ESQUEMAS DE NUTRIÇÃO ENTERAL E ENTEROCOLITE
NECROSANTE EM PREMATUROS: UM ESTUDO
CASO-CONTROLE MULTICÊNTRICO
Enteral feeding regimens and necrotising enterocolitis
in preterm infants: a multicentre case-control study
G. Henderson, S. Craig, P. Brocklehurst, W. McGuire
Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed 2009;94:120-123.
Escola Superior de Ciências da Saúde
Ilana Batista Resende
Coordenação: Paulo R. Margotto
www.paulomargotto.com.br
17/03/09
Introdução
 A maioria dos prematuros que desenvolvem
enterocolite necrosante (ECN) receberam
nutrição enteral.
 Aspectos do regime alimentar relacionados ao
risco de ECN ???
 Introdução do aleitamento e sua taxa de
progressão  importantes determinantes do
risco de ECN.
Introdução
 Necessidade de novos estudos randomizados.
 Informações limitadas sobre regimes de
nutrição enteral em crianças.
Objetivo
 Avaliar as associações entre os diferentes
esquemas de alimentação enteral e o
desenvolvimento de ECN em prematuros.
Métodos
 Estudo de caso-controle realizado em 10
unidades neonatais no norte da Grã-Bretanha,
entre Janeiro/2004 e Dezembro/2005.
 Casos – prematuros (IG < 37 semanas) com
diagnóstico de ECN utilizando os critérios
modificados de Bell ou laparotomia ou
necrópsia (Tabela 1)
Métodos
Métodos
 Controles – IG > 34 semanas, sem
probabilidade de desenvolver ECN.
 Os casos e os controles foram pareados em uma
de três faixas:
< 28 semanas
28 – 32 semanas
> 32 semanas
Resultados
 53 casos
32 sexo masculino
21 sexo feminino
 13  estágio I
40  estágio II/III
 18  laparotomia
3  necrópsia
 Diagnóstico: idade pós-natal média de 15 dias
(2 – 71 dias).
 Controles – recrutados em uma idade pós-natal
média de 54 dias (12 – 144 dias).
Resultados
 Não houve diferença estatisticamente significativa
entre os grupos em relação à média da IG (casos 27,9
(3,1) sem X controles 28,0 (2,7) sem) ou peso ao nascer
(casos 1114 (427)g X controles 1179 (478)g).
 A média dos valores do Apgar no 1° e 5º minutos não
diferem entre os dois grupos.
 Não houve diferença entre os grupos quanto a
incidência de ruptura prolongada de membranas (mais
de 24 horas antes do nascimento) ou febre materna
durante o parto (Tabela 2)
Resultados
Resultados
 Análise pós-natal:
As taxas de utilização de cateter de artéria
umbilical, VM, reposição de surfactante ou uso
de droga anti-inflamatória não esteróide como
terapia para o fechamento de persistência do
canal arterial não diferiram significativamente
entre os grupos (Tabela 3)
Resultados
 Práticas alimentares:
- Todos os casos iniciaram dieta com leite antes do
diagnóstico, minoria  leite materno.
casos com ECN estágios II/III (n=40): 28 receberam
leite materno X 37 do grupo controle (OR 0,19, IC 95%
0,05 a 0,73; p < 0,05).
- A média do dia em que foi iniciada a nutrição enteral
não diferiu entre os grupos (casos 2,9 (2,8) X controles
2,8 (1,8) dias).
Resultados
- A média da duração da alimentação (< 1 ml/Kg
/h) foi significativamente menor nos casos
(casos 3,3 (3,1) X controles 6,2 (6,7) dias).
- 42 casos alcançaram nutrição enteral plena
antes do diagnóstico de ECN.
Resultados
 Efeito do tipo de aleitamento:
os resultados não foram alterados quando as
análises foram estratificadas pelo tipo de
aleitamento (fórmula X aleitamento materno
parcial ou exclusivo).
 Efeito da inversão do fluxo diastólico final:
não houve diferença significativa entre os
prematuros com ou sem inversão do fluxo
diastólico final.
Discussão
 Diferenças nos regimes de alimentação enteral
contribuem para a variação na incidência de
ECN.
 Introdução da alimentação enteral precoce +
elevada taxa de progressão da alimentação 
maior incidência de ECN.
 Estudos incapazes de avaliar se o regime
alimentar individual da criança está associado
ao risco de desenvolvimento de ECN.
Discussão
 Vantagens:
- analisou se os esquemas utilizados para a
alimentação enteral individual em prematuros
foram associados a ECN;
- removeu a variável de confundimento da IG.
 Aleitamento materno  menor risco de ECN.
 Alimentação enteral precoce não está
relacionada ao desenvolvimento de ECN.
Discussão
 Duas fontes de viés:
- alto risco  alimentação exclusiva com
fórmulas de leite;
- “efeito substrato”
 Não houve evidência de que a presença de
inversão do fluxo diastólico final no período
pré-natal (feto centralizado) estivesse associada
ao risco de ECN.
Discussão
 Comparado com o jejum, a alimentação trófica
diminui o tempo para uma alimentação plena e
a duração da internação hospitalar, sem
aumentar o risco de ECN.
Conclusão
 A duração da alimentação trófica e a taxa de
volume de progressão da alimentação podem
ser fatores de risco modificáveis para a ECN em
prematuros.
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