Fundamentos de Gestão da Qualidade e Produtividade Mauri Gerhardt – Consultor Organizacional O que é Qualidade ? O que é Qualidade ? Segundo Campos (1999), a qualidade de um produto ou serviço é medida pela satisfação total do consumidor. O conceito está sempre num equilíbrio entre fatores: qualidade intrínseca do produto ou serviço, custo e atendimento (quantidade, local e hora certos), não bastando atender apenas um destes fatores. Segundo W. Edwards Deming (1990), qualidade não significa perfeição, mas a produção eficiente com qualidade, de acordo com a expectativa do mercado. O que é Qualidade ? Segundo Joseph M. Juran (1990), qualidade é adequação ao uso ou à utilidade. Segundo Armand V. Feigenbaum (1994), qualidade é a totalidade das características do produto e serviço, em marketing, engenharia, produção e manutenção, através das quais o produto e o serviço usados irão ao encontro das expectativas do consumidor. Segundo Ishikawa (1993), qualidade é a rápida percepção e satisfação das necessidades do mercado, adequação ao uso dos produtos e homogeneidade dos resultados do processo (baixa variabilidade). O que é Qualidade ? Segundo Taguchi (1990), a qualidade de um certo produto é determinada pelos impactos econômicos impostos à sociedade, a partir do momento em que ele é liberado para venda. Segundo Philip Crosby (2001), qualidade é conformidade com as especificações de projeto. Segundo a norma IS0 9000 (2000), qualidade é o grau no qual um conjunto de características inerentes satisfaz as necessidades ou expectativas dos clientes. Estas características podem ser físicas, sensoriais, comportamentais, temporais, ergonômicas e funcionais. Medindo a satisfação do cliente Aprenda com o jardineiro Nos Estados Unidos, a maioria das residências tem por tradição em sua frente um lindo gramado e, diversos jardineiros autônomos para fazer aparos nestes jardins. Um dia, um executivo de marketing de uma grande empresa dos Estados Unidos contratou um desses jardineiros. Chegando em sua casa, o executivo viu que estava contratando um garoto de apenas 13 anos de idade, mas como já estava contratado, ele pediu para que o garoto executasse o serviço. Quando já havia terminado, solicitou ao executivo a permissão para utilizar o telefone, no que foi prontamente atendido. Contudo, o executivo, muito curioso, não pôde deixar de ouvir a conversa na extensão. O garoto havia ligado para uma senhora e perguntara: - A Senhora está precisando de um jardineiro? - Não. Eu já tenho um, respondeu. - Mas além de aparar, eu também tiro o lixo. - Isso o meu jardineiro também faz. - Eu limpo e lubrifico todas as ferramentas no final do serviço, disse ele. - Mas o meu jardineiro também o faz. - Eu faço a programação de atendimento o mais rápido possível. - Não, o meu jardineiro também me atende prontamente. - O meu preço é um dos melhores. - Não, muito obrigada! O preço do meu jardineiro também é muito bom. Desligando o telefone, o executivo lhe disse: - Meu rapaz, você perdeu um cliente. - Não, respondeu o garoto. Eu sou o jardineiro dela. Eu apenas estava medindo o quanto ela estava satisfeita. O cliente é o rei Clientes e reclamações ... Esta é a moral de uma história que está circulando de boca em boca entre os principais especialistas norte-americanos em atendimento ao cliente. Parece louco mas não é! A história, ou "causo", como está sendo batizada aqui no Brasil, começa quando o gerente da divisão de carros Pontiac, da General Motors dos Estados Unidos, recebeu uma curiosa carta de reclamação de um cliente. Eis o que ele escreveu: "Esta é a segunda vez que mando uma carta para vocês e não os culpo por não me responder. Eu posso parecer louco, mas o fato é que nós temos uma tradição em nossa família, que é a de comer sorvete depois do jantar. Repetimos este hábito todas as noites, variando apenas o tipo do sorvete, e eu sou o encarregado de ir comprá-lo. Recentemente comprei um novo Pontiac e desde então minhas idas à sorveteria se transformaram num problema. Sempre que eu compro sorvete de baunilha, quando volto da loja para casa, o carro não funciona. Se compro qualquer outro tipo de sorvete, o carro funciona normalmente. Os senhores devem achar que eu estou realmente louco, mas não importa o quão tola possa parecer a minha reclamação. O fato é que estou muito irritado com o meu Pontiac modelo 99." A carta gerou tantas piadas do pessoal da Pontiac que o presidente da empresa acabou recebendo uma cópia da reclamação. Ele resolveu levar o assunto a sério e mandou um engenheiro conversar com o autor da carta. O funcionário e o reclamante, um senhor bem-sucedido na vida e dono de