Platyhelminthes
Trematoda
Eucestoda
Aschelminthes:
Nematoda
Taxonomia
reino
(Sub)filo
familia
Gênero e espécie
Metazoa
Aschelmintes
Nematoda
Ascarididae:
Ascaris lumbricoides
Ancylostomidae:
Ancylostominae:
Ancylostoma duodenale
A. caninum
Bunostominae:
Necator americanus
Strongiloididae:
Oxyuridae:
Filariidae:
Strongyloides stercoralis
Enterobius vermicularis
Wuchereria bancrofti
Propriedades gerais de nematóides
•
•
•
•
•
•
•
•
corpo não segmentado
em geral, de forma cilíndrica
revestido com uma cutícula resistente
mudas entre as diversas larvas até o adulto
trato digestivo completo (abertura oral e anal)
sexos quase sempre separados, macho menor que fêmea
maioria dos nematóides de vida livre
diferentes formas de desenvolvimento:
• desenvolvimento direto
- sem migração
- com migração transentero-somático
- invasão ativa percutânea + migração
• desenvolvimento indireto (hospedeiro intermediário)
- invasão ativa do parasita
Caenorhabditis elegans
• O primeiro organismo multicelular que teve seu genoma
analisado
• Ainda hoje continua um dos grandes modelos para muitos
aspectos de biologia (neurobiologia, embriologia ou biologia
de desenvolvimento, toximetria)
• RNAi foi descoberto nele (Prêmio Nobel em 2006)
Morfologia dos nematóides
faringe
anel nervoso
utero
vagina
Ovario
Larvas “rhabditiformes” e “filariformes”
Morfologia dos nematóides: corte vertical
Hospedeiro
Adultos O e O
+
(larvas e adultos no
intestino delgado ou grosso)
transporte
mecânico ou
pelo ar,
ingestão dos
ovos
Ovos
meio
Ovos
embrionados
(região anal)
Ovos
Exemplo de desenvolvimento direto sem migração
Enterobius vermicularis saindo do anus para ovoposição
Enterobius vermicularis




Verme pequeno, filiforme
Macho: 3-5 mm
Fêmea: 8-12 mm (possui um final pontudo: “Pinworm“)
Os machos morrem após a copulação, as fêmeas após a
oviposição (até 200.000 ovos/fêmea)
Enterobius vermicularis
Ovos embrionados, com uma
extremidade mais achatada, casca
com 2 camadas que se unem em um
ponto.
Os ovos eliminados contêm embriões
completamente formados.
As larvas se desenvolvem em infectivas
em 6 horas (à 37°C).
Os sintomas são restritos a prurido
anal, na maioria dos casos.
Enterobius vermicularis
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Epidemiologia: cosmopolita.
Transmissão por roupas, via aérea, água,
alimentos, solo. Institucional.
Diagnóstico: swab anal e detecção dos ovos
Tratamento: mebendazol ou palmoato de
pirantel (repetir após 15 dias); tratar toda a
família.
Controle: higiene pessoal
Ascaris lumbricoides (“lumbriga”)
• Mundialmente distribuido onde existe o contato de
fezes humanos com alimentos
• Em condições precárias, a população inteira (100%) está
infectada
• Centenas até milhares de vermes por indivíduo infectado
(comum: crianças com 300 g de vermes)
• 200.000 mil ovos são liberados por fêmea DIARIAMENTE
eles são muito resistentes (1-2 anos infectivos)
Fonte: Rey
Ciclo de vida de Ascaris lumbricoides
Desenvolvimento do ovo
até ficar infeccioso demora
2-3 semanas, forma L2 (2a.
larva) é infecciosa
Após invasão do fluxo
sanguineo na altura do
duodeno, passagem pelo
figado e (L3) pulmão até o
(L4) esófago demora mais
20 dias
(L5, no intestino) Após 60
dias começa a produção
de ovos. O verme adulto
vive 1-2 anos e mede até
40 cm!!
Endoscopic diagnosis and removal of Ascaris lumbricoides during colonoscopy for polyp surveillance
Alexander J. Eckardt MD and Graham F. Barnard MD, PhD, GASTROINTESTINAL
ENDOSCOPY Volume 63, No. 4 : 2006
Diagnóstico de Ascaris
• ovos nas fezes
Dentistas podem ver isso na saliva do paciente:
(o tamanho é incerto, a literatura diz L4: 4-6 mm)
Exame por raio-X
Sintomas
• Eosinofilia durante a migração tecidual, aumento de
IgG e IgE
• Pequenas hemorragias devido ao estouro de capilares
durante a migração, alguns vermes não chegam ao pulmão
• Síndrome pulmonar (parecido com pneumonia: síndrome de
Loeffler), constipação grave, estenose do ducto biliar
• Pouca evidência que Ascaris influencia o status
nutricional do hospedeiro
Tratamento
• Dose única de 400 mg de Albendazol ou 3 x 100 mg de
Mebendazol (“Vermox”) em 3 dias
Profilaxia
• tratamento quantitativo da população infectada
• melhoria da higiene/tratamento de esgotos
• evitar ao máximo a irrigação de verduras com
água contaminada com fezes humanas
Sabia que os ovos anualmente produzidos somente na
China pesam 100.000 toneladas?
