Platyhelminthes Trematoda Eucestoda Aschelminthes: Nematoda Taxonomia reino (Sub)filo familia Gênero e espécie Metazoa Aschelmintes Nematoda Ascarididae: Ascaris lumbricoides Ancylostomidae: Ancylostominae: Ancylostoma duodenale A. caninum Bunostominae: Necator americanus Strongiloididae: Oxyuridae: Filariidae: Strongyloides stercoralis Enterobius vermicularis Wuchereria bancrofti Propriedades gerais de nematóides • • • • • • • • corpo não segmentado em geral, de forma cilíndrica revestido com uma cutícula resistente mudas entre as diversas larvas até o adulto trato digestivo completo (abertura oral e anal) sexos quase sempre separados, macho menor que fêmea maioria dos nematóides de vida livre diferentes formas de desenvolvimento: • desenvolvimento direto - sem migração - com migração transentero-somático - invasão ativa percutânea + migração • desenvolvimento indireto (hospedeiro intermediário) - invasão ativa do parasita Caenorhabditis elegans • O primeiro organismo multicelular que teve seu genoma analisado • Ainda hoje continua um dos grandes modelos para muitos aspectos de biologia (neurobiologia, embriologia ou biologia de desenvolvimento, toximetria) • RNAi foi descoberto nele (Prêmio Nobel em 2006) Morfologia dos nematóides faringe anel nervoso utero vagina Ovario Larvas “rhabditiformes” e “filariformes” Morfologia dos nematóides: corte vertical Enterobius vermicularis - Ciclo de vida Hospedeiro Adultos O e O + (larvas e adultos no intestino delgado ou grosso) transporte mecânico ou pelo ar, ingestão dos ovos Ovos meio Ovos embrionados (região anal) Ovos Exemplo de desenvolvimento direto sem migração Enterobius vermicularis saindo do anus para ovoposição Enterobius vermicularis Verme pequeno, filiforme Macho: 3-5 mm Fêmea: 8-12 mm (possui um final pontudo: “Pinworm“) Os machos morrem após a copulação, as fêmeas após a oviposição (até 200.000 ovos/fêmea) Enterobius vermicularis Ovos embrionados, com uma extremidade mais achatada, casca com 2 camadas que se unem em um ponto. Os ovos eliminados contêm embriões completamente formados. As larvas se desenvolvem em infectivas em 6 horas (à 37°C). Os sintomas são restritos a prurido anal, na maioria dos casos. Enterobius vermicularis • Epidemiologia: cosmopolita. • Transmissão por roupas, via aérea, água, alimentos, solo. Institucional. • Diagnóstico: swab anal e detecção dos ovos • Tratamento: mebendazole ou palmoato de pirantel (repetir após 15 dias); tratar toda a família. • Controle: higiene pessoal Ascaris lumbricoides (“lumbriga”) • Um verme com migração entero-somática • Mundialmente distribuido onde existe o contato de fezes humanos com alimentos • Em condições precárias, a população inteira (100%) está infectada • Centenas até milhares de vermes por indivíduo infectado (comum: crianças com 300 g de vermes) • 200.000 mil ovos são liberados por fêmea DIARIAMENTE Fonte: Rey Ciclo de vida de Ascaris lumbricoides Desenvolvimento do ovo até ficar infeccioso demora 2-3 semanas, forma L2 (2a. larva) é infecciosa Após invasão do fluxo sanguineo na altura do duodeno, passagem pelo figado e (L3) pulmão até o (L4) esófago demora mais 20 dias (L5, no intestino) Após 60 dias começa a produção de ovos. O verme adulto vive 1-2 anos Endoscopic diagnosis and removal of Ascaris lumbricoides during colonoscopy for polyp surveillance Alexander J. Eckardt MD and Graham F. Barnard MD, PhD, GASTROINTESTINAL ENDOSCOPY Volume 63, No. 4 : 2006 Diagnóstico de Ascaris • ovos nas fezes Exame por raio-X Sintomas • Eosinofilia durante a migração tecidual, aumento de IgG e IgE • Pequenas hemorragias devido ao estouro de capilares durante a migração • Síndrome pulmonar (parecido com pneumonia: sindrome de Loeffler), constipação grave, estenose do ducto biliar • Pouca evidência que Ascaris influencia o status nutricional do hospedeiro Tratamento • Dose única de 400 mg de Albendazol ou 3 x 100 mg de Mebendazol (“Vermox”) em 3 dias Profilaxia • tratamento quantitativo da população infectada • melhoria da