ANCILOSTOMÍASE INTRODUÇÃO Filo: Aschelminthes Classe: Nematoda Ordem: Strongylida Superfamília: Ancylostomatoidea Família: Ancylostomatidae (Ankylos= curvo; tomma= boca) Gênero: Ancylostoma e Necator Sinonímia - Amarelao, opilação, doenca do Jeca Tatu. ESPÉCIES RESPONSÁVEIS PELA DOENÇA HUMANA: Ancylostoma duodenale (Dubin, 1843) Necator americanus (Stiles, 1902) Ancylostoma ceylanicum (Loss, 1911) Helmintos que ou foram herdados pela espécie humana através da evolução simultânea do parasito e do hospedeiro, ou adaptaram¾se aos homens ou aos nossos ancestrais hominídios, quando esses abandonaram as florestas para viverem em savanas, margens de rios ou lagos e começaram a frequentar ambientes favoráveis ao ciclo de transmissão dos helmintos de outras espécies EPIDEMIOLOGIA - Distribuição mundial. - Preferencialmente, em crianças com mais de 6 anos, adolescentes e em individuos mais velhos, independente da idade. - Predominam nas áreas rurais, estando muito associada a áreas sem saneamento MORFOLOGIA Tamanho: varia de 0,8 a 1,3 cm. Quando eliminados nas fezes: avermelhados devido à hematofagia e histiofagia que fazem no trato gastrintestinal dos hospedeiros. Ancylostoma duodenale: bolsa copuladora e cápsula bucal com dois pares de dentes. Os ovos são liberados no ambiente e tornam-se larvados. A larva rabditóide leva por volta de uma semana para tornar-se larva filarióide. Ancilostomídeo - ovo Ancilostomídeo - larva rabditóide. Ancilostomídeo - larvas filarióides Ancylostoma duodenale - cápsula bucal com dois pares de dentes Ancilostomídeo - detalhe da bolsa copuladora. CICLO BIOLÓGICO por penetração ativa, para A.duodenale e N.americanus 1.Penetração da larva L3 (filarióides) pela pele; 2.Larvas carreadas pelo sistema porta até os pulmões; 3.Larvas rompem os capilares e caem nos alvéolos, sofrendo nova muda (L4). Migração das larvas para a faringe; 4.Expulsão das larvas pela expectoração ou deglutição; CICLO BIOLÓGICO por penetração ativa, para A.duodenale e N.americanus 5.Larvas deglutidas atingem o duodeno, onde sofrem uma nova muda (L5), sendo que posteriormente amadurecem sexualmente transformando-se em adultos. Fêmeas, após a cópula, iniciam a ovoposição. 6.Eliminação dos ovos embrionados pelas fezes e contaminação do ambiente; 7.Evolução dos ovos férteis no solo até se tornarem larvados, com L1 (rabditóide) que após a liberação se desenvolvem, sofrendo muda para L2 rabditóide; 8.Transformação para larva L3 filarióide infectante. CICLO BIOLÓGICO Por ingestão oral, somente para A.duodenale Por meio da ingestão oral das larvas filarióides (L3) não ocorre o ciclo pulmonar. As larvas perdem a cutícula externa no estômago e migram para o intestino delgado, penetrando na mucosa intestinal. Após a penetração: Larvas sofrem uma nova muda (L4) e, após alguns dias, essas larvas voltam à luz intestinal, fixam-se à mucosa e iniciam o repasto alimentar, transformando-se posteriormente em L5 e, em seqüência, em vermes adultos (machos e fêmeas). TRANSMISSIBILIDADE - Não se transmite de pessoa a pessoa, - Indivíduos infectados contaminam o solo durante vários anos, quando não adequadamente tratados. - Em condições favoráveis, as larvas permanecem infectantes no solo durante varias semanas. COMPLICAÇÕES Anemia Hipoproteinemia Insuficiência cardíaca Anasarca Hemorragia Pneumonite DIAGNÓSTICO CLÍNICO - Prurido característico. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - Achado de ovos no exame parasitológico de fezes, por meio dos métodos de Lutz, Willis ou Faust, - Contagem de ovos pelo Kato-Katz. TRATAMENTO Mebendazol, 100mg, 2 vezes ao dia, durante 3 dias consecutivos. Nao e recomendado seu uso em gestantes. Essa dose independe do peso corporal e da idade. Pode ser usado Albendazol, 2 comprimidos, VO, em dose unica (1 comprimido=200mg), ou 10ml de suspensão (5ml=200mg). O Pamoato de Pirantel pode ser usado na dose de 2030mg/kg/dia, durante 3 dias. O controle de cura e realizado no 7⁰, 14⁰ e 21⁰ dias apos o tratamento, mediante exame parasitológico de fezes. MEDIDAS DE CONTROLE - Educação em saúde com relação a hábitos pessoais de higiene, particularmente o de lavar as mãos antes das refeições e o uso de calcados. - Evitar a contaminação do solo mediante a instalação de sistemas sanitários para eliminação das fezes. - Tratamento das pessoas infectadas.