CAESP – Filosofia – 2A e B – 20/05/2015 IMMANUEL KANT – AULA 02 Ética em Kant: Kant vai se opor à “moral do coração” de Rousseau, que propunha a necessidade do primado do sentimento sobre a razão. Para Kant é necessário trazer a razão com o papel de direção da ação moral e ética. Kant sustenta, ao contrário de Rousseau e se ligando a Hobbes, que, por natureza, os humanos não são bondosos, mas sim egoístas, ambiciosos, destrutivos, agressivos, cruéis, ávidos de prazeres que nunca são saciados e pelos quais se mente, rouba e mata. Ética em Kant: A exposição kantiana parte de duas distinções importantes: Razão Pura (especulação teórica) e Razão Prática: são universais em suas formas de atividade mental, mas podem variar quanto ao seu conteúdo no tempo e no espaço. A distinção está no binômio necessidade e finalidade. Ação por causalidade (necessidade) e Ação por finalidade (liberdade, vontade). Razão Pura: atua sobre objetos que são exteriores aos seres humanos, um sistema de objetos que opera sob leis necessárias de causas e efeitos, independentes da intervenção humana. A Natureza (Physis) é o reino da necessidade: é o mundo estudado pela Física, Astronomia, Química, etc. Razão Prática: não foca uma causalidade externa independente da vontade e da ação humana, mas uma que é criada pela mente humana para explicar a mecânica dos fenômenos. O reino humano é marcado pelas ações guiadas pela razão, apoiadas em finalidade e liberdade, e não por causalidades obrigatórias externas aos seres humanos. Se a Razão Prática tem o poder de criar normas e fins morais, tem também o poder para impor esses fins e limites a si mesma. E por que o dever deve ser imposto? Porque os seres humanos não são apenas seres morais, mas também seres naturais. Nosso corpo e nossa psique são feitos de apetites, impulsos, desejos e paixões. Nossos sentimentos, nossas emoções e nossos comportamentos são a parte da Natureza em nós, exercendo domínio sobre nós, submetendose á causalidade natural inexorável. Quem se submete a eles não pode possuir a autonomia ética. A autonomia está justamente na capacidade de escolher agir em função da ética na superação dos impulsos naturais. A liberdade é a condição central da superação do natural e atingir o estado de “civilização”. Visto que apetites, impulsos, desejos, tendências, comportamentos naturais costumam ser muito mais fortes do que a razão, a razão prática e a verdadeira liberdade precisam dobrar nossa parte natural e impor-nos nosso ser moral. E por que o dever deve ser imposto? “O dever não é um catálogo de virtudes nem uma lista de ‘faça isto’ e ‘não faça aquilo’. O dever é uma forma que deve valer para toda e qualquer ação moral.” Assim, o dever é algo que é imperativo, ou seja, não admite o condicionamento da sua ocorrência, sendo incondicional (sem exceções). É o que Kant chama de imperativo categórico. Fórmula geral do imperativo categórico: “Age em conformidade apenas com a máxima que possas querer que se torne uma lei universal.” As máximas morais: Universalidade da conduta ética (a lei inquestionável): “Age como se a máxima de tua ação devesse ser erigida por tua vontade em lei universal da Natureza;” Dignidade dos seres humanos: “Age de tal maneira que trates a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de outrem, sempre como um fim e nunca como um meio;” A superação pela razão: “Age como se a máxima de tua ação devesse servir de lei universal para todos os seres racionais.” Muito obrigado! TENHAM UM BOM DIA! Prof. Heleno Licurgo do Amaral <[email protected]>