Instituto Tancredo Neves Seminário Energia para crescer: Perspectivas do Setor Elétrico Painel: Matriz Energética e Marcos Regulatórios Marcos Regulatórios do Setor Elétrico 31 de Janeiro de 2002 Rio de Janeiro -RJ José Mário Miranda Abdo Diretor-Geral Sumário I – Objetivo II – Situação do setor (1990 a 1995) III – Reestruturação do setor IV – Marcos legais V – Papel e atuação da ANEEL VI – Benefícios do processo Objetivo Fazer uma reflexão sobre a regulação e o desenvolvimento do setor elétrico brasileiro, sobre a ótica do regulador, e avaliar os aspectos estruturais, incorporando uma visão de futuro O que levou o Estado a reestruturar o setor elétrico brasileiro? Situação entre 1990-1995 • • • • • • • • • • Falta de estímulos à eficiência Investimentos insuficientes Tarifas defasadas 23 obras paralisadas, 10.000 MW – U$ 10 bilhões 33 concessões de usinas não iniciadas – concessões cassadas Concessões de distribuição vencidas Contratos de Concessão inexistentes Inadimplência setorial Contribuinte onerado em US$ 25 bilhões Sucesso e declínio A situação em 1995 mostrava a forte presença do Estado empreendedor incapaz de investir na expansão da oferta Desenvolvimento Reforma do Estado Reestruturação do setor elétrico Quais os pressupostos e princípios básicos do novo modelo setorial? Pressupostos Básicos Estabelecimento de novo marco legal que considere os princípios da reestruturação do setor, a criação de órgão regulador autônomo, um ambiente de negócios de estímulo à competição e um operador do sistema com a representação de todos os agentes Princípios Básicos Introdução da competição onde possível , monopólios naturais regulados com livre acesso e estímulo a eficiência energética Atendimento à demanda Regulamentação Mínima G Competição T Monopólio Natural Forte Regulamentação D Regulamentação Mínima C Competição Considerados os pressupostos e princípios, foram criadas as condições básicas para a implantação do novo modelo setorial? Marcos Legais Lei 9.074 – Concessão de serviços de energia elétrica Implantação da ANEEL Lei 9.478 – CNPE e ANP (Lei do Petróleo) Constituição Federal (art. 175) 1988 J F M AM J J A S O N D ........ 1995 2000 J F M A M J J A S O N DJ F M A M J J A S O N D MP 1.819 Considerada Inconstitucional PL 2.905 1997 1998 J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N DJ F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D Lei 8.987 Concessão de serviços públicos 1999 1996 Lei 9.648 – MAE e ONS Lei 9.427 - ANEEL Decreto 2.335 -ANEEL Decreto 2.655 –MAE e ONS Marcos Legais Complementação Necessária • • • • • • • • • Desverticalização Universalização dos serviços Planejamento setorial Atendimento aos sistemas isolados Regime de serviço público x uso de bem público (PIE) Papel da Eletrobras no novo contexto Financiamento setorial Participação cruzada dos agentes em G, T, D e C Revisão da estrutura tributária Marcos Legais Outros Condicionantes • Política de preços para o GN • Política de importação e exportação de energia • • • • Privatização parcialmente realizada – 20%G e 90%D Nenhuma nova concessão (UHE) – 1988 a 1995 Forte dependência do regime hidrológico Implementação do PPT condicionada a variação cambial • Complexidade do setor Apesar dos avanços ocorridos como a criação da ANEEL, MAE e ONS, faz-se necessário, para o efetivo funcionamento do Modelo, complementar o marco legal, ajustando-o a nova realidade, e estabelecer um diálogo com a sociedade sobre as perspectivas decorrentes da implantação do mesmo. E sobre a ANEEL, cabe a ela defender o consumidor (Procon) ou criar condições para os investidores atuarem no setor? Quais as suas principais realizações? A palavra chave que orienta o cumprimento de seu papel é o equilíbrio presente em sua missão, que deve ser exercida com autonomia “Proporcionar condições favoráveis para que o desenvolvimento do mercado de energia elétrica ocorra com equilíbrio entre os agentes e em benefício da sociedade” “Se os objetivos das Agências forem definidos pelo governo, a independência e a autonomia das mesmas estarão ameaçadas. A independência e autonomia das Agências relacionam-se tanto ao governo quanto ao mercado.” Pensamento do Min. Nelson Jobim Sem. Quem Controla as Ag. Reguladoras (set/2001) Competências e Forma de Atuação Órgão Regulador • Regulação • Fiscalização • Mediação ANEEL Poder Concedente Outorgas • Concessão • Permissão • Autorização ANA ANP ANATEL Agências Estaduais Descentralização por Delegação (SP, PA, RS, CE, RN, BA e MT) A ANEEL não formula políticas e nem garante os investimentos na expansão da oferta. Cria as condições a partir das políticas definidas Papel de Governo e do Congresso Atuação da ANEEL na Regulação • • • • Estímulo à competição Expansão da oferta Econômica Condições gerais de fornecimento de e.e. – direito dos consumidores Atuação da ANEEL na Regulação Competição • • • • • • MAE – ANEEL homologa regras Funcionamento do ONS Livre acesso às redes elétricas Limites de participação no mercado Limites de auto-suprimento Comercialização O não funcionamento do MAE e a