vários carros, foram juntos à sorveteria no fatídico Pontiac. O engenheiro sugeriu sabor baunilha para testar a reclamação e o carro efetivamente não funcionou. O funcionário da General Motors voltou nos dias seguintes, à mesma hora, fez o mesmo trajeto, no mesmo carro, e só variou o sabor do sorvete. Mais uma vez, o carro só não pegava na volta, quando o sabor escolhido era baunilha. O problema acabou virando uma obsessão para o engenheiro, que passou a fazer experiências diárias anotando todos os detalhes possíveis e depois de duas semanas chegou à primeira grande descoberta. Quando escolhia baunilha, o comprador gastava menos tempo porque este tipo de sorvete estava bem na frente. Examinando o carro, o engenheiro fez nova descoberta : como o tempo de compra era muito mais reduzido no caso da baunilha em comparação com o tempo dos outros sabores, o motor não chegava a esfriar. Com isso os vapores de combustível não se dissipavam, impedindo que a nova partida fosse instantânea. A partir desse episódio, a Pontiac mudou o sistema de alimentação de combustível e introduziu a alteração em todos os modelos a partir da linha 99. Mais do que isso, o autor da reclamação ganhou um carro novo, além da reforma do que não pegava com sorvete de baunilha. A General Motors distribuiu também um memorando interno exigindo que seus funcionários levem a sério até as reclamações mais estapafúrdias, "porque pode ser que uma grande inovação esteja por trás de um sorvete de baunilha", diz a carta da GM. ... o cliente sempre tem razão.... O que é Produtividade ? Faturamento Produtividade valor agregado Custos Reduzir custos ou Gerenciar custos Reduzir custos : significa reduzir pessoas, matériaprima, reduzir consumo de energia, entre outros, e pode ter como efeito redução da quantidade produzida; via de regra, prejudica a Qualidade dos P & S e a motivação das pessoas, se não for feito com critérios. A Visão Reducionista é a pior possível. Gerenciar custos : significa melhorar os recursos, ou seja, fazer mais produtos com os mesmos recursos. Por quê não pensar em crescer, expandir ? O Desempenho dos Equipamentos e o Processo Gerencial Autoridade Responsabilidade Metas (Meios) Informações Matérias-prima Pessoas (Fins) Resultados Fornecedores Condições Procedimentos Ambientais Objetivo da Manutenção Equipamentos e instalações mantidos dentro das suas melhores condições operacionais a um custo global otimizado. Equipamentos Itens de Verificação dos Equipamentos •Taxa de Utilização •Número de Paradas •Tempo de Interrupção •Custo de Manutenção •Disponibilidade Itens de Controle •Qualidade •Custo •Entrega •Moral •Segurança Satisfação das Pessoas (clientes) Lucro Sobrevivência Ter alta produção não é sinônimo de ter alta produtividade “A Melhoramentos Papéis tinha diante de si o desafio de reduzir custos, especialmente das linhas de papéis higiênicos e toalhas, como única forma de se manter num mercado cada vez mais competitivo. O problema é que esta linha de produtos é de baixo valor agregado e alto volume, fazendo com que a participação do transporte no custo final fosse significativa....“ (BREJON, abr/2000) O que é ser competitivo ? Competividade = Qualidade + Produtividade + Inovação O que é sobrevivência ? Qual é o significado da palavra Sobrevivência ? Sobrevivência tem um sentido mais amplo que subsistência. As empresas que consomem todos os seus lucros, sem investimento, ficam paralisadas no tempo. Os riscos dessa paralisação são que elas não terão tempo de se reestruturar e poderão atuar em um mercado restrito ou mesmo fechar suas portas. Uma empresa para constantes mudanças deve investir em: colaboradores, equipamentos, produtos, processos e novas tecnologias. sobreviver em um mercado em Qual é o objetivo das empresas ? OBJETIVO PRINCIPAL DAS EMPRESAS QUE TÊM GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Objetivo principal Satisfação das pessoas Quais são estas pessoas? Consumidores Empregados Acionistas Fornecedores Vizinhos Quais são os meios? Qualidade do produto, preço acessível, bom atendimento. Boas condições de trabalho, salário digno, valorização como pessoa . Produtividade (lucros), menor risco nos investimentos. Parcerias, desenvolvimento de produtos em conjunto. Contribuição social, incentivo à cultura, não poluir. OBJETIVO PRINCIPAL NA VISÃO DA ISO 9001 versão 2000 Toda organização tem partes interessadas, tendo cada parte necessidades e expectativas. As partes interessadas das organização incluem : • clientes e usuários finais • pessoas na organização • proprietários/investidores • fornecedores • Sociedade na figura da comunidade e do público atingido pela