PROGRAMA DE AÇÃO ESTADUAL DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO E MITIGAÇÃO DOS EFEITO DA SECA PAE - CE O que é desertificação? e seca? A desertificação deve ser entendida como a degradação da terra nas zonas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas, resultante de vários fatores, incluindo as variações climáticas e as atividades humanas; Por seca entende-se o fenômeno que ocorre naturalmente quando a precipitação registrada é significativamente inferior aos valores normais, provocando um sério desequilíbrio hídrico que afeta negativamente os sistemas de produção dependendo dos recursos da Terra; EXTENSÃO DA DESERTIFICAÇÃO NO MUNDO As áreas secas atingem 33% da superfície emersa do planeta As áreas susceptíveis abrigam mais de 2,6 bilhões de pessoas, 42% da população mundial Cerca de 22% da produção mundial de alimentos são oriundos de áreas susceptíveis a desertificação Por que elaborar um programa de combate à desertificação? Compromissos assumidos pelo Brasil como signatário da UNCCD, desde 1994 – uma das três convenções da ECO 92; O semiárido é o ecossistema brasileiro considerado mais susceptível à desertificação, considerando a definição da ONU; O cenário das mudanças climáticas apresentado por instituições cientificas nacionais e internacionais (IPCC, INPE, FIOCRUZ) apontam para o agravamento do processo; Áreas Suscetíveis à Desertificação - ASD Áreas Degradadas Susceptíveis aos Processos de Desertificação CAUSAS DA DESERTIFICAÇÃO • Uso intensivo do solo • Manejo e utilização incorreta do agricultura solo • Sobrepastoreio • Irrigação mal conduzida • Desmatamento desordenado • Mineração • Queimadas • Densidade populacional • Extrativismo de Madeira OBJETIVO DO PAE-CE O objetivo global do PAE/CE é contribuir para convivência equilibrada com o semiárido, por meio da sustentabilidade ambiental do bioma caatinga, a partir de políticas ambientais, sociais e ecônomicas, focadas na redução da pobreza. ATUAÇÃO POR NÚCLEOS CONSOLIDADOS Os núcleos consolidados de desertificação no Estado. I – Irauçuba: 12.305,00 km² Irauçuba, Itapajé, Santa Quitéria, Miraíma, Canindé, e parte de Sobral. II – Inhamuns: 8.303,00 km² Tauá, Independência, Arneiroz. III - Jaguaribe: Jaguaretama, Jaguaribara, Jaguaribe, Alto Santo, Morada Nova. Total 8.422,00 km² 29.030,00 km² ou 23% do Estado. ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO PAE-CE - DIAGNÓSTICO SUBPROGRAMA PROJETO Conservação e recuperação dos recursos naturais da ASDs; Difusão de tecnologias agroecológicas; Gestão dos Recursos Naturais Renováveis e da Produção Sustentável Capacitação de produtores familiares; Estímulo a geração de emprego e renda nas ASDs; Apoio a comercialização da produção. Cidadania Ambiental Sensibilização, Comunicação e Difusão de Informações Ambientais; Responsabilidade Sócio Ambiental. SUBPROGRAMA PROJETO Reflorestamento da caatinga; Geração de renda não agrícolas; Convivência com o semiárido e as mudanças Matriz energética do semiárido; e climáticas Ciência e tecnologia paro o semiárido. Gerenciamento das ações do plano estadual de combate à desertificação, mitigação dos efeitos das secas e mudanças climáticas; Gestão Pactuada Formação / Capacitação em Políticas Ambientais com enfoque nas questões da Desertificação, Mitigação dos Efeitos das Secas e Mudanças Climáticas. RESULTADOS EXITOSOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS EIXO DE ATUAÇÃO AÇÃO / ÓRGÃO GESTOR RESULTADOS EXITOSOS Projeto Município Selo Verde Tauá, município integrante da ASD dos Sertões dos Inhamuns, foi certificado de 2004 a 2006. O programa é exitoso por tratar de incentivar as boas praticas e em contrapartida o município se beneficia, atraindo recursos de convênios e com isenções fiscais. Programa nacional de capacitação de gestores ambientais e conselheiros. Fortalecimento dos instrumentos de gestão ambiental Ainda se apresenta como um desafio: a estruturação dos órgãos ambientais nos municípios, para gestão ambiental local. Estudos de áreas degradadas susceptíveis aos processos de desertificação no Estado do Ceará O Estado do Ceará possui vários estudos técnicos identificando as áreas susceptíveis a desertificação. Instrumento essencial para uma ação eficaz de combate a desertificação, bem como para monitoramento do processo. PRODHAM Programa exitoso, sob o aspecto metodológico, pois as áreas de atuação do programa são demonstrativas, piloto. Caatinga Mata Branca É um importante componente do combate a desertificação. Projeto de macrozoneamento agroecológico do Estado do Estudo indispensável para um planejamento territorial no nível estadual. Ceará PREVINA - Programa Estadual de Prevenção, Monitoramento, É um programa estadual que atua na prevenção, monitoramento, controle de queimadas e combate a incêndios florestais, importante