Disciplina de Lógica Aplicada - GST0049 Cursos de Graduação em Publicidade e em Jornalismo Prof. Hubert Chamone Gesser, Dr. Graduação em Administração - ESAG/UDESC Doutorado e Mestrado em Engenharia de Produção - UFSC Material Didático da Estácio (Disponível no Leitor Estácio) www.estacio.br/leitorestacio - SUMÁRIO - Funções Introdução à Lógica Gráficos Lógica Proposicional Porcentagem Regra de Três Tabela Verdade Bibliografia Lógica Aplicada Funções Prof. Hubert Chamone Gesser, Dr. Retornar FUNÇÕES • Função é um da matemática. dos conceitos mais importantes • Existem várias definições, dependendo da forma como são escolhidos os axiomas. • Uma relação entre dois conjuntos, onde há uma relação entre cada um de seus elementos. Também pode ser uma lei que para cada valor x é correspondido por um elemento y, também denotado por ƒ(x). 5 Principais Tipos de Funções Função Afim: Exemplo: f(x) = 2x+5; f(x)= -x+4; f(x)= 3x. O gráfico da função afim é uma reta. Função Linear: É a função afim com b=o. Exemplo: f(x) = 3x; f(x) ½ x; f(x) = -x. O gráfico de uma função linear é uma reta passando pela origem. 6 Outros Tipos de Funções Função Recíproca: representada por f(x)=1, com x ≠ 0. x O gráfico da função recíproca é uma hipérbole eqüilátera. Função Exponencial: é representada por: F(x) =ax, com a>0 e a≠1 Quando a>1, a função é crescente; Quando 0<a<1, a função é decrescente. Conceitos Iniciais PAR ORDENADO - conceito primitivo P(x,y) - ponto no plano cartesiano Abscissa Ordenada y P(x,y) P (0,y) P (x,0) x Plano Cartesiano • Cada ponto P=(a,b) do plano cartesiano é formado por um par ordenado de números, a abscissa e a ordenada respectivamente. • Este par ordenado representa as coordenadas de um ponto. O primeiro número indica a medida do deslocamento a partir da origem para a direita (se positivo) ou para a esquerda (se negativo). O segundo número indica o deslocamento a partir da origem para cima (se positivo) ou para baixo (se negativo). Observe no desenho que: (a,b) (b,a) se a b. Considere o conjunto A = {2, 4} e B = {1, 3, 5}. Enumerando seus elementos em um gráfico cartesiano. A x B = {(2;1), (2;3), (2;5), (4;1), (4;3), (4; 5)} A x B = {(2;1), (2;3), (2;5), (4;1), (4;3), (4; 5)} Relação binária h = {(x;y)| y < x} A 2 1 3 5 4 B Relação binária g = {(x;y)| y= x + 3} A yx h: {(2;1), (4;1), (4,3)} 2 4 1 3 5 B y x3 g: {(2;5)} DEFINIÇÃO: Denomina-se Relação Binária de A em B qualquer subconjunto do produto cartesiano de A x B. OBSERVAÇÃO: Quando nesse subconjunto para todo elemento de A existir um único correspondente em B, teremos uma função f de A em B. A relação binária f = {(x;y)| y = x + 1} A 2 1 3 5 4 B f é uma função de A em B, pois todo elemento de A está associado a um único elemento em B y x 1 f: {(2;3), (4;5)} ELEMENTOS DE UMA FUNÇÃO: f: A B DOMÍNIO: A = {2, 4} CONTRA DOMÍNIO: B = {1, 3, 5} CONJUNTO IMAGEM: Im (f) = {3, 5} Considere a função f: A B definida por y = 3x + 2, pode-se afirmar que o conjunto imagem de f é: A B 1 2 3 5 8 11 15 17 y 3x 2 f ( x) 3 x 2 y 3x 2 f (1) 5 f (2) 8 y 3.3 2 11 f (3) 11 y 3.1 2 5 y 3.2 2 8 Im( f ) {5,8,11} 1) Seja f(x) = ax + b uma função linear. Sabe-se que f(-1) = 4 e f(2) = 7. Dê o valor de f(8). (UFSC, 2013) y = ax + b f(-1) = 4 (-1, 4) 4 = a(-1) + b f(2) = 7 (2, 7) 7 = a(2) + b - a b 4 2a b 7 a=1 f(x) = ax + b f(x) = 1.x + 5 f(x) = x + 5 Logo: f(8) = 8 + 5 f(8) = 13 b=5 2) A semi-reta representada no gráfico seguinte expressa o custo de produção C, em reais, de n quilos de certo produto. C (reais) Se o fabricante