Vol. 2
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Nº. 1
05/fevereiro/2013
Relatório Internacional de Tendências do Café
Relatório Internacional de Tendências do Café
Bureau de Inteligência
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Bureau de Inteligência Competitiva do Café
Vol. 1, Nº 3 – 05/12/2012
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Competitiva do Café
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Relatório Internacional de Tendências do Café
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Indústria | 5 |
1.
Cafeterias | 7 |
Consumo | 10 |
PRODUÇÃO
AMÉRICA CENTRAL
Costa Rica
Em 2012, cerca de 20 mil xícaras de café foram
servidas diariamente, com o rótulo de café carbono
neutro. O país é o primeiro a acrescentar ao grão um
valor diferenciado com a oferta de cafés produzidos
com zero carbono. A cooperativa Coopedota
conseguiu minimizar e compensar as emissões de
gases do efeito estufa associados à produção,
processamento, transporte e venda do café e obteve a
certificação internacional de neutralidade de carbono
através da British Standards Institution. A Coopedota
enfatiza que este produto é também uma forma da
Costa Rica realizar o compromisso que assumiu em
2007, de ser neutro em carbono até 2021.
Esta iniciativa é apoiada pelas Hivos (ONG
Internacional) e a Cooperação Internacional Alemã,
em coordenação com a Fundecooperacion, para levar
a produção de café livre de carbono para a cúpula
sobre mudança climática, que faz parte da NAMA
(Ações de Mitigação Nacionalmente Apropriadas). A
NAMA é um instrumento de financiamento para
projetos de sustentabilidade. No país, o programa é
baseado na implantação de tecnologias que permitem
que a cafeicultura melhore a sua competitividade
através da redução das emissões dos gases do efeito
estufa e, assim se adapte os sistemas de produção às
alterações climáticas.
ÁSIA
China
O estado de Yunnan, sudoeste da China, tem
impulsionado a cafeicultura local. Em 2016, a
produção prevista para este estado é de cerca de 1,6
milhões de sacas. Com esse aumento, é esperado que
o café produzido em Yunnan esteja disponível em um
número crescente de localidades. Outra prioridade é
melhorar a qualidade dos grãos na região, já que a
indústria de solúvel não tem dado bons lucros.
Insights | 12 |
O governo provincial de Yunnan elaborou um
plano para desenvolver a cafeicultura. Estabeleceu-se
uma meta para expandir a área de cultivo, totalizando
607 mil hectares em 2020, e obter uma produção
anual de 3,3 milhões de sacas. A área de cultivo, de
acordo com dados da Associação de Café de Yunnan,
já ultrapassa 404.686 hectares.
Em 2011, foi comercializado internacionalmente
um total de 833,3 mil sacas de café de Yunnan.
Apesar de representar apenas 0,6 a 0,7% das
transações globais, o número é um recorde na história
das exportações de café da província.
Vietnã
O Vietnã exportou aproximadamente 24 milhões
sacas de café na safra 2011/2012, um aumento de
23% em relação à safra anterior, atingindo um novo
recorde, de acordo com a Associação de Café e
Cacau (VICOFA). O café vietnamita está disponível em
80 países e territórios ao redor do mundo,
especialmente na Alemanha, que adquire 12,81% do
total exportado, seguido pelos EUA com 11,6%.
A VICOFA informou que irá recolher US$ 2 por
tonelada de café tipo exportação para construir o
fundo de desenvolvimento do café, que irá ajudar os
produtores na renovação dos cafezais.
Um problema que o país tem enfrentado diz
respeito à comercialização do produto. Observou-se
que o grão vietnamita foi comercializado com deságio
de US$ 2,4 a US$ 6,0 a saca, quando comparado
aos outros países nos anos de 2011 e 2012,
respectivamente.
Outro gargalo que assombra a atividade cafeeira
vietnamita são as queixas feitas pelas empresas da
área pela falta de capital para investir no setor em
2012/2013. Aproximadamente 90% dos exportadores
de café dependem de empréstimos bancários. Diante
da atual conjuntura, o Agribank (Banco do Vietnã para
a Agricultura e Desenvolvimento Rural) desembolsou
US$ 432 milhões para o setor cafeeiro. Desse total,
US$ 240 milhões foram para apoiar o cultivo e US$
192 milhões para processadores e exportadores de
café.
A porcentagem das empresas de café em dívida
é de 3,8%, número considerado aceitável pelo
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Agribank, quando comparado com as outras
indústrias. Mesmo assim, o banco planeja
desembolsar mais US$ 240 milhões para a indústria
cafeeira e US$ 168 milhões serão destinados ao
processamento dos grãos para a exportação. Além
disso, US$ 448 milhões serão direcionados, no médio
e longo prazo, a projetos para o desenvolvimento de
armazenamento e processamento.
As empresas de café estão interessadas no
acesso a empréstimos bancários em moeda
estrangeira. As taxas de juros de 7 a 8% são mais
atraentes para empréstimos em dólares do que na
moeda vietnamita, com juros de 18 a 21% ao ano, o
que pode melhorar a competitividade das
organizações
nacionais
frente
às
empresas
estrangeiras no mercado interno pela compra de café
dos agricultores locais.
do cacau mais competitivas. Para isso, foi anunciado
um orçamento de US $ 4,7 milhões.
Esse dinheiro será utilizado para a elaboração de
um viveiro de café, que produzirá 200 mil mudas da
espécie Robusta por ano, através do Cagayan Valley
Upland Research Outreach Station, em Aglipay,
Quirino. Esta iniciativa pretende auxiliar os
cafeicultores e a economia do país, já que com um
aumento na produção dos grãos as cafeterias do país
podem comprar o produto local, sem depender do
mercado externo. Atualmente, o país importa cerca de
1,6 milhão de sacas de grãos de café ao ano, e este
número tem crescido, devido ao aumento da demanda
do produto pelas cafeterias. O Vietnã é o principal
exportador de café para o país.
Tailândia
A cafeicultura tailandesa continua promissora,
mas precisa focar na produção de cafés especiais
para lidar com a intensa concorrência induzida pela
integração econômica regional ao longo dos próximos
três anos, dizem especialistas. Os membros do setor,
que incluem os exportadores de café solúvel,
torrefadores e produtores de café, propõem a
concentração em produtos especiais para aumentar a
competitividade do café da Tailândia.