Strongyloides stercoralis
- cosmopolita, com dominância nas áreas tropicais
- existem diversas cepas diferentes que podem infectar
ou não animais domésticos
- Tamanho 1,5 mm (fêmea) e 0,7 mm (macho)
- capaz de se proliferar por um ou poucos ciclos em vida livre
- 4 cromossomos
Ciclo de vida
Pulmão
hospedeiro
Pele
Intestino
Reinfecção ainda
no intestino (L3)
ovos
Larvas rhabditiformas
ou filariformas nas fezes
Adultos de sexos separados
de vida livre
Filariformas ou rhabditiformas
Strongyloides stercoralis - sintomas
• Freqüentemente a infecção é assintomática.
• Sintomas pulmonares irritativos durante a
migração larvária.
• A resposta imune é responsável por desacelerar
as mudas, diminuindo a taxa de reinfecção.
• Sintomas gastro-intestinais:
– dor abdominal e diarréia.
– infecções maciças podem provocar lesões na mucosa
que servem como porta de entrada para infecções
secundárias.
No caso de imunodepressão (pacientes de transplantes,
Aidéticos), a taxa de reinfecção (ciclo homogônico )
aumenta
Devido a migração descontrolada, vários orgãos podem ser
comprometidos, maiores complicações ocorrem no pulmão
Comprometimento do SNC é possivel
Ocorrência de septicemia, até morte
Strongyloides stercoralis: distribuição geográfica
• Mundial. Mais concentrado em áreas tropicais e
subtropicais. Casos em áreas temperadas (inclusive sul
dos EUA)
• Estima-se que aproximadamente 10% da população
mundial está infectada. Estudo no Vale do Rio Doce (MG):
58% dos casos estudados.
• Mais freqüente em áreas rurais, grupos de baixo nível
sócio-econômico, instituições fechadas (asilos, orfanatos).
Strongyloides stercoralis : diagnóstico
• Visualização de larvas em:
– fezes frescas
– aspirado duodenal
– esputo
• Direto/após concentração
• Coprocultura
Strongyloides stercoralis : terapia
• Tiabendazol, por 3 dias: 25 mg/kg
• Ivermectina, dose única: 200 mg/kg
Cuidado: Exame parasitológico negativo após uma semana
não significa cura, já que pode existir infecção larval em
andamento
Ancylostoma duodenale e Necator americanus
(”hookworms”)
Propriedades de Ancylostoma e Necator
• aparelho bucal especializado para aderir fisicamente
ao intestino do hospedeiro
• hemofagia
• larvas 1-3 livres, fora do hospedeiro
• Necator precisa entrar ativamente pela derme,
enquanto Ancylostoma duodenale pode entrar na
via oral (geofagia) e talvez transplacental
Ciclo de vida de Necator e Ancylostoma
Prepatência de 7-8
semanas
Ancylostoma vive 1-5
anos
Necator vive 18 anos
Diferenças entre Ancylostoma e Necator
Epidemiologia: Distribuição geográfica no Brasil
e no mundo
Sintomas e patologia da infecção
• Sem graves síndromes pulmonares, mas eosinofilia
• Quando muitos vermes estão presentes em pessoas
não imunes, maturação dos vermes pode causar diarréia
• Comum são flatulência, dores epigâstricas e desconforto
• Raramente ocorrem nâuseas, vômitos
• anemia (especificamente em Ancylostoma*) que pode levar
crianças malnutridas a decompensação cardíaca
*perda de sangue por verme e dia: 0,2 ml
Tratamento
Albendazol, dose única de 400 mg
Profilaxia
Não se expor a áreas contaminadas por fezes
humanas e não contaminar áreas, usar calçados,
não ingerir aréia contaminada (crianças!)