vender esse produto a R$ 102,00 o quilo, a sua porcentagem de lucro em cada venda será? 180 80 0 20 x (quilogramas) Função do 1º grau: f(x) = a.x+ b 80 = a.0 + b f(1) = 5.1+ 80 f(1) = 85 b = 80 R$ 85 100% R$102 180 = a. 20 + 80 a=5 x P1(0,80) 20a = 100 P2(20,180) f(x) = a.x+ b x = 120% f(x) = 5.x+ 80 LUCRO DE 20% 3) Em um termômetro de mercúrio, a temperatura é uma função afim (função do 1o grau) da altura do mercúrio. Sabendo que as temperaturas 0oC e 100oC correspondem, respectivamente, às alturas 20 ml e 270 ml do mercúrio, então a temperatura correspondente a 112,5 ml é: Função do 1º grau: 20 = a.0 + b b = 20 y = 2,5x + 20 f(x) = a.x+ b 270 = a. 100 + 20 P1(0,20) P2(100,270) 100a = 250 a = 2,5 f(x) = a.x+ b f(x) = 2,5.x+ 20 112,5 = 2,5x + 20 92,5 = 2,5x 37°C = x Gráficos Prof. Hubert Chamone Gesser, Dr. Retornar GRÁFICOS Gráfico é a forma geométrica de apresentação dos dados e respectivos resultados de sua análise. A escolha do modelo ideal de representação gráfica depende das preferências e do senso estético do elaborador. Vantagens: - Permitem a síntese dos resultados; - Auxiliam o pesquisador na análise dos dados e - Facilitam a compreensão das conclusões do autor. 18 EXPECTATIVA DE VIDA – Diferenças entre os países RENDA PER CAPITA NO BRASIL (PNUD, 2000) RENDA PER CAPITA EM SANTA CATARINA (PNUD, 2000) ACESSO AO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL (PNUD, 2000) ACESSO AO ENSINO SUPERIOR EM SANTA CATARINA (PNUD, 2000) GRÁFICO DE DISPERSÃO – RENDA x EDUCAÇÃO (PNUD, 2000) NORMAS PARA A CONFECÇÃO DE GRÁFICOS Deve facilitar a interpretação dos dados para um leigo; Não há a necessidade de se colocar título se estiver na mesma página da tabela correspondente; Há a necessidade de se colocar o título se a tabela correspondente não estiver na mesma página. O senso estético individual determina o espaço do gráfico (L x A); As colunas, barras, linhas e áreas gráficas devem ser ordenadas de modo crescente ou decrescente, mas a ordem cronológica prevalece. ORIGEM DOS GRÁFICOS O diagrama cartesiano é a figura geométrica que deu origem à técnica de construção de gráficos estatísticos. Utiliza-se o primeiro quadrante do sistema de eixos coordenados cartesianos ortogonais. Ordenadas (eixo y) 1o Quadrante Abscissas (eixo x) Eixo y Frequências Eixo x Valores da Variável GRÁFICO EM COLUNAS OU DE BARRAS Tabela 1: Quantidade de exames realizados em um determinado laboratório em 2015. Exames Figura 1: Gráfico em colunas do número de exames realizados em um determinado laboratório em 2015. Quantidade 25000 Hematologia Bioquímica Imunologia Parasitologia 9824 21534 15432 4310 Fonte: Hipotética 20000 15000 10000 5000 0 Hemat Bioq Imunol Parasit GRÁFICO DE BARRAS HORIZONTAIS Tabela 2: Quantidade de exames realizados em um determinado laboratório em 2015. Exames Quantidade Hematologia Bioquímica Imunologia Parasitologia 9824 21534 15432 4310 Fonte: Hipotética Figura 2: Gráfico de Barras Horizontais do número de exames realizados em um determinado laboratório em 2015. Parasit Imunol Bioq Hemat 0 5000 10000 15000 20000 25000 GRÁFICO DE SETORES OU CIRCULAR Tabela 3: Quantidade de exames realizados em um determinado laboratório em 2015. Exames Hematologia Bioquímica Imunologia Parasitologia Figura 3: Gráfico circular do número de exames realizados em um determinado laboratório em 2015. Quantidade 9824 21534 15432 4310 Parasit Hemat Imunol Fonte: Hipotética Bioq HISTOGRAMA DE FREQUÊNCIA Tabela 4: Notas dos alunos na disciplina de Estatística no curso de