Seminário Internacional: Reestruturação e Regulação do Setor de Energia Elétrica e Gás Natural A Utilização do Setor Elétrico como Instrumento de Implementação de Políticas Públicas Eng. Job Figueiredo Silvério Alves Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2006 Utilização política do Setor Elétrico Brasileiro (SEB) O SEB sempre foi utilizado pelo Estado como instrumento de implementação de políticas públicas (uso de suas potencialidades): • primórdios do SEB: isenção de direitos aduaneiros para importação de equipamentos elétricos, cláusula-ouro; • década de 1930 e 1940: fortalecimento e direcionamento da regulamentação e fiscalização favorecendo a industrialização (CNAEE, extinção da cláusula-ouro, tarifas pelo custo do serviço, Código de Águas, planejamento da expansão - PNE); • década de 1950 e 1960: intervenção do Estado na formulação e execução da política energética, atuação na geração e transmissão de energia elétrica, empresa pública, bases fiscais, realidade tarifária; Utilização política do Setor Elétrico Brasileiro (SEB) • governos militares: auge da intervenção estatal (planejamento centralizado, financiamento público, atuação em G, T, D), estatização das empresas privadas (Amforp, Light), reforço da política econômica, equalização tarifária, contenção tarifária (redução de impactos inflacionários, expansão da atividade industrial), subsídios cruzados, cobrança diferenciada de tributos, realização de investimentos imprudentes, obtenção de financiamentos anticíclicos e para fechamento do balanço de pagamentos. • década de 1980 e 1990: crise do SEB (inviabilização econômicofinanceira das empresas do setor e do marco institucional) e apelo a uma necessária privatização e reforma do papel do Estado. Papel do Estado: premissas Intervenção direta: através de empresa pública, sociedade de economia mista ou subsidiária Governos: agentes da atividade política do Estado Intervenção indireta: agente normativo/regulador (direção da cena econômica) Domínio econômico: • desenvolvimento sócio-econômico (geração de empregos e renda) • estabilidade econômica • segurança do abastecimento • patrimônio nacional • redução de desigualdades Políticas públicas (econômica, industrial, tarifária, social): tradução dos objetivos, princípios, metas e programas de um governo. Políticas públicas implementadas via SEB: questionamentos a) submissão dos critérios técnicos e especificidades do SEB; b) inobservância de problemas intrínsecos ao ciclo político; c) falta de planejamento, racionalidade e controle às ações do Estado: políticas mal elaboradas, inexistência de fiscalização sobre os recursos, sobreposição de encargos, excesso de tributos; d) hermetismo e falta de transparência; e) proximidade sócio-econômica entre beneficiários e contribuintes. Especificidades do Setor Elétrico Brasileiro (SEB) • grandes extensões do SIN; • operação integrada; • coordenação centralizada; • duplo caráter da energia elétrica: serviço público essencial e insumo de produção básico; • convivência de agentes públicos e privados; • demanda por regulação: competição imperfeita, presença de externalidades, elevado nível de investimento, economias de escala/escopo/coordenação/densidade, agentes formando preço, consumo indispensável, assimetria de informações. Problemas intrínsecos ao Ciclo Político orientação de novas políticas Implementação Avaliação Formulação aprendizagem política: desenvolvimento e adaptação contínua da ação pública policy cycle a) limitações cognitivas sobre os fenômenos sociais b) constrangimentos de tempos e recursos c) imprevisibilidade do ambiente político d) necessária inserção institucional para criação de programas e) discricionariedade dos implementadores f) racionalidade técnica versus influências políticas Caso exemplo: Criação do Xa - Resolução CNPE nº 01/2003 (componente de correção de custos da Parcela B, relativos à mão-de-obra, pelo IPCA) Xa passou a ser incluído no Fator X, aplicável nos reajustes tarifários 1,35 1,3 1,25 1,2 1 1,15 1,1 2 3 1,05 1 IGPM - Acumulado 12 últimos meses IPCA - Acumulado 12 últimos meses Exemplo: Reajuste tarifário da ENERSUL em abril de 2006 IRT de 16,75%. Pela metodologia sem Xa seria de 15,59% Perda para a modicidade tarifária de R$ 10 milhões ! jun-06 abr-06 fev-06 dez-05 out-05 ago-05 jun-05 abr-05 fev-05 dez-04 out-04 ago-04 jun-04 abr-04 fev-04 dez-03 out-03 ago-03 jun-03 abr-03 fev-03 dez-02 out-02 ago-02 jun-02 abr-02 0,95 Utilização política do SEB – Governo FHC a) descompasso entre a privatização e a reestruturação do SEB Falta de investimentos necessários ANEEL 1997 ONS 1998 Níveis tarifários inadequados MAE Comprometimento da ação do Regulador CNPE 1998 2000 Estrutura de planejamento, gestão técnica e regulação dos serviços de eletricidade Condições p/ competição em G e C Leis 8.987, 9.074 e outras Privatização das estatais 19 D 4G US$ 22,2 bi + US$ 7,5 bi (dívida transf.) A partir de 1995 Reestruturação do SEB A partir de 1995 Esgotamento do Modelo anterior Utilização política do SEB – Governo FHC a) descompasso entre a privatização e a reestruturação do SEB Níveis tarifários inadequados Comprometimento da ação do Regulador Leis 8.987, 9.074 e outras Privatização das estatais 19 D 4G US$ 22,2 bi + US$ 7,5 bi (dívida transf.) Reestruturação do SEB A partir de 1995 Falta de investimentos necessários Condições p/ competição em G e C A partir de 1995 Esgotamento do Modelo anterior ANEEL 1997 ONS 1998 MAE 1998 CNPE 2000 Estrutura de planejamento, gestão técnica e regulação dos serviços de eletricidade Utilização política do SEB – Governo FHC Reestruturação do SEB ANEEL Modelo anterior RE-SEB ELETROBRÁS ? GCPS ? Concessionárias ? 1997 ONS 1998 MAE 1998 CNPE 2000 Estrutura de planejamento, gestão técnica e regulação dos serviços de eletricidade No novo modelo quem ficou com as funções de planejamento setorial ? Medidas alinhadas com a política econômica do governo (privatização, abertura do mercado para a competição, defesa do Plano Real). Reestruturação do SEB como conseqüência. Utilização política do SEB – Governo FHC b) investimentos das estatais e formação do superávit primário Modelo anterior a 1995 ELETROBRÁS GCPS/Concessionárias planejamento centralizado e determinativo Período de Transição entre Modelos (Cenários) SEB = suporte à política econômica investimento estatal = suspenso (formação de superávit e preparação para a privatização) falhas no Planejamento foco no atendimento do consumo Novo modelo (a partir de 1995) privatização das estatais introdução da competição na geração e na comercialização foco no retorno do investimento risco de racionamento até 5% incertezas regulatórias energia tratada como commoditty investimento estatal = equilíbrio da expansão do SIN incertezas quanto ao tamanho do mercado a ser atendido condições para a atração de investimentos privados Utilização política do SEB – Governo FHC c) o modelo de livre mercado e as especificidades do SEB Orientação de um Governo • ideológica • política • econômica • opção pró-liberal • reformas liberalizantes e privatizantes • crença nas virtudes da mão-invisível do mercado • prioridade para a estabilização da economia • defesa do Plano Real Especificidades técnicas do SEB • serviço público essencial • papel no desenvolvimento sócio-econômico • base hídrica plurianual • necessidade de cooperação institucional • vantagens de um planejamento centralizado e determinativo Utilização política do SEB – Governo FHC: REFLEXOS Racionamento de energia elétrica (junho/2001 a fevereiro/2002) Racionamento de energia elétrica • situação crítica dos reservatórios do SIN • redução forçada do uso da energia Comissão de Análise do Sistema Hidrotérmico de Energia Elétrica (2001) Impacto sobre o PIB US$ 602,2 bi – 2000 US$ 509,8 bi – 2001 US$ 459,4 bi – 2002 Relatório Kelmann Causas estruturais e conjunturais do Racionamento Impacto sobre os consumidores Restrições produtivas/cotidiano R$ 9,2 bi – RTE R$ 6,2 bi – Seguro anti-apagão Conta do racionamento: R$ 103,45 / consumidor (com base em 2002) • hidrologia desfavorável • desequilíbrio oferta/demanda (ausência de lei com responsabilidades pelo planejamento da expansão) • falhas no processo de transição • ineficácia da gestão intragovernamental • falta de um marco regulatório claro e estável Utilização política do SEB – Governo Lula a) contingenciamento dos recursos da ANEEL (formação do superávit) usuários do SEB TFSEE agentes do setor elétrico TFSEE ANEEL Contingenciamento de recursos da Agência formação do