Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública - Nutrição Disciplina de Bromatologia – FBA 201 Fibra Alimentar Diego Jonson Juliana Kaori Ban Natália S. G. Dresseneti Paola Ibelli Temas Abordados Introdução; Definições de Fibra Alimentar; Codex – o que é e quais seus objetivos; Codex - Métodos Analíticos; Codex e FA – controvérsias; Efeitos benéficos reconhecidos; Justificativas para inclusão ou não de CHO de DP ≤ 9; Brasil – questões em aberto; Conclusão; Referências Introdução Composta por um grupo de componentes complexo e heterogêneo; Pode ser definido por suas características fisiológicas e químicas; Métodos analíticos utilizados têm sido modificados continuamente; Devido a pesquisas, agências e países têm proposto definições mais amplas; Definições de Fibra Alimentar (FA) AOAC - “compostos de origem vegetal, correspondentes às partes comestíveis de plantas ou carboidratos análogos que, quando ingeridos, são resistentes à hidrólise, digestão e absorção no intestino delgado sofrem fermentação completa ou parcial no intestino grosso de humanos.” ANVISA - “qualquer material comestível que não seja hidrolisado pelas enzimas endógenas do trato digestivo humano.” Codex – definição (2009) “Polímero de carboidrato com dez ou mais monômeros (DP que não são hidrolisados pelas enzimas endógenas do intestino delgado de seres humanos e pertencem a três categorias: Polímeros de carboidrato comestíveis e naturalmente presentes nos alimentos consumidos; Polímeros de carboidrato extraídos de alimentos crus por processo físico, químico ou enzimático e que tenha mostrado ter efeitos fisiológicos benéficos para a saúde por evidências cientificamente aceitas por órgãos competentes; Polímeros de carboidrato sintético que tenham mostrado ter efeitos fisiológicos benéficos à saúde por evidências cientificamente aceitas por órgãos competentes.” Mas afinal, o que é o Codex Comissão formulada pela OMS e FAO; Visa o desenvolvimento de normas alimentares, orientações e textos relacionados a tais; Participação de países no desenvolvimento de códigos que regem práticas higiênicas de processamento e recomendações alimentares; Qual o seu objetivo Proteção da saúde pública, no controle alimentar nacional; Práticas justas no comércio dos alimentos. Métodos Analíticos - Codex Métodos que quantificam a FA sem incluir a fração de baixo peso molecular (unidades monoméricas ≤ 9); Métodos que quantificam tanto a fração de alto (unidades monoméricas > 9) e de baixo peso molecular (unidades monoméricas ≤ 9); Métodos que quantificam individualmente as diferentes frações ou componentes da FA; Outros métodos; Codex e FA - controvérsias A principal refere-se a inclusão de polímeros de carboidratos com três a nove unidades monoméricas; Não há descrição do que constitui um efeito fisiológico benéfico; Não há critérios apropriados para sua comprovação em concordância com a definição de FA; Efeitos fisiológicos benéficos Redução no nível sanguíneo de colesterol total e/ou LDL-colesterol; Redução no nível sanguíneo pós-prandial de glicose e/ou insulina; Elevado bulk fecal e/ou tempo de trânsito reduzido; Fermentabilidade pela microbiota colônica. Carboidratos de DP 3 a 9 Justificativas para não inclusão: Não existem evidências de que carboidratos de DP de 3 a 9 unidades monoméricas possuam uma das propriedades; A inclusão deles como FA poderia induzir o consumidor a priorizar alimentos industrializados; Carboidratos de DP 3 a 9 Justificativas para sua inclusão: Não há como distinguir um ponto de corte claro considerando a solubilidade em álcool 80%; Não há evidências científicas para distinguir os efeitos fisiológicos de carboidratos com DP ≥ 10 daqueles com DP ≤ 9; Não existe um método analítico que quantifique de forma precisa quantidade de FA quando carboidratos de DP 3-9 não estão inclusos na definição de FA; Enquanto isso no Brasil... Posição da ANVISA quanto a: • Inclusão de carboidratos de unidades monoméricas de 3 a 9; • Definição do conteúdo de FA para alimentos líquidos; • Inclusão de compostos isolados ou sintéticos com comprovação de efeito benéfico; Conclusão A FA não está presente só na parede celular, mas no alimento como um todo; Pode pertencer a três categorias de polímeros de carboidratos; Pode propiciar efetiva harmonização global da rotulagem nutricional; Pode reduzir barreiras junto ao comércio internacional Não interferir no entendimento do consumidor do que é FA Referências ALINORM 09/32/26, appendix II. Guideliness for the use of Nutrition Claims: Table of conditions for Nutrient Contents (Part B) Dietary Fibre. Codex Alimentarius Comission; ALINORM 10/33/26, appendix II. List of Methods for Dietary Fibre. Codex Alimentarius Comission; E.B. Giuntini, E.W. de Menezes. Funções Plenamente Reconhecidas de Nutrientes - Fibra Alimentar / ILSI Brasil vol.18 (2011); J.F. Howlett et al. Definição de fibra alimentar – discussões no Ninth Vahouny Fiber Symposium: construindo acordo científico. Food & Nutrition Research 2010 / ILSI Europe. E.W. de Menezes et al. Codex dietary fibre definition – Justification for inclusion of carbohydrates from 3 to 9 degrees of polymerisation. Food Chemistry 140 (2013) 581–585;