CARTOGRAFIA DE SABERES: EXPERIÊNCIAS NO CAMPO DOS ESTUDOS CULTURAIS ELIZABETH TEIXEIRA TANIA REGINA LOBATO PRIMEIRAS CONSIDERAÇÕES ► Tradicionalmente os modelos de investigação da realidade têm nos ensinado a separar os episódios, a olhar as partes, nos proporcionando, quase sempre, uma visão compartimentada do mundo, o que dificulta a compreensão da diversidade como necessária à manutenção da vida e das culturas. ► Como fortalecer por meio da pesquisa o saber– fazer dos estudos culturais? ► Como fazer pesquisa com ênfase no local sem perda de vista das implicações globais e que estabeleça o diálogo entre os saberes? ► Como podemos mapear os pluralismos e hibridismos culturais da amazônia? ► Como por em evidência a polifônica local? EXPERIÊNCIAS EM CURSO ► Temos trabalhado com uma modalidade de pesquisa que integra docentes, estudantes de graduação e pós graduação de diversas áreas de conhecimento, objetivando conhecer as múltiplas e diversas amazônias, a partir dos saberes de educandos e educadores populares sobre as suas práticas sociais cotidianas construídas em múltiplos contextos. ►A cartografia de saberes é uma abordagem metodológica marcada pelo hibridismo cultural, que implica em uma nova ética do fazer ciência convergente e consciente. ► Abordagem que se materializou entre fronteiras de saberes pluri-intertransdisciplinares, e se revelou como uma práxis de pesquisa intercultural, um caminho investigativo para dar conta da inter-multiculturalidade. Primeira Experiência ► Inter-multiculturalidade rural-ribeirinha entre alfabetizandos amazônidas de São Domingos do Capim (2003-2004) ► Foram produzidos mapas sobre o lugar (formação histórica e geográfico-espacial), o trabalho na terra e as doenças do trabalho, os saberes da terra, da mata e das águas, os valores do cotidiano, as falas e as poéticas, os usos do ambiente, identidades e tradições, ► Tais mapas traçam rotas da cultura popular e (de) marcam trilhas de uma pedagogia do cotidiano, que se organiza por meio da educação do cuidar (ancorada na cultura de conversa) e educação como estudo (pautada na cultura escolar) . ►A pororoca de idéias foi formando-se nos encontros e entrecruzamentos dos múltiplos saberes da equipe pesquisadora. Assim como a pororoca se define pelo encontro entre duas diferentes forças a do mar e a do rio, no plano simbólico, caracteriza-se pelo encontro entre diferentes forças de saberes, que se transformam em uma onda de idéias, que avança de forma avassaladora no processo de construção do conhecimento. Esse arrastar as idéias tem na natureza e na cultura amazônica o eixo de formação de seu movimento (OLIVEIRA, 2004, p.17). ►A pesquisa revelou também conflitos entre o ethos da vida ribeirinha e o da cidade e entre os saberes das gerações idosas e dos jovens, demarcando áreas de fronteiras culturais. ► Destaca-se, assim, no processo educacional a importância de se escutar os atores educacionais, conhecer os saberes, imaginários, as experiências, as histórias de vida e o contexto social dos educandos, para reinventar uma educação que se quer popular e emancipadora. Segunda Experiência CONSIDERAÇÕES FINAIS ► Na primeira experiência o ponto de convergência do estudo dos saberes sobre a vida ribeirinha foi o sujeito e sua cultura, proveniente da relação com o rio, a terra e a mata ► Se gerou um conjunto de categorias que podem ser aplicadas nesse contexto como eixos geradores dos processos educativos locais.