superávit primário pgto. de juros da dívida pública 2002 2003 2004 2005 34,8% 59,2% 64,3% 73,5% Fonte: “Agenda urgente para o fortalecimento da ANEEL”, carta CT/146, de novembro/2005 (CBIEE, ABCE, ABRADEE, ABIAPE, ABRAGE, ABRATE e outras) Utilização política do SEB – Governo Lula b) Universalização do atendimento Lei 10.438/2002 Universalização do Atendimento até 2015 Dec. 4.873/2003 LUZ PARA TODOS Universalização do Atendimento no meio rural até 2008 • orçado em R$ 9,5 bilhões • atender 10 milhões de pessoas • recursos federais (RGR, CDE), de agentes do setor e dos governos estaduais • Utilizar a energia como vetor de desenvolvimento social e econômico • Redução da pobreza e aumento da renda familiar • Facilitar a integração dos programas sociais do governo • Permitir o acesso a serviços de saúde, educação, abastecimento de água e saneamento Dec. 4.873/2003 - LUZ PARA TODOS Regulamentação única, não leva em conta especificidades dos estados: baixa densidade populacional, dificuldades geográficas do atendimento Utilização política do SEB – Governo Lula c) retomada de espaços para a ação do Estado criação da EPE e do CMSE gerenciamento da demanda pelo MME criação de uma reserva conjuntural de energia declaração de necessidades das D penalidades por subcontratação não privatização das estatais participação compulsória (D) orientação das estatais repasse de 103% da contratação reforço na fiscalização e regulação atuação determinante nos leilões sobredemanda artificial definição do preço máximo Utilização política do SEB – Governo Lula: REFLEXOS a) retorno de uma intervenção direta do Estado no SEB b) submissão da lógica técnica do SEB às políticas públicas de cunho sócio-econômico e às orientações da política econômica Desvio de finalidade dos encargos setoriais: • reforço da política econômica • viabilização de programas sócio-econômicos Incertezas quanto aos investimentos futuros para a expansão Retorno do planejamento e a modicidade com os Leilões de Energia Caso exemplo: Programa Luz para Todos no Mato Grosso do Sul Ausência de regulamentação específica para as ligações com custo elevado Distribuidora local: ENERSUL • já tem a tarifa mais alta do Brasil • 11,5% das ligações irão consumir 42,5% dos recursos • caso extremo: R$ 2,5 mi para atender 5 consumidores • impactos tarifários da ordem de 9,58% Utilização política do SEB – Reflexos estruturais a) elevação da carga tributária e dos encargos setoriais no SEB * Fonte: (PRICEWATERHOUSECOOPERS, 2005) ** Fonte: ANEEL EAEE CCC CFURH P. Com PDD Eq. Hid. PIS PASEP IRPJ CSLL COFINS ICMS E.sociais C.MAE TFSEE Ef.En. PROINFA Dif. Preços PERCEE C.ONS P&D RTE C. Leilões EAEE UBP ESS CDE 103% ECE Tributos e Encargos* 2006 = R$ 45,8 bilhões CIP - CCC Interl. 3% impacto tarifário** Tributos e Encargos* 2005 = R$ 36,9 bilhões Tributos RGR Encargos setoriais PERCEE ECE ICMS s/ CCC + PIS/ PASEP + COFINS Anteriores a 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Desv. 2005 Utilização política do SEB – Reflexos estruturais b) permanência e ampliação dos subsídios tarifários Presentes na estrutura tarifária ou na composição dos custos Subsídios Tarifários Descontos tarifários para o rural (alta tensão) Descontos tarifários para o rural irrigante e aqüicultura Descontos tarifários na comercialização de energia de fontes alternativas Descontos tarifários para serviços de água, esgoto e saneamento Subsídio para concessionárias com consumo anual menor que 500 GWh Subsídio para cooperativas de eletrificação rural Subsídios tarifários para a subclasse residencial baixa renda Subsídio cruzado entre consumidores de alta e baixa tensão Utilização política do SEB – Reflexos estruturais Subsídios Tarifários Descontos tarifários para o rural (alta tensão) Descontos tarifários para o rural irrigante e aqüicultura Descontos tarifários na comercialização de energia de fontes alternativas Descontos tarifários para serviços de água, esgoto e saneamento Subsídio para concessionárias com consumo anual menor que 500 GWh Subsídio para cooperativas de eletrificação rural Subsídios tarifários para a subclasse residencial baixa renda Subsídio cruzado entre consumidores de alta e baixa tensão Lei 10.762/2003, que alterou a Lei 9.427/1996: Redução não inferior a 50% a