UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA Dissertação de Mestrado Análise e Previsão da Volatilidade do Preço de Liquidação das Diferenças no Mercado Brasileiro Utilizando o Modelo GARCH ANTÔNIO JOSÉ SOBRINHO DE SOUSA Salvador – Bahia – Brasil ©Antônio José Sobrinho de Sousa, Agosto de 2013. S725 Sousa, Antônio José Sobrinho de Análise e previsão da volatilidade do preço de liquidação das diferenças no mercado brasileiro utilizando o modelo GARCH / Antônio José Sobrinho de Sousa. – Salvador, 2013. 100 f. : il. color. Orientador: Prof. Doutor André Luiz de Carvalho Valente Dissertação (mestrado) – Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica, 2013. 1. Energia elétrica. 2. Política de preços. Métodos de simulação. I. Valente, André Luiz de Carvalho. II. Universidade Federal da Bahia. III. Título. CDD: 621.31 Antônio José Sobrinho de Sousa Análise e Previsão da Volatilidade do Preço de Liquidação das Diferenças no Mercado Brasileiro Utilizando o Modelo GARCH Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal da Bahia, em cumprimento às exigências para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Elétrica. André Luiz de Carvalho Valente, D.Sc. Orientador Salvador – Bahia Agosto de 2013 Antônio José Sobrinho de Sousa Análise e Previsão da Volatilidade do Preço de Liquidação das Diferenças no Mercado Brasileiro Utilizando o Modelo GARCH Dissertação de mestrado aprovada como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Elétrica do curso de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal da Bahia. Banca Examinadora: Orientador: _____________________________________________ Prof. Dr. André Luiz de Carvalho Valente UFBA Membro: _____________________________________________ Prof. Dr. Paulo Roberto Ferreira de Moura Bastos UFBA Membro: _____________________________________________ Prof. Dr. Osvaldo Livio Soliano Pereira UNIJORGE Salvador, Bahia, 05 de Agosto de 2013. À minha mãe Noélia, meus filhos Lucas e Rafael, à Isa pelo incansável apoio, e a todos os meus familiares e amigos por minha ausência e dispersão. Agradecimentos Agradeço primeiramente a Deus, a toda minha família, em especial a minha mãe Noélia Alvares Sobrinho Gonçalves, que sempre com carinho e atenção me apoiou. A meu pai, Firmino de Sousa (In Memoriam), com a sua retidão e inteligência balizaram minha vida. Aos meus amados filhos Lucas e Rafael para quem dedico especialmente esta vitória. A minha noiva, Isa e meus enteados Matheus e André que com muito amor, dedicação suporte e compreensão proporcionaram-me também um porto seguro para esta grande empreitada. Agradeço à Universidade Federal da Bahia e ao Departamento de Engenharia Elétrica pelo apoio e infraestrutura concedidos para exercer meus estudos. A todos os professores do programa de pós-graduação em engenharia elétrica pelos ensinamentos que me foram passados, em especial ao professor André Luiz de Carvalho Valente pela formal orientação, e por ajudar de forma incondicional no desenvolvimento desta dissertação. Aos professores Fernando Augusto Moreira, Caiuby Alves Costa e Niraldo Roberto Ferreira pela contribuição e participação valiosa no suporte e na infraestrutura durante este curso de mestrado. Complemento também aos professores Paulo Roberto Ferreira de Moura Bastos e Humberto Xavier de Araújo pelo apoio e sugestões inclusos neste trabalho. Meus sinceros agradecimentos a CAPES pela concessão da bolsa de estudos. Agradeço a meus colegas de jornada: Eduardo Andrade, Omar Alexander Chura Vilcanqui, Huilman Sanca Sanca, Leroy Umasi, Cesar Peña, Miguel Pereira Neto, Roniere da Silva, Wilton Lacerda, Carolina Moreno, Betânia Gomes da Silva Filha e também a todos os amigos que contribuíram, ainda que de forma inconsciente, para a conclusão deste trabalho, sendo eles companheiros tanto nos momentos de dificuldade quanto também nos momentos de descontração. SOUSA, Antônio J. Sobrinho de. Análise e Previsão da Volatilidade do Preço de Liquidação das Diferenças no Mercado Brasileiro Utilizando o Modelo GARCH. 100 f. 2013. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, Salvador, Brasil, 2013. Resumo Neste trabalho o escopo está concentrado na análise da volatilidade1 dos preços da energia elétrica no mercado à vista, ou seja, spot, tendo como base uma série temporal univariada do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) semanal comercializados na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Sendo esta série utilizada em modelos GARCH2 no objetivo que capturem e representem a volatilidade e possibilitem gerar previsões complementares a esta série. Após esta introdução apresenta-se a revisão bibliográfica onde são expostos os principais trabalhos relacionados com o assunto. Em seguida expõe-se a fundamentação teórica, contendo os principais fundamentos, procedimentos e condições de previsões do respectivo modelo utilizado em séries temporais, bem como modelos, ajustes nos modelos de previsão que consigam representar a volatilidade. A metodologia de Box-Jenkins foi utilizada para as simulações conjuntamente com os procedimentos de verificação e testes no objetivo de definir o modelo mais adequado a série temporal. Sendo implementados os algoritmos e obtidos os resultados nos softwares R e EViews. Complementarmente na análise dos resultados se efetuou comparações entre os algoritmos, entre os valores das previsões e os valores reais e verificação da correlação. Visando sempre obter resultados que agregassem melhorias as previsões. A conclusão do trabalho comprova a existência de altíssima volatilidade dos preços de energia elétrica no mercado brasileiro, bem como avalia a eficácia da utilização do modelo GARCH para análise e previsões neste ambiente. Encerrando este trabalho são abordados temas e sugestões para futuros desenvolvimentos, objetivando contribuir para um novo patamar a ser alcançado após as análises aqui exploradas. Palavras-Chaves: GARCH, Volatilidade, Simulação, Energia Elétrica, CCEE. 1 2 Grau de variação imprevisível de uma determinada variável, representa incerteza e risco. Modelo Auto-Regressivo Generalizado de Heterocedasticidade Condicional. SOUSA, Antônio J. Sobrinho de. Analysis and Forecasting of Price Volatility Settlement of Differences in the Brazilian Market Using GARCH Model. 100 f. 2013. Dissertation (Masters in Electrical Engineering) – Federal University of Bahia, Salvador, Brazil, 2013. Abstract In this work, the scope is focused on the analysis of the volatility of energy prices on the spot market, based on a time series of univariate Price Settlement of Differences (PLD) weekly marketed in the Chamber of Electric Energy Commercialization (CCEE). In this series, GARCH models are used in order to capture and represent the volatility and generate forecasts that allow complementary forecasts to this series. After this introduction, a literature review is presented where the main works related to the subject are exposed. In sequence, the theoretical background is presented, containing the main principles, procedures and conditions of the respective model predictions used in time series, as well as, models and adjustments in forecast models that are able to represent volatility. The method of Box-Jenkins was used in the simulations together with verification procedures and tests with the purpose of defining an adequate model to the time series. The algorithms were implemented and the results obtained in the softwares R and EViews. In Addition, in the analysis of the results, comparisons among the algorithms were performed between the forecasted and real values and the correlation has been verified with the purpose of obtaining results that may improve the forecasts. The conclusion of this work proves the high volatility of electric energy prices in the Brazilian market, as well as, evaluates the efficiency of using the GARCH model for analysis and forecasts in this environment. In the end of this work, themes and suggestions for future developments are discussed with the purpose contributing to a new level to be reached after the analysis here presented. Keywords: GARCH, Volatility, Simulation, Energy, CCEE. viii Glossário ACF Autocorrelation Function ACL Ambiente de Contratação Livre ADF Argumented Dickey-Fuller AIC Akaike Information criterion ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica AR Auto-Regressive ARCH Auto-Regressive Conditional Heteroscedasticity ARIMA Auto-Regressive Integrated Moving Average ARMA Auto-Regressive Moving Average CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CCEAL Câmara de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Livre CCEAR Contrato de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado CCEE Câmara de Comercialização de Energia Elétrica CEPEL Centro de Pesquisas de Energia Elétrica CMG Custo Marginal de Geração CMO Custo Marginal de Operação CP Confecção Própria com dados da CCEE EWMA Exponentially Weighted Moving Average FCF Função de Custo Futuro FCI Função de Custo Imediato FDP Função Densidade de Probabilidade GARCH Generalized Auto-Regressive Conditional Heteroscedasticity GJR Glosten-Jagannathan-Runkle HQC