Embora a produção do grão ainda seja baixa,
quando comparado com outros países da Ásia, como
Vietnã e Indonésia, o país tem elevado potencial para
crescer, dada a qualidade dos processos de cultivo e
de sua localização geográfica favorável.
Índia
No distrito de Darjeeling, as terras sempre foram
tradicionalmente cultivadas com chá. Contudo, a
Autoridade de Desenvolvimento do Norte de Bengal
decidiu iniciar o cultivo de café nesta localidade e
atribuiu ao Conselho de Café da Índia a tarefa de
conduzir um estudo de viabilidade. O objetivo do
cultivo do café na região é promovê-lo como uma
atividade comercial e ambientalmente correta.
O Conselho tem planejado aumentar a área de
cultivo com café no norte dos Estados do leste,
especialmente no norte de Bengala.
Indonésia
Segundo uma reportagem publicada pelo jornal
britânico The Guardian, o café Kopi Luwak
provavelmente esconde maus tratos aos civetas. Isso
porque a produção da bebida tem forçado os
mamíferos a uma situação debilitante e que vem sendo
denunciada por grupos de proteção aos animais.
De acordo com o jornal, o aumento da procura
por esse café raro tem levado os produtores a confinar
os animais em jaulas e alimentá-los compulsoriamente
a fim de garantir uma elevada produção dos grãos
gourmet. Nos EUA, o preço do quilo pode passar de
mil reais.
ÁFRICA
Uganda
Como a demanda por café de qualidade cresce,
a Agribusiness Initiative Trust (aBI) financiou a
Academia de Café da África (ACA) para treinar
prestadores de serviços a fim de atender aos novos
padrões de consumo. O treinamento será focado em
sistemas de gestão da qualidade e normas sanitárias e
fitossanitárias. A formação ajudará os cafeicultores a
serem mais competitivos.
No projeto, com duração de dois anos, os futuros
profissionais terão aulas sobre a situação mundial de
café, comercialização, os requisitos internacionais de
qualidade, sistemas de garantia de qualidade e o uso
de sistemas de informação. Haverá também uma
parte voltada para o manejo da cultura, com a difusão
Filipinas
Os produtores de café no país receberão um
apoio vindo de uma iniciativa do Departamento de
Agricultura (DA), a fim de tornar as indústrias do café e
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do conhecimento sobre as variedades de café,
produção vegetal, proteção das culturas e o
processamento, armazenamento e transporte do grão.
Além disso, para garantir a qualidade do café
produzido, os produtores e processadores do grão
receberão kits contendo medidores de umidade,
peneiras de teste, pluviômetros, entre outros
instrumentos, que tem a função de auxiliar os
produtores na obtenção de um produto de qualidade.
sobre o café commodity. Além do valor econômico
agregado à saca, a grande vantagem é buscar novos
consumidores com um café com selo de origem e
qualidade da região do cerrado mineiro.
Quênia
O governo do Quênia, através do Ministério das
Finanças, assinou dois contratos de empréstimo com o
governo francês no valor de US$ 10,5 milhões.
O Ministro Adjunto das Finanças explicou que o
dinheiro será usado na agregação de valor ao café.
Isto tornaria o café queniano mais competitivo nos
mercados internacionais. Já o ministro francês do
Comércio, Nicole Bricq, acredita que o acordo
ajudará a aumentar a relação bilateral entre os dois
países, com o aumento na exportação de café para a
França.
AMÉRICA DO SUL
Brasil
O foco do Instituto Agronômico de Campinas
(IAC), na cafeicultura, é desenvolver materiais
genéticos com características sensoriais distintas, com
ênfase em aroma e sabor. A necessidade de se investir
em variedades com características de qualidade
superior, acompanha o aumento na demanda por
cafés especiais e gourmet.
Criado em 2010, o programa de cafés especiais
irá desenvolver as cultivares com as características
desejadas pelas empresas ligadas ao segmento. A
intenção das parcerias é a busca por auxilio para
financiar os estudos. O novo modelo também pretende
reduzir o tempo de lançamento de uma cultivar, que
será entre 10 e 12 anos, uma redução de tempo
quando comparado ao melhoramento genético
tradicional, que leva cerca de 30 anos.
Minas Gerais
A Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado
(Coocacer) realizou o seu primeiro embarque de café
com o selo de origem de qualidade da “Região do
Cerrado Mineiro”, ao Japão. No total foram
exportadas 880 sacas de 60 kg, com um ágio de 10%
Espírito Santo
Após dois anos da deflagração da Operação
Broca, que revelou um esquema de fraudes na
comercialização de café, o mercado local está
insatisfeito com as novas irregularidades no setor. A
principal queixa é o suposto esquema montado com
auxílio de empresas do estado do Rio de Janeiro, que
rememora o expediente fraudulento utilizado por
grandes empresas locais. Os empresários do setor
cobram uma ação mais contundente do governo do
Estado contra as irregularidades, que já teriam
ultrapassado R$ 100 milhões aos cofres do Estado.
Em setembro de 2012, o CCCV (Centro de
Comércio do Café de Vitória) alegou que o Estado
deixou de recolher R$ 67,73 milhões apenas com o
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS). Também não foram recebidos os valores
relativos ao Funrural. Na época, a entidade alegou
que as fraudes acontecem no desvio do café
destinado ao mercado interno. Em teoria, esses grãos
deveriam ir todo para a torrefação, porém, a
arrecadação de tributos não condiz com os dados da
produção e da exportação de café. Nas contas da
CCCV, a diferença no recolhimento de tributos é
próxima de R$ 5 milhões por mês.
Paraná
Com a conquista da certificação de Indicação
Geográfica (IG) do Instituto Nacional da Propriedade
Industrial (INPI), a Cooperativa dos Produtores de
Cafés Certificados e Especiais do Norte Pioneiro do
Paraná (Cocenpp) planeja aumentar as exportações
de café em 2013. A cooperativa, que começou
oficialmente as atividades no fim do ano de 2011, já
embarcou cerca de 1,6 mil sacas para os Estados
Unidos. A meta agora é vender ao mercado externo
cerca de 7,7 mil sacas de cafés especiais, em 2013.
Também impulsionado pela aquisição da IG, o
Estado pretende alcançar a produtividade de 40
sacas por hectare de café especial. Atualmente, o
rendimento médio dos cafezais do estado é de 24,64
por hectare, segundo a Conab.
Os agricultores paranaenses esperam que a
certificação valorize o produto no mercado.
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Atualmente, os cafés especiais da região são
comercializados a preços 25% acima da média.