ser aplicada às tarifas de uso de transmissão e de distribuição, incidindo na produção e no consumo da energia comercializada, por fontes alternativas, com consumidor, ou conjunto de consumidores com carga ≥ 500kW Utilização política do SEB – Reflexos estruturais Subsídios Tarifários Descontos tarifários para o rural (alta tensão) Descontos tarifários para o rural irrigante e aqüicultura Descontos tarifários na comercialização de energia de fontes alternativas Descontos tarifários para serviços de água, esgoto e saneamento Subsídio para concessionárias com consumo anual menor que 500 GWh Subsídio para cooperativas de eletrificação rural Subsídios tarifários para a subclasse residencial baixa renda Subsídio cruzado entre consumidores de alta e baixa tensão Consumidor baixa renda Tarifa diferenciada, mas com ICMS e PIS/COFINS calculado também sobre o desconto Demais consumidores cobertura do subsídio cobertura do desconto Recursos da CDE faturamento Distribuidora ICMS, PIS/COFINS integrais, não afetados pelo programa Utilização política do SEB – Reflexos estruturais c) evolução das tarifas de energia versus crescimento da inadimplência e das perdas comerciais EVOLUÇÃO DAS TARIFAS DE ENERGIA ELÉTRICA COMPARATIVAMENTE AOS ÍNDICES ECONÔMICOS 1995 1998 2001 2004 2005 2005 / 1995 59,58 86,57 122,88 197,35 236,68 297,25% 137 166 208 270 283 106,57% IPCA 1.244 1.458 1.813 2.399 2.535 103,78% INPC 1.256 1.465 1.830 2.460 2.584 105,73% Tarifa Brasil (R$/MWh) IPC 124 148 216 331 335 170,16% IGP-M Fonte das Tarifas: ANEEL. Tarifas médias de fornecimento, valores em R$/MWh, sem ICMS. Fonte dos Índices: IPEA. IPC Geral - Índice (ago.1994) = 100; IPCA Geral - Índice (dez.1993) = 100; INPC Geral - Índice (dez.1993) = 100 e IGP-M Geral - Índice (ago.1994) = 100. Utilização política do SEB – Reflexos estruturais Inadimplência no SEB: Resultados de 2005 Utilização política do SEB – Reflexos estruturais Percentual de Consumidores Cortados Mensalmente por Inadimplência 3 ,0 0 2 ,6 9 2 ,7 5 2 ,6 5 2 ,5 6 2 ,5 0 2 ,2 8 2 ,2 5 2 ,3 9 2 ,2 4 2 ,0 0 1 ,7 9 1 ,7 5 1 ,5 0 1 ,3 2 1 ,2 5 1 ,1 1 1 ,0 0 0 ,9 0 0 ,7 5 0 ,6 9 0 ,8 6 0 ,7 5 0 ,5 0 0 ,2 5 0 ,0 0 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 Fonte : Abradee O número de consumidores cortados apresenta relação direta com os níveis de inadimplência Cerca de 1,2 milhão de consumidores são cortados mensalmente EVOLUÇÃO DAS PERDAS COMERCIAIS NA ESCELSA 1996 1998 2001 2002 2003 2004 2005 2005 / 1995 Perdas 96,7 86,5 225,6 341,1 442,1 468,5 449,4 364,5 % (GWh) % sobre 1,8 % 1,5 % 3,8 % 5,5 % 6,4 % 6,8 % 6,1 % 238,9 % o total Fonte: ESCELSA. O valor em percentual considera as perdas comerciais em relação ao total da energia elétrica que é vendida na área de concessão da distribuidora. A amostra partiu do ano de 1996 para refletir os índices de perdas não-técnicas alcançados após a implantação de melhorias de processos no período pós-privatização. Utilização política do SEB – Reflexos estruturais d) a captura do SEB pelo Estado • Projetos de Lei para o SEB: redução de tarifas, não aplicabilidade da suspensão de fornecimento ou de multa/juros para atraso de pagamentos, criação de encargos sócio-econômicos; • Esferas estaduais e municipais legislando sobre os contratos de concessão firmados com a União: tributação do uso do solo e do espaço aéreo para instalação de infra-estrutura; • Concessão de incentivos fiscais para determinados setores em função do aumento da arrecadação obtida a partir do SEB. Composição da Conta de Energia Elétrica Zé do Povo Rua da Esperança, s/nº 1234567 Composição da Conta de Energia Elétrica (a) (b) (c) Conta de Energia 100% Custo do Serviço 50,17% Encargos Setoriais 4,97% Tributos 44,86% (a) + (b) + (c) Composição da Conta de Energia Elétrica (a) (b) (c) Conta de Energia 100% Custo do Serviço 50,17% ? Custo do serviço 50,17% Encargos Setoriais 4,97% Tributos 44,86% (a) + (b) + © Enc., Trib. e Subs. 49,83% Presentes na estrutura tarifária ou na composição dos custos Subsídios Tarifários Descontos tarifários para o rural (alta tensão) Descontos tarifários para o rural irrigante e aqüicultura Descontos tarifários na comercialização de energia de fontes alternativas Descontos tarifários para serviços de água, esgoto e saneamento