Tromboembolia pulmonar II Curso de graduação - SBPT Veronica M Amado Obstrução proximal ou distal do leito vascular pulmonar, na grande maioria das vezes causada por êmbolos hemáticos provenientes de MMII Epidemiologia Incidência anual (EUA): Aproximadamente 600.000/ano Mortalidade: antes de tratamento com anticoagulantes→ 30%, após 2 a 8% Autópsias → 2/3 dos pacientes não tinham diagnóstico prévio de TEP CHEST 2004; 125: 1539 Fatores de risco Viscosidade Estase sangüínea Lesão vascular Rudolf Virchow 1821-1902 Fatores de risco Idade: > 40 anos História prévia de TVP/TEP Cirurgia com mais de 30` de duração Imobilização prolongada AVCI ICC Fatores de risco Fraturas de ossos longos Câncer Obesidade Gestação Terapia com estrogênio Trombofilias Diagnóstico Clínica •Sintomas: dispnéia(73%), dor pleurítica(66%), tosse seca(37%) (PIOPED-97%), hemoptise, sibilos •Sinais: taquipnéia, taquicardia, febre, alterações da ausculta (crepitações, sibilância, atrito pleural), segunda bulha proeminente Diagnóstico •Repercussões circulatórias 20% obstrução => mecanismos compensatórios 30-40% => aumento da PAP e aumento leve da PAD 50-60% => aumento da PAP e disfunção de VD Diagnóstico Submaciço Maciço Anatômico Pelo menos 1 artéria segmentar e menos de 50% do leito vascular pulmonar Pelo menos duas artérias segmentares ou ≥50% Clínico Disfunção de VD e circulação sistêmica preservada Choque Diagnóstico Rx de tórax PA e perfil •12% - Rx de tórax normal •Inespecíficos: atalectasias, derrame pleural, opacidades parenquimatosas, elevação de cúpulas diafragmáticas Diagnóstico Rx de tórax PA e perfil • Infarto com opacidade em cunha, base pleural e ápice voltado para o hilo → (Hampton`s hump) → Infarto pulmonar • Diminuição da vasculatura, com área de hipertransparência ( sinal de Westermark) Diagnóstico ECG •Alterado em 1/3 dos casos •Taquicardia sinusal •Alterações de segmento ST e onda T •Sinais de sobrecarga de câmeras direitas (S1Q3T3) Diagnóstico Gasometria arterial •Hipoxemia •Aumento da diferença alvéolo arterial •Hipocapnia Risco de TEP Fatores preditores de probabilidade de TEP Variáveis Fatores de risco Sinais e sintomas clínicos de trombose venosa profunda Diagnóstico alternativo menos provável que TEP Freqüência cardíaca maior que 100bpm Imobilidade ou cirurgia nas última 4 semanas Trombose venosa ou TEP prévio Hemoptise Câncer (recebendo tto, tto nos últimos 6m, tto paliativo) Probabilidade clínica Baixa < 2,0 Intermediária 2,0 – 6,0 Alta > 6,0 Pontos 3,0 3,0 1,5 1,5 1,5 1,0 1,0 Thromb Haemost 2000;83:416 Risco de TEP Alto risco clínico (10 a 30% dos casos) – prevalência de TEP 70 a 90% Risco moderado (25 a 65% dos casos) – prevalência de 25 a 45% Baixo risco (25 a 65% dos casos) – prevalência de 5 a 10% NEJM 2003;349:1247 Diagnóstico Dímero-D •Produto de degradação de fibrina, plasmina mediada •Pode ocorrer em qualquer situação em que há formação de fibrina Diagnóstico Dímero-D •Muito sensível e pouco específico •Importante quando é negativo! •Não descarta TEP quando (-) com alta probabilidade clínica!!!! Jama 2006; 295: 172 Diagnóstico Ecocardiograma Diagnóstico x prognóstico Diagnóstico Cintilografia •Alta probabilidade clínica + cintilográfica: VPP 95% •Baixa probabilidade clínica + cintilográfica: VPN 4% •Alta probabilidade clínica + V/Q baixa: 40% JAMA1990;263:2753 Diagnóstico Cintilografia - limitações •Compressão extrínseca •Alterações de parede vascular •Alterações vasculares congênitas •Pneumopatas crônicos Diagnóstico CT helicoidal •Avaliação do parênquima pulmonar •Avaliação de MMII (poplíteas, femorais comuns, veia cava inferior) •Método não invasivo •Evolução Diagnóstico NEJM 2006;354:2317 Diagnóstico Arteriografia •Desvantagens: invasivo, caro, examinador dependente, uso de contraste •Vantagens: dados hemodinâmicos, tratamento pode ser feito durante o procedimento Risco clínico alto a moderado Angio CT (multislice) avaliação de tórax e MMII Exame (+) Exame (-) Exame (-) Confirma TEP Dupplex (-) Arteriografia Cintilografia se Rx nl (+) (+) Confirma TEP (-) Descarta TEP J Bras Pneumol. 2010;36(supl.1):S1-S68 Diagnóstico Risco clínico baixo Dímero D Exame (-) Exame (+) Angio CT de tórax Descarta TEP Exame (-) Exame (+) Descarta TEP Confirma TEP J Bras Pneumol. 2010;36(supl.1):S1-S68 Estratificação de risco AJRCCM 2005; 172: 1041 Estratificação de risco Maior número de recorrência e mortalidade associados à disfunção de VD avaliada pelo Ecocardiograma Troponina BNP CHEST 2004; 125: 1539 Circulation 2003; 108:2191 Tratamento Suporte ventilatório e hemodinâmico Heparina não fracionada – TTPa 1,6 a 2,3 x padrão (1A) Heparina de baixo peso molecular – Enoxiparina, Delteparina, Nadroparina Fondaparinux 5 – 10mg/dia CHEST 2008;133:454S Tratamento Anticoagulação oral – RNI 2-3, manter heparina até estabilidade de RNI – 4 a 5 dias (1A) •Com fator de risco – 3 meses (1A) •Idiopática – 6 meses (1A) •Coagulopatias – 12 meses? Definitiva? (1C) Indicações para filtro de veia cava inferior J Bras Pneumol. 2010;36(supl.1):S1-S68 Tratamento Indicação de trombólise (rtPA ou estreptoquinase): •TEP maciço com instabilidade hemodinâmica •Menos de 14 dias do episódio •TEP sub maciço com disfunção ventricular direita sem instabilidade hemodinâmica → Casos individuais CHEST 2008;125:1539 J Bras Pneumol. 2010;36(supl.1):S1-S68 Tratamento Contra-indicação à trombólise • Embolectomia cirúrgica/hemodinâmica CHEST 2008;125:1539 J Bras Pneumol. 2010;36(supl.1):S1-S68 O melhor tratamento e prevenir!