Hannan-Quinn Criterion i.i.d Independente e identicamente distribuído JB Jarque-Bera Test LB Ljung-Box Test LLF Log-Likelihood Function MA Moving Average ix MAD Mean Absolute Deviation MAE Mean Absolute Error MAE Mercado Atacadista de Energia MAPE Mean Absolute Percentage Error MCSD Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits MGB Movimento Geométrico Browniano MMS Médias Móveis Simples MRE Mecanismo de Realocação de Energia MSE Modelo de Suavização Exponencial MWh Mega Watts hora NE Região Nordeste ONS Operador Nacional do Sistema PACF Partial Autocorrelation Function PCH Pequena Central Hidroelétrica PE Processo Estocástico PLD Preço de Liquidação das Diferenças QGARCH Quadratic Generalized Auto-Regressive Conditional Heteroscedasticity RMSE Root Mean Square Error SARIMA Seasonal Auto-Regressive Integrated Moving Average s.e. Standard Error SEB Setor Elétrico Brasileiro SECO Região Sudeste/Centro-Oeste SES Simple Exponential Smoothing SIC Schwartz Information Criterion SIN Sistema Interligado Nacional SO Sem Outliers ST Série Temporal v.a. Variável Aleatória VR Valor de Referência x Lista de Figuras Figura 1 – Variações de Preços da Commodity Energia Elétrica (CP) ............................... 10 Figura 2 – Gráficos de Variações de Preços de Commodities............................................ 10 Figura 3 – Evolução do PLD Patamar Pesado por Região (CP) ........................................ 10 Figura 4 – Retorno Simples do PLD Região SE/CO Patamar Pesado (CP) ....................... 11 Figura 5 – Gráficos de Evolução do PLD por Região – Patamar Pesado (CP) ................... 11 Figura 6 – Sobreposição do Preço e Log-Retorno do PLD de Energia Elétrica (CP) ......... 12 Figura 7 – Estrutura de Comercialização do SEB. ............................................................ 13 Figura 8 – Fluxograma de Operação de um Sistema Hidrotérmico. ..................................17 Figura 9 – Funções de Custos ........................................................................................... 18 Figura 10 – Curva de Oferta e Demanda e Custo Marginal de Operação........................... 19 Figura 11 – Processo estocástico visto como uma família de variáveis aleatórias. ............. 29 Figura 12 – Um processo estocástico interpretado como uma família de trajetórias. ......... 30 Figura 13 – Tipos de Tendências de uma Série Temporal ................................................. 31 Figura 14 – Padrão Cíclico em torno de 10 ou 11 anos ..................................................... 31 Figura 15 – Tendência e Sazonalidade ............................................................................. 31 Figura 16 – Variação Irregular em 1915 ........................................................................... 32 Figura 17 – Homocedasticidade ....................................................................................... 33 Figura 18 – Heterocedasticidade ...................................................................................... 34 Figura 19 – Distribuição hipotética das alturas dos filhos em relação às alturas dos pais...41 Figura 20 – Método de Box-Jenkins (CP)......................................................................... 52 Figura 21 – Evolução do PLD Região SE/CO, Período de 2005 a 2010 (CP) .................... 54 Figura 22 – Retornos da Série Temporal SE/CO de 2005 a 2010 (CP) .............................. 55 Figura 23 – Histograma da Série Temporal SE/CO de 2005 a 2010 (CP) .......................... 55 Figura 24 – Função Densidade, ACF e PACF dos Retornos (CP) .....................................56 Figura 25 – Resíduos estandardizados, ACF e Teste Ljung-Box – ARIMA(2,0,2) (CP)....57 Figura 26 – ACF e PACF dos quadrados dos resíduos – ARIMA(2,0,2) (CP)................... 58 Figura 27 – Resíduos dos Retornos do Modelo GARCH(1,1) / ARIMA(2,0,2) (CP)......... 59 Figura 28 – ACF, PACF e Histograma de uma ST de Volatilidade Comportada (CP) ....... 59 xi Figura 29 – ACF, PACF e Histograma dos Resíduos GARCH(1,1)/ARIMA(2,0,2) (CP)..60 Figura 30 – Gráfico de Previsão do PLD Modelo GARCH(1,1) / ARIMA(2,0,2) (CP) .....60 Figura 31 – Resíduos estandardizados, ACF e Teste Ljung-Box – ARIMA(4,0,4) (CP)....61 Figura 32 – ACF e PACF dos quadrados dos resíduos – ARIMA(4,0,4) (CP)................... 61 Figura 33 – Resíduos dos Retornos do Modelo GARCH(1,1) / ARIMA(4,0,4) (CP)......... 