Administração (ano x) Notas Frequência Figura 4: Histograma das notas dos alunos 12 10 0 2 2 8 2 4 7 6 4 6 11 4 6 8 10 2 8 10 5 Fonte: Dados Fictícios 0 0a2 2a4 4a6 6a8 8 a 10 HISTOGRAMA DE FREQUÊNCIA PERCENTUAL • A área do histograma é proporcional à soma das frequências; • Para comparar duas distribuições, o ideal é utilizar números percentuais; Figura 5: Histograma dos percentuais das notas dos alunos 35 31,4 28,6 30 25 20 20 14,3 15 10 5,7 5 0 0a2 2a4 4a6 6a8 8 a 10 POLÍGONO DE FREQUÊNCIA • É um Gráfico em Linha de uma distribuição de frequência; • Para se obter um polígono (linha fechada), deve-se completar a figura, ligando os extremos da linha obtida aos pontos médios da classe anterior à primeira e posterior à última, da distribuição. Figura 6: Polígono de Frequência percentual de das notas dos alunos 35 31,4 30 28,6 25 20 20 15 14,3 10 5,7 5 0 0 0a2 2a4 4a6 6a8 8 a 10 11 GRÁFICO STEM AND LEAF (Tronco e Folhas) Figura 7: Gráfico Stem-Leaf onde o primeiro dígito é o tronco e o segundo é a folha 13 22 33 45 53 62 71 14 23 35 47 57 63 72 15 15 28 29 36 37 39 39 58 58 59 65 Conjunto de Dados Tronco (Stem) 1 2 3 4 5 6 7 Folha (Leaf) 3455 2389 356799 57 37889 235 12 GRÁFICO DE BARRAS COM DESVIO PADRÃO Figura 8: Gráfico de barras com os valores médios e o desvio padrão das alturas de estudantes da faculdade x (valores fictícios). 1,95 1,9 1,85 1,8 1,75 1,7 1,65 1,6 1,55 Medicina Odontologia Farmacia Nutrição GRÁFICO POLAR Figura 9: Precipitação pluviométrica na cidade do Recife em 1993 (Ministério da Agricultura). É o gráfico ideal para representar séries temporais cíclicas CARTOGRAMA Figura 10: Distribuição populacional e densidade demográfica na Região Sul em 1994 (IBGE) Cartograma é a representação sobre uma carta geográfica. PICTOGRAMA O pictograma constitui um dos processos gráficos que melhor fala ao público, pela sua forma ao mesmo tempo atraente e sugestiva. A representação gráfica consta de figuras. PICTOGRAMA Figura 11: Distribuição populacional na Andaluzia – Espanha. Nº de habitantes de 8 províncias de Andaluzia Porcentagem Prof. Hubert Chamone Gesser, Dr. Retornar PORCENTAGEM • É frequente o uso de expressões que refletem acréscimos ou reduções em preços, números ou quantidades, sempre tomando por base 100 unidades. Alguns exemplos: A gasolina teve um aumento de 15% Significa que em cada R$100 houve um acréscimo de R$15,00 O cliente recebeu um desconto de 10% em todas as mercadorias. Significa que em cada R$100 foi dado um desconto de R$10,00 Dos jogadores que jogam no Avaí, 90% são craques. Significa que em cada 100 jogadores do Avaí, 90 são craques. 40 SIMBOLOGIA (%) Significado: divida o número por 100 X% = X 100 41 TAXA PERCENTUAL (%) Muito usada no ambiente publicitário, ela indica a razão centesimal de uma conta. Supondo que em um exame um aluno tenha acertado 12 de 15 questões: 12:15 ou 12 = 0,8 x 100 = 80% 15 ELEMENTOS DO CÁLCULO PERCENTUAL Vimos que: 12 = 0,8 x 100 = 80% 15 percentagem principal Representado por: Principal: P; Percentagem: p; Taxa: r = taxa x 100 TAXA • É o valor que representa a quantidade de unidades tomadas em cada 100. PERCENTAGEM • É o valor que representa a quantidade tomada de outra, proporcionalmente a uma taxa. PRINCIPAL • É o valor da grandeza da qual se calcula a percentagem. TAXA UNITÁRIA Vimos que a taxa percentual se refere a 100, ou seja: 25 = 25% 100 Porém é muito mais prático (e, as vezes, necessário) tomarmos como valor referencial a taxa unitária (simbolizada por um i): 25 = 100 i i= 1 25 = 0,25 100 i = 0,25 = 25 = 25% 100 TAXA UNITÁRIA: Percentual, Fracionária ou Decimal Percentual Fracionária Decimal 30% 30/100 0,30 70% 5% 70/100 0,70 5/100 0,05 220% 220/100 3500% 3500/100 2,20 35 46 Fator de aumento = 1 + fator simples Acréscimo ou Lucro Fator de Multiplicação 10% 1,10 15% 1,15 20% 1,20 47% 1,47 67% 1,67 PALAVRAS: INFLAÇÃO, ACRÉSCIMO, ÁGIO, REPOSIÇÃO, VALORIZAÇÃO. 