presença majoritária das estatais(serviço público) na geração retardou o inicio da competição no período de transição Governança do MAE alterada pela ANEEL Atuação da ANEEL na Regulação Econômica • De acordo com política tarifária e regras do CND (1995 – privatização da Light) • Cumprimento dos contratos de concessão • Revisão 1999 – questionamento jurídico do governo • Reajuste 2000 – 18% x IPCA (6%) • Reajuste 2001 – MP parcela A • Subsídios aos consumidores baixa renda – PL para aprimorar critérios Atuação da ANEEL – Expansão da Geração • Das 23 obras paralisadas(95) – 16 concluídas(8.284 MW); 4 retomadas(2.907 MW) e 2 não iniciadas • UTE autorizadas – 23.374 MW (317), sendo 14.140 MW (25) do PPT • Centrais Eólicas autorizadas – 3.300 MW • Licitações – 48 usinas hidrelétricas (10.959 MW) (42-ANEEL) – 4 insucessos • 225 PCHs autorizadas - 1.738 MW (jan/2002) • Importação – 5.420 MW • Total: 41.492 MW • 72.000 empregos • Compensação financeira e Royalties (2001) – R$ 720 milhões/ano – 16 estados e 560 municípios Atuação da ANEEL - Expansão da Transmissão - Outorgas Licitações já realizadas • 16 linhas – 6.159 km (deságio de até 32,85%) • 2 insucessos • 1 concessão cassada • Investimentos de R$ 3,4 bilhões (10,4 mil empregos) A partir de 2003 começarão a ser colhidos grande parte dos frutos plantados com as outorgas feitas pela ANEEL Fiscalização dos cronogramas das obras Evolução da Oferta de Energia* (em MW) 45.000 42.159 Média no Período 40.000 35.000 30.000 25.000 20.000 15.501 15.000 12.141 13.143 10.000 5.797 5.000 Média: 2.428 MW Média: 2.628 MW Média: 1.159 MW Média: 3.100 MW Média: 8.432 MW 1981-1985 1986-1990 1991-1995 1996-2000 2001-2005** QÜINQÜÊNIOS * incluindo as importações e a Interligação Norte-Sul (1.000 MW) ** com base no acompanhamento do cronograma de obras fiscalizado pela Aneel Extensão de LTs (km) Acréscimo de LTs (km) 8000 7053,1 7000 6000 5000 4000 3077,1 3000 2462,3 2047 2000 1000 1295,5 686 686 686 686 915,5 686 623,3 861,2 505 0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Ano E a qualidade do serviço, melhorou ou piorou? 28,00 27,00 26,00 25,00 24,00 23,00 22,00 21,00 20,00 19,00 18,00 17,00 Evolução do Desempenho Global FEC 27,39 26,09 24,04 NI Horas Evolução do Desempenho Global DEC 19,34 17,41 22,00 21,00 20,00 19,00 18,00 17,00 16,00 15,00 21,91 21,82 1996 1997 1998 1999 2000 19,85 17,21 15,25 Média Brasil Média Brasil Fiscalização de 100% das distribuidoras (65) Recomen/Determ. 15.100 - Advertências 12 - Multas 146 R$ 23.377.012,00 P&D e Eficiência Energética Obrigação do concessionário investir 1% da receita líquida em eficientização e P&D, anualmente R$ 300 milhões anuais Que avaliação a sociedade faz da atuação da ANEEL? Comparações entre Pesquisas População consultada em vários estados Evolução do Grau de Conhecimento 48% Avaliação Positiva da ANEEL 27% 46% 49% 45% 12% 1999 2000 2001 1999 2000 2001 Índice ANEEL de Satisfação do Consumidor 100,00 62,81 63,22 59,30 61,00 69,68 69,08 60,00 2001 57,01 70,00 63,51 63,65 80,00 59,02 60,30 2000 90,00 56,52 Regular Bom Ótimo Global e por Região 2000-2001 50,00 Péssimo Ruim 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 Sudeste Sul Nordeste Norte C. Oeste Brasil Aneel e a Participação da Sociedade • Por meio das Agências Estaduais conveniadas - Descentralização • Relacionamento com o Congresso Nacional (42 Audiências Públicas) • Audiências e consultas públicas • Ouvidoria - 0800 61 2010 • Conselho de Consumidores (64) • Pesquisas de opinião É necessário ampliar e intensificar o diálogo com agentes, consumidores e sociedade Quais as principais dificuldades da Agência? • Marco legal incompleto • Falta de uma política energética e planejamento de longo prazo • Falta de percepção clara do papel da ANEEL pelo governo e sociedade • Falta de percepção clara do novo modelo pela sociedade • Quadro de pessoal incompleto - ADIN • Perda de pessoal qualificado • Atender as demandas dos órgãos de controle externo – necessidade de discutir os limites de atuação do controle externo Comitê de Revitalização do Modelo do Setor Elétrico Preservar os princípios básicos do Modelo • competição • eficiência • prevalência do investimento privado • oferta de energia compatível com as necessidades de desenvolvimento do País • qualidade dos serviços Benefício do Processo Investidores • • • • • • • Competição Regras claras e estáveis Confiança Tratamento Isonômico Garantia do livre acesso T e D Oportunidade de novos negócios Participação na gestão técnica (ONS) e financeira (MAE) • Importação de energia Benefício do Processo Sociedade / Consumidores • • • • • • Aumento dos investimentos Melhoria da Qualidade Conservação de Energia/Ganhos de eficiência Desenvolvimento Tecnológico Garantia de oferta de energia elétrica Benefícios sociais - eletrificação rural, baixa renda, redução déficit público, compensação financeira e royalties • Tarifas justas • Opção de escolha de fornecedores • Participação no processo / regulação Internet: www.aneel.gov.br Teleatendimento: 0800-61-2010 e-mail: [email protected]