organização ou seus produtos Qual é o sistema ? Sistema da Qualidade O que é Enfoque Sistêmico ? Enfoque Sistêmico “Em uma orquestra : um toca violino; outro, oboé; alguns, flauta; uns poucos, fagote. O resultado tem que ser música, cuja harmonia e ritmo são da alçada do maestro, que segue a partitura, mas não sem dar à obra um toque pessoal” É uma visão Holística Enfoque Sistêmico De acordo com a IS0 9000:2000, a alta direção deve conduzir uma gestão com abordagem sistêmica de modo a : identificar, entender e gerenciar os processos inter-relacionados como um sistema de tal forma a contribuir com a eficácia (qualidade = acertar o alvo) e eficiência (produtividade) da organização no sentido desta atingir os seus objetivos. Segundo Silveira (2000), o Enfoque Sistêmico pode ser definido como aquele que procura entender as interações que existem entre os vários elementos de um sistema. O enfoque sistêmico pode ser comparado ao “sistema” do corpo humano, no qual uma parte afeta ao todo e o todo afeta as partes. Falta de enfoque sistêmico Como o Depto. de Vendas pediu Como foi fabricado Como o Depto. de Marketing requisitou Como o Depto. de Engenharia projetou Como foi instalado O que o cliente queria O que é processo ? Informações Matéria-prima Pessoas Resultado Condições Equipamentos Procedimentos Ambientais Para a norma IS0 9000 (2000), a identificação sistemática e a gestão dos processos empregados na organização e, particularmente, as interações entre tais processos, são conhecidas como “Abordagem por Processos”. Melhoria contínua do sistema de Gestão da Qualidade 5 - Responsabilidade da Direção Clientes Requisitos 6- Gestão de recursos 8 -Medições, análise e melhoria 7 - Realização do Produto Entrada Saída 4 - Sistema de gestão da qualidade Clientes Satisfação Estratégia Modelo de Porter (1992) Novas empresas Fornecedor Rivalidade entre as empresas existentes Produtos substitutos Clientes Qualidade é uma questão estratégica ? A questão estratégica da gestão da qualidade A gestão da qualidade proporciona proteção contra a: (a) Concorrência direta (empresas já estabelecidas) : devido à lealdade dos consumidores com relação à marca e à alta qualidade dos produtos/serviços. (b) Consumidores : devido à alta qualidade (atendimento das necessidades e expectativas) e preços acessíveis, gerando lealdade dos consumidores. (c) Novas empresas que desejam entrar : pela lealdade à marca e à tradição de produzir produtos de alta qualidade. A questão estratégica da gestão da qualidade (d) Fornecedores: devido ao processo de parceria, os fornecedores passam a ser parceiros (desenvolvimento em conjunto de produtos, redução de custos, acessórios, etc.) e não mais concorrentes (visão tradicional). (e) Produto substituto (alternativo) devido à alta qualidade e preço acessível. Como o preço já é acessível, o produto substituto passa a não ter influência. O que é TQC ? TQC - Controle da Qualidade Total é um sistema de gestão da qualidade e produtividade, que visa levar e manter a empresa na vanguarda do mercado mundial, ou seja, sempre à frente dos concorrentes, garantindo, assim, sua sobrevivência, num processo contínuo e dinâmico de desenvolvimento e crescimento sob todos os aspectos: sociais, tecnológicos e econômicos. Por que o TQC necessita de, no mínimo, 5 anos para ser implantado? A gestão da qualidade e produtividade é um sistema baseado numa mudança de paradigmas, ou seja, em uma mudança comportamental. Para que essa mudança ocorra realmente é necessário romper com crenças e valores arraigados nos sistemas tradicionais (dentro os quais: visão de curto prazo – lucro imediato; fornecedor como rival; os funcionários como um grande peso para a empresa; o cliente é um incômodo – vive reclamando). Como nenhuma pessoa consegue mudar seu comportamento de um momento para outro, é necessário um constante processo de pequenas mudanças. Roteiro de implementação do TQC Segundo Miyauchi Roteiro de implementação do TQC ALTA ADMINISTRAÇÃO Sobrevivência Crenças Melhorar continuamente Visão Rompimento (quebrar paradigmas) 1 Estratégia Política e Objetivo (Longo, Médio e Anual) Compromisso com o TQC Mudar maneira de pensar de todos os empregados Educação e treinamento Melhorar constituição da empresa Conceitos do TQC Implementação do TQC O que significa Kaizen? Kaizen significa melhorias contínuas sem gastos Exemplo de um caso real: nas atividades de embalagens dos motores elétricos da WEG, em Jaraguá do Sul – SC, um colaborador sugeriu colocar os motores de exportação dentro de embalagens plásticas. Esta sugestão reduziu o consumo de madeira utilizada na embalagem e a incidência de corrosão