Gestão das Emoções As emoções estão presentes em todos os seres vivos, porque fazem parte da sua vida. As emoções são reações químicas e neuronais que cumprem dois objetivos básicos ligados aos mecanismos da sobrevivência; um é o de produzir uma reação instantânea e específica – fugir por exemplo, o outro o de regular automaticamente e autonomamente o estado interno do organismo para que ele possa cumprir com sucesso uma reação específica – no exemplo da fuga, o de aumentar o fluxo de sangue aos músculos. “As emoções funcionam quando as imagens processadas no cérebro colocam em ação uma série de regiões incitadoras das emoções, como a amígdala ou regiões especiais do córtex do lobo frontal. Após uma destas regiões ser ativada processam-­‐se determinadas consequências: glândulas endócrinas e núcleos subcorticais segregam moléculas químicas que são enviadas para o corpo e também para o cérebro e que desencadeia certas ações.” – António Damásio Ao contrário dos outros organismos vivos nós conseguimos desenvolver a mente e o pensamento. Mas se entre nós esta capacidade fosse a única determinante do sucesso então aqueles com um Q.I. superior estariam decididamente no topo dos topos. Mas tal não acontece, como não acontece serem as empresas com preço mais baixo a dominarem o mercado. Por isso o conhecimento da natureza das emoções para além do contributo que dá para a gestão inteligente das mesmas – Inteligência Emocional – ajuda-­‐nos também a compreender dois processos decisivos no nosso sucesso profissional e empresarial: Processo Decisão e Inteligência Emocional. Processo de Decisão Num processo de avaliação por mais simples que a escolha seja, a tomada de decisão está sempre associada a uma emoção. Quando, por exemplo, analisamos uma opção, se tivermos uma sensação desagradável teremos tendência a esquecê-­‐la e se tivermos uma sensação agradável teremos tendência a adotá-­‐la. A este “estado de corpo” peculiar que nos “marca” quando pensamos em opções num processo de decisão, António Damásio chamou “marcador somático”. Não existindo “marcadores somáticos”, como as consequências seriam indiferentes seria muito difícil tomar uma decisão. Os marcadores somáticos não decidem, mas influenciam o processo de decisão. Inteligência Emocional A Inteligência Emocional é a nossa capacidade para conseguir um resultado positivo na gestão das emoções – nossas e dos outros. O conhecimento das nossas emoções e a de outros, permite-­‐nos compreender as nossas relações, controlar o que nos acontece, regular o stress e fazer as melhores escolhas. A Inteligência Emocional, medida pelo Q.E., é uma competência que pode ser desenvolvida (Gráfico 1 -­‐ % Melhoria da Inteligência Emocional após formação). Gráfico 1 Podemos melhorar a gestão das emoções, começando por decompor a Inteligência Emocional de acordo com o seguinte modelo: Competência Pessoal Quanto maior for esta competência mais facilmente aceitamos e adaptamo-­‐nos à mudança, assumimos responsabilidades, adotamos atitudes preventivas, assumimos o controlo dos momentos e temos iniciativa. Conhecimento das Emoções Até que ponto conheço os fatores que despoletam as minhas reações emocionais? Gestão das Emoções Até que ponto as consigo gerir para manter o meu equilíbrio comportamental? Competência Social A competência social permite-­‐nos mobilizar e inspirar os outros, influenciar decisões e pessoas, estreitar laços e construir confiança. Consciência Social Até que ponto tenho consciência dos fatores que despoletam as reações emocionais de terceiros? Gestão das Relações E até que ponto consigo gerir a positivamente as minhas relações de forma a obter um resultado positivo? O desenvolvimento da Inteligência Emocional é importante porque quanto mais conseguir evoluir nesta competência maior será o impacto no seu desempenho profissional (Quadro 1 -­‐ Inteligência Emocional e desempenho profissional): Quadro 1 A importância da Inteligência Emocional no desempenho de um líder A percentagem de pessoas com melhores desempenhos com Q.E. elevado A percentagem de profissionais de baixo desempenho com Q.E. elevado 58% 90% 20% Apesar das pesquisas apontarem que o Q.E. é o melhor indicador para a avaliar a capacidade de liderança, as empresas ainda hoje promovem executivos baseados no que eles sabem ou no tempo que trabalham na empresa e não nas suas competências para liderar. Gráfico 2 -­‐ Inteligência emocional e nível hierárquico 
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