47 Fator de desconto = 1 – fator simples Desconto Fator de Multiplicação 10% 0,90 25% 0,75 34% 0,66 60% 0,40 90% 0,10 PALAVRAS: DESCONTO, DECRÉSCIMO, DESÁGIO, DEFLAÇÃO, DESVALORIZAÇÃO, ABATIMENTO. 48 TIPOS DE QUESTÕES PROBLEMAS SIMPLES PROBLEMAS COM AUMENTO PROBLEMAS COM DESCONTO Valor Inicial . Fator % = Valor Final 49 PROBLEMAS SIMPLES Exemplos: Quanto é 20% de 60? 20 x 60 x 12 100 20 é 80% de quanto? 80 20 x x 25 100 12 é quanto por cento de 30? x 30 100 x 40% 12 50 PROBLEMAS COM AUMENTO Exemplos: Aumento de 30% sobre x 1,3∙x Aumento de 80% sobre x 1,8∙x Aumento de 7% sobre x 1,07∙x Aumento de 320% sobre x 4,2∙x Aumento de 1300% sobre x 14∙x PALAVRAS: INFLAÇÃO, ACRÉSCIMO, ÁGIO, REPOSIÇÃO, VALORIZAÇÃO. 51 PROBLEMAS COM DESCONTO Exemplos: Desconto de 20% sobre x 0,80∙x Desconto de 70% sobre x 0,30∙x Desconto de 5% sobre x 0,95∙x Desconto de 7% sobre x 0,93∙x Desconto de 130% sobre x não existe PALAVRAS: DESCONTO, DECRÉSCIMO, DESÁGIO, DEFLAÇÃO, DESVALORIZAÇÃO, ABATIMENTO. 52 PORCENTAGENS CONSECUTIVAS MULTIPLICAR OS FATORES MÊS INFLAÇÃO FATOR MAIO 10% 1,1 JUNHO 20% 1,2 QUAL É A INFLAÇÃO ACUMULADA? ACUMULADA = 1,1 ∙ 1,2 = 1,32 32% DE INFLAÇÃO ACUMULADA 53 INTERPRETAÇÃO 130% DE x AUMENTO DE 30% SOBRE x DESCONTO DE 20% SOBRE x 1,3∙x 0,8∙x 80% DE x 54 PORCENTAGENS CONSECUTIVAS Exemplo: Se a desvalorização de determinado imóvel foi, em maio de 10% e, em junho de 20%, qual a desvalorização acumulada dos dois meses? Fator de desconto de maio = 0,9 Fator de desconto de junho = 0,8 0,9 ∙ 0,8 = 0,72 28% DE DESVALORIZAÇÃO ACUMULADA 55 Questão 1: Durante a crise do abastecimento de álcool um carro sofreu duas desvalorizações consecutivas de 10%. Que porcentagem do preço original passou a custar? a) 90% Fator de desconto 1a desvalorização = 0,9 Fator de desconto 2a desvalorização = 0,9 b) 81% c) 80% d) 79% e) 0% Porcentagem do preço inicial = 0,9 ∙ 0,9 = 0,81 = 81% 56 Questão 2: Um comerciante aumenta o preço original de uma mercadoria em 60%. Em seguida anuncia essa mercadoria com desconto de 50%, o que resulta em um preço de R$ 24,00. O desconto real sobre o preço original da mercadoria é: a) 10% b) 20% FATOR DE AUMENTO DE 60% = 1,6 FATOR DE DESCONTO DE 50% = 0,5 c) 25% d) 40% e) 30% 1,6 ∙ 0,5 = 0,8 57 Regra de Três Prof. Hubert Chamone Gesser, Dr. Retornar REGRA DE TRÊS • Regra de três é um processo prático para resolver problemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos três deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já conhecidos. • É chamado assim o problema nos quais figura uma grandeza que é direta ou inversamente proporcional a uma ou mais grandezas. 