Subsídio para concessionárias com consumo anual menor que 500 GWh Subsídio para cooperativas de eletrificação rural Subsídios tarifários para a subclasse residencial baixa renda Subsídio cruzado entre consumidores de alta e baixa tensão Composição da Conta de Energia Elétrica E os tributos presentes em toda a cadeia produtiva do setor elétrico ? (G, T, D, C) Tributos Contribuição Social para Financiamento da Seguridade Social - COFINS Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Encargos sociais Imposto de Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS Contribuição de Iluminação Pública - CIP (municipal) Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP Programa de Integração Social - PIS Composição da Conta de Energia Elétrica Encargos Setoriais Zé do Povo 1234567 Rua da Esperança, s/nº Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis - CCC Conta de Desenvolvimento Energético - CDE Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica - TFSEE Contribuição Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos - CFURH Custeio ONS Eficiência energética Encargos de Serviço de Sistema - ESS Pesquisa e Desenvolvimento - P&D Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica - PROINFA Também presentes em toda a cadeia produtiva do setor elétrico (G, T, D, C) Custo do serviço 50,17% 49,00% 47,00% 45,00% 43,00% 42,00% 41,00% 40,00% Provisão para Devedores Duvidosos - PDD Recomposição Tarifária Extraordinária - RTE Reserva Global de Reversão - RGR Custeio CCEE (MAE) Custeio dos Leilões de Energia Diferença de preços entre submercados (Art. 28 do Decreto 5.163/2004) Equivalente hidráulico Perdas comerciais Programa Emergencial de Redução do Consumo de Energia Elétrica - PERCEE Enc., Trib. e Subs. 49,83% 51,00% 53,00% 55,00% 57,00% 58,00% 59,00% 60,00% Provisão para Devedores Duvidosos - PDD Repasse de 103% da contratação de energia (Art. 38 do Decreto 5.163/2004) Uso de Bem Público - UBP Soluções para a superação dessa nova crise do SEB • definição dos limites para o financiamento e o caráter distributivo do Estado (novo contrato social) • definição da complementaridade existente entre programas sócioeconômicos e encargos setoriais existentes no SEB • refuncionalização de estruturas da sociedade organizada para uma atuação conjunta em prol da defesa do SEB: conselhos de consumidores, associações de classe, empresas do SEB Influência! estruturas refuncionalizadas fluxos de comunicação fluxos de comunicação fluxos de comunicação fluxos de comunicação fluxos de comunicação fluxos de comunicação fluxos de comunicação eclusas dos procedimentos democráticos do Estado de direito Centro do poder político • legislativo • tribunais • administração pública Soluções para a superação dessa nova crise do SEB • esclarecimento da opinião pública • blindagem do SEB contra novas incursões do Estado • correto dimensionamento dos tributos, encargos e subsídios: aumento da eficiência alocativa • melhoria dos mecanismos de controle e fiscalização da aplicação dos recursos • eliminação de ineficiências e duplicidades • programa de redução gradual dos encargos setoriais, tributos e subsídios tarifários (alcance de um patamar ótimo, o atual é mais de 50%!) Propostas práticas são viáveis e necessárias Exemplos: • redução do PIS/COFINS: retorno às alíquotas anteriores • limitação de custos para a universalização do atendimento • P&D das distribuidoras: ROL correspondente apenas à Parcela B (concessionárias de geração e transmissão já contribuem com o mesmo encargo) • não calcular a TFSEE sobre os encargos setoriais: evitar o cálculo de encargo sobre encargo EM UM PAÍS COM TANTAS DESIGUALDADES O SEB TEM UM PAPEL IMPORTANTE A DESEMPENHAR! O QUE É NECESSÁRIO É OTIMIZAR AS AÇÕES E TORNAR SEUS RESULTADOS MAIS EFETIVOS. Referências Bibliográficas ABRANCHES, Sérgio H. Empresa estatal e capitalismo: uma análise comparada. In: MARTINS, Carlos E. (Org.). Estado e capitalismo no Brasil. São Paulo: HUCITEC-CEBRAP, 1977. ÁLVARES, Walter T. Curso de direito da energia. Rio de Janeiro: Forense, 1978. AMCHAM. A utilização da tarifa de energia elétrica como fonte arrecadadora de tributos. São Paulo, 2004. Disponível em: <http://www.cbiee.com.br>. 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