Como a IG atesta somente a procedência do grão,
ainda é preciso que o processo de produção e a
qualidade da bebida sejam reconhecidos. Caso isto
seja alcançado, a expectativa do setor é de que haja
uma valorização do produto de 30% a 35%.
carta dos diretores dos comitês departamentais de
cafeicultores, conseguiu-se que o Ministério da
Fazenda triplicasse o apoio, que passará de US$ 5,34
para US$ 16 por saca de 60 kg de café. O orçamento
total passou de US$ 15,78 milhões para US$ 32,88
milhões.
O AIC se soma aos recursos do Governo
destinados aos programas de Permanência,
Sustentabilidade e Futuro (PSF) orientados a promover
a renovação dos cafezais por variedades resistentes
às doenças. Este valor também é somado a “Ola
Invernal”, com recursos da Colômbia Humanitária,
destinados à renovação dos cafezais afetados pelo
inverno. Até agora, foram entregues US$ 12,7 milhões
para 116.000 cafeicultores
São Paulo
A O'Coffee, recebeu a certificação “Módulo
Clima”, da Rainforest Alliance. O selo, que é
reconhecido internacionalmente, avalia o processo de
produção sustentável das propriedades, seu foco é em
responsabilidade social e em proteção ambiental.
Os mercados americano, australiano, coreano e
japonês, entre outros, valorizam fazendas que
investem em produção sustentável e ambientalmente
correta. Atualmente, apenas 12 propriedades são
aprovadas pelos critérios do “Módulo Clima” no
mundo, sendo a O'Coffee a segunda no Brasil.
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... as torrefadoras de café estão produzindo novos
blends, principalmente voltados ao segmento de
cafés especiais
Colômbia
A Colômbia lançará um seguro para proteger as
plantações de café atingidas pelas mudanças
climáticas, que tem prejudicado a produção. Após três
anos de mau tempo, a Colômbia tem ampliado os
instrumentos
financeiros
disponíveis
para
os
agricultores.
O plano de seguro que estará disponível a partir
de 2013, financiado com cerca de US$ 16,5 milhões,
dos quais 60% serão geridos por FINAGRO, vai
proteger 96% do país, 500 mil produtores que têm
menos de 5 hectares de café plantados. O seguro
cobrirá somente plantações danificadas por chuvas de
granizo, deslizamentos de terra, chuvas excessivas ou
secas extremas, e terá inicialmente o financiamento de
um ano. Além disso, o produtor não terá que pagar
para receber o seguro, este dinheiro virá do governo e
da federação dos produtores de café.
Desde a segunda quinzena de outubro de 2012,
o fisco da Colômbia desembolsou US$ 2,13 milhões
para subsidiar a produção de 194 mil cargas (no país,
1 carga corresponde a 125 kg) de café. O subsídio é
de US$ 10,95 por carga. Esta ajuda se enquadra no
Apoio ao Rendimento do Cafeicultor (AIC, sigla em
espanhol) que até o momento beneficiou 52.258
cafeicultores.
Contudo, devido à pressão dos produtores para
aumentar o valor do subsídio e em resposta a uma
2. INDÚSTRIA
Impulsionada pela demanda, a indústria do café
vem apresentando um importante crescimento nos
últimos anos. Um dos fatores responsáveis pelo
sucesso do setor está no estreitamento e
desenvolvimento da relação entre a indústria e a
produção. Como resultado dessa parceria, observa-se
um significativo aumento da qualidade das bebidas
disponíveis no mercado. Essa melhoria é sustentada
pela maior exigência dos consumidores, que passaram
a demandar produtos com maior qualidade.
Como forma de atender o desejo desses clientes,
as torrefadoras de café estão produzindo novos
blends, principalmente voltados ao segmento de cafés
especiais. Este nicho vem aumentado sua participação
no mercado total de café graças aos constantes
lançamentos de grandes empresas como a Green
Mountain e a Nestlé.
Além da expansão do portfólio de produtos,
observa-se que as grandes torrefadoras buscam cada
vez mais estabelecer laços com outras empresas que
atuem no segmento, a fim de gerar parcerias e
alianças estratégicas. Essas alianças devem acirrar
cada vez mais a concorrência entre as companhias do
setor, que, para se diferenciarem no mercado, terão
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que ofertar uma maior variedade de produtos a preços
cada vez menores aos consumidores.
Embora as estratégias tenham mostrados bons
resultados para a maioria dos players do mercado,
algumas empresas passam por dificuldades para
manter suas operações. Grande parte das mudanças
adotadas pelos players, principalmente quanto à
inovação e melhoria do padrão de qualidade dos
produtos a base de café, são efeitos causados pelas
exigências dos consumidores.
... as vendas de café deverão superar as de chá em
território russo e indiano nos próximos anos.
Green Mountain
A Green Mountain, em parceria com a italiana
Lavazza, anunciou o lançamento de sua nova máquina
no mercado norte-americano de monodoses. A Rivo,
nome dado ao novo empreendimento, irá competir
diretamente com a Verismo, máquina desenvolvida
pela Starbucks. O lançamento será comercializado
através da Tully’s Coffee, marca subsidiária da Green
Mountain.
A Rivo terá opções similares à máquina da
Starbucks, como a capacidade de fazer bebidas latte.
Entretanto, a Verismo utiliza cápsulas de leite em pó
neste processo, enquanto a Rivo utilizará leite fresco,
selecionando os consumidores mais exigentes por esse
tipo de bebida. O preço da nova máquina será de
aproximadamente US$ 230, enquanto que a rival é
comercializada por US$ 199 a versão simples e US$
399 a edição especial, que tem como diferencial um
maior reservatório e opções extras de comando no
preparo das bebidas.
Além da nova máquina, a Green Mountain
adicionou um novo blend composto de grãos especiais
em seu portfólio de produtos. O café gourmet será
comercializado sob o nome de Colômbia Geisha. Os
grãos utilizados no blend são provenientes da fazenda
Finca Cerro Azul, na Colômbia. O manuseio no cultivo
e na colheita do grão favorecem a qualidade do
produto, uma vez que ambos os processos são
constantemente monitorados pelos produtores.
Além dos cuidados na produção, os grãos serão
embalados manualmente nas fábricas da Green
Mountain, o que garante uma maior agregação de
valor e diferenciação para esse novo produto. O
Colômbia Geisha será comercializado em pacotes de
280g a preço de US$ 24,99 e também em K-Cups,
contendo 18 unidades por US$ 31,99.