higiene/tratamento de esgotos • evitar ao máximo a irrigação de verduras com água contaminada com fezes humanas Sabia que os ovos anualmente produzidos somente na China pesam 100.000 toneladas? Strongyloides stercoralis - um verme com migração enterosomática e invasão ativa -cosmopolita, com dominância nas áreas tropicais - existem diversas cepas diferentes que podem infectar ou não animais domésticos - Tamanho 1,5 mm (fêmea) e 0,7 mm (macho) - capaz de se proliferar por um ou poucos ciclos em vida livre - 4 cromossomos Ciclo de vida Pulmão hospedeiro Pele Intestino Reinfecção ainda no intestino (L3) ovos Larvas rhabditiformas ou filariformas nas fezes Adultos de sexos separados de vida livre Filariformas ou rhabditiformas Strongyloides stercoralis - sintomas • Freqüentemente a infecção é assintomática. • Sintomas pulmonares irritativos durante a migração larvária. • A resposta imune é responsável por desacelerar as mudas, diminuindo a taxa de reinfecção pela L3. • Sintomas gastro-intestinais: – dor abdominal e diarréia. – infecções maciças podem provocar lesões na mucosa que servem como porta de entrada para infecções secundárias. No caso de imunodepressão (pacientes de transplantes, Aidéticos), a taxa de reinfecção (ciclo homogônico ) aumenta Devido a migração descontrolada, vários orgãos podem ser comprometidos, maiores complicações ocorrem no pulmão Comprometimento do SNC é possivel Ocorrência de septicemia, até morte Strongyloides stercoralis: distribuição geográfica • Mundial. Mais concentrado em áreas tropicais e subtropicais. Casos em áreas temperadas (inclusive sul dos EUA) • Estima-se que aproximadamente 10% da população mundial está infectada. Vale do Rio Doce (MG): 58% dos casos estudados. • Mais freqüente em áreas rurais, grupos de baixo nível sócio-econômico, instituições fechadas (asilos, orfanatos). Strongyloides stercoralis : diagnóstico • Visualização de larvas em: – fezes frescas – aspirado duodenal – esputo • Direto/após concentração • Coprocultura Strongyloides stercoralis : terapia • Tiabendazol, por 3 dias: 25 mg/kg • Ivermectina, dose única: 200 mg/kg Cave: Exame parasitológico negativo após uma semana não significa cura, já que pode existir infecção larval em andamento Ancylostoma duodenale e Necator americanus (”hookworms”) Propriedades de Ancylostoma e Necator • aparelho bucal especializado para aderir fisicamente ao intestino do hospedeiro • hemofagia • larvas 1-3 livres, fora do hospedeiro • Necator precisa entrar ativamente pela dermis, enquanto Ancylostoma duodenale pode entrar na via oral (geofagia) e talvez transplacental Ciclo de vida de Necator e Ancylostoma Prepatência de 7-8 semanas Ancylostoma vive 1-5 anos Necator vive 18 anos Diferenças entre Ancylostoma e Necator Epidemiologia: Distribuição geográfica no Brasil e no mundo Sintomas e patologia da infecção • Sem graves síndromes pulmonares, mas eosinofilia • Quando muitos vermes estão presentes em pessoas não imunes, maturação dos vermes pode causar diarréia • Comum são flatulência, dores epigâstricas e desconforto • Raramente ocorrem nâuseas, vômitos • anemia (especificamente em Ancylostoma*) que pode levar crianças malnutridas a decompensação cardíaca *perda de sangue por verme e dia: 0,2 ml Tratamento Albendazol, dose única de 400 mg Profilaxia Não se expor a áreas contaminadas por fezes humanas e não contaminar áreas, usar calçados, não ingerir aréia contaminada (crianças!) Larva migrans cutânea (“bicho geográfico”) • infestação “errante” com Ancylostoma caninum ou A. braziliensis (hospedeiro: cão) Causa fortes irritações na pele que as vezes são seguídas por infecções bacterianas (sepsis) Tratamento de larva migrans Albendazol, 2x 200 mg por dia, durante 3 dias Albendazol inibe a polimerização de microtubuli de vermes e inibe o incorporação de glicose Profilaxia: • Não se expor a áreas contaminadas, usar calçados • Exterminar/tratar animais que frequentam as áreas infestadas Toxocara canis, Toxocara cati - Hospedeiro definitivo: cachorros jovens