nos motores. Os investimentos foram mínimos e os ganhos foram enormes. O que significa Kairyo ? Melhorias contínuas com gastos – investimentos. Significa melhorias Exemplo: bancos como Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, entre outros, investiram valores altos na compra de caixas eletrônicos para a melhoria da qualidade e produtividade. Exemplo: uma empresa trocou quatro funcionários que faziam uma atividade manual por equipamentos automatizados, a fim de reduzir o tempo de fabricação e melhorar a qualidade final do produto. Grupo e Equipe Grupo x Equipe A palavra Grupo refere-se a um aglomerado de pessoas com um objetivo comum, mas que não interagem entre si; enquanto Equipe refere-se a um aglomerado de pessoas com objetivo comum e que interagem entre si. Diferença entre Grupo e Equipe Grupo Equipe Liderança claramente individualizada Liderança compartilhada entre os membros Responsabilidade individual Responsabilidade individual e compartilhada Propósito semelhante à missão Propósito específico auto-assumido pela equipe institucional Resultados do trabalho individual Resultados do trabalho coletivo Ênfase na eficiência das reuniões Ênfase no estimulo à discussão aberta e às reuniões efetivas de resolução de problemas Eficácia medida indiretamente, Desempenho medido diretamente, por meio da através de sua influência sobre outros avaliação de resultado coletivo Discussão, decisão e delegação Discussão, decisão e execução do trabalho em conjunto Delegação Delegação “Delegar significa colocar o poder de decisão o mais próximo possível de onde ocorre a ação...” (SEBRAE, 1994) “É definido como dar poder e autoridade a uma pessoa para atuar como representante de outra. Durante o processo, os membros da equipe recebem uma tarefa ou encargo. Recebem autoridade para realizar a tarefa e assumem a responsabilidade para a sua conclusão” (NELSON, 1991) “Delegação pode ser definida como atribuição, a outra pessoa, de autoridade formal e de responsabilidade pela execução de atividades especificas” Regras para Delegação (a) Não delegue as tarefas ruins, preservando as boas para si mesmo; (b) Divida o poder com os colaboradores; (c) Conheça bem os colaboradores; (d) Caso delegue tarefas que não constem da rotina de trabalho do colaborador, explique a ele muito bem o porquê; (e) Delegue tarefas, de forma equilibrada, entre todos os colaboradores; (f) Delegue a tarefa, acompanhe-a para ter certeza de que foi executada adequadamente, mas tome cuidado para não “super supervisionar”; (g) Delegue somente o que tiver segurança de que o colaborador é capaz de realizar Regras para Delegação (h) Todos devem saber as responsabilidades definidas para cada um; (i) Delegue de maneira que o colaborador receba instruções somente de uma pessoa e preste constas somente a ela; (j) Defenda seu colaborador quando a autoridade que você atribuiu a ele for questionada; (k) Deixe bem claras as questões sobre as quais os subordinados devem decidir e delegue as decisões até o menor nível hierárquico possível; (l) Delegue com consciência. Não superestime nem subestime os colaboradores; (m) Delegue somente tarefas que os colaboradores possam realizar até o fim. Garanta o tempo necessário para a realização; (SEBRAE, 1994) Regras para Delegação (n) Na hora de delegar, insista na comunicação clara e precisa; (o) Valorize o bom desempenho dos colaboradores; (p) Incentive os colaboradores a fazer perguntas sobre as tarefas a eles delegadas, de forma a esclarece-las; (q) Esteja certo de que uma tarefa delegada possa ser realizada. Tarefas impossíveis desmotivam; (r) Explique a importância da delegação e a importância das tarefas delegadas; (s) Aprenda a conviver com resultados de trabalhos diferentes daqueles que você obteria se realizasse pessoalmente a tarefa. Duas pessoas realizam o mesmo trabalho de forma diferente; (t) Evite delegar tarefas de sua exclusiva responsabilidade e de seu exclusivo interesse, de ordem pessoal ou privada, triviais ou mesquinhas; Divisão de responsabilidades Divisão de responsabilidades Presidente Gerentes Tomada de Decisão Atividades Administrativas Supervisores Operadores Atividades Operacionais Tempo dedicado “Grande parte dos problemas de uma empresa (de 80 a 85 %) são de responsabilidade gerencial e somente uma pequena parte (de 20 a 15%) são de responsabilidade da área operacional” Pró-atividade PRÓ-ATIVIDADE Álvaro trabalhava em uma empresa. Funcionário sério, dedicado, cumpridor de suas obrigações e, por isso mesmo já esta com seus 20 anos de empresa. Um belo dia, ele vai ao dono da empresa para fazer uma reclamação: - Meu patrão, eu tenho trabalhado