Quanto às estratégias para ampliação do canal
de distribuição de suas cápsulas no mercado norteamericano, a Green Mountain fechou recentemente
um importante acordo com a Costco Wholesale. Além
da distribuição das cápsulas K-Cups nas lojas da
grande varejista, o acordo prevê a criação de dois
tipos de café torrado e moído que levarão a marca
Kirkland,
da
Costco,
às
prateleiras
dos
supermercados. Os novos blends, compostos de grãos
de café 100% arábica, serão comercializados em dois
sabores: um mais balanceado e suave e outro mais
torrado e forte.
De acordo com a Green Mountain, expandir o
portfólio de produtos por meio da rede Costco é uma
excelente oportunidade de aproximar os produtos da
marca a seus clientes, uma vez que a varejista possui
um grande canal de distribuição nos EUA. A Costco
Wholesale terminou o ano fiscal de 2012 com
aproximadamente 608 distribuidores, sendo 439
localizados nos Estados Unidos e Porto Rico e os
demais situados em países como Canadá, Reino
Unido, Japão, Coréia e Austrália.
Mondelez Internacional
A Mondelez International, empresa resultante do
processo de divisão da antiga Kraft Foods, anunciou
investimentos de aproximadamente US$ 650 milhões
direcionados à reestruturação da empresa. Os
recursos serão aplicados no desenvolvimento das
operações e em novas estratégias a fim de que a
companhia atue fortemente no mercado como uma
empresa independente.
O investimento de longo prazo visa à eficiência
das operações e a redução dos custos de fabricação e
transporte dos produtos da marca. A Mondelez
Internacional espera que até o ano de 2014 o
investimento elimine os impactos resultantes do
processo de divisão.
Tata Coffee
De acordo com pesquisas de mercado realizadas
pela Tata Coffee, as vendas de café deverão superar
as de chá em território russo e indiano nos próximos
anos. Atualmente, o chá lidera o topo da lucratividade
da empresa, correspondendo a 70% do faturamento
líquido. Entretanto, de acordo com os resultados do
estudo, o café, que representa 25% dos ganhos, deve
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atingir a participação de 35% no próximo trimestre.
Com esse aumento no consumo, a companhia indiana,
que atualmente detém 57% do mercado indiano de
café, espera um crescimento significativo de sua
lucratividade no setor.
Além de possuir um amplo portfólio de café
solúvel no varejo, a companhia é responsável pelo
fornecimento de grãos torrados para as lojas da
Starbucks no país e também no exterior. A jointventure firmada entre as duas empresas beneficia
tanto a Tata que fornece seu café para a maior rede
de cafeterias do mundo, quanto a Starbucks que tem a
entrada de suas lojas no país facilitada pela
companhia indiana.
Strauss
O grupo israelense Strauss anunciou a venda de
suas operações comerciais de café no mercado russo.
A empresa, que detém 13% do mercado nacional, não
apresentou justificativas para a decisão. Segundo
jornais russos, grandes torrefadoras como Mondelez
International, Nestlé e Sara Lee, já ofertaram
montantes de aproximadamente US$ 200 milhões
pela parcela em negociação.
O fato que mais desperta a atenção dos analistas
é a Strauss ter tomado a decisão de venda mesmo
diante a alta lucratividade obtida pela companhia na
Rússia, país que vem apresentando, nos últimos, anos
taxas significativas de aumento no consumo do café.
A intenção de venda de uma parcela promissora
de mercado pode ser analisada como reflexo de um
mal-estar financeiro enfrentado pela companhia. Esse
cenário pode impactar de forma negativa o mercado
de café no Brasil, uma vez que o grupo israelense é
detentor de grandes marcas no país, como a Café
Santa Clara, Café Letícia (que fora adquirida pela
Santa Clara) e também o Café Três Corações, líder em
vendas no mercado do estado de Minas Gerais. Além
das marcas nacionais, o grupo demanda grãos de
café brasileiro para a composição de blends de
marcas comercializadas internacionalmente.
Nestlé
A Nestlé lançou no final de 2012 uma nova linha
premium comemorativa voltada especificamente ao
segmento de cafés de alta qualidade. O novo blend é
composto de grãos de café arábica Hawaii Kona,
com 100% de pureza, contendo apenas grãos de café
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do tipo Kona, provenientes de uma região das ilhas do
Havaí, chamada Big Island.
Um dos destaques do lançamento está no que diz
respeito à limitação da produção dos grãos, fato que
o torna tão exclusivo. Anualmente são produzidas
apenas 40.000 sacas da variedade, fazendo com
que o café Kona seja um produto especial e raro,
qualidades significativas para os apreciadores da
bebida. De acordo com a Nestlé, este tipo de café
possui um sabor único e característico que se destaca
pela textura aveludada, o toque de acidez agradável
com aroma e notas com sabor de nozes, sendo esta
variedade classificada com intensidade 5 em uma
escala de 1 a 10.
Por se tratar de uma edição limitada, o novo
produto será distribuído nas lojas on-line da marca e
em apenas 450 restaurantes espalhados pelo mundo.
Acompanhando o blend, será distribuído também um
livro que aborda as particularidades especiais do
grão.
O Hawaii Kona será comercializado a US$
60,00 cada caixa com 10 cápsulas, preço elevado,
em razão de se tratar de um café especial. A criação
da linha demonstra que a empresa tem realizado
esforços para produzir e oferecer produtos com alto
valor agregado no mercado, promovendo assim a
marca perante os consumidores mais exigentes.
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As cafeterias investem em estratégias que agregam
valor à marca, priorizando-as face às estratégias
anteriormente adotadas, apenas de expansão.
3. CAFETERIAS
Com objetivo de fornecer maior conveniência e
praticidade aos seus clientes, grandes redes de
cafeterias investem em novas formas de pagamento,
dentre elas a telefonia móvel ou via smartphones.
Contudo, observou-se que muitos clientes não
utilizavam o serviço por falta de bateria em seus
aparelhos, especialmente pelo uso constante da
internet e de outros aplicativos, também dentro dos
estabelecimentos.
Por isso, algumas empresas passaram a investir
em serviços de apoio ao “m-commerce” (comércio
móvel) ao oferecer carregamento sem fio de
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smartphones em suas lojas. Apesar disto, algumas
características deste serviço devem ser observadas
para não atrapalharem a experiência do consumidor
na cafeteria ao impedirem a utilização do aparelho no
local durante sua permanência.