ate 5 semanas, gatos (T. cati) - ciclo evolutivo nestes análogo ao ciclo de Ascaris: vermes adultos no intestino de cachorros, liberação dos ovos com as fezes do cachorro/gato - ingestão de ovos maduros e contidos na terra libera no intestino de cães adultos/gatos e seres humanos a larva, que penetra a parede intestinal e migra nos tecidos, e lá encista em forma da larva 2 Grupo mais afetado: Crianças que tem contato com gatos e cachorros (e fezes deles) Patogênese: • migração da larva produz hemorragias locais, necroses e infiltração de linfócitos e eosinófilos • ao redor da larva morta: granuloma • complicação: penetração da larva na órbita do olho (granuloma orbital é facilmente confundido com retinoblastoma) Sintomas: • Hipereosinofilia (comum) • dores abdominais e de cabeça , hepatomegalia, anorexia, náuseas, vômitos , letargia, perturbância do comportamento, tosse, miosite, febre (comum) • Inflamação pulmonar crônica (esporádico), morte (raro) • Problemas de visão (retinochoroidite, retinite), (raro) • Epilepsia, miocardite (raro) Tratamento: • Em geral, nenhum • em casos severamente sintomáticos: corticosteróides plus • Tiabendazol, Albendazol, Mebendazol • Cachorro: Ivermectin, Dethylcarbamazid (DEC) Wuchereria bancrofti, agente causador da filaríase bancroftiana Um verme com desenvolvimento indireto. Distribuição geográfica • Pertence ao grupo dos nematóides que vivem dentro do sistema vascular do hospedeiro • Os ovos são liberados dentro do sistema vascular e podem lá sobreviver sem mais desenvolvimento • Passagem por um hospedeiro intermediário (mosquito) é essencial para a infectividade do verme (exemplo de desenvolvimento indireto) Ciclo de vida 2,5-4 cm 5-10 cm Dentro do mosquito, o envelope da microfilaria é digerida Culex quinquefasciatus Microfilaria ingerida 0,3 mm (L1) filaria infectante 1-2 mm (L3, após 6-8 dias) Durante a picada do mosquito, a larva infectante ativamente sai da probóscida e invade o local da picada Sintomas e Patologia • Ocorrência de sintomas depende de cada indivíduo (disposição genética?) • Manifestações iniciais são febre, linfangite* e linfadenite (mais comum nas extremidades), na maioria dos casos os sintomas cessam quando aparecem as primeiras microfilarias (exceção: Eosinofilia pulmonar dos Trópicos) • “assintomáticos” podem estar com hematuria ou proteinuria • A morte de vermes causa uma reação inflamatória que leva a fibrose e obstrução dos vasos linfáticos, infecções bacterianas amplificam ou até induzem este efeito (LPS), endosimbionte Wolbachia parece exercer um papel importante neste processo • Linfoedema, Elefantiasis *Linfangite é a lesão infecciosa dos vasos linfáticos Relação-patógeno hospedeiro em resumo Lammie et al. (2002), Ann. NY Acad. Sci. 979, 131-42 Elefantíase (somente após ~10 anos de infecção) Diagnóstico • Dados anamnésticos • Descobrimento das microfilárias por microscopia de esfregaços/gota espessa de sangue (tirar o sangue a noite) • Detecção do antígeno filarial circulante por Elisa ou Western Blot (não muito confiável) Terapia • para reduzir ou prevenir a morbidade, corrigir alterações provenientes da infecção (edema, hidrocele, elefantíase) e impedir a transmissão • 6 mg/kg e dia Citrato de dietilcarbamazina (DEC) durante 14-21 dias • DEC plus Ivermectin (400 µg/kg), 1 dose por ano • Dados novos mostram que a pré-terapia com Tetraciclina ajuda limitar as patologias causadas por vermes mortos, e que esta terapia já diminui a carga parasitária (por eliminação prévia do endosimbionte) Profilaxia • Tratar pessoas infectadas • usar repelente nas áreas onde há transmissão • usar mosquiteiro (microfilaria estão presentes no fluxo sangüíneo especificamente a noite) Perguntas: 1. Dê uma espécie exemplo de cada forma de desenvolvimento de nematóides: direto sem migração, direto com migração e indireto. 2. A picada de um mosquito que acabou de se infectar com microfilárias de Wuchereria é infectante? 3. Por que Strongyloides stercoralis é tão perigoso para Aidéticos? 