durante estes 20 anos em sua empresa com toda a dedicação, só que me sinto um tanto injustiçado. O Juca, que está conosco a somente três anos, está ganhando mais do que eu. “O patrão, fingindo não ter ouvido disse”: - Foi bom você vir aqui. Tenho um problema para resolver e você poderá fazê-lo. Estou querendo dar frutas como sobremesa ao nosso pessoal após o almoço hoje. Aqui na esquina tem uma barraca. Vá até lá e verifique se eles tem abacaxi. - Álvaro, sem entender direito, saiu da sala e foi cumprir a missão. Em cinco minutos estava de volta. E aí Álvaro - perguntou o patrão. - Verifiquei como o senhor mandou. O moço tem abacaxi. - E quanto custa ? - Isso eu não perguntei não. - Eles têm quantidade suficiente para atender a todos os funcionários ? Quis saber o patrão. - Também não perguntei isso não. - Há alguma outra fruta que posso substituir o abacaxi ? - Não sei não... - Muito bem Álvaro. Sente-se ali naquela cadeira e me aguarde um pouco. O patrão pegou o telefone e mandou chamar o Juca. Deu a ele a mesma orientação que dera ao Álvaro. Em oito minutos, o Juca voltou. - E então ? indagou o patrão. - Eles têm abacaxi sim. Em quantidade suficiente para todo o nosso pessoal e se o senhor preferir, tem também laranja, banana, melão e mamão. O abacaxi estão vendendo a R$ 1,50 cada; a banana e o mamão a R$ 1,00 o quilo; o melão R$ 1,20 a unidade e a laranja a R$ 20,00 o cento, já descascada. Mas como eu disse que a compra seria em grande quantidade, eles me concederão um desconto de 15%. Deixei reservado. Conforme o senhor decidir, volto lá e confirmo - explicou Juca. - Agradecendo pelas informações, o patrão dispensou-o. Voltouse para o Álvaro, que permaneceu sentado ao seu lado e perguntou-lhe: - Álvaro, o que foi que você estava mesmo me dizendo ? - Nada sério não patrão. Esqueça. Com sua licença. E o Álvaro deixou a sala. PRÓ-ATIVIDADE!!!!. Liderança Liderança Denomina-se Liderança a capacidade dos gestores influenciarem seus colaboradores de modo a fazer com que os resultados aconteçam. O líder busca mobilizar, motivar, debater e transmitir as informações aos colaboradores, por meio do consenso e das orientações. Para a IS0 9000 (2000), “os líderes devem estabelecer a unidade de propósito e o rumo da organização. Convém que eles criem e mantenham um ambiente interno, no qual as pessoas possam estar totalmente envolvidas no propósito de atingir os objetivos da organização “ Gestão Tradicional x Gestão pela Qualidade Total Autoridade Postura Responsabilidade Foco de ação Tomada de decisão Gestão Tradicional O gerente é visto como o chefe, a encarnação da autoridade Encarna a figura de um burocrata, apegado a regras e a regulamentos, com a visão voltada para dentro da organização Julga-se o único responsável pelo setor. Quando as coisas vão bem atribui a si os méritos. Caso contrário, sai em busca de um “culpado” Voltado para o superior hierárquico a quem julga ser o “cliente” É sempre aquele que decide, que dá a última palavra, o “o dono do poder” Gestão pela Qualidade Total Visto como líder/facilitador, aquele que faz com que as coisas aconteçam Identifica-se com a figura de empreendedor, que se preocupa com a inovação. Possui sempre projetos em desenvolvimento Tem a visão de que o trabalho é feito em equipe. Por isso compartilha com os colaboradores as responsabilidades pelos resultados alcançados. Voltado para o cliente, interno e externo. Tem consciência de ser um “fornecedor” da equipe Acredita-se na decisão por consenso. Facilita a decisão do grupo. Não impõe sua opinião. Cadeia Cliente- Julga-se o cliente. Acha que Fornecedor todos os subordinados devem trabalhar em função dele. Comunicação Centraliza as informações que possam pelo setor. Funciona como censor, divulga aquilo que julga que a equipe não deve receber. Negociação Entende que, como gerente, tem sempre que ganhar algo, mesmo que para isso alguém perca, ainda que seja alguém de sua equipe. Delegação Centraliza poder o mais que pode. Vive em dilema se deve abrir mão de parte desse poder aos subordinados, pois nunca os julga preparados. Substituto Vê os subordinados como ameaças. Julga estratégico esconder informações que considera fundamentais para torná-lo imprescindível. Informação Julga ser a pessoa que deve receber toda e qualquer informação na empresa. Vê-se como fornecedor. Preocupa-se com a equipe e procura supri-la do que necessita Dissemina todas as informações que recebe. Municia sua equipe com dados e informações sobre os resultados obtidos Procura estabelecer uma relação ganha-ganha entre os membros da equipe. Acredita que todos precisam ganhar. Delega poder aos