Com os mesmos objetivos, diversas empresas
investem em diferentes formatos de cafeterias, como
os “drive-thrus”, ou em máquinas de venda
automática de café. Há preocupação dos clientes
também com quesitos como qualidade e sabor, motivo
pelo qual algumas companhias adaptam a torra do
café a ser comercializado à região onde está
localizado o estabelecimento.
Índia e China ainda são os principais destinos
para as grandes empresas deste segmento de
mercado, principalmente por seu elevado número
populacional, crescimento da classe média e do poder
aquisitivo da população. Além disto, estes países
adotam hábitos de consumo ocidentais e consomem
cada vez mais café, apoiando a escolha destas
organizações. Por isto, as empresas locais ou mesmo
internacionais, já estabelecidas no mercado, investem
em estratégias que agregam valor à marca,
priorizando-as face às estratégias anteriormente
adotadas, apenas de expansão.
Contudo, os países que compõem o Conselho de
Cooperação dos Estados Árabes do Golfo surgem
como boa oportunidade para as companhias do setor,
especialmente pela presença de milhões de turistas e
imigrantes na região. Além disto, essas organizações
desejam diversificar seus riscos de expansão, não
focando seus esforços e recursos em apenas um ou
dois países. Por isto, investem também em países
como o Vietnã e o México.
Os jovens são os principais responsáveis pelo
aumento do consumo de café no mundo, motivo pelo
qual diversas companhias utilizam as redes sociais
para alcançar este público-alvo e implantar diferentes
estratégias de negócios, muitas vezes baseadas em
inovações.
maior conveniência e praticidade para clientes que
tenham pouco tempo para enfrentar filas ou aproveitar
o ambiente de uma cafeteria. A companhia deverá
ainda adaptar a torra do café comercializado às
preferências dos consumidores das diversas regiões do
país.
As lojas serão localizadas principalmente em
locais nobres no país, em espaços alugados de
grandes empresas por um preço inferior, ao invés de
realizar contratos de locação com vários proprietários
diferentes, o que aumentaria consideravelmente os
custos de transação. Além disso, os franqueados
escolhidos serão aqueles com capacidade de instalar
múltiplos estabelecimentos, com custo inicial entre US$
265.000 para um quiosque e US$ 442.000 para uma
cafeteria completa.
O café da Seattle’s Best Coffee já é
comercializado em milhares de estabelecimentos da
Subway, Burger King e lojas de conveniência da
Chevron no país, o que associa à companhia uma
imagem de marca de “fast-food”, posicionamento
oposto ao adotado pela Starbucks. A subsidiária
ainda comercializa seus produtos por meio de
máquinas automáticas de venda da bebida em todo o
país.
Starbucks
A Starbucks concluiu a maior compra da historia
da companhia. A rede norte-americana adquiriu a
Teavana, empresa do ramo de chá, por US$ 620
milhões. De acordo com a Starbucks, um dos
principais objetivos da compra está no aumento do
canal de distribuição da companhia e na abertura de
novas lojas, promovendo tanto o chá como o café.
Além da renovação da empresa e do portfólio de
produtos, a Starbucks aproveitará a marca adquirida
para expandir suas lojas em tradicionais países
consumidores de chá que estão passando a
apresentar uma grande aceitação pelo café.
A Teavana foi criada em 1997 em Atlanta, na
Georgia, e opera nas vendas de chás e demais
utensílios para o preparo desta bebida. Além disso, a
empresa se tornou famosa por ter implantado um novo
conceito de loja de chás. A compra feita pela
Starbucks poderá ser uma forma de expandir a marca
em todo o mundo, principalmente nos EUA e México,
países onde a empresa adquirida atua.
A Starbucks anunciou sua inserção no Vietnã,
inaugurando uma loja em 2012 e anunciando mais 3 a
Seattle’s Best Coffee
Subsidiária da Starbucks, a Seattle’s Best Coffee
anunciou investimentos na abertura de milhares de
lojas no formato exclusivo de “drive-thru”, a partir do
próximo
ano,
nos
EUA.
Estas
unidades
comercializarão, além do café, opções de lanches e
combos, tornando o preço mais acessível para os
consumidores. Com isto, a empresa pretende fornecer
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5 unidades em 2013. Segundo o presidente da
companhia, a dificuldade em se abrir mais lojas é
devido à necessidade de se encontrar parceiros locais
e estabelecimentos comerciais adequados.
A empresa competirá com redes internacionais
como Gloria Jeans e The Coffee Bean & Tea Leaf, que
atuam no país por meio de franquias, com parcerias
com a Phong Cach Song e a Ca Phe Trade Company,
respectivamente.
Segundo especialistas, os vietnamitas adotam o
hábito de consumo da bebida em cafeterias e exigem
café de melhor qualidade. Contudo, a expansão
destas companhias no país ainda é modesta: a Gloria
Jeans possui 6 lojas no Vietnã, enquanto a Coffee
Bean & Tea Leaf conta com 8 estabelecimentos.
Tim Hortons
A maior rede canadense de restaurantes
anunciou a abertura de seu primeiro estabelecimento
em Omã, segundo mercado no Conselho de
Cooperação do Golfo (CCG) a receber lojas da
marca.
A Tim Hortons havia firmado parceria com o
Apparel Group em 2011 para a abertura de 120
restaurantes em vários formatos na região, num
período de cinco anos. A inauguração do
estabelecimento no Sultanato de Omã alcançou a
marca de 20 lojas até o momento.
Esta é uma estratégia da empresa que visa
expandir seus negócios para países diferentes do
Canadá e EUA, mercados já maduros, e diversificar o
risco de suas operações, investindo em regiões com
possível aumento do consumo de café. O próximo foco
da companhia, segundo porta-voz da mesma, é o
Qatar.
Em seu país de origem, a Tim Hortons investe em
terminais de pagamento para quase todos seus
estabelecimentos para permitir pagamentos móveis e
sem contato. Esta estratégia foi adotada após
parceria com a empresa de serviços de cartões de
débito Interact Association (relatório v. 1 n. 3).
A companhia utiliza agora uma tecnologia
chamada PIN pad, que unifica todas as formas de
pagamento em um único dispositivo, incluindo chips,
pins, cartões de crédito e débito, pagamentos móveis,
entre outros.