62 Figura 34 – ACF, PACF e Histograma dos Resíduos GARCH(1,1)/ARIMA(4,0,4) (CP)..63 Figura 35 – Gráfico de Previsão do PLD Modelo GARCH(1,1) / ARIMA(4,0,4) (CP) .....63 Figura 36 – Gráfico da Série Temporal do PLD Sem Outliers (CP) ..................................64 Figura 37 – Gráfico dos Retornos do PLD Sem Outliers (CP) .......................................... 64 Figura 38 – Histograma dos Retornos do PLD Sem Outliers (CP) ....................................65 Figura 39 – Densidade, ACF e PACF dos Retornos do PLD Sem Outliers (CP) ............... 65 Figura 40 – Gráfico de Previsão Modelo GARCH(1,1) / ARIMA(1,0,1) Sem Outliers .....67 Figura 41 – Gráfico de Previsão Modelo GARCH(1,1) / ARIMA(2,0,2) Sem Outliers ....68 Figura 42 – Evolução do PLD Região SE/CO, Período de 2005 a 2010 (CP) .................... 70 Figura 43 – Estatísticas ACF e PACF de SE/CO (CP) ..................................................... 70 Figura 44 – Gráfico da Transformação ou Retornos da ST SE/CO (CP) ........................... 71 Figura 45 – Histograma dos Retornos de SE/CO (CP) ...................................................... 71 Figura 46 – Gráfico de Previsão Modelo GARCH(1,1) da ST do PLD (CP) ..................... 72 Figura 47 – Gráficos de Previsões GARCH(1,1) e Estatísticas (CP) .................................72 Figura 48 – Evolução do PLD Região SE/CO, Período 2005 a 2010 Sem Outliers (CP) ...73 Figura 49 – Retornos do PLD Região SE/CO, Período 2005 a 2010 Sem Outliers (CP)....73 Figura 50 – Histograma dos Retornos de SE/CO Sem Outliers (CP).................................74 Figura 51 – Gráfico de Previsão Modelo GARCH(1,1) da ST do PLD Sem Outliers (CP) 74 Figura 52 – Gráficos de Previsões GARCH(1,1) e Estatísticas Sem Outliers (CP)............ 75 xii Lista de Tabelas Tabela 1 – Substituição de Valores Considerados Outliers ............................................... 37 Tabela 2 – Sumário Estatístico da Série Temporal do PLD no R®(CP) ............................. 54 Tabela 3 – Coeficientes Estimados dos Modelos ARIMA da ST do PLD (CP) ................. 56 Tabela 4 – Resumo de Coeficientes e Critérios dos Modelos ARIMA Estimados ............. 57 Tabela 5 – Estimação GARCH do Modelo ARIMA(2,0,2) Ajustado ................................ 58 Tabela 6 – Testes JB e LB da Estimação GARCH do Modelo ARIMA(2,0,2) Ajustado ...59 Tabela 7 – Estimação GARCH do Modelo ARIMA(4,0,4) Ajustado ................................ 62 Tabela 8 – Testes JB e LB da Estimação GARCH do Modelo ARIMA(4,0,4) Ajustado ...62 Tabela 9 – Sumário Estatístico da ST do PLD no R® – Sem Outliers (CP) ....................... 64 Tabela 10 – Coeficientes Estimados dos Modelos ARIMA(1,0,0) a (4,0,4) Sem Outliers .66 Tabela 11 – Resumo de Coeficientes e Critérios dos Modelos ARIMA – Sem Outliers ....66 Tabela 12 – Estimação GARCH do Modelo ARIMA(1,0,1) – Sem Outliers..................... 67 Tabela 13 – Testes JB e LB da Estimação GARCH / ARIMA(1,0,1) – Sem Outliers........ 67 Tabela 14 – Estimação GARCH do Modelo ARIMA(2,0,2) – Sem Outliers..................... 68 Tabela 15 – Testes JB e LB da Estimação GARCH / ARIMA(2,0,2) – Sem Outliers........ 68 Tabela 16 – Estimação GARCH do Modelo ARIMA(4,0,4) – Sem Outliers..................... 69 Tabela 17 – Testes JB e LB da Estimação GARCH / ARIMA(4,0,4) – Sem Outliers........ 69 Tabela 18 – Sumário Estatístico da Série Temporal do PLD no Eviews®(CP)................... 69 Tabela 19 – Critérios para escolha do modelo GARCH (CP) ............................................ 71 Tabela 20 – Critérios para escolha do modelo GARCH – Sem Outliers (CP) ................... 74 Tabela 21 – Estimativas de Erros de Previsão (CP) .......................................................... 75 xiii Lista de Equações (1) ....................................................................................................................................25 (2) ....................................................................................................................................26 (3) ....................................................................................................................................32 (4) ....................................................................................................................................33 (5) ....................................................................................................................................33 (6) ....................................................................................................................................35 (7) ....................................................................................................................................35 (8) ....................................................................................................................................35 (9) ....................................................................................................................................35 (10) ..................................................................................................................................35 (11) ..................................................................................................................................39 (12) ..................................................................................................................................39 (13) ..................................................................................................................................40 (14) ..................................................................................................................................42 (15) ..................................................................................................................................42 (16) ..................................................................................................................................43 (17) ..................................................................................................................................45 (18) ..................................................................................................................................45 (19)..................................................................................................................................46 (20) ..................................................................................................................................46 (21) ..................................................................................................................................47 (22) ..................................................................................................................................47 (23) ..................................................................................................................................47 (24) ..................................................................................................................................47 (25) ..................................................................................................................................48 (26) ..................................................................................................................................48 (27) ..................................................................................................................................49 (28) ..................................................................................................................................49 (29) ..................................................................................................................................49 (30) ..................................................................................................................................49 (31) ..................................................................................................................................50 (32) ..................................................................................................................................50 (33) ..................................................................................................................................50 (34) ..................................................................................................................................55 SUMÁRIO I SUMÁRIO GLOSSÁRIO ......................................................................................................... VIII LISTA DE FIGURAS ................................................................................................ X LISTA DE TABELAS............................................................................................. XII LISTA DE EQUAÇÕES ........................................................................................ XIII SUMÁRIO ................................................................................................................... I 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3 1.1. JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 3 1.2. DESCRIÇÃO DO PROBLEMA ........................................................................ 