Pedagogia Universitária na
Universidade de São Paulo contribuições para o ensino de
graduação? -
Selma Garrido Pimenta
Prof. Titular Sênior
Pesquisadora do
GEPEFE – FEUSP
[email protected]
III Simpósio Temático da Pró-Reitoria de
Graduação - USP
Novembro de 2014
SUMÁRIO
I. PRESSUPOSTOS E CONCEITOS – convite
à reflexão
II. DIDÁTICA e DOCÊNCIA na
UNIVERSIDADE
III. DIDÁTICA MULTIDIMENSIONAL: uma
proposta
IV. CENTRALIDADE da PESQUISA na
GRADUAÇÃO: dados do PROGRAMA
ENSINAR com PESQUISA
I. PRESSUPOSTO 1
Os saberes ensinados são
reconstruídos pelos
educadores e educandos e,
a partir dessa reconstrução,
esses sujeitos têm
possibilidade de se
tornarem autônomos,
emancipados,
I. PRESSUPOSTO 2
- PRÁXIS Situados em contextos que
lhes garantam condições
institucionais e de trabalho
para o exercício digno de
suas atividades de ensinar e
aprender, professores e
alunos, conseguem esse
nível de qualidade
I. PRESSUPOSTO 3
• ponto de partida que qualquer
atividade educativa, intencional ou
não, é objeto de estudo da
Pedagogia.
• Portanto, o currículo, as disciplinas
e demais atividades nela se situam
enquanto intencionalidade de
compreender as relações entre
ensinar e aprender e contribuir para
tornar essa relação emancipadora
dos sujeitos nelas envolvidos
I. PRESSUPOSTO 4
ENSINAR
especificidade do trabalho
docente
(em qualquer nível de escolaridade)
ou melhor:
ENSINAGEM
(ENSINO QUE RESULTA EM
APRENDIZAGENS)
(Anastasiou, 2002)
QUESTÃO
Até que ponto os Cursos de
Graduação têm oferecido
fundamentos a essa práxis
(PRESSUPOSTOS 1 E 2) de formação
emancipadora vislumbrada
por Freire, (1996)?
II. DIDÁTICA e DOCÊNCIA
na UNIVERSIDADE
II. Didática e Áreas Específicas: Rupturas,
Ressignificações; Recuos, e....... Para
onde vamos??
Consequências à práxis docente nas salas
de aula
da did. técnica ao tecnicismo, da did.
crítica (did. fundamental) ao político, à
dissolução do objeto;
das pesquisas da práxis e da
reconfiguração do campo;
mas também do néo-tecnicismo da
globalização, da dissolução do estatuto
da docência, .....
• Uma didática que considere as múltiplas
dimensões do seu complexo objeto - o
estudo do processo de ensinar e aprender
situado em contextos; que dê suporte ao
ensino de graduação, ao currículo, às
disciplinas, às atividades, à pesquisa...
• A ausência de diálogo gera expectativa
tecnicista (por parte das disciplinas); uma
formação fragmentada; ausência de
análises sem que se aperceba a
totalidade (da área que se pretende ensinar);
reitera uma concepção positivista do
fenômeno e uma tentativa de se elaborar
a partir das áreas explicações que se
pretendem únicas.
• O resultado que se vê ao longo do
processo da graduação tem sido o
de autoritarismo do ‘saber científico’
(das DEs), o que retira o potencial de
construção de conhecimentos, a
partir das relações de ensinar e
aprender em contextos. E justifica o
fracasso nas aprendizagens como
decorrente da incapacidade para
aprender daqueles que fracassam.
• O foco excessivo na dimensão
disciplinar retira da tarefa do ensino sua
necessária multidimensionalidade.
Acreditamos que o ensino é uma
atividade multidimensional, em todas as
esferas disciplinares.
• convicção de que o ensino, de qualquer
disciplina do saber, requer uma dinâmica
de convergência nos atos e formas de
ensinar. Requer fundamentos
pedagógicos essenciais, uma vez que a
prática da educação organiza-se como
fenômeno complexo imbricado nas
condições históricas e mediado por
múltiplas determinações.
• nas práticas docentes e nas
práticas didáticas, atividades
formativas dos sujeitos que
ensinam e que aprendem, há
múltiplas dimensões
pedagógicas, que inclui e
extrapola a sala de aula. Daí,
entendemos que a essa
Didática, que tem seu suporte
na teoria pedagógica que parte
da práxis educativa e a ela
retorna, seria próprio denominar
de Multidimensional.