A rede anunciou uma nova parceria com a
multinacional Kraft Foods. A aliança entre as duas
empresas é uma forma de assegurar a competitividade
da rede no Canadá, principalmente após a entrada
da McDonald’s no segmento varejista de café. Essa
tendência de diversificação de segmentos tem sido
muito recorrente entre as grandes redes de cafeterias.
Companhias como a Starbucks (que já comercializa
linhas de café solúvel), Dunkin´ Donuts (licenciada para
fabricar cápsulas compatíveis com as máquinas Keurig
da Green Mountain) e Mc Donald´s (que recentemente
passou a comercializar blends Mc Café no varejo) já
aderiram ao movimento.
O acordo entre as duas empresas visa a venda
das cápsulas de café T Discs para máquinas de café
Tassimo, ambas desenvolvidas pela Kraft Foods, nas
lojas da rede. O sistema Tassimo terá preços variados,
entre US$ 79 e US$ 249, e as cápsulas T Discs estarão
disponíveis nas opções Premium Blend, descafeinado
e latte.
Café Coffee Day
A maior rede de cafeterias indiana e atual líder
deste mercado firmou parceria com a StepOut, rede
social online que permite que jovens profissionais
conversem gratuitamente e façam novos amigos na
Índia. Seu público alvo, jovens com aproximadamente
24 anos, são o foco da estratégia da rede de
cafeterias, que oferecerá cupons para descontos em
produtos da companhia para aqueles que efetuarem
compras no StepOut.
Com isto, a Café Coffee Day planeja incentivar
os usuários da rede social a se encontrarem em suas
lojas e, assim, aumentar o tráfego de consumidores em
seus estabelecimentos e tornar-se mais competitiva
frente a novas entrantes neste mercado, como a
Starbucks. Vale ressaltar que na Índia o principal
motivo para o sucesso das cafeterias é seu ambiente
acolhedor, que propicia a socialização entre os
jovens. Assim, os objetivos das duas companhias
parecem estar alinhados.
Além disto, a Café Coffee Day anunciou
mudanças em seu logotipo e posicionamento, visando
atender melhor ao seu público alvo: jovens entre 17 e
25 anos, que exigem constante inovação da marca e
de seus produtos e serviços.
A empresa pretende atuar como centros sociais
modernos, algo mais voltado ao segmento de luxo,
estratégia refletida no logo escolhido: a caixa
quadrada foi substituída por uma “caixa de diálogo”,
alinhada ao slogan “muita coisa pode acontecer
durante o café”.
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Dunkin´ Donuts
A companhia norte-americana Dunkin´ Donuts,
perdeu o slogan que havia criado no ano de 2004. A
frase que aparecia nos grandes outdoors e
embalagens da marca, O Melhor café da América, foi
contestado e negado pela U.S. Patent and Trademark
Office. De acordo com o órgão, a frase que se refere
à marca não possui efeito algum comprovado sobre o
produto comercializado. Para a Dunkin´ Donuts,
perder o slogan pode resultar em problemas nas
campanhas de publicidades da marca, além de gerar
uma má impressão frente aos consumidores,
despertando dúvidas a respeito da qualidade dos
produtos oferecidos. A rede norte-americana ainda
não declarou se irá recorrer ou se vai prosseguir a
venda dos produtos sem o slogan.
Para compensar a perda do slogan publicitário,
a Dunkin Donuts anunciou novidades no seu portfólio
de produtos. O café Hot Coccoa, famoso blend
servido nas lojas da rede, passará a ser
comercializado sob a forma de cápsulas. Desde o ano
de 2011, a Dunkin´ Donuts é licenciada pela Green
Mountain para a fabricação e comercialização de
seus blends sob a forma de K-Cups. Para a
torrefadora, o acordo é visto como uma forma de
estender o portfólio de cápsulas compatíveis com suas
máquinas Keurig, enquanto que para a rede Dunkin´
Donuts, a oportunidade de oferecer os blends servidos
em suas lojas para o segmento varejista deve
impulsionar a popularidade da marca, culminando
num provável aumento das vendas.
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... o consumo de café na Austrália ultrapassou o de
chá.
4.
CONSUMO
Após o anúncio da Starbucks em oferecer
carregamento sem fio para smartphones em seus
estabelecimentos (relatório v 1 n. 3), surgiram algumas
críticas a essa estratégia. A intenção da rede de
cafeterias era oferecer maior comodidade para seus
clientes e evitar que pagamentos móveis, que
estimulam a compra daqueles que estão com pouco
dinheiro na carteira, deixem de ser efetuados por falta
de bateria nos smartphones.
Contudo, alguns especialistas do “m-commerce”
alertam que a estratégia pode ter efeitos inesperados.
Segundo eles, diferentemente do carregamento com
fio, este tipo impede a utilização momentânea do
aparelho para outros fins. Assim, apesar de poderem
utilizar o pagamento móvel ao deixar o
estabelecimento, ao utilizarem o serviço de
carregamento os consumidores não poderiam
desfrutar da conveniência de seus smartphones
enquanto estivessem na loja.
Estados Unidos
Segundo dados da National Coffee Association
(NCA), o consumo diário de café nos EUA cresceu 7%
desde 2011. As vendas da bebida alcançaram US$ 40
bilhões em 2012, crescimento de 45% em
comparação com 1999 (US$ 18 bilhões).
Mais da metade dos norte-americanos bebe café
todos os dias, sendo que a média de consumo diário é
de 3 copos. Os cafés especiais representam 42% do
total de vendas da bebida, sendo que um terço dos
entrevistados afirmou ter consumido pelo menos uma
dose de café gourmet nas últimas 24 horas.
Rússia
As vendas de café duplicaram nos últimos cinco
anos no país e tornaram-no importante mercado para
a bebida. Com o aumento da renda familiar e a
inserção de redes de cafeterias no país, como a
Starbucks e a Costa Coffee, a cultura do café ganha
força e cresce rapidamente, com o mercado da
bebida alcançando $ 2,2 bilhões no ano passado e
devendo crescer 5% anualmente até 2016.
Contudo, apesar da maior variedade de marcas
e blends, grande parte da população ainda escolhe a
bebida com base no preço, não na qualidade. Caso
os preços aumentem significativamente, os russos não
hesitarão em substituir o produto por um de menor
preço e qualidade, ou mesmo deixar de consumir
café.