4. Qual é larva infectante de Strongyloides stercoralis ? 5. Quais são os maiores causadores da patologia na infecção por Wuchereria bancrofti? Literatura: Markell & Voge´s Medical Parasitology Rey: Parasitologia 3. ed. Google: nomes dos vermes Patologia de Wuchereria: Lammie et al. (2002), Ann. NY Acad. Sci. 979, 131-42 Artrópodes como agentes causadores de doenças 1. Artrópodes: características gerais 2. Insetos causadores de doenças em humanos 3. Ácaros causadores de doenças em humanos Taxonomia: o filo Arthropoda (Barnes, 1977) Subfilo Trilobita Fósseis, todos extintos Subfilo Chelicerata Classe Merostomata - límulos - carangueijo Classe Arachnida - escorpiões, aranhas, carrapatos Ordem Acari Classe Pynogonida - aranhas marinhas Subfilo Mandibulata Classe Crustacea - camarão, lagosta, pitu Classe Insecta - moscas, mosquitos, pulgas, barbeiro Ordem Hemiptera Ordem Diptera Ordem Anoplura Ordem Siphonaptera Classe Chilopoda - centopéia Classe Diplopoda - milipés Classe Symphyla - sínfilos de terra vegetal Classe Pauropoda - paurópodos de húmus Subfilo Pentastomida - artrópodes vermiformes 1. Artrópodes: características gerais • O filo Arthropoda (grego: “pé articulado”) é o mais bem sucedido e abundante do reino animal. • Cerca de 80% das espécies de animais do planeta. • Esqueleto externo: exoesqueleto • Apêndices articulados • Simetria bilateral Abdome Cabeça Tórax Morfologia externa: exemplo inseto Tórax • formado por 3 metâmeros ou segmentos - protórax, mesotórax e metatórax; Abdome • formado por 8 a 10 anéis Morfologia Externa: insetos Cabeça • olhos - maioria possui um par de olhos compostos ou olhos simples ou ocelos; • antenas - são duas e apresentam formas e tamanhos variáveis; • peças bucais - são muito variáveis em tamanho e forma; função sugadora ou mastigadora; Morfologia Externa Asas - formadas por várias nervuras de sustentação e células Características gerais: exoesqueleto Proteção, mas crescimento exige mudas epicutícula exocutícula endocutícula epiderme membrana basal Componente fundamental (50%): quitina, um polímero da N-acetilglicosamina Ciclo Biológico - Ontogênese Existem três tipos de desenvolvimento dos insetos: Ametabolia exemplo: traça Não existem ecdises (mudas) Hemimetabolia Insetos passam pelas formas de ovo, ninfa e adulto, e as ninfas são semelhantes aos adultos em termos de ambiente e alimentação. Cada estádio termina com a ecdise Hemiptera: Reduviidae Holometabolia ou Metamorfose completa Insetos passam pelas fases de ovo, larva, pupa e adulto (imago) e os habitos alimentares das larvas são diferentes dos adultos Siphonaptera - pulgas Diptera - moscas e mosquitos diferentes estádios larvais Importante: diferentes estádios podem não responder a medidas de controle!! 2. Insetos causadores de doenças em humanos Ordem: Diptera Familia: Muscidae Mosca berneira: Dermatobia hominis Doença: miíase (Berne) infestação de vertebrados vivos por larvas de dípteros que se alimentam de tecidos ou líquidos corpóreos • Dermatobia hominis é encontrado em várias áreas úmidas da Américas central e sul • A fêmea coloca os ovos na parte abdominal de outros insetos (foréticos) que se alimentam de sangue ou secreções (moscas ou pernilongos) • Durante o pouso no hospedeiro, os ovos eclodem e a larva de Dermatobia penetra a pele sã (biontófaga) e evolui, dentro da lesão, até a larva 2. estádio • Após 6-12 semanas, a larva três emerge do hospedeiro e cai no solo onde se transforma em pupa D. hominis inseto forético • O local de infecção fica suscetível a entrada de oportunistas: bactérias • A infecção normalmente é benigna (inflamação localizada) (larva biontófaga) Após abandono do hospedeiro pupa no solo Emergência da mosca adulta após 4-11 semanas que vive poucos dias, copula e realiza postura (5-12 d) Tratamento • Remoção da larva com esparadrapo ou técnicas cirúrgicas • Eventualmente, aplicação de um antibiotico Moscas varejeiras: Cochliomyia hominivorax (biontófaga) Cochliomyia macellaria (necrobiontófaga) Doença: miíase (Bicheira) • Presente do sul dos EUA até Argentina, em regiões tropicais (ano inteiro) e temperadas (primaveraverão) • Fêmeas de Cochliomyia hominivorax depositam 200300 ovos/dia durante 3-4 dias ao redor de um ferimento recente (biontófaga, oviposição somente em seres vivos) • 12-24 horas depois a larvas eclodem e fixam-se e nutrem se dos tecidos • durante 6-7 dias há duas ecdises (L1-L3) • abandonam o hospedeiro e pupam no solo (6-8 dias) • emergem os adultos • Cochliomyia macellaria: ovos em tecidos necrosados Patogenia • Larvas secretam enzimas proteolíticas • Ferimento aumenta de tamanho • Decomposição de material no ferimento Atrai moscas Miíases secundárias Miíases por necrobiontófagas (Cochliomyia macellaria) Tratamento: • Limpar ferimento (com anestesia local) • Remoção individual das larvas (CAVE: fluido corporal tóxico!) • Aconselhavel: Aplicação de um antibiótico de largo espectro • No caso de miíase cavitária, (ingestão de ovos/larvas de uma variedade de moscas): antihelmínticos Controle: • Zoonose: Tratamento também dos animais! • Manipulações em gado (castração/descornas) no inverno • Tratamento do gado com Ivermectina/Doramectina para diminuir a densidade populacional das moscas Miíases - ação terapêutica – tratamento pode ser vantajoso no caso de resistência a antibióticos – utilização larvas necrobiontófagas – úlceras crônicas: pé diabético, estase venosa (forma de terapia milenar) Lucilia sericata, L. ilustris Phornia regina • Remoção de tecidos necróticos – secreção de proteases – ingestão do tecido liquefeito • Atividade antimicrobiana – S. aureus, Streptococcus sp. • Cicatrização – movimento (?) – alantoína, uréia, bicarbonato de amônia 1 semana 1 ano Ordem Siphonaptera: Tunga penetrans – pulga da areia – “bicho do pé” ou “bicho do porco”, hospedeiro usual é o porco (mas ataca gatos, cachorros e seres humanos) As lesões passam a ser porta de entrada de micróbios como Clostridium tetani (tétano), C. perfringens (gangrena gasosa), Paracoccidioides braziliensis (blastomicose) Tunga penetrans • A fêmea, após fecundação penetra a pele e começa a sugar sangue, os ovos se desenvolvem em 2 dias e são expelidos, o parasita morre ovos, larva 1 e 2, pupa Terapia: Remoção do parasita Prevenção: Aplicação de inseticidas Ordem Anoplura: Pediculus capitis, P. humanus e Pthirus pubis vulgo Piolho, Chato Doenças: Pediculose e Ftiríase Ectoparasitos cosmopolitas exclusivamente de humanos Em todas as classes sócio-econômicas Hemimetábolos (ovo, larva, ninfa, adulto) Todos os estádios hematófagos Piolhos: habitats • Pediculus capitis : cabeça • P. humanus: na roupa, em áreas protegidas do corpo • Pthirus pubis : predominantemente na área pubiana. • Os ovos são depositados mediante substância cimentante em fios de cabelo (onde eles são detectados mediante luz UV) ou de roupas • Ciclo evolutivo: após 10 dias, a larva eclode do ovo e começa sugar sangue, estádio ninfa, após 14 dias ficam maduros Patogenia da Pediculose/Ftiríase • Prurido, entrada de oportunistas (bactérias) • Phtirus pubis pode ser considerada uma DST (transmissão rara através de roupa) • P. humanus é um importante transmissor de Tifo exantemático (Rickettsia prowazekii), o artrópode abandona o hospedeiro que está com febre) Tratamento: P. capitis : Lavar cabeça com “shampoo” que contem 1% permethrina, uso repetido garante 100% sucesso Usar pente especial para remover as lêndeas do cabelo! P. humanus e Pthirus pubis : Lavar roupa contaminada a 50°C por 30 min, ou deixar em lugar seco fechado por 2 semanas 3. Ácaros causadores de doenças em humanos Filo Artropoda Classe Arachnida Subclasse Acari Morfologia geral dos ácaros larvas com 3 pares, ninfas/adultos com 4 pares de patas (aparelho bucal e palpos) (corpo) Subordem: Astigmata (Sarcoptiformes) Sarcoptes scabiei Doença: Escabiose ou Sarna dorsal ventral • Cosmopolita, democrático • 300 milhões de casos • parasita de seres humanos e outros mamíferos (existem variedades com diferentes preferências: S. scabiei canis, S. scabiei