HENRI WALLON
Profa. Luciana Bareicha
Referências: GALVÃO, Izabe. Henri Wallon: uma concepção dialética do
desenvolvimento infantil. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
Princípios básicos de Wallon
 O organismo como condição primeira do pensamento,
afinal toda função psíquica supõe um equipamento
orgânico
 O homem é determinado fisiológica e socialmente,
sujeito, portanto, a uma dupla história, suas disposições
internas e situações externas
 Estudo integrado do desenvolvimento: afetividade,
motricidade e inteligência – um ser geneticamente social
A psicogênese da pessoa completa
Princípios básicos de Wallon
 A patologia – torna o sujeito mais lento ou fixando-o em
determinado nível, torna mais evidente processos menos
percebidos em indivíduos normais pelo excesso de ritmo
 Estudou síndromes psicomotoras – evidenciou assim as
relações entre movimento e psiquismo, bem como o
papel fundamental do social
Na dependência do outro, dirige suas ações para as
pessoas as quais depende, criando um vínculo
que age sobre suas próprias ações
(imagine na criança ‘sem patologias’)
Procedimento metodológico eleito
 Observação
Permite o acesso à atividade da criança em seus contextos,
condição para que se compreenda o real significado de
cada uma de suas manifestações: só podemos entender
as atitudes das crianças se entendermos a trama do
ambiente no qual está inserida
Sem a prévia censura da lógica adulta
Cada idade estabelece um tipo particular de interação entre
sujeito e meio ambiente
Aspectos físicos do espaço, pessoas próximas, linguagem e
conhecimentos prévios – contexto de desenvolvimento
Características do sujeito (criança)
 Conforme competências próprias e necessidades
Aplica suas condutas
O meio transforma junto com a criança
O desenvolvimento tem dinâmica e ritmo próprios
(princípios funcionais)
Princípios funcionais
 Fatores orgânicos
- Responsáveis pelas sequências fixas do
desenvolvimento (influenciados pelo social)
 Ritmo do desenvolvimento
- O desenvolvimento é pontuado por conflitos
Origem exógena – desencontros entre as ações das
crianças e o ambiente exterior estruturado pelos
adultos e pela cultura (contradições)
Origem endógena – efeitos da maturação nervosa
dinamogênicos
Psicogenética walloniana
 Estágio Impulsivo-emocional (primeiro ano)
- Afetividade orienta primeiras reações (inaptidões)
 Estágio sensório-motor e projetivo (até os 3
anos)
-
Exploração do mundo físico (marcha e preensão)
Desenvolvimento da função simbólica e linguagem
O pensamento precisa dos gestos para se expressar
Inteligência prática e simbólica (relações cognitivas)
Psicogenética walloniana
 Estágio do personalismo (3 – 6 anos)
-
Formação da personalidade
Consciência de si nas interações sociais
Orienta o interesse pelas pessoas (relações afetivas)
 Estágio categorial
-
Consolidação da função simbólica e da personalidade (iniciada na fase
anterior)
Interesse da criança pelo conhecimento e conquista do mundo exterior,
imprimindo importância à cognição nas relações com o meio
 Estágio da adolescência
-
Rompe a “tranquilidade” afetiva do estágio anterior com a chegada da
puberdade
A personalidade sofre uma nova definição em função das modificações
corporais influenciadas pelas ações hormonais
Surgem questionamentos a respeito de aspectos pessoais, morais e
existenciais com predominância da afetividade, que retorna.
Dimensões do Movimento: o ato motor
 Estabilidade postural e equilíbrio
- Na imobilidade, situação em que inexiste atividade
cinética, a atividade postural é intensa. Dela depende a
sustentação do corpo numa dada posição. Garante
estabilidade das relações entre as forças corporais e as
forças do mundo exterior, entre os movimentos e os
objetos
 Origens motoras da atividade cognitiva
- A função postural está ligada também a atividade
intelectual
- As variações tônicas refletem o curso do pensamento
Ex: ao pensarmos mudamos nossas expressões e postura
Dimensões do Movimento: o ato motor
 Ação sobre o mundo físico
- Os progressos da atividade cognitiva fazem com que o
movimento se integre à inteligência
- A criança torna-se capaz de prever mentalmente a sequência e
as etapas de atos motores cada vez mais complexos
- O desenvolvimento da dimensão cognitiva do movimento torna
a criança mais autônoma para agir sobre a realidade externa
 Controle do movimento (6 ou 7 anos)
- As disciplinas mentais = controle voluntário sobre o ato motor
- Capacidade ligada ao amadurecimento dos centros de inibição
e discriminação situados no córtex cerebral
Pensamento, linguagem e conhecimento
 A linguagem é o instrumento e o suporte indispensável
aos progressos do pensamento
 A linguagem exprime o pensamento, ao mesmo tempo
que é estruturadora do mesmo
 A linguagem, ao substituir o objeto, oferece à
representação mental o meio de evocar objetos ausentes
e de confrontá-los entre si. Os objetos e situações
concretos passam a ter equivalentes em imagens e
símbolos, podendo, assim, ser operados no plano mental
de forma cada vez mais desvinculada da experiência
pessoal e imediata
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