Paulo Roberto Goldenfum
1
Ação dos Corticóides e Broncodilatadores na
Prevenção e Tratamento das Exacerbações do DPOC
Paulo Roberto Goldenfum
2
Prevalência total da DPOC: 15,8%, acima de 40
anos.
8 milhões de pacientes com DPOC no Brasil.
4
As exacerbações interrompem o estado basal da
doença, produzindo uma piora aguda do quadro
e modificando o prognóstico a longo prazo
(qualidade de vida).
6
PROVOCA LIMITAÇÃO FUNCIONAL, COM
RESOLUÇÃO LENTA, E MUITAS VEZES, NÃO HÁ
REVERSÃO COMPLETA.
AS EXACERBAÇÕES FUNCIONAM COMO FATOR
PROGNÓSTICO
INDEPENDENTE
DA
MORTALIDADE
BODE:Índice de avaliação prognóstica da DPOC,
sensível as intervenções terapêuticas
7




(B) Índice de massa corporal
(O) Obstrução
(D) Dispnéia
(E) Teste da caminhada dos 6 min.
8
As exacerbações são uma importante causa de
mortalidade e morbidade no DPOC.
As exacerbações freqüentes provocam aumento
da dispnéia e menor capacidade de exercício.
Existe relação entre a piora da função pulmonar e
a freqüência das exacerbações.
9
VEF1 reduzido no pré-tratamento.
Necessidade de aumento da dose de
broncodilatadores ou corticóides.
Exacerbações prévias
Uso regular de antibióticos
Comorbidades: insuficiência cardíaca, doença
coronariana, insuficiência renal e doença
hepática.
10
Causas infecciosas: 50 a 70%
(bactérias,vírus,organismos atípicos)
Agentes ambientais: 10% (variação sazonal e
geográfica)
Etiologia desconhecida: 30%
11
Organismos isolados nas secreções respiratórias de
pacientes DPOC exacerbados: Haemophilus influenza,
Streptococcus
pneumoniae,
Moraxella
catarralis,
Haemophilus parainfluenza, Pseudomonas aeruginosa,
stenotrophomonas.
Pacientes colonizados sofrem mais exacerbações e têm
um maior grau de inflamação e deteriorização da função
pulmonar.
Evidências sugerem a existência de defeito nos
macrófagos e na fagocitose em pacientes portadores de
DPOC.
12
A inflamação é um importante achado patológico
em DPOC.
Nas exacerbações ocorrem aumento significativo
da inflamação.
13
Viroses das vias aéreas superiores podem precipitar as
exacerbações na DPOC.
50% das exacerbações estão associadas com infecções
virais do trato respiratório superior e estas aumentam a
severidade e o tempo de convalescência.
Rinovirus, vírus sincial respiratório, influenza.
60% das exacerbações em DPOC estão associadas a
sintomas de resfriado comum.
14
25% dos casos de exacerbações do DPOC
ocorrem por co-infecção.
A exacerbação é mais severa.
70% das exacerbações ocorrem com aumento da
frequência de H.Influenza.
Quando há co-infecção com rinovirus, ocorre
uma grande queda no VEF1.
15
16
Aumento das internações hospitalares por DOPC proporcional
ao aumento da poluição no ar.
As partículas induzem ao estresse oxidativo, levando a ativação
da cascata inflamatória.
Pode ocorrer interação entre viroses e poluição no
desencadeamento da exacerbação.
Baixas temperaturas podem estar associadas a exacerbação da
DPOC com queda da função pulmonar.
Embolia pulmonar pode representar 25% dos casos não
infecciosos.
Insuficiência cardíaca.
17
Exacerbações freqüentes alteram o “status” da
saúde.
Exacerbações agudas provocam efeito deletério
no músculo cardíaco.
Aumentam a morbimortalidade.
Aumento da dispnéia e diminuição da capacidade
de exercício.
18
Broncodilatação efetiva reduz a limitação
ao fluxo , ao aprisionamento aéreo e a
hiperinsuflação pulmonar.
19
Importante papel na prevenção e tratamento da exacerbação
aguda da DPOC.
1ª modalidade de tratamento na exacerbação, proporcionando
alívio dos sintomas, melhora do “status” fisiológico e prevenção
ou reversão da falência respiratória.
B-agonistas e anticolinérgicos podem prevenir exacerbações.
Broncodilatadores de longa ação são mais efetivos que os de
curta ação na prevenção das exacerbações, reduzindo a hiperinsuflação dinâmica e promovendo o “esvaziamento pulmonar”.
20
São menos efetivos, pois possuem efeito de
broncodilatação inferior.
Não possuem efeito antinflamatório que ocorre
nos broncodilatadores de longa ação.
21





Salmeterol e Formoterol são
mais efetivos que os
broncodilatadores de curta
ação e teofilina.
Aumentam o VEF1, reduzem
os sintomas e o uso de
broncodilatadores de resgate.
Aumentam a capacidade de
exercício e o “status” de saúde.
Reduzem a frequência das
exacerbações.