III. DIDÁTICA
MULTIDIMENSIONAL
uma proposta
A Didática Multidimensional
explicita seu campo próprio e
dialoga com as Disciplinas
das áreas específicas,
porque há princípios
formativos e pedagógicos
que devem estar presentes
em todo processo de ensino
e aprendizagem, sem os
quais essa não se realiza.
O diálogo entre elas:
emerge da compreensão das
múltiplas dimensões do ensino e
aprendizagem e
aponta para a possibilidade de se
superar o tratamento fragmentado
dos conteúdos de ensino.
Tomar a especialização, própria das áreas
do saber, como referência exclusiva na
escolha do saber a ser ensinado, sem
imbricá-los aos pedagógicos e aos
próprios das demais áreas que compõem
o currículo, explica, em parte, o fracasso
nos cursos de graduação.
Ao contrário, a perspectiva do
trabalho coletivo interdisciplinar,
referidos aos contextos que
envolvem a educação que se pratica
no ensino de graduação, vem
mostrando sucesso nos resultados
de qualidade do conjunto dos
estudantes de universidades que
têm criado novos arranjos
curriculares, com atividades que
mobilizam a relação dos sujeitos,
ensinantes e aprendentes críticos e
reflexivos, com os conhecimentos
científicos das áreas
• A Didática multidimensional propõe a
superação dos ‘pequenos poderes’ das
disciplinas específicas que gera um
currículo bricolado, somatório de
disciplinas, que impede a compreensão
das partes no todo e deste nas partes. E
fragmenta, individualiza, empobrece,
enfraquece a relação dos sujeitos com o
conhecimento, dificultando a
possibilidade de que compreendam suas
relações enquanto sujeitos situados no
mundo.
• E afirma a perspectiva da totalidade,
articulando as partes no todo como
forma de síntese, superando a
bricolagem, o especialismo precoce,
mercadológico
Didática Multidimensional
– princípios articuladores 1. As atividades que compõem o
ensino resultam melhor quando
envolvidas em processos
investigativos.
2. Processos dialogais na sala de aula
- que incorpora ao existir o sentido
de criticidade.
3. Construção de processos de
práxis.
4. Construção de processos de
mediação.
5. Considerar os processos de redes
IV. CENTRALIDADE da
PESQUISA na
GRADUAÇÃO: dados
(preliminares) do PROGRAMA
ENSINAR com PESQUISA
Título
A PESQUISA NA GRADUAÇÃO:
Ensinando com pesquisa e
pesquisando o ensinar
Pesquisadora
Selma Garrido Pimenta
Apoio CNPq - Bolsa PQ 1A
Empiria
• Programa ENSINAR com
PESQUISA – criado em 2007
pela Pró – Reitoria de
Graduação da USP
• Períodos considerados: 2007
a 2013
• Total de Projetos: 3.606
• Unidades e Institutos
envolvidos: 45
Objetivo Geral
Pesquisar os efeitos de um programa
institucional de pesquisas apoiadas
financeiramente na graduação de
uma universidade pública, as
transformações conceituais e as
transformações nas concepções
dos envolvidos sobre atividades de
ensino nos cursos de graduação, e
evidenciar os elementos que
apontam para uma possível
imbricação das atividades de
pesquisar e de ensinar nesse nível
Distribuição por campus
Campus
USP Capital
USP Ribeirão Preto
No. projetos
Porcentagem
1491
674
41.3%
18.6%
USP Leste
606
16.8%
USP São Carlos
399
11.0%
USP Piracicaba
167
4.6%
USP Lorena
92
2.5%
USP Pirassununga
81
2.2%
Interunidades
61
1.6%
USP Bauru
35
0.9%
3.306
100%
TOTAL
Distribuição por áreas
Áreas
No.
projetos
Porcentagem
Exatas
1139
37.9%
Humanas
1084
36.1%
Biológicas
716
23.8%
Interáreas
61
2.0%
3.000
100.0%
Total
(exceto EACH)
Projetos por Categorias
• Ingresso/ingressante na universidade
33 (0.7%);
• Docência no Ensino Superior
43 (0.9%)
• Formação e Inserção profissional
114 (2.5%)
• Ensinar e Pesquisar
178 (4.0%)
• Política
183 (4.1%)
• Formação de Professores
183 (4.1%)
Projetos por Categorias
• Ensino de Graduação
412 (9.3%)
• Métodos e Técnicas de Ensino
416 (9.4%)
• Saberes Pedagógicos
439 (9.9%)
• Áreas de Ensino Específicas
471 (10.6%)
• Conhecimentos Específicos
1953 (44.1%)
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01a Apres. Selma_FE - Pró-Reitoria de Graduação