TEORIAS DO CONHECIMENTO E ABORDAGENS EPISTEMOLÓGICAS Silvio Sánchez Gamboa (Unicamp) Ilustração Agenda: CATEGORIAS UTILIZADAS: • • • • • • • • Relação SUJEITO - OBJETO Delimitação do todo Relação todo-partes Relação com o contexto ou entorno Direção do caminho (método) Mediação instrumental Concepção de tempo Paradigma (exemplo) S O Mediação Entorno ou contexto Sánchez Gamboa S. Abordagem empírico analítica (experimentalismo, positivismo, funcionalismo, sistemismo) • Sujeito ativo (controlador) • Objeto empírico Totalidade delimitada • Dividido em partes (variáveis ou fatores) • Contexto controlado ou isolado (laboratório) • Método: do Todo para as partes: analisar • Mediação controle técnico • Tempo “presente conjuntural” Sincronia • Paradigma: Fotografia Agenda: objetividade S Sánchez Gamboa S. O Mediação técnica (trabalho) Entorno controlado isolado Abordagem Fenomenológico-Hermenéutica (Historicismo, fenomenologia, etnografia, estruturalismo) • Sujeito:transcendental, intérprete • Objeto:Construído. • Totalidade: escondida a ser recuperada, invariante “Noúmeno”. • Partes: variantes, manifestações, Fenômenos • Contexto: cenário “locus”, horizonte cultural. Interativo, dá sentido ao texto. • Método: das partes para o todo no contexto: compreender • Mediação da linguagem, busca do consenso intersubjetivo. • Tempo “contexto”, Duração da exposição, Sincronia. • Paradigma: Radiografia. Agenda: Subjetividade S Sánchez Gamboa S. O Mediação da linguagem Entorno: Contexto, cenário, interativo Abordagem crítico-dialética (materialismo histórico, teorias críticas) • Sujeito: concreto, socialmente construido, ativo, transformador. • Objeto:Construído historicamente. • Totalidade: Síntese de múltiplas determinações. • Partes: especificidades num todo. • Contexto: condições materiais históricas, determinantes • Método: do todo sincrético para as partes, destas para o todo compreensivo nas suas interelações. Historiográfico. • Mediação da práxis transformadora (emancipadora) • Tempo: devir, transformação Diacronia • Paradigma: Roteiro, filme Agenda: concreticidade Cp Ss Sánchez Gamboa S. Oe Mediação da práxis (poder) Entorno: Condições históricas materiais Abordagens pós-modernas “linguistic turn” (Pós-estruturalismo, teorias pós-criticas, neo-pragmatismo) • Sujeito: deslocado do textos • Objeto: O texto (separado do referente, da realidade e do autor) • Totalidade: Não existe, ilusão consoladora. Fragmentos, segmentos, migalhas. • Partes: pequenas totalidades dispersas, desconexas, sem todo (rizomas). • Contexto: cenários multiplos, deslocados, vituais • Método: arqueologia das palavras • Mediação das linguagens • Tempo: presente ilimitado. Fim da história. Acronia (Negação do tempo) • Paradigma: Polifonia Agenda: desconstrução S S O S s s Sánchez Gamboa S. Texto Mediação da linguagem Entorno: Cenários múltiplos, virtuais Giro lingüístico (linguist tur) • Saussure, Barthes, Derridá, White e LaCapra, Foucault. • • • A linguagem carece de toda referência à realidade (Saussure) Não existe nada fora do texto (Barthes) O texto não guarda relação com o mundo exterior, não faz referência à realidade, nem depende de seu autor O texto também deve ser liberado do autor (Foucault) Não existe unidade entre a palavra (signifiant) e a coisa à qual se refere (signifie) Existe um infinito leque de significados sem um sentido claro (Derridà). No texto as intenções do autor carecem de importância (White e La Capra) A linguagem constitui em si mesma a única realidade existente, fundamentos de todos os fenômenos sociais. Sujeito: Homem desaparece como fator ativo e com ele a intencionalidade humana como elemento criador de significado (pós-humano) Objeto: o texto literário, histórico, científico (em si mesmo, sem o seu referente original) • • • • • • • Sánchez Gamboa S. Reações ao giro lingüístico (1) • “Ogiro hermenéutico” Gadamer (1995). Contra Derrida defende que “a obra, literária, artística”nos diz algo atendendo a sua própria intenção”. “a palavra, a frase, o discurso nos remete ao autor e a suas intenções. • Importância dos contextos na interpretação da linguagem, dado o caráter conversacional como “palavra falada” • As circunstâncias determinantes presentes na conversação também estão em todo pensar • em toda conversação as circunstâncias entre pergunta e resposta. “..qualquer manifestação deve se interpretar como resposta a uma pergunta, se é que ser quer chegar a compreender pelo menos aquela”. Sánchez Gamboa S. Reações ao giro lingüístico (2) • “O Giro pragmático” (Habermas e Apel) o giro hermenéutico (Humboldt e Schleiermacher, Heidegger e Gadamer) apresenta outra versão do giro lingüístico (wittgenstein, Derrida, Rorty). Tanto um como outro pretendem superar a filosofia mentalista (o significado está na mente) com a filosofia lingüística (o significado está na linguagem), mas, “ignoram os aspectos pragmáticos do diálogo... lócus da racionalidade comunicativa” . “pragmática do significado”. • Entretanto defendem o realismo (giro ontológico), já que “...o giro pragmático não deixa espaço para duvidar da existências de um mundo, independente das nossa descrições e comum para todos nós” • O mundo deveria se conceber como a totalidade dos objetos (ontologia), não dos fatos, os quais dependem da linguagem Sánchez Gamboa S. Reações ao giro lingüístico (3) • “O giro ontológico” vertentes: • Escola de Budapeste. “Ontologia do ser social” Lukács, Mészáros. Contra a hermenêutica e a gnosiologia. • Escola de Prigogine. A inclusão do tempo como realidade cosmológica (óntológica), além das nossas medidas (subjetivas), e integrando o devir ao ser. Stengers A superação da tensão das ciências objetivas (exatas) e sujetivas (crenças científicas) através da “ontologia”. A identidade da ciência está em discutir o quê é a realidade, o quê é o mundo. • Maturana. Provando através da neurobiologia os problemas da percepção se depara com uma “objetividade-entre-parênteses”. Necessidade de discutir: a ontologia da explicação como condição para a constituição da observação, a ontologia da realidade, a ontologia da cognição e a ontologia do social e da ética. Sánchez Gamboa S. Referências • DERRIDA, J. El lenguaje y la instituciones filosóficas. Barcelona: Piados, 1995. • DERRIDA, J. Torres de Babel, Belo Horizonte: ed. UFMG 2002. • EAGLETON, T. Depois da teoria. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005. • GADAMER, El giro hermenéutico, Madrid: Cátedra, 1995 • HABERMAS, J. Verdad e justificación. Madrid: Trotta, 2002 • ______________La ética del discurso y la cuestión de la verdad. Buenos Aires: Paidós, 2006. • LUKÁCS, G. Introdução a uma estética marxista, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978 • MATURANA. H. Ontologia da realidade, Belo Horizonte : Ed UFMG, 1997 • Mészáros, I. Filosofia, ideologia e ciência social, São Paulo: Ensaio, 1993. • PRIGOGINE, I.; STENGERS, I. Entre el tiempo y la eternidad. Buenos Aires: Alianza, 1998 • STENGERS, I A Invenção das ciências modernas. São Paulo: Ed 34, 2002 Sánchez Gamboa S.