59 GRANDEZAS PROPORCIONAIS A relação entre duas grandezas estabelece a lei de variação dos valores de uma em relação a outra. As grandezas proporcionais podem ser: - Diretamente proporcionais - Inversamente proporcionais GRANDEZAS DIRETAMENTE PROPORCIONAIS Quando valores pequenos da variável a tendem a estar relacionados com valores pequenos de b, enquanto que valores grandes de a tendem a estar relacionados com valores grandes de b. a Exemplos: Peso x Altura Nível socioeconômico x Volume de vendas Consumo de Álcool x Preval. Cirrose Hepática b GRANDEZAS INVERSAMENTE PROPORCIONAIS Quando valores pequenos da variável a tendem a estar relacionados com valores grandes de b, enquanto que valores grandes de a tendem a estar relacionados com valores pequenos de b. a Exemplos: Renda Familiar x Número de Filhos Escolaridade x Absenteísmo Volume de vendas x Passivo circulante b TIPOS DE REGRA DE TRÊS - Regra de Três Simples: Trabalha com apenas duas grandezas - Regra de Três Composta: Envolve mais de duas grandezas REGRA DE TRÊS SIMPLES São dados dois valores de uma grandeza e um valor de outra, o qual corresponde a um dos valores da primeira grandeza. Devemos obter o valor da segunda grandeza correspondente ao segundo valor da primeira. Passos utilizados numa regra de três simples 1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma espécie em colunas e mantendo na mesma linha as grandezas de espécies diferentes em correspondência. 2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais. 3º) Montar a proporção e resolver a equação. Exemplo 1 Com uma área de absorção de raios solares de 1,2m2, uma lancha com motor movido a energia solar consegue produzir 400 watts por hora de energia. Aumentando-se essa área para 1,5m2, qual será a energia produzida? Montando a tabela e identificando a relação: Solução: Área (m2) Energia (W/h) 1,2 400 1,5 x 1,2/1,5 = 400/x 1,2 x = 1,5 . 400 X = 600 / 1,2 = 500 W/h Exemplo 2 Para construir uma casa 10 pedreiros levam 30 dias. Se passarmos a contar com 15 pedreiros em quantos dias a casa ficará pronta? Montando a tabela e identificando a relação: Solução: Pedreiros Tempo (dias) 10 30 15 x 30/x = 15/10 15 x = 10 . 30 X = 300 / 15 = 20 dias REGRA DE TRÊS COMPOSTA Ocorrem três ou mais grandezas relacionadas entre si. Nesse caso, para cada grandeza são dados dois valores com exceção de uma delas, que tem apenas um valor, relacionado com um dos valores de cada uma das outras grandezas. Exemplo 1 O dono de uma carpintaria sabe que precisa de 50 operários para fazer 10 estantes em 5 dias, mas sabendo ele que para fazer as estantes tem apenas dois dias, de quantos operários vai precisar? Montando a tabela e identificando a relação: Solução: Operários Estantes Dias 50 10 5 x 10 2 50/x = 10/10 . 2/5 x = 1 . 50 . 5 / 2 X = 125 Operários Exemplo 2 Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160 m³ de areia. em 5 horas, quantos caminhões serão necessários para descarregar 125 m³? Montando a tabela e identificando a relação: Areia (m³) Horas Caminhões 160 8 20 25 5 x Solução: 20/x = (5/8) . (160/125) x = 25 Caminhões Exemplo 3 Se para imprimir 87.500 exemplares 5 rotativas gastam 56 min, em que tempo 7 rotativas iguais às primeiras, imprimirão 350.000 desses exemplares? Montando a tabela e identificando a relação: Exemplares Solução: Rotativas Tempo (m) 87.500 5 56 350.000 7 x 56/x = (87.500/350.000) . (7/5) x = 160 min x = 2h40min Exemplo 4 Quinze operários trabalhando 9 horas por dia, construíram 36 m de muro em 16 dias. Em quanto tempo 18 operários farão 60 m do mesmo muro, trabalhando 8 h por dia? Montando a tabela e identificando a relação: Operários Jornadas (h) Comprimentos (m) Dias 15 9 36 16 18 8 60 x Solução: 16/x = (36/60) . (8/9) . (18/15) x = 25 dias Introdução à Lógica Prof. Hubert Chamone Gesser, Dr. Retornar INTRODUÇÃO À LÓGICA A Lógica é um ramo da Filosofia e da Matemática e estuda os princípios e métodos de argumentação. A Lógica tem por objetivo estudar os métodos e princípios que permitem distinguir raciocínios válidos de outros não válidos; A Lógica cuida das regras do bem pensar, se preocupa basicamente com a estrutura do raciocínio. 