando por base a estrutura curricular no curso de pósgraduação em Marketing Estratégico; 3. A atividade deverá ser entregue no dia ......... MODELO DE PLANO BRASÃO OU LOGOMARCA DA IES Dados de Identificação Curso: Disciplina: Semestre: Carga Horária: Créditos: Docente: Nome e formação COMO ELABORAR UMA EMENTA 1. Definição Ementa é uma descrição discursiva que resume o conteúdo conceitual ou conceitual / procedimental de uma disciplina. 2. Características formais • Os tópicos essenciais da matéria são apresentados sob a forma de frases nominais (frases sem verbo); • Não é necessário que os tópicos sejam elencados em itens (um embaixo do outro): a redação é contínua. EXEMPLOS 1) Português Histórico: A origem e a formação da língua portuguesa. O latim clássico e o latim vulgar. A evolução fonológica, morfológica, sintática e semântica. A constituição do léxico. A expansão da língua portuguesa. 2) Didática: Análise dos efeitos das mudanças culturais, científicas e tecnológicas na Educação e na Didática. Estudo da interdependência dos elementos constitutivos das situações de ensino e de aprendizagem. Estudo dos objetivos educacionais como norteadores da ação educativa. OBJETIVO GERAL É o que se quer atingir. É o fio condutor da disciplina OBJETIVOS ESPECÍFICOS É o desdobramento do objetivo geral. • • • • • CONTEÚDO PROGRAMÁTICO; METODOLOGIA; CRONOGRAMA; AVALIAÇÃO; REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DEMO, Pedro. O Bom Docente. Fortaleza: UNIFOR, 2008. 150p. (Temas Pedagógicos; 25). PIMENTA, Selma Garrido & ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos. Docência no ensino superior. São Paulo: Cortez, 2002. RIOS, Terezinha Azeredo. Compreender e ensinar: por uma docência da melhor qualidade. São Paulo: Cortez, 2001. TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002. DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 2001.