Formoterol- medicamento de
resgate em DPOC
Os broncodilatadores
parecem apresentar um efeito
anti-inflamatório.
Aumentam o “clearance”
mucociliar.
Reduzem a aderência do
Haemophilus Influenza e da
Pseudomonas na parede da
via aérea.
Doses elevadas podem
provocar taquiarritmias em
idosos.
22
Anticolinérgico de longa ação (24h ou +)
Boca seca (15% pacientes).
Aumento do VEF1, diminuição da dispnéia,
aumento da tolerância ao exercício e aumento do
“status” de saúde.
Redução do VR, aumento da capacidade
inspiratória.
Reduz a hiperinsuflação.
Reduz a exacerbação e as hospitalizações
(mecanismo desconhecido).
23
3ª linha de tratamento para DPOC.
Uso associado com beta-2 agonistas e tiotrópio
em pacientes graves.
Administração sistêmica apresenta efeitos nas
pequenas vias aéreas não atingidas pela rota
inalatória, diminuíndo a hiperinsuflação e a
dispnéia.
Sem valor no tratamento da exacerbação aguda.
Efeito anti-inflamatório em baixa dose associado
com corticosteróide.
24
.
Os corticóides sistêmicos reduzem a inflamação sistêmica e a inflamação
das vias aéreas.
Prednisona 30mg/ 2x semanas, reduz os eosinófilos no escarro.
Prednisona reduz em 60% os níveis de proteína-C reativa e em altas dose
pode atingir 80%.
Alguns trabalhos sugerem a redução do tempo de internação hospitalar,
aumento de 60ml/dia do VEF1 e aceleração da recuperação e dos sintomas.
Melhora da dispnéia e da oxigenação na vigência de uma exacerbação
aguda.
60 a 80% dos pacientes melhoram após 15 dias de tratamento.
Os pacientes mais graves necessitam de mais tempo de tratamento.
25
Os corticóides sistêmicos previnem as
hospitalizações e as visitas ao pronto-socorro.
Prednisona 40mg/dia por 10 dias reduz a recaída.
26
Corticóides sistêmicos melhoram o “status de saúde”
nas exacerbações , melhoram a dispnéia, aceleram a
recuperação da função pulmonar, diminuem a taxa
de hospitalização e previnem a recaída (muito
comum na DPOC moderada a grave).
27
Não houve evidência de redução da doença
Redução das exacerbações em 12 a 25% (moderado a grave)
Fluticasona/Salmeterol e Budesonida/Formoterol- Combinação.
A combinação reduz a freqüência das exacerbações em comparação com o
uso em separado de corticóide e B-2 agonistas de longa ação.
Resultados preliminares dos “trials” indicam 17,5% de redução na
mortalidade após 3 anos de tratamento com fluticasona/salmeterol
comparado com placebo, porém sem significância(p=0,52).
Pacientes tratados com fluticasona isolada não apresentaram redução na
mortalidade.
28
Não há evidências para o uso dos
broncodilatadores de curta ação na prevenção
das exacerbações.
Estudo TRISTAN :Salmeterol-redução de 20% nas
exacerbações. Formoterol-redução das
exacebações leves.
Tiotrópio-redução de 20 a 25% das
exacerbações-Estudo Mistral .
29
30
Pacientes DPOC estágio MODERADO:
VEF1/CVF<0,7 e VEF1<80%
Devem receber um broncodilatador de longa
duração-Tiotrópio ou combinação de Beta2 +
Anticolinérgico.
31






Alívio dos sintomas
Prevenção da progressão
da doença
Melhoria da tolerância ao
exercício
Prevenção e tratamento
das complicações
Prevenção e tratamento
das exacerbações
Redução da mortalidade







Educação para cessação do tabagismo
Vacina anti-influenza: reduz infecções graves
Medicamentos não reduzem a queda do VEF1
BD- manejo dos sintomas
Corticóide inalatório: VEF1<50% e >2 crises/ano
Reab. pulmonar: melhora sintomas,tolerância ao
exercício,QV,internações,ansiedade/depressão
O2 15h/dia: aumenta sobrevida de pac.graves





COPD: current therapeutic interventions and future
approaches P.J.Barnes and R.A. Stocley Eur Respir J 2005:
1084-1106
Tiotropium as essential maintenance therapy in COPD
M.Decramer Eur Respir Rev 2006; 15: 99, 51-57
Update in Chronic Obstrutive Pulmonary Disease 2006
Klaus Rabe and Leonardo Fabri Am J Respir Crit Care Med
Vol 175. pp 1222-1232, 2007
Exacerbations of chronic obstrutive pulmonary disease
B.R. Celli and P.J. Barnes Eur Respir J 2007; 29: 12241238
Gold-2006
Download

II CONGRESO BRASILEIRO DE DPOC