3 1.3. OBJETIVO PRINCIPAL ................................................................................... 3 1.4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 4 1.5. RESULTADOS ESPERADOS .......................................................................... 5 1.6. DELIMITAÇÕES DO TRABALHO ................................................................. 5 1.7. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO .......................................................................... 6 2. O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO ................................................................. 7 2.1. BREVE HISTÓRICO ........................................................................................ 7 2.2. ACR E ACL ...................................................................................................... 7 2.2.1. ACR ....................................................................................................... 8 2.2.2. ACL ....................................................................................................... 8 2.3. SINGULARIDADE E VOLATILIDADE .......................................................... 9 2.4. A PRECIFICAÇÃO E RISCO ......................................................................... 12 2.5. IMPACTOS NOS AGENTES .......................................................................... 12 2.5.1. Geração ............................................................................................... 13 2.5.2. Distribuição ......................................................................................... 14 2.5.3. Comercialização .................................................................................. 15 2.5.4. Consumidores Livres ........................................................................... 16 2.5.5. Importadores e Exportadores .............................................................. 16 2.6. MITIGAÇÃO DE RISCOS NO AMBIENTE DE ENERGIA ELÉTRICA ........ 16 2.6.1. Preço de Liquidação das Diferenças – PLD ........................................ 19 2.6.2. Formas de Mitigação de Riscos ........................................................... 20 2.6.3. Mecanismo de Realocação de Energia – MRE.................................... 20 2.6.4. Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits – MCSD ............... 21 2.6.5. Derivativos de Energia Elétrica ........................................................... 21 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................. 23 3.1. MODELO ARMA – (1960) ............................................................................. 24 3.2. MÉTODO DE BOX-JENKINS – (1970) .......................................................... 24 3.3. MODELO ARIMA – (1976) ............................................................................ 24 3.4. MODELO – SARIMA – (1976) ....................................................................... 25 3.5. MODELO DE ENGLE – ARCH – (1982) ........................................................ 25 3.6. MODELO DE BOLLERSLEV – GARCH – (1986).......................................... 26 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................ 27 4.1. SÉRIES TEMPORAIS..................................................................................... 27 4.1.1. Tipos de Modelos ................................................................................. 28 4.1.2. Componentes Básicas .......................................................................... 30 4.1.3. Transformações ................................................................................... 34 4.1.4. Dados Discrepantes ou Outliers .......................................................... 36 SUMÁRIO II 4.2. MODELOS DE PREVISÃO ............................................................................ 37 4.2.1. Modelos Lineares ................................................................................ 38 4.2.1.1. Modelos de Erro ou Regressão ........................................................ 39 4.2.1.2. Modelos de Suavização Exponencial – MSE .................................. 40 4.2.1.3. Modelo de Médias Móveis – MA (Moving Average)........................ 40 4.2.1.4. Modelo Auto-Regressivo – AR ........................................................ 41 4.2.1.5. Modelo Auto-Regressivo de Médias Móveis – ARMA ..................... 42 4.2.1.6. Modelo AR Integrado de Média Móvel – ARIMA ........................... 42 4.2.2. Modelos Não-Lineares ........................................................................ 