colaboradores. Possui um programa de capacitação, para que todos estejam aptos a assumir desafios Sabe que sem formar substitutos dificilmente poderá ascender a posto mais alto. Na equipe, sempre existem pessoas aptas a lhe substituir. Monitora as informações necessárias à sua área de trabalho. Competência Educação Treinamento COMPETÊNCIA Para a IS0 9000 (2000), competência é a capacidade demonstrada para aplicar conhecimentos e habilidades. Para AUR (apud MEC, 2000), as competências são a capacidade de articular, mobilizar e colocar em ação valores, conhecimentos e habilidades necessários para o desempenho eficiente e eficaz das atividades requeridas pela natureza do trabalho. Importante ressaltar que as competências envolvem três componentes : os conhecimentos, as habilidades, os valores e as atitudes. Em outras palavras, podemos dizer que as competências englobam o saber (as informações, ou seja, os conteúdos envolvidos); o saber fazer e o saber ser. EDUCAÇÃO Educação : são valores e atitudes, ou seja, capacidade de decisão, de criatividade e de criticidade; julgamento a partir de referenciais éticos, estéticos e políticos. Exemplo : para o caso do instrutor e aluno em uma auto-escola, educação é difundir valores de respeito e obediência as regras de trânsito (respeito à sinalização, respeito ao pedestre, etc.) TREINAMENTO Treinamento : é o desenvolvimento das habilidades para exercer determinada tarefa (saber fazer), ou seja, as habilidades psicomotoras. Exemplo : um instrutor desenvolve a habilidade de um aluno de dirigir um carro e este processo é conseguido com várias repetições até o aluno consiga desempenhar esta tarefa eficazmente e eficientemente. TREINAMENTO Afastar o Medo Afastar o Medo Na gestão da qualidade e produtividade, existe a necessidade de participação de todas as pessoas, em todos os níveis hierárquicos, em atividades de gestão da qualidade e da produtividade. Para que haja essa participação é necessário romper com o paradigma do medo. Medo de críticas, de expor as falhas e ser punido. Um funcionário só será criativo na solução de problemas, quando dermos oportunidade e liberdade de expor suas idéias e falhas em seu processo. Para a IS0 9000 (2000), as “pessoas de todos os níveis são a essência de uma organização, e seu total envolvimento possibilita que as suas habilidades sejam usadas para o benefício da organização” Afaste o medo que não permite ao empregado o direito de ter orgulho do seu trabalho. GÊNIO PENSANDO! Deve-se remover o medo entre os operadores e o direito de eles terem orgulho do seu trabalho. Além disso, é fundamental reconhecer seu bom desempenho. O que são barreiras departamentais ? Eliminar as Barreiras Departamentais Efeito Iceberg Efeito Iceberg Empresa Serrote e Empresa Escada Empresa Serrote Empresa Escada Empatia As canetas Mont Blanc, objeto do desejo dos colecionadores e usuários de canetas sofisticadas, cujo nome é de um monte suíço, são fabricadas de forma artesanal por uma empresa alemã, desde 1906. A empresa oferece garantia de seus produtos para toda a vida, em caso de defeitos de fabricação. Parece óbvio que a Mont Blanc está no Negocio de Canetas. Mas já sabemos que o cliente não compra o produto e sim o beneficio. Se a maneira correta para definir o Negocio é pensar como o cliente, quem compra uma Mont Blanc não está comprando uma caneta. O cliente quando aceita pagar o preço para ter uma Mont Blanc, espera muito mais do que poder escrever. Espera que o produto, além de uma performance excelente, crie para ele uma imagem de pessoa de bom gosto, sofisticada e que valoriza o que escreve. Esta percepção levou a empresa a ter novo entendimento do seu Negocio de canetas, mas, sim, no Negocio de Escrever com Arte. Esta definição do Negócio , centrada no beneficio, foi tão forte, que levou a empresa a expandir sua atuação. Encontramos agora a marca Mont Blanc em diversos acessórios, tais como pasta, abotoaduras, prendedores de gravata, óculos, relógios etc., todos voltados ao novo Negócio que é: “Escrevendo sua vida com arte”. Em tempo, em janeiro de 2001, o portfólio da empresa superava 300 itens. A expectativa era que os perfumes Mont Blanc chegassem ao mercado também em 2001. E chegaram. Outro lançamento esperado eram as bolsas femininas, sempre pretas, que iriam concorrer com as bolsas Louis Vuitton. Um dos diferenciais competitivos das bolsas Mont Blanc seria a famosa estrelinha branca, que, presa em sua alça, identificaria a marca e o seu Glamour. E aconteceu.... Com certeza esse pessoal sabe o que está fazendo... Do livro “Construindo Estratégias para Vencer!” de Paulo de Vasconcellos Filho e Dernizo