Controle de Queimadas e tema para o combate a desertificação. Combate aos Incêndios Florestais Programa 1 milhão de cisternas Programa de concepção exitosa, com metodologia reconhecida como eficiente, para atendimento as populações difusas, garantindo água para beber e algumas atividades produtivas. Um bom exemplo de parceria exitosa entre a sociedade civil organizada e o poder público. Programa Água Doce Garantia de água com qualidade, às populações difusas, através da perfuração de poços e instalação de dessalinizadores. Quando a população assume seu papel de responsável pelo sistema , o programa apresenta bons resultados. Disponibilidade e PROÁGUA gerenciamento eficiente dos recursos naturais PROGERIRH - Programa renováveis de gerenciamento e integração dos recursos hídricos do Ceará Através do Proágua, foram construídas as principais estruturas de recursos hídricos do Estado, como o Açude Público Castanhão. Programa vigente desde 1997, com importante componente de fortalecimento institucional. O Estado do Ceará é referência na área de gerenciamento de recursos hídricos , com um programa de 12 anos, perpassando três gestões estaduais e federais. (recursos do Banco Mundial). Programa de incentivo Programa Federal, que incentiva o desenvolvimento de às fontes alternativas de energias alternativas. energia - PROINFA Uma das ações é a implantação da prática Projeto de práticas agrícolas de de lavoura seca e, ainda, a implantação de convivência com o semi-árido. obras hidroambientais. Manejo sustentável da biodiversidade (animal e vegetal). Recuperação de áreas em processo de desertificação. P1 +2 - programa de formação e mobilização social para a convivência com o semi-árido – uma terra e duas águas. O modelo é exemplo de envolvimento entre a sociedade civil e o Governo. Principal diferencial: discute a questão fundiária, a reforma agrária. PACS – Plano de Ação de Convivência com a Seca A metodologia de escolha das prioridades dos municípios a serem atendidos pelo plano é o IMA – Índice Municipal de alerta, índice construído a partir de indicadores sociais e ambientais. Reabilitação de Áreas em Processo de Desertificação SEMACE Meta: Reabilitar 80.000 ha de áreas em processo de desertificação com a previsão de 20.000 hectares por ano, nas macrorregiões de Sobral/Ibiapaba e Sertões dos Inhamuns. Não há informações sobre resultados. AS ESTRATÉGIAS PARA ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA Algumas premissas: É um problema mundial e um compromisso nacional; É de causa múltipla (ambiental, ecológico, econômico, social e político); É de suma importância que todos os setores estejam presentes na busca de solução: a iniciativa privada, a sociedade civil e o governo; A coesão social é fator vital; Devemos aproveitar programas, projetos, ações e iniciativas da sociedade civil consideradas exitosas, e estabelecer uma agenda inicial (iniciativas da ASA, programas federais, estaduais e municipais) – Agenda Prioritária. IMPACTOS DA AGRICULTURA IMPACTOS DA PECUÁRIA IMPACTOS DA EXTRAÇÃO DE MADEIRA A Demanda energética - Baixa eficiência energética, falta de ordenamento Florestal Salinização do solo OS ATORES SOCIAIS Propriedades rurais (apicultores, pecuaristas, agricultores familiares) Agronegócio Empresas (cerâmica, mineração) Governo Federal (Ministérios e órgãos federais) Governo Estadual (Secretarias estaduais, pontos focais) Governo Municipal (Prefeituras e Secretarias municipais) População Instituições Financeiras ONGs ONU – Organização das Nações Unidas Representantes de movimentos civis Figura 4 – Classes de atores sociais do PAE Movimentos Religiosos ALGUMAS AÇÕES INICIAIS ZEE dos núcleos DNOCS/FUNCEME); em processo de desertificação (Convênio Proposta de Criação do fundo Caatinga (BNB); Proposta de alteração do Fórum de Mudanças Climáticas, inserindo o tema desertificação; Pacto pelo Semiárido (Conselho de Altos Estudos – AL/CE); Seleção pelo MMA do Projeto de Recuperação de área degradada em processo de desertificação do riacho do Brun-Jaguaribe-CE; Projeto ECONORMAS/MERCOSUL- Proposta de um Programa Regional MERCOSUL de ações operacionais alinhados com os da Estratégia Decenal da UNCCD de combate à seca. CONSIDERAÇÕES FINAIS O que já se sabe de antemão é que o custo de não se fazer nada é muito maior, porque os impactos futuros esperados, diante do aumento da pressão sobre essas regiões, devem impor prejuízos econômicos, sociais e ambientais muito maiores do que o que seria necessário para implementar políticas de prevenção. Entre as principais consequências da degradação dessas terras estão as perdas para o setor agrícola, com o comprometimento da produção de alimentos; a extinção de espécies nativas; o agravamento da desnutrição da população local; baixo nível educacional e a concentração de renda. [email protected]