43 4.2.3. Modelos ARCH e GARCH .................................................................. 44 4.2.3.1. Modelo AR de Heterocedasticidade Condicional – ARCH .............. 44 4.2.3.2. Modelo Generalizado ARCH – GARCH ......................................... 45 4.3. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E ERROS ...................................................... 46 4.3.1. Critérios de Avaliação – AIC, JB, LB e ADF ...................................... 47 4.3.1.1. Akaike Information Criterion – AIC ............................................... 47 4.3.1.2. Schwartz Information Criterion – SIC ............................................ 47 4.3.1.3. Hannan-Quinn Criterion – HQC .................................................... 47 4.3.1.4. Jarque-Bera – JB ............................................................................ 47 4.3.1.5. Ljung-Box – LB .............................................................................. 48 4.3.1.6. Teste Dickey-Fuller Aumentado – ADF .......................................... 48 4.3.2. Critérios de Erros: RMSE, MAPE, MAE ............................................ 49 4.3.2.1. Root Mean Square Error – RMSE .................................................. 50 4.3.2.2. Mean Absolute Percentage Error – MAPE ..................................... 50 4.3.2.3. Mean Absolute Error – MAE .......................................................... 50 5. METODOLOGIA PARA AS PREVISÕES E SIMULAÇÕES .......................... 51 5.1. IDENTIFICAÇÃO .......................................................................................... 53 5.2. ESTIMAÇÃO ................................................................................................. 53 5.3. VERIFICAÇÃO .............................................................................................. 53 5.4. PREVISÃO ..................................................................................................... 53 6. RESULTADOS OBTIDOS .................................................................................. 54 6.1. RESULTADOS OBTIDOS NO R® .................................................................. 54 6.1.1. Conjunto de modelos ARIMA(1,0,0) a (4,0,4) ..................................... 56 6.1.2. Ajuste do GARCH com base no ARIMA(2,0,2) ................................... 57 6.1.3. Ajuste do GARCH com base no ARIMA(4,0,4) ................................... 61 6.1.4. Resultados Obtidos Sem Outliers......................................................... 64 6.1.5. Conjunto de modelos ARIMA(1,0,0) a (4,0,4) – Sem Outliers ............. 66 6.1.6. Ajuste do GARCH com base no ARIMA – Sem Outliers ..................... 67 6.2. RESULTADOS OBTIDOS NO EVIEWS® ...................................................... 69 6.2.1. Resultados Obtidos Sem Outliers......................................................... 73 6.3. ERROS DE PREVISÃO .................................................................................. 75 7. CONCLUSÕES .................................................................................................... 76 8. DIVULGAÇÃO DA PESQUISA ......................................................................... 77 9. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................ 78 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 79 INTRODUÇÃO 3 1. INTRODUÇÃO Neste trabalho o escopo está concentrado na análise da volatilidade dos preços da energia elétrica no Ambiente de Contratação Livre (ACL), mercado à vista, ou seja, spot, tendo como base uma série temporal univariada do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) semanal comercializados na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Sendo esta série utilizada em modelos GARCH3 no objetivo de que capturem e representem a volatilidade e possibilitem gerar previsões complementares a esta série. 1.1. JUSTIFICATIVA A justificativa deste trabalho consiste no aumento da eficiência do mercado de energia elétrica brasileiro, especificamente no ACL a curto prazo, considerando a alta volatilidade do PLD aqui apresentada e os altos riscos inerentes a tal volatilidade, urge buscar uma forma de previsão utilizando o modelo GARCH, ferramenta adequada para capturar ainda que indiretamente a volatilidade inerente e representa-la em previsões úteis para mitigação destes riscos, no escopo de criar um ambiente de comercialização que vise estimular os negócios sem onerá-los, razões que motivam o desenvolvimento desta dissertação. 