74 ANTECEDENTES HISTÓRICOS A História da Lógica teve início em 384–322 a.C., com o filósofo grego Aristóteles e já com a teoria dos silogismos (certa forma de argumento válido). Os fundamentos da Álgebra da Lógica só foram publicados entre 1840 e 1910. “Eu sustento que a descoberta da forma dos silogismos é uma das mais belas conquistas da mente humana. É uma espécie de matemática universal, cuja importância não é suficientemente conhecida“ (LEIBNIZ). 75 SILOGISMO • Toda regra tem exceção. Isto é uma regra. Logo, deveria ter exceção. • Portanto, nem toda regra tem exceção. • Deus é amor. O amor é cego. Steve Wonder é cego. • Logo, Steve Wonder é Deus. 76 PROPOSIÇÕES E CONECTIVOS - Chama-se PROPOSIÇÃO a todo o conjunto de palavras ou símbolos que exprimem um pensamento completo. - Tecnicamente, uma proposição é uma frase que pode ser apenas verdadeira ou falsa, são os chamados valores lógicos de uma proposição. 77 PROPOSIÇÕES: EXEMPLIFICANDO Exemplos: 1. Dez é menor que sete. 2. Ela é muito talentosa! 3. Existem formas de vida em outros planetas do universo. • A frase 1 é uma proposição pois é falsa. • Na frase 2, “Ela” não está especificada, a frase não é portanto nem verdadeira nem falsa, logo não temos uma proposição. • A frase 3 é uma proposição, embora não saibamos se é verdadeira ou falsa, apenas uma das opções ocorre. 78 PROPOSIÇÕES: EXEMPLIFICANDO Costuma-se usar a palavra “proposição” para designar o significado de uma sentença ou oração declarativa. • Exemplo: “João ama Maria” é o mesmo que “Maria é amada por João”. 79 PROPOSIÇÃO • Toda proposição é uma frase mas, nem toda frase é uma proposição); • Uma frase é uma proposição apenas quando admite um dos dois valores lógicos: Falso (F) ou Verdadeiro (V). Exemplos: • Frases que não são proposições – Pare! – Quer uma xícara de café? • Frases que são proposições – A lua é o único satélite do planeta terra (V) – Salvador é a capital do estado do Amazonas (F) – O numero 712 é ímpar (F) – A raiz quadrada de dois é um número irracional (V) 80 TIPOS DE PROPOSIÇÃO PROPOSIÇÃO SIMPLES É aquela que não possui nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. Representadas pelas letras p,q,r,s,..., minúsculas. p: 19 é número primo. q: O triângulo que tem 3 lados diferentes é isósceles. PROPOSIÇÃO COMPOSTA É aquela formada pela Combinação de duas ou mais proposições. Representadas pelas letras P,Q,R,S..., maiúsculas. P: 4 é a raiz de 16 e 9 é o cubo de 2. Q: Mercúrio é um planeta e a lua é o Satélite da terra. 81 CONECTIVOS LÓGICOS Conectivos = Conectores Símbolos: Negação (não) ∨ Conjunção (e) ∨ Disjunção (ou) Ou Exclusivo Condicional Equivalência 82 Proposição Composta Condicional Se então Notação: p q (lê-se se p então q) O valor lógico de uma condicional será falso quando “p” for verdadeira e “q” for falsa, e Verdadeiro nos demais casos. EXEMPLOS: “Se tem fumaça então tem fogo.” “Se hoje é domingo então tem jogo na televisão.” 83 Proposição Composta Condicional Se então 1. A primeira proposição (p) é chamada de antecedente, hipótese ou condição suficiente; 2. A segunda proposição (q) é chamada de consequente ou condição necessária; 3. A proposição composta resultante da operação condicional de uma proposição em outra somente será falsa,se a proposição antecedente for verdadeira e a consequente for falsa. Em todos os outros casos, a proposição resultante será verdadeira. 