cuniculi, S. scabiei ovis etc.) • Não possuem traquéias, respiram pelo tegumento • Macho (0,2 mm) e fêmea (0,4 mm) • Infecção ocorre por contato pessoa-pessoa ou objetos contaminados (roupa, pentes etc.) • Os ácaros migram na epiderme, depositam ovos, dos quais eclodem larvas (depois 3-4 dias), que se desenvolvem para ninfas que ficam adultos (4 dias). • Fêmea: 3-4 ovos/dia (durante até 50 d), ciclo total: 20 d • Sítio preferencial de infecção: interdigital, nas pernas Patologia • A atividade migratória e a deposição de antígenos causa o influx de células T mononucleares e reações alérgicas (hipersensitividade do tipo IV) • Prurido, causa ferimentos secundários na pele e infecções bacterianas são frequentes • Em aidéticos ou imunossuprimidos, ocorre dermatite generalizada com grandes areas de pele comprometidas, altissimo número de ácaros presentes e o indivíduo é forte transmissor de Scabies Diagnóstico: • Clínico: Anamnese, pruridos noturnos, localização e aspecto das crostas • Parasitológico: Fita gomada sobre crostas ou raspado profundo lâmina microscópio Tratamento (repetido!): - Creme com permethrina 5% ou - Lindan 1% (pessoas imunocomprometidos plus 1 dose Ivermectina) - Tratamento da roupa contaminada: Lavar e secar por 10 min a 50°C, ou estocagem em recipientes fechados por 5 dias Ácaros de vida livre como causador de doença • Vivem em poeira domiciliar, grãos armazenados, alimentos processados • Família Phyroglyphidae: • Família Glycyphagidae: • Família Chortoglyfidae: • Família Saproglyphidae: - Dermatophagoides pteronyssinus Dermatophagoides farinae Pyroglyphus africanus Dermatophagoides deanei Euroglyphus maynei Blomia tropicalis Chortoglyphus arcuatus Suidasia pontifica • Pessoas suscetíveis (número crescente): alergias respiratórias • Alérgeno é o próprio ácaro e/ou seus produtos: dejetos, secreções, fezes que ficam em suspensão em poeira Muitos artrópodes são importantes vetores de várias parasitoses, bacterioses e viroses ... Culicíneos (filaríase) Flebotomíneos (leishmaniose) Simulídeos (oncocercíase) Ixodídeos (Riquetsiose, Babesiose) ...MAS... Triatomíneos Tripanossomíase americana Anofelinos (malária) Sifonápteros (peste) ...a própria saliva destes artrópodes hematófagos pode também causar fortes alergias em pessoas suscetíveis! atividade observada produto Flebotomíneo (Lutzomyia, Flebotomus) anti-agregação plaquetária Apirase (ATP-difosfohidrolase ) vasodilatador maxadilan inibidor ativação macrófago maxadilan (não comprovado) Mosquitos (Anopheles, Culex, Aedes) hemaglutinina anticoagulante anti Fator Xa, antitrombina Fator anti TNF anti-agregação plaquetária apirase desconhecido D7 (proteína específica de fêmeas) Triatomíneos (Triatoma) anti-agregação plaquetária apirase anticoagulante anti Fator 8, antitrombina Glossina anti-agregação plaquetária apirase anticoagulante antitrombina Borrachudos (Simulium) anticoagulante antitrombina, anti Fator Xa Efeitos da saliva de diferentes carrapatos Ixodideos anti-agregação plaquetária apirase anti histamina anticoagulante anti Fator 8, anti fator 5a, antiprótrombinase Kinase (antibradicinina) Carboxypeptidase N-like Antianafilatoxina Carboxypeptidase N-like Vasodilatadores Prostaglandina E2 Anti fator de ativação de plaquetas PGE2 Imunosupressores Inibidor de ativação de neutrófilos Inibidor de ativação de células T Anticomplemento (via alternativa) Argasideos anticoagulante TAP (tick anticoagulant peptide) anti-agregação plaquetária apirase $? • Não esquecer os artrópodos que passivamente transmitem parasitas (ovos, cistos, oocistos, bactérias e virus) Barata Formiga do cartao Literatura: L. Rey: Parasitologia, 3 ed., Guanabara Koogan, 2001 Guimarães JH, Papavero N: Myiasis in man and animal in the neotropical region. Bibliographic database, Ed. Plêiade, 1999 Beaty BJ, Marquardt WC: The Biology of Disease vectors. University Press of Colorado, 1996 Muitas imagens foram publicadas na internet no site do Prof. Marcelo Campos Pereira, ICB-USP Obrigado pela atenção!