Larva migrans cutânea (“bicho geográfico”)
• infestação “errante” com Ancylostoma caninum ou
A. braziliensis (hospedeiro: cão)
Causa fortes irritações na pele que as vezes são seguídas
por infecções bacterianas (sepsis)
Tratamento de larva migrans
Albendazol, 2x 200 mg por dia, durante 3 dias
Albendazol inibe a polimerização de microtubuli de vermes
e inibe o incorporação de glicose
Profilaxia:
• Não se expor a áreas contaminadas, usar calçados
• Exterminar/tratar animais que frequentam as áreas
infestadas
Toxocara canis, Toxocara cati
- Hospedeiro definitivo: cachorros jovens ate 5 semanas,
gatos (T. cati)
- ciclo evolutivo nestes análogo ao ciclo de Ascaris:
vermes adultos no intestino de cachorros, liberação dos
ovos com as fezes do cachorro/gato
- ingestão de ovos maduros e contidos na terra libera no
intestino de cães adultos/gatos e seres humanos a larva,
que penetra a parede intestinal e migra nos tecidos, e em
humanos lá encista em forma da larva 2
Grupo mais afetado: Crianças que tem contato com
gatos e cachorros (e fezes deles)
Patogênese:
• migração da larva produz hemorragias locais, necroses
e infiltração de linfócitos e eosinófilos
• ao redor da larva morta:
granuloma
• complicação: penetração da larva na órbita do olho
(granuloma orbital é facilmente confundido com
retinoblastoma)
Sintomas:
• Hipereosinofilia (comum)
• dores abdominais e de cabeça , hepatomegalia, anorexia,
náuseas, vômitos , letargia, perturbância do
comportamento, tosse, miosite, febre (comum)
• Inflamação pulmonar crônica (esporádico), morte (raro)
• Problemas de visão (retinochoroidite, retinite), (raro)
• Epilepsia, miocardite (raro)
Tratamento:
• Em geral, nenhum
• em casos severamente sintomáticos: corticosteróides
plus
• Tiabendazol, Albendazol, Mebendazol
• Cachorro: Ivermectin, Dethylcarbamazid (DEC)
Wuchereria bancrofti,
agente causador da filaríase bancroftiana
Exemplo de desenvolvimento indireto, com vetor
Distribuição geográfica
• Pertence ao grupo dos nematóides que vivem dentro do
sistema vascular do hospedeiro (lembram da Mansonella?)
• Os ovos são liberados dentro do sistema vascular e podem
lá sobreviver sem mais desenvolvimento
• Passagem por um hospedeiro intermediário (mosquito) é
essencial para a infectividade do verme
Ciclo de vida
2,5-4 cm
5-10
cm
Dentro do mosquito, o envelope da microfilaria é digerida
Culex quinquefasciatus
Microfilaria ingerida 0,3 mm (L1)
filaria infectante 1-2 mm (L3, após 6-8 dias)
Durante a picada do mosquito, a larva infectante
ativamente sai da probóscida e invade o local da picada
Sintomas e Patologia
• Ocorrência de sintomas depende de cada indivíduo
(disposição genética?)
• Manifestações iniciais são febre, linfoangite e linfoadenite
(mais comum nas extremidades), na maioria dos casos os
sintomas cessam quando aparecem as primeiras
microfilarias (excessão: Eosinofilia pulmonar dos Trópicos)
• “assintomáticos” podem estar com hematuria ou
proteinuria
• A morte de vermes causa uma reação inflamatória que
leva a fibrose e obstrução dos vasos linfáticos, infecções
bacterianas amplificam ou até induzem este efeito (LPS),
endosimbionte Wolbachia parece exercer um papel
importante neste processo
• Linfoedema, Elefantiasis
Relação-patógeno hospedeiro em resumo
Lammie et al. (2002), Ann. NY Acad. Sci. 979, 131-42
Elefantíase (somente após ~10 anos de infecção)
Diagnóstico
• Dados anamnésticos
• Descobrimento das microfilárias por microscopia
de esfregaços/gota espessa de sangue (tirar
o sangue a noite)
• Detecção do antígeno
filarial circulante por
ELISA ou Western Blot
(não muito confiável)
Terapia
• para reduzir ou prevenir a morbidade, corrigir
alterações provenientes da infecção (edema,
hidrocele, elefantíase) e impedir a transmissão
• 6 mg/kg e dia Citrato de dietilcarbamazina (DEC)
durante 14-21 dias
• DEC plus Ivermectin (400 µg/kg), 1 dose por ano
• Dados novos mostram que a pré-terapia com
Tetraciclina ajuda limitar as patologias causadas por
vermes mortos, e que esta terapia já diminui a carga
parasitária (por eliminação prévia do endosimbionte)
Profilaxia
• Tratar pessoas infectadas
• usar repelente nas áreas onde há transmissão
• usar mosquiteiro (microfilaria estão presentes no
fluxo sangüíneo especificamente a noite)
Literatura:
Markell & Voge´s Medical Parasitology
Rey: Parasitologia 3. ed.
Google: nomes dos vermes
Patologia de Wuchereria:
Lammie et al. (2002), Ann. NY Acad. Sci. 979, 131-42
Perguntas/Take home message
1) Relembre nematóides e seus ciclos de vida com i) desenvolvimento
direto, ii) com migração, e iii) com transmissão vetorial
2) Em quais pontos da infecção com Ascaris o dentista pode de fato
ver o organismo no tratamento?
3) Por qual fato biológico o Strongyloides stercoralis é menos
recentemente parasita que o Ancylostoma duodenalis ?
4) Compartilhamento de agulhas com alguém com Wuchereria ou
mesmo Onchocerca leva a infecção patente com esta filárias?
5) Em dias de hoje, o que é preciso para desencadear uma epidemia
de Wuchereria em São Paulo?
Obrigado pela atenção!
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Nematoides intestinais/Filárias