84 Proposição Composta Condicional Se então “Se João passou de ano, então João passou em física”. Atenção para algumas variações frequentes: “João Passará em física, se João passar de ano”. “João passar de ano é condição suficiente para que João passe em física”. “João passar de ano é condição necessária para que João passe em física”. “João passará de ano somente se João passar em física”. 85 Vamos analisar outra situação: p: João passou de ano. q: João passou em física. p q: Se João passou de ano, então João passou em física. • Percebe-se nesta última proposição que, se João passou de ano, é porque também passou em física. • E que há apenas um caso em que elas e torna falsa: João passou de ano, associado com João não passou em física. A proposição composta resultante da operação condicional de uma proposição em outra somente será falsa, se a proposição antecedente for verdadeira e a consequente for falsa 86 Facilitando o entendimento: “Se nasci em Florianópolis, então sou catarinense”. Qual é a única maneira dessa proposição estar incorreta? Se a primeira parte for verdadeira, e a segunda for falsa. • Ou seja, se é verdade que eu nasci em Florianópolis, então necessariamente é verdade que eu sou catarinense. • Se alguém disser que é verdadeiro que eu nasci em Florianópolis, e que é falso que eu sou catarinense, então este conjunto estará todo falso. 87 Percebe-se que o fato de eu ter nascido em Florianópolis é condição suficiente (basta isso!) para que se torne um resultado necessário que eu seja catarinense. Mirem nessas palavras: Suficiente e necessário Uma condição suficiente gera um resultado necessário. Se alguém disser que: “Pedro ser rico é condição suficiente para Maria ser médica”, então pode-se reescrever essa sentença usando o formato da condicional: “Se Pedro for rico, então Maria é médica”. 88 Por outro lado, se ocorrer de alguém disser que: “Maria ser médica é condição necessária para que Pedro seja rico”, também poderemos traduzir isso de outra forma: “Maria ser médica é condição necessária para que Pedro seja rico” é igual a: “Se Pedro for rico, então Maria é médica” 89 A tradução das palavras suficiente e necessário para o formato da proposição condicional já foi bastante exigido em questões de concursos. → Uma condição suficiente gera um resultado necessário. Se as proposições p e q forem representadas como conjuntos, por meio de um diagrama, a proposição condicional "Se p então q" corresponderá à inclusão do conjunto p no conjunto q (p está contido em q). q p pCq 90 Outros Exemplos da Proposição Condicional Exemplo1: Se 4 é maior que 2, então 10 é menor que 20. p: 4 é maior que 2 q: 10 é menor que 20 p q V V Resultado V Exemplo2: Se o mês de Maio tem 31 dias, então a Terra é plana O mês de Maio tem 31dias: p A Terra é plana: q p q V F Resultado F 91 Lógica Proposicional Prof. Hubert Chamone Gesser, Dr. Retornar LÓGICA PROPOSICIONAL • As regras de lógica dão um significado preciso para sentenças matemáticas. • Essas regras são usadas para distinguir argumentos matemáticos válidos e inválidos. PROPOSIÇÃO É uma sentença declarativa verdadeira ou falsa. Toda sentença declarativa declara um fato. 93 PROPOSIÇÕES • Sentenças declarativas: 1. Brasília é a capital do Brasil. 2. Toronto é a capital do Canadá. 3. 1+1=2 4. 2+2=3 As proposições 1 e 3 são verdadeiras e 2 e 4 são falsas. 94 NÃO-PROPOSIÇÕES • Analise as seguintes sentenças: 1. Que horas são? 2. Leia isso cuidadosamente. 