5º Encontro dos Associados da APINE com Seus Convidados A Experiência da ANEEL na Regulação do Setor Elétrico 29 de setembro de 2004 Rio de Janeiro – RJ José Mário Miranda Abdo Diretor-Geral Sumário A Experiência da ANEEL na Regulação do Setor Elétrico I. Competências e papel II. Caracterização e condições básicas para o Regulador III. Resultados esperados IV. Relacionamento e participação da sociedade V. Processo decisório e controles VI. Avanços na regulação VII. Regulação do novo modelo VIII. Questões e indicadores relevantes IX. Dificuldades e desafios do Regulador Papéis Institucionais no Setor Elétrico Políticas e diretrizes: • Congresso Nacional • Conselho Nacional de Política Energética – CNPE – aprovação pelo Presidente da República • Comitê de Políticas de Infra-Estrutura do Conselho de Governo Planejamento e garantia do equilíbrio entre oferta e demanda : • Ministério de Minas e Energia – MME (EPE) Órgão Regulador e Delegado do Poder Concedente: • Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL Supervisão, controle e operação dos sistemas: • Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS Contabilização e liquidação: • Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE Execução e prestação dos serviços: • Agentes G, T, D e C Missão - Proporcionar condições favoráveis para que o mercado de energia elétrica se desenvolva com equilíbrio entre os agentes e em benefício da sociedade Governo e Congresso Implementar Políticas Agentes Regulados Consumidores Equilíbrio Garantir os Direitos dos Consumidores e a Melhoria da Qualidade do Serviço Interesse Público Estabilidade de Regras, Obediência aos Contratos e Remuneração Adequada do Serviço Caracterização e condições básicas do Regulador • Independência e autonomia • Ética – Formulação do Código debatido com usuários e agentes regulados e especialistas • Clareza de Papéis • Marco Legal consolidado • Transparência • Gestão ágil e eficiente • Discricionariedade técnica • Pessoal próprio e capacitado com remuneração adequada • Diálogo permanente com os Poderes Constituídos e a sociedade Caracterização e condições básicas do Regulador • Mandato fixo dos diretores – indicação e nomeação pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal • Ausência de subordinação hierárquica • Instância administrativa final • Meios próprios para exercer suas competências legais • recursos próprios e vinculados – taxa de fiscalização • execução orçamentária conforme LOA • autonomia de gestão e patrimonial Marco Legal 1988 1988 Constituição Federal (Artigos 175 e 176) 1993 Lei 8.631 Fixação dos níveis das tarifas de energia elétrica e extinção do Regime de remuneração Garantida 1995 Lei 8.987 Concessão de Serviços Públicos 1996 1997 Lei 9.427 Lei 9.433 Criação da ANEEL Política Nacional de Recursos Hídricos Lei 9.074 Lei 9.478 Concessão de Serviços de Energia Elétrica CNPE e ANP Decreto 2.335 Regimento Interno da ANEEL Implantação da ANEEL 1998 1999 2002 2003 2004 Lei 9.648 Lei 9.984 Lei 10.438 Lei 10.762 Dec. 4.970 MAE e ONS ANA Expansão da oferta, RTE, baixa renda e universalização dos serviços Programa Emergencial Aproveitamento ótimo Dec. 4932 Lei 10.847 Cria a EPE Delega à ANEEL o Poder Concedente Lei 10.848 Lei 10.433 Cria o MAE Lei 10.604 Modelo Institucional Lei 10.871 RH das Agências Tarifa Baixa Renda PL nº 3.337 Gestão das agências Dec. 5.163 Comercialização e Outorga Participação da sociedade no processo regulatório • Agências Estaduais conveniadas (13) –Descentralização (ouvidoria e fiscalização) • Conselho de Consumidores (64) • Relacionamento com o Congresso Nacional (70 audiências públicas, reuniões técnicas e seminários) • Apoio técnico às organizações de defesa do consumidor e aos sindicatos dos empregados das concessionárias • Ouvidoria – 0800 727 2010 • Pesquisas de opinião • Reuniões públicas da diretoria a partir de 4.10.2004 • Audiências e consultas públicas – 150 • Audiência pública prévia à fiscalização – out/2004 Participação da sociedade no processo regulatório Audiências Públicas • Democratização do processo regulatório • Transparência • Publicidade • Preparação prévia dos Conselhos de Consumidores e outras entidades – necessidade de aprimoramento • Realizadas localmente e por teleconferência • Divulgação de resultados - aperfeiçoar Procedimentos Administrativos e decisórios da ANEEL • Regulamentos próprios com base na Lei nº 9.784/99 – Resoluções 233/98 e 318/98 revogada pela Res. 63/04 • Norma interna de instrução processual • Termo de Ajuste de Conduta – TAC (Res. 63/04) • Processo Decisório • Decisão - Diretoria em regime de Colegiado • Diretor Relator (sorteio) - Embasamento Técnico e Jurídico ( Fato e Direito) • Ampla Defesa – recurso com ou sem efeito suspensivo • Instância Administrativa Final • Clareza, Transparência e Publicidade dos Atos • Direitos e Deveres dos interessados Controles sobre a ANEEL Subcomissão da CFC do Senado • Congresso Nacional Audiências Públicas (~60) Requerimentos de Informações Tribunal de Contas da União • Poder Judiciário (revisão dos atos) • Ministério Público Secretaria Federal de Controle Interno • Poder Executivo Contrato de Gestão (sem eficácia) Cumprimento de metas do PPA • Controle Social (sociedade civil organizada) Avanços na Regulação 1998-2004 • Fortalecimento dos PIE – estruturação das licitações, celebração dos contratos de concessão, regras estabelecidas, etc • Benefícios às fontes renováveis • Relações de consumo – consumidores e distribuidoras • Contrato de Adesão – direito e deveres dos consumidores • Regulamentação da transmissão – livre acesso • Baixa Renda – 17 milhões de consumidores • Universalização Avanços na Regulação 1998-2004 • Revisão Tarifária transparente • Balanço Social das concessionárias • Gestão da Compensação Financeira • Limite de concentração de mercado • Regulamentação do consumidor livre • Eficiência energética e programas de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) • Uso de Recursos da CCC – fontes renováveis e gás natural em substituição ao diesel em sistemas isolados • Regulamentação do PROINFA Avanços na Regulação 1998-2004 • Cooperativas de eletrificação rural • Benefícios ao consumidor rural • Metas de qualidade para a prestação dos serviços das concessionárias • Regras para as centrais de teleatendimento • Criação do IASC Ações da ANEEL Reestruturação Setorial • Convenção, regras e procedimentos de comercialização • Transição MAE/CCEE • Lastro físico associada à energia assegurada • Geração distribuída • Leilões para a compra de energia • Consumidor Livre, inclusive de fontes incentivadas Ações da ANEEL Reestruturação Setorial • Elaboração do modelo do CCEAR e do edital (Contrato de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado) • Desverticalização – estabelecer regra geral • Redes particulares • Segregação dos contratos dos consumidores potencialmente livres • Tratamento dos consumidores inadimplentes • Leilões de energia velha e a proveniente de novos empreendimentos Questões Relevantes sobre a Geração • Estudos de inventários, viabilidade e projetos básicos repassados ao MME • Clara definição dos papéis do MME e da ANEEL nas outorgas de concessão e autorização • Viabilidade e licenciamento ambiental • Retomada dos leilões de novos empreendimentos • Gás Natural para as UTEs Questões Relevantes sobre a Geração • Reavaliação da TUSD • Fiscalização do repasse do valor da energia livre pelas distribuidoras às geradoras • Descontos de uso das redes elétricas para as fontes alternativas • Sinal locacional no uso da transmissão – metodologia a ser estabelecida pelo MME • Incentivo à eficiência de usinas participantes do MRE Questões Relevantes Leilões de Transmissão • Leilão de 30.09.2004 • 12 LTs (2.800 km) e 6 SEs Investimentos – R$ 2,1 bilhões • Estados: MT, MG, GO, PR, PA, RJ, CE, PB, MS, SP e SC • Empresas pré-qualificadas com garantias - 25 • Leilão de 18.11.2004 • 2 LTs – 1.000 km • Investimentos – R$ 1,1 bilhão • Estados – SC, MG, PI e TO Indicadores Relevantes Leilões Realizados 54 **** LTs * (35) 34 Benefícios Sucessos UHEs (59) Em Operação Leilões (1998/2003) Investimentos Totais 5 R$ 18 bilhões 12.159 MW 2.150 UBP/anual MW ~R$ 292 Mi 1*** R$ 6,7 bilhões 9.804 Km 4.268 Deságio ** Km ~1.727 Km * 46 linhas autorizadas – 4.020 km (sendo 2.884 em operação) ** Para linhas em 230 kV (ou 1.074 km para linhas em 500 kV) *** LT Ouro Preto-Vitória (autorizada à FURNAS) **** Das 54 UHEs licitadas, 26 apresentam problemas ambientais/demandas judiciais Acréscimo Anual da Geração (1990 – 2003) 5.000 4.618 Potência (MW) 4.500 4.000 ANEEL 3.500 (dez/1997) 3.000 4.262 2.929 2.828 2.500 2.506 2.327 2.000 1.500 925 1.000 1.091 908 1.173 1.218 3.993 1.407 1.106 500 0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 Média 90/94: 1.063 MW 1996 1997 1998 Média 95/99: 2.119 MW 1999 2000 2001 2002 Média 00/03: 3.850 MW Previsão para entrada em operação em 2004 (14.796 MW) 2.473 MW Entrou em operação 2.314 MW Sem Restrições 3.968 MW Com Restrições 2003 6.041 MW Graves Restrições Situação dos Empreendimentos de Geração (setembro/2004) Graves Restrições Com Restrições Sem Restrições Entrou em operação em 2004 18.000 14.796 Capacidade (MW) 14.000 12.000 12.334 6.041 40% 1.377 10.000 8.878 8.000 3.968 27% 3.682 6.000 4.000 2.314 16% 8.043 3.930 2.193 1.307 2.289 2.000 2.473 17% 3.001 2.934 2.337 285 1.048 1.242 0 2004 2005 2006 2007 2008 Dados atualizados em 15/09/2004 (excluindo-se os 2.005 MW das térmicas emergenciais) Rede Básica de Transmissão (Acréscimo Anual em km) Acréscimo de LTs (km) 5.000 4.980 ANEEL 4.500 4.000 3.500 3.077 3.000 2.500 2.437 2.047 2.000 2.080 1.500 1.150 1.000 916 707 500 0 648 623 20 861 623 109 1990 1991 1992 1993 1994 Média 90/94: 686 km 1995 1996 1997 1998 1999 Média 95/99: 1.505 km 2000 2001 Sem Restrições 3.134 km 2005 Sem Restrições 2003 Média 00/03: 1.530 km Previsão para entrada em operação 2004 2002 738 km IASC 100 50 40 30 20 73,00 Referência Mundial 60 64,51 63,63 63,22 70 62,81 80 74,37 90 Melhor IASC no Brasil Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo 2000-2003 2000 2001 2002 2003 10 0 Brasil Referências IASC – considerado no redutor do IGP-M na Revisão Tarifária Qualidade do Serviço 1996-2003 Melhoria DEC (1996/2003): 37% Melhoria FEC (1996/2003): 41% 25 30 21,91 21,68 26,09 19,88 20 15 25 17,59 15,29 14,56 14,84 27,19 24,05 19,85 20 12,96 17,44 16,57 18,07 16,44 15 10 10 5 5 0 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Dificuldades Enfrentadas PL 3.337/04 sobre as Agências Reguladoras • Não assegura autonomia e independência • Contrato de Gestão e de Desempenho provoca o contingenciamento • Ouvidoria descaracterizada • Minutas de regulamento submetidas aos órgãos de defesa da concorrência • Apoio técnico da ANEEL ao MME – cria subordinação hierárquica (departamentaliza a Agência) • Congresso Nacional é o espaço democrático adequado para o controle das Agências Reguladoras Dificuldades Enfrentadas • • • • • • • • • Contingenciamento orçamentário e financeiro Quadro de pessoal temporário Plano de carreiras inadequado Marco legal incompleto Falta de clareza sobre papéis institucionais do setor Assimetria de informações Descentralização não completada Perda de pessoal para os regulados Controles externos superpostos Desafios do Regulador • Conquista da independência e da autonomia • Regular o funcionamento do novo modelo • Quadro de pessoal próprio especializado com remuneração adequada • Disseminação da cultura da regulação • Ampliar a participação da sociedade, os mecanismos de transparência e reduzir a assimetria de informações • Clara delimitação das fronteiras entre Agência, Governo e Mercado • Ampliar a descentralização • Ser reconhecido como instituição de Estado que atende ao interesse público Informações adicionais www.aneel.gov.br 0800 – 727 – 2010 Fax: (61) 426-5839 [email protected]