Ensino Médio
3ª Série.
Geografia.
NORDESTE VIVE PIOR SECA DOS
ÚLTIMOS 50 ANOS
Ao contrário do que muitos pensam, a seca não
atinge toda região nordeste. Ela se concentra numa
área conhecida como Polígono das Secas.
Esta área envolve parte de oito estados nordestinos
(Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e
parte do norte de Minas Gerais.
As principais causas da seca do nordeste são
naturais. A região está localizada numa área em que
as chuvas ocorrem poucas vezes durante o ano.
Esta área recebe pouca influência de massas de ar
úmidas e frias vindas do sul.
Logo, permanece durante muito tempo, no sertão
nordestino, uma massa de ar quente e seca, não
gerando precipitações pluviométricas (chuvas).
O desmatamento na região da Zona da Mata
também contribui para o aumento da temperatura
na região do sertão nordestino.
1 - Meio Norte; 2 – Sertão; 3 - Agreste; 4 – Zona da Mata.
Características da região.
- Baixo índice pluviométrico anual (pouca
chuva);
- Baixa umidade;
- Clima semi-árido;
- Solo seco e rachado;
- Vegetação com presença de arbustos com
galhos retorcidos e poucas folhas (caatinga);
- Temperaturas elevadas em grande parte do
ano.
Problema social
A seca, além de ser um problema climático, é uma
situação que gera dificuldades sociais para as
pessoas que habitam a região.
Com a falta de água, torna-se difícil o
desenvolvimento da agricultura e a criação de
animais.
Desta forma, a seca provoca a falta de recursos
econômicos, gerando fome e miséria no sertão
nordestino.
Muitas vezes, as pessoas precisam andar durante
horas, sob Sol e calor forte, para pegar água, muitas
vezes suja e contaminada.
Com uma alimentação precária e consumo de água
de péssima qualidade, os habitantes do sertão
nordestino acabam vítimas de muitas doenças.
O desemprego nesta região também é muito
elevado, provocando o êxodo rural (saída das
pessoas do campo em direção as cidades).
Muitos habitantes fogem da seca em busca de
melhores condições de vida nas cidades.
Estas regiões ficam na dependência de ações
públicas assistencialistas que nem sempre funcionam
e, mesmo quando funcionam, não gera condições
para um desenvolvimento sustentável da região.
Ações para diminuir o impacto da
seca
- Construções de cisternas, açudes e barragens;
- Investimentos em infra-estrutura na região;
- Distribuição de água através de carros-pipa em
épocas de estiagem (situações de emergência);
- Implantação de um sistema de desenvolvimento
sustentável na região, para que as pessoas não
necessitem sempre de ações assistencialistas do
governo;
- Incentivo público à agricultura adaptada ao clima e
solo da região, com sistemas de irrigação.
Transposição do rio São Francisco
A transposição do rio São Francisco é um projeto do
governo federal que visa a construção de dois canais
(totalizando 700 quilômetros de extensão) para levar
água do rio para regiões semi-áridas do Nordeste.
Desta forma, diminuiria o impacto da seca sobre a
sofrida população residente, pois facilitaria o
desenvolvimento da agricultura na região.
A seca que atingiu o nordeste no começo de 2013 foi
a pior dos últimos 50 anos.
A região mais afetada foi o semiárido nordestino,
principalmente do estado da Bahia.
Neste estado, cerca de 230 municípios foram
atingidos. Municípios de Alagoas e Piauí também
sofreram com a falta de chuvas.
A seca trouxe muito prejuízo para as principais
fontes de renda da região: pecuária e agricultura de
milho e feijão.
No Sertão, as chuvas se apresentam entre dezembro
e abril, no entanto, em determinados anos isso não
acontece, ocasionando um longo período sem
chuvas, originando assim, a seca.
As secas prolongadas no Sertão Nordestino são
oriundas, muitas vezes, da elevação da temperatura
das águas do Oceano Pacífico, esse aquecimento é
denominado pela classe cientifica de El Niño, nos
anos em que esse fenômeno ocorre o Sertão sofre
com a intensa seca.
A longa estiagem provoca uma série de prejuízos aos
agricultores, como perda de plantações e animais, a
falta de produtividade causada pela seca provoca a
fome.
No Sertão e no Agreste o tipo de vegetação que se
apresenta é a caatinga, o clima predominante é o
semi-árido, esse tipo de vegetação é adaptado à
escassez de água.
Algumas espécies de plantas da caatinga têm a
capacidade de armazenar água no caule ou nas
raízes, outras perdem as folhas para não diminuir a
umidade, todas com o mesmo fim, poupar água para
os momentos de seca.
DRAMA SOCIAL
Ao sair de casa, na última terça-feira, para visitar
uma filha no centro da cidade sertaneja de Floresta,
a 439 quilômetros de Recife, Manoel Afonso dos
Santos, de 82 anos, delegou uma triste tarefa à
mulher, Maria Fátima Alves Laurentino, de 46: deixar
com fome o cavalo Canário por um dia, para que
não faltasse ração aos bois Sereno e Mineiro e ao
bezerro Boa Vista.
Morando em uma casa de taipa, sem direito a água
nem colheita, ele adotou esses rodízio para
administrar os seis hectares do sítio Riacho do Ouro,
onde, ao longo dos últimos doze meses, viu sumir o
patrimônio de uma vida, na pior seca em meio
século.
Assistiu à morte de 31 bichos e vendeu cinco outros,
“a preço de banana” para garantir o sustento dos
que sobreviveram.
Carro-pipa chega a custar R$ 180
A venda da água, transformada em artigo de luxo,
virou um negócio tão rentável, que há pessoas
vendendo até automóveis para comprar caminhõestanque:
— Teve um aqui perto que vendeu um açude por R$
3 mil, referindo-se a Albino Jota Barros.
O comprador do açude, secou a represa e vendeu a
água a um preço muito alto para os lavradores já
descapitalizados com a estiagem.
O problema, porém, é mais abrangente e os preços
não são baixos: variam de R$ 120 a R$ 180 cada
carro-pipa.
Na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de
Tacaimbó, a 169 quilômetros de Recife, a maioria
dos lavradores levantou as mãos, quando pergunta
se já tinha gasto dinheiro com água este ano.
Na terça-feira passada, em visita a Fortaleza (CE), a
presidente Dilma Rousseff afirmou que, graças às
ações de seu governo e do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, "a face da miséria nessa região não foi
acentuada tão perversamente pela estiagem".
Na passagem por Fortaleza, Dilma anunciou pacote
de R$ 9 bilhões para medidas emergenciais de
enfrentamento da seca no Nordeste.
Porém, prefeitos de municípios do semiárido baiano e
produtores agrícolas do Estado lamentaram o que
chamaram
de
"superficialidade"
das
ações
anunciadas pela presidente durante reunião da
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
(Sudene).
Os administradores das cidades afetadas pela
estiagem, liderados pela União dos Municípios da
Bahia (UPB), resolveram criar um "Movimento dos
Sem-Água" e prometem marchar até Brasília para
cobrar "medidas objetivas e duradouras" para
enfrentar a crise.
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nordeste vive pior seca dos últimos 50 anos