3. x+1=2 4. x+y=z As sentenças 1 e 2 não são proposições porque não são sentenças declarativas. As sentenças 3 e 4 não são nem verdadeira e nem falsas. 95 ATENÇÃO • Ao se atribuir valores para as variáveis das sentenças 3 e 4 elas se tornam PROPOSIÇÕES: 3. x+1=2 4. x+y=z Se (x = 2) a sentença 3 ficaria: 3 + 1 = 2 (Falso). Se (y = 3 e z = 5) a sentença 4 ficaria: 2 + 3 = 5 (Verdadeiro). 96 ARISTÓTELES Aristóteles (em grego antigo: Ἀριστοτέλης, transl. Aristotélēs) Estagira, 384 a.C. - Atenas, 322 a.C. Foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande. Seus escritos abrangem diversos assuntos, como a física, a metafísica, as leis da poesia e do drama, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia e a zoologia. Juntamente com Platão e Sócrates (professor de Platão), Aristóteles é visto como um dos fundadores da filosofia ocidental. 97 CONECTORES LÓGICOS 98 DEFINIÇÃO 1 Seja p uma proposição. A negação de p é indicada por sentença “não é o caso de p”. p éa Exemplo: Proposição p: “Hoje é sexta-feira” A negação é: “Não é o caso de hoje ser sexta-feira”. “Hoje não é sexta-feira”. 99 DEFINIÇÃO 2 Sejam p e q proposições. A conjunção de p e q, indicada por p ^ q, é a proposição p e q. A preposição p ^ q é verdadeira quando ambas são verdadeiras e falsa caso contrário. Exemplo: Proposição p: “Hoje é sexta-feira” Proposição q: “Hoje está chovendo” A proposição p ^ q é: “Hoje não é sexta-feira e hoje está chovendo”. 100 DEFINIÇÃO 3 Sejam p e q proposições. A disjunção de p e q, indicada por p ∨ q, é a proposição p ou q. A disjunção p ∨ q é falsa quando ambas são falsas e verdadeira em qualquer outro caso. Exemplo: Proposição p: “Hoje é sexta-feira” Proposição q: “Hoje está chovendo” A proposição p ∨ q é: “Hoje é sexta-feira ou hoje está chovendo”. 101 DEFINIÇÃO 4 Sejam p e q proposições. A disjunção exclusiva (chamada ou exclusivo) de p e q, indicada por p q, é a proposição que é verdadeira quando exatamente uma das duas é verdadeira e falsa nos outros dois casos. p q p q V V F V F V F V V F F F 102 DEFINIÇÃO 5 Sejam p e q proposições. A proposição condicional p q é a proposição “se p, então q”. P é chamada de hipótese (ou antecedente ou premissa) e q é a conclusão (ou consequência ou consequente) p q pq V V V V F F F V V F F V 103 DEFINIÇÃO 5 Se eu for eleito, então eu vou diminuir os impostos. Se você tirar 10 na prova, então terá conceito A. Se Maria aprender matemática, então ela vai conseguir um bom emprego. Se hoje está ensolarado, então eu vou à praia. Se hoje é sexta-feira, então 2 + 3 = 5. Se está chovendo, então o time da casa ganha o jogo. 104 DEFINIÇÃO 6 Sejam p e q proposições. A proposição bicondicional p se q”. q é a proposição “p e somente Bicondicionais são também chamadas de bi-implicações. p q p q V V V V F F F V F F F V 105 DEFINIÇÃO 6 Você pode tomar o avião, se e somente se você comprou uma passagem. Você pode ir ao cinema, se e somente se você fizer os deveres da escola. João poderá dirigir, se e somente se ele não beber. Maria poderá chegar cedo na escola, se e somente o ônibus não atrasar. 106 CONECTORES LÓGICOS CONECTIVO SÍMBOLO Negação (não) Conjunção (e) ∨ Disjunção (ou) ∨ Ou Exclusivo Condicional (implicação) Equivalência (bi-implicação) 107 Tabela Verdade Prof. Hubert Chamone Gesser, Dr. Retornar 109 110 Bibliografia Prof. Hubert Chamone Gesser, Dr. Retornar Bibliografia CRESPO, Antonio Arnot. Matemática Financeira Fácil. 14.ed.. São Paulo: Saraiva, 2009. ROSEN, Kenneth H.. Matemática Discreta e Suas Aplicações. 6.ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2010.