Segundo a Organização dos Industriais de Café
da Rússia, o país é líder mundial no consumo de café
instantâneo, com demanda de 57.000 toneladas do
produto ao ano. Apesar disto, é o café natural que
deve impulsionar o mercado, já que o café instantâneo
perdeu representatividade no consumo geral da
bebida (de 10% a 15%), atualmente correspondendo a
68% do total e o restante composto por café em
grãos.
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Conselho de Cooperação dos Estados Árabes do
Golfo (GCC)
Os países que compõem o GCC reportaram um
aumento de 85% na demanda por café nos últimos três
anos, sendo que ela triplicou na última década. Neles,
o consumo dava-se principalmente em hotéis, que
atualmente
perdem
espaço
para
cafeterias
especializadas, já que os consumidores exigem maior
conhecimento das técnicas de preparo e maior
agilidade no serviço. Por isso, diversas empresas no
ramo de hotelaria fizeram parcerias com franquias
para atuarem dentro de seus estabelecimentos.
Segundo especialistas, o crescimento do
consumo de café deve-se principalmente à atuação e
expansão de franquias na região e à presença de
milhões de turistas e imigrantes, acostumados ao
consumo da bebida em seus países de origem.
Quanto ao café instantâneo, acredita-se que a
conveniência seja o principal fator de incentivo ao
consumo.
A exigência por maior qualidade dos produtos e
serviços faz com que os hotéis e lojas especializadas
invistam mais também em inovação e na ambientação
dos estabelecimentos, visando agregar valor não só
aos produtos, mas também à marca. Assim, o cliente
se sente confortável e disposto a visitar estes locais
com maior frequência.
Austrália
Segundo pesquisa da BISFoodService, o consumo
de café na Austrália ultrapassou o de chá. Foram
entrevistados 1.200 australianos e concluiu-se que a
média consumida por pessoas acima de 14 anos
cresceu 20% desde 2010, devido especialmente ao
amadurecimento do mercado e à redução do custo de
se preparar um café de qualidade em casa.
O estudo mostrou ainda que o número de xícaras
de café vendidas no país cresceu de 1,8 bilhão para
2,1 bilhões entre 2010 e 2012 (aumento de 19,5%).
Além disso, o consumo da bebida fora de casa deve
aumentar entre 10% e 15% nos próximos dois anos,
principalmente entre os jovens, bem como o consumo
de café no ambiente de trabalho.
Índia
Segundo relatório da Rabobank, as redes de
cafeterias indianas focadas em cafés especiais
deverão alcançar 4.000 lojas em 2015, taxa de
crescimento anual constante de 21%. Isso é resultado
de aspectos demográficos favoráveis, bem como de
níveis de renda crescentes, aumento de cidades de
médio porte e grande densidade populacional.
Apesar da contribuição destas empresas para o
consumo da bebida no país não ser tão significativa, a
visibilidade da cultura do café aumentou em
decorrência de suas atividades. Atualmente, existem
cerca de 2.100 cafeterias especializadas na Índia.
Contudo, as companhias já estabelecidas e
aquelas que planejam sua inserção neste mercado
enfrentam algumas barreiras, como altos custos
imobiliários, dificuldades com a mão-de-obra e a
gestão da cadeia de abastecimento.
Algo a ser considerado por estas empresas é o
hábito dos indianos (95%) de consumir a bebida
adquirida no estabelecimento, aproveitando seu
ambiente e serviços, ao invés de consumi-la no trajeto
para casa ou no trabalho. Isto exige adaptação das
operações e estratégias de redes internacionais
atuantes no país, já que nos EUA, por exemplo, a taxa
de consumo na loja é significativamente menor (60%).
Devido às condições favoráveis, diversas
organizações planejam sua inserção neste mercado.
Os “players” atuais afirmam não haver preocupação
quanto à entrada da Starbucks no país, pois a
empresa promoverá o desenvolvimento do setor e o
crescimento obtido comportará todas as companhias.
Apesar destas justificativas, especialistas afirmam que
diversas estratégias são adotadas por estas
companhias, principalmente relacionadas com a
construção e agregação de valor à marca, em
oposição às estratégias unicamente de expansão.
A Barista Lavazza realizou mudanças nos
interiores de suas cafeterias, firmou parceria com um
novo “embaixador” da marca e associou-se à editora
Penguin Books para o lançamento de livros em seus
estabelecimentos.
Já a Café Coffee Day, atual líder do segmento no
país, investe elevados valores em publicidade e
campanhas de marketing, bem como na renovação de
seus cardápios e também no reposicionamento da
marca, que tinha como foco o segmento econômico e
agora visa o segmento de luxo, a exemplo da
Starbucks. A empresa planeja manter seu domínio de
mercado também por meio da expansão, adicionando
592 cafeterias no país até 2014, alcançando a marca
de 2.000 unidades.
Segundo a Technopak Advisors, firma de
consultoria indiana, o mercado de café do país deve
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crescer entre 13% e 14% ao ano nos próximos cinco
anos.
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5.
INSIGHTS
Produção
É possível identificar que os países produtores, de
forma geral têm planejado, sendo que muitos já se
encontram no campo das ações, políticas de aumento
da produção de café. É perceptível também a
realização de várias iniciativas para a melhoria da
qualidade do produto.
O setor produtivo brasileiro deve monitorar e
continuar a realizar ações para atender a crescente
demanda por cafés de qualidade, certificados e
provenientes de indicações geográficas, devido às
novas exigências dos mercados nacionais e
internacionais.
A vasta gama de sabores e aromas dos cafés
nacionais e as diversidades socioculturais encontradas
nas regiões cafeeiras são uma oportunidade a ser
explorada para divulgar a cafeicultura brasileira no
mercado nacional e internacional.
Com o aumento da oferta de cafés especiais
pelos diversos países produtores, a alternativa para o
Brasil é aumentar a produtividade e a eficiência da
produção. Se muitos países oferecem grãos de
qualidade superior, aquele que puder fazer isso com
custo menor terá vantagem. Ou seja, com
investimentos em tecnologia o Brasil pode oferecer
cafés de qualidade a um custo mais competitivo do
que os demais países.
Indústria
A indústria do café deu um grande passo em
relação à qualidade dos grãos comercializados. As
novas opções de produtos no portfólio das grandes
torrefadoras internacionais prometem agradar aos
consumidores mais exigentes e podem alavancar
ainda mais rapidamente esse nicho de mercado.
Analisando as particularidades desse segmento
de cafés especiais verifica-se a existência de boas
oportunidades para a indústria brasileira. Nos últimos
anos, os programas de certificações direcionados à
qualidade dos grãos de café do Brasil cresceram
bastante. Estes selos de qualidade chamam a atenção
dos grandes torrefadores internacionais, que, em
razão da maior demanda por um produto com maior
valor agregado adquirirem o café brasileiro.
Assim, com a maior procura de grãos de café do
Brasil, a indústria nacional, desde que bem orientada
e com disponibilidade de recursos para investimento,
pode se beneficiar, expandir e se fortalecer cada vez
mais.
Cafeterias
Percebido que as empresas internacionais estão
inovando no que diz respeito à comunicação e ao
relacionamento com seus clientes em nosso país,
podemos concluir que o brasileiro tem cada vez mais
acesso à informação e a diferentes tecnologias. Isto o
torna um consumidor mais exigente em termos de
qualidade, conveniência e praticidade dos produtos
que consome, além de mais preocupado com a ética e
sustentabilidade adotadas no processo produtivo. Isto
também pode ser explicado pelo crescimento da
classe média e aumento da renda da população.
Como os jovens são os principais responsáveis
pelo aumento de consumo de café no país, a
utilização de redes sociais pode potencializar as
ações de marketing de empresas do setor e auxiliá-las
na fidelização de clientes e atração de novos
consumidores. É interessante também a utilização em
conjunto das redes sociais com outros tipos de mídia,
como a TV, pois isto aumenta o alcance da
publicidade e permite maior interação do cliente com
a companhia.
Fatores como localização, ambientação da loja e
atendimento ao cliente são de suma importância para
o sucesso do empreendimento. Por isto, a oferta de
serviços adicionais como internet wireless gratuita e
diferentes formas de pagamento, além do investimento
em ambientes acolhedores, é essencial. É prioritário o
investimento na experiência do cliente no interior da
loja, um dos principais fatores que diferencia o
consumo em cafeterias do consumo doméstico. Com o
sucesso do café em cápsulas, as diferenças de
qualidade e sabor poderão ser amenizadas,
causando grandes prejuízos às cafeterias sem grandes
diferenciais competitivos.
É interessante também a comercialização de
produtos que aumentem o tráfego de consumidores em
horários tradicionalmente lentos (como o final da tarde
e a noite), como bebidas com adição de álcool e
diferentes tipos de lanches, além de adaptar os
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produtos ao gosto e realidade locais, já que o Brasil é
um país com intensas diferenças inter-regionais.
A utilização de diferentes formatos pode exigir
menor investimento inicial e espaço, permitindo a
instalação de lojas em locais com alto tráfego de
consumidores, como universidades, supermercados e
postos de gasolina. Por isto, formatos como os
quiosques podem ser explorados e, caso adotada a
estratégia adequada, ampliar a visibilidade da marca.
Além disto, formatos inovadores como as lojas
pop-up chamam a atenção do consumidor por sua
proposta inovadora e de curta duração. Assim, estas
lojas podem ser utilizadas para divulgar a marca no
país, principalmente durante a realização de grandes
eventos esportivos, como as Olimpíadas e a Copa do
Mundo de futebol, quando o fluxo de turistas por
grandes cidades será intenso. O formato “flagship”
também pode ser utilizado pelo seu grande impacto,
apesar de elevado investimento inicial, e pela
possibilidade de destacar a marca diferenciando-a
das concorrentes, fator essencial para seu sucesso.
A utilização do sistema de franquias apresenta
oportunidades tanto para redes de cafeterias
internacionais quanto para os empreendedores
brasileiros que desejam trabalhar neste segmento de
mercado. Com o treinamento e apoio da matriz, além
do reconhecimento já possuído pela marca, as
chances de fracasso do empreendimento são
menores. Para as grandes corporações, esta é uma
oportunidade de se inserir ou expandir no mercado
brasileiro, entendendo suas particularidades e
adquirindo conhecimento de mercado por meio de
seus parceiros.
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EQUIPE
Coordenador do Centro de Inteligência em Mercados:
Prof. Dr. Luiz Gonzaga de Castro Junior.
Coordenador do Bureau: Ms. Eduardo Cesar Silva.
Equipe de Analistas: Elisa Reis Guimarães, Érica Aline
Ferreira Silva, Felipe Bastos Ribeiro, Giselle Figueiredo
Abreu, Larissa Carolina da Silva Viana Gonçalves,
Marco Túlio Dinali Viglioni, Pedro Henrique Abreu
Santos.
CONTATO
O Bureau de Inteligência Competitiva do Café está
disponível aos interessados em conhecer melhor as
atividades desenvolvidas. Os contatos podem ser
feitos por telefone, e-mail, correspondência ou
presencialmente (com agendamento de visita).
Endereço: Centro de Inteligência em Mercados,
Departamento de Administração e Economia,
Universidade Federal de Lavras, Bloco I – Campus
Universitário. CEP: 37200-000.
Telefone: (35) 3829-1443
E-mail: [email protected]
REFERÊNCIAS
Bakeryinfo.com.uk, BISFoodService, CNA English News, CQ News,
Daily News & Analysis, Drinks Business Review, Franchising,
HotelierMiddleEast.com, MELODIKA.net, Mobile Commerce Press,
Naples Daily News, News VietnamNet, Outlook Business, Reuters,
Russia & India Report, Scoop World Independent News, SYS-CON
Media, Thanh Nien Daily, The Sacramento Bee, The Seattle Times,
Businesswire, qsrweb, cspnet, The Hindu Business Line, ynetnews,
DBR, jsonline, Herald Online, Eatocracy.cnn, manilastandardtoday,
Finance Foodie, Gaebler, 2 Merkato, Agra-net, All Africa, Bangkok
Post Business, Bikya Masr, China Daily, Colombia Reports, DBR
SOBRE O BUREAU
Home, Express India, Foods and Beverages News, Inquirer News,
O Bureau de Inteligência Competitiva do Café é
um programa desenvolvido no Centro de Inteligência
em Mercados (CIM) da Universidade Federal de
Lavras (UFLA) que objetiva criar inteligência
competitiva e impulsionar a transformação do Brasil na
mais dinâmica e sofisticada nação do agronegócio
café no mundo. Apoiadores: Fapemig, Sectes, Seapa,
Pólo do Café, INCT-Café e Ufla.
Reuters, Kurrent, The Guardian, The Hindu Business Line, Saigon, The
Zimbabwean, Travel Weekly, VietNam News, Café Point, Coffee
Break.
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Vol. 2, Nº 1 – 05/02/2013
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