Pagnonvelli. Método Gerencial Ciclo PDCA Ciclo PDCA P - Planejar: definir (a) as metas que se pretende atingir e (b) os meios a serem usados para atingi-las. D - Executar: (a) preparar as condições para executar o trabalho, educando e treinando as pessoas envolvidas, assegurando que elas possuam as informações e competências necessárias, para, então (b), executar o trabalho conforme planejado. Ciclo PDCA C - Verificar: avaliar o trabalho realizado, (a) durante a execução, verificando os processos e métodos utilizados e (b) à medida que os resultados vão sendo obtidos, através de sua avaliação e comparação aos objetivos visados. A - Atuar: agir sobre o sistema organizacional de modo a estimular os comportamentos que contribuem para o desempenho e eliminar os fatores que prejudicam o desempenho. RELATÓRIO DE FALHA Investigação das causa fundamentais Ações corretivas Perdas Descrição da Falha Local: Data da Detecção: Hora da Detecção: Equipamento/Instalação: Componente/Conjunto: Data da Última Troca/Reparo: Intervalo Padrão de Troca/Reparo: Descrição da Falha: Detectada por: Setor: Tempo de parada da produção: Perdas de produção: Acidentes com pessoas: Descrição do Reparo: Tempo de Reparo: Causas Fundamentais: Turno: Homens/Hora: Continuação Quem Quando Onde Como Diversos Ação de bloqueio O Que Elaborado por: Revisado por: Revisado por: Supervisor: Chefe: Data: Data: Data: Gerente: Por que Método 5W 2H 5W2H What? 4QPOC O Quê? Why? Por quê? Who? Quem? When? Quando? Where? Onde? How? Como? How Much Cost? Quanto custa ou quanto em receita ? Objetivo Definição de ações para atingir determinado objetivo Definição o valor agregado na ação Definição de responsabilidades Definição do momento de execução ou término da ação Definição do local da execução da ação Definir em detalhes as ações da execução Definição dos custos da ação Perguntas que devem ser feitas ? O que deve ser feito? O Que é isso? O que aconteceu? Porque isso acontece? Porque isso deve ser feito? Porque está errado? Porque a falha aconteceu? Quem fez? Quem é responsável? Quem observou? A quem interessa? A que horas ? Em qual data ? Quando aconteceu? Quando deve ser feito? Quanto tempo leva para fazer? Onde fica isso? Onde o fato aconteceu? Onde a ação deve ser tomada? Como isso acontece? Como proceder para obter os resultados desejados? Como evitar erros? Quanto custa os objetos para execução da ação ? Quanto custa em termos de hora de trabalho ? Quanto em receita Crescimento das Pessoas na Gestão da Qualidade Visão tradicional da direção e controle Integração do indivíduo e das metas Teoria X e Teoria Y da empresa Teoria X Teoria Y 1. O ser humano tem um desgosto inerente pelo trabalho e o evitará se puder 2. Tendo em vista esta característica humana de desgosto pelo trabalho, a maior parte das pessoas deve ser coagida, controlada, direcionada e ameaçada de punição de tal forma a fazê-la se esforçar em direção a realização dos objetivos organizacionais 3. O ser humano prefere ser dirigido, deseja evitar responsabilidade, tem relativamente pouca ambição, deseja segurança acima de tudo. 1. O consumo de esforço físico e mental no trabalho é tão natural quanto na diversão ou no descanso 2. Controle externo e ameaça de punição não são os únicos meios de conjugar esforços em direção aos objetivos da empresa. O homem exercerá autodireção e autocontrole a serviço de objetivos com os quais está comprometido 3. O comprometimento com os objetivos é função das recompensas associadas com o seu atingimento (satisfação do ego e auto-realização) 4. O ser humano aprende, sob condições apropriadas, não somente a aceitar mas a procurar responsabilidade 5. A capacidade de exercitar um grau relativamente alto de imaginação, raciocínio e criatividade na solução de problemas da organização é amplamente distribuída entre a população 6. Sob as condições da vida industrial moderna, as potencialidades intelectuais do ser humano médio são somente parcialmente utilizada Herzberg formulou uma abordagem de dois fatores : da motivação no trabalho e da manutenção do trabalho. A primeira (motivação) é atribuída a fatores relacionados com o conteúdo do trabalho; enquanto a segunda (manutenção) é atribuída a fatores relacionados com o contexto do trabalho. Exemplos Fatores motivacionais (o conteúdo do trabalho): realização, reconhecimento, responsabilidade, progresso e desenvolvimento. Fatores de manutenção ou de higiene (o contexto do trabalho): o próprio trabalho, política/administração da empresa, condições do trabalho, relações no trabalho, status, salário e segurança. Hierarquia de Maslow Nível Necessidade 1 Fisiológicas 2 3 4 5 Características O que a empresa pode fazer A pessoa não contribui para o Pagar um salário compatível e trabalho. decente. Segurança O medo de se machucar física e Criar condições mais seguras e emocionalmente faz com que higiênicas de trabalho. Eliminar diminua o compromisso. focos de conflitos. Social O sentimento de pertencer a um Fazer um trabalho de criar equipes grupo é fundamental na criação do só de pessoas compatíveis umas com compromisso. as outras. Estima As pessoas querem ser vistas como Desenvolver programas de competentes e capazes. Qualidade de Vida que vissem o reconhecimento. Autodesenvolvi O nível mais elevado e sutil de Manter uma atmosfera positiva que mento carência. É o berço do Idealismo. favoreça o crescimento individual. O que são CCQ´s Os CCQ´s – Círculos de Controle da Qualidade - são pequenas equipes de trabalho, formadas por empregados de um mesmo setor, que se reúnem voluntariamente, para desenvolver atividades relacionadas com a Gestão da Qualidade, analisando e buscando soluções para problemas do dia-a-dia e propondo medidas de racionalização de caráter geral, de forma a apoiar, no “piso de fábrica”, o processo de desenvolvimento e crescimento da empresa. Finalidades dos CCQ´s • Criar espírito de trabalho em equipe; • Aumentar a motivação para a aplicação de conhecimento estatístico; • Melhorar o relacionamento; • Aumentar e aprimorar os conhecimentos técnicos; • Despertar o julgamento crítico com uma abordagem positiva Pré-requisitos para a condução das atividades de CCQ´s • A diretoria deve dominar a filosofia; • Gerentes e supervisores devem ser envolvidos; • Começar pequeno – ensinar as técnicas básicas; • Acompanhamento por parte da direção; • Expandir gradativamente; • Encorajar a divulgação dos resultados; • Promover reuniões entre a direção e as equipes. Onde podem atuar e onde não podem atuar Atuam em: Melhoria do processo Melhoria do local de trabalho (ergonomia) Melhoria do meio ambiente Limpeza e organização Melhoria de ferramentas, modernização, padronização Pequenas alterações de arranjo-físico Manuseio de materiais Melhoria de equipamentos Manutenção rotineira Redução do ciclo de produção Fluxo de documentos Atendimento a clientes internos Não atuam em: Problemas políticos Regulamentos internos da empresa Acordos sindicais Níveis de qualidade Planejamento da produção Abusos pessoais Promoções Aumentos de salários Mudanças de orçamentos Novos investimentos Relações sindicais Poder e Fontes de Poder O que é Poder ? É a capacidade de exercer influência. Ter poder é ser capaz de mudar o comportamento ou as atitudes de outras pessoas. (Uma pessoa bem quista no grupo tem poder de influência maior) Condições nas quais uma pessoa aceitará a autoridade mais alta : (a) ela possa entender - e entenda – a comunicação; (b) no momento da decisão, ela acredite que a decisão não é incompatível com a finalidade da organização (c) no momento da decisão, ela ache que a decisão é compatível com seu interesse pessoal como um todo; e (d) ela puder cumpri-la mental e fisicamente. Fontes de Poder • Poder de Recompensa • Poder Coercitivo • Poder Legítimo (autoridade) • Poder da Especialização • Poder de Referência Poder de Recompensa Baseia-se no fato de uma pessoa (quem influência) ter capacidade de recompensar outra (quem é influenciado) pela execução das ordens ou pelo atendimento de outros requisitos. Exemplo : um chefe distribuindo tarefas a seus subordinados Poder Coercitivo Baseia-se na capacidade de quem influencia de punir quem é influenciado, por não cumprir as exigências (A punição pode ir desde a perda de um pequeno privilégio até à perda do emprego) Poder Legítimo Existe quando um subordinado ou uma pessoa influenciada reconhece que quem influencia tem o “direito” ou capacidade legal de exercer influência – dentro de certos limites. Por exemplo : um guarda de uma fábrica pode ter autoridade “de baixo para cima” para pedir até ao presidente da empresa seu cartão de identificação para poder entrar na empresa”. Poder de Especialização Baseia-se na percepção ou na crença de que quem influencia tem alguma especialização importante ou algum conhecimento especial que a pessoa influenciada não tem. Por exemplo : quando cumprimos as ordens de nosso médico, estamos reconhecendo o poder de sua especialização e experiência. Poder de Referência Baseia-se na vontade de quem é influenciado de se identificar com quem influencia ou de imitálo. Por exemplo : os administradores populares e conscienciosos terão poder de referência se os subordinados estiverem motivados a seguir seus hábitos de trabalho. Pode estar nas mãos de uma pessoa ou de um grupo.