1.2. DESCRIÇÃO DO PROBLEMA O problema enfocado neste estudo é a previsão da volatilidade associada aos preços do PLD para os agentes compradores de energia elétrica no Ambiente de Comercialização Livre, especificamente no mercado à vista ou spot. 1.3. OBJETIVO PRINCIPAL O objetivo principal deste trabalho é determinar através de comparações entre os modelos GARCH, o mais consistente e representativo para a previsão da volatilidade 3 Modelo Auto-Regressivo Generalizado de Heterocedasticidade Condicional (Generalized Auto-Regressive Conditional Heteroscedasticity). INTRODUÇÃO 4 associada ao PLD em regime de curto prazo. Efetua-se então uma análise de desempenho dos modelos de previsão selecionando aqueles que capturem as peculiaridades intrínsecas dos preços da energia elétrica, através da elaboração de ferramentas computacionais para simulações baseados no Modelo Auto-Regressivo de Heterocedasticidade Condicional Generalizado. Tais simulações visam extrair os parâmetros de calibração, simular o comportamento dos preços no mercado de energia elétrica, efetuar comparações entre os modelos, identificar o modelo GARCH mais consistente e representativo para a utilização de previsões do PLD em regime de curto prazo. 1.4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Para alcançar o objetivo principal do trabalho devem-se atingir alguns objetivos específicos. Definir o modelo a ser utilizado com base nas características da série temporal do PLD considerada. Verificar a estacionariedade da série temporal (ST) do PLD. Efetuar transformações necessárias na ST. Aplicar o modelo ARIMA4 na série de retornos. • Medir e quantificar a correlação dos dados da ST. • Estimar os parâmetros do Modelo ajustado. • Efetuar a escolha do modelo ARIMA mais adequado. Aplicar o modelo GARCH na série de retornos • Medir e quantificar as correlações dos dados da ST. • Estimar os parâmetros do Modelo ajustado. • Efetuar a escolha do modelo GARCH mais adequado. Obter a previsão da volatilidade dos retornos com base nos parâmetros estimados. Avaliar a coerência dos resultados obtidos, comparando os valores utilizados e os valores encontrados pelo modelo GARCH. Sugestões para utilização de outros possíveis modelos de simulação. Efetuar a validação dos dados, através da análise da estimação dos erros de previsão. 4 Auto-Regressive Integrated Moving Average. INTRODUÇÃO 5 1.5. RESULTADOS ESPERADOS Espera-se neste trabalho, que se possa delinear os mais significativos desempenhos entre os modelos GARCH, no objetivo de melhor representar a volatilidade associada ao PLD da commodity5 energia elétrica. Na expectativa de que este trabalho venha proporcionar subsídios que visem auxiliar estudos similares em outros setores que necessitem de previsões que comportem uma série temporal semelhante à série utilizada neste estudo, ou seja, com a volatilidade característica existente nestes dados da série. Almeja-se também: Analisar as séries de retornos no objetivo de averiguar a possibilidade de aplicação dos modelos GARCH. Calcular e avaliar os parâmetros, analisar as correlações; testar hipóteses e por fim efetuar previsões com os modelos propostos. Analisar e adequar os resultados obtidos, considerando e efetuando a comparação entre os modelos. 1.6. DELIMITAÇÕES DO TRABALHO Nesta dissertação as delimitações classificadas são: A série temporal é univariada e possui características de não-linearidade. Os dados estão dispostos em periodicidade semanal. Os dados abrangem o período entre 30/06/2001 e 28/02/2013. O período base para as previsões estão entre 01/01/2005 a 31/12//2010. As previsões futuras estão dispostas entre 01/01/2011 a 31/12//2012. Os dados refletem uma série financeira em R$/MWh6. O modelo GARCH é adequado para utilização em séries financeiras (MORRETIN E TOLOI, 2006). No emprego dos modelos GARCH foram utilizadas ferramentas inerentes aos softwares R7 e EViews8. 5 Produto ou mercadoria de base, bruto, matéria-prima ou grau mínimo de industrialização. Reais / Mega Watts hora. 7 The R Foundation for Statistical Computing, R Versão x64 2.15.2 (2012-10-26). 8 EViews Version 7.2 Standard Edition – Aug 30 2012 build. 6 INTRODUÇÃO 6 1.7. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO Esta dissertação está organizada em 9 (nove) capítulos e encontra-se com uma distribuição de acordo com a seguinte estrutura: No Capítulo 2, expõe-se o Setor Elétrico Brasileiro (SEB) através de um breve histórico, descrevem-se os ambientes de comercialização, bem como as principais características da commodity Energia Elétrica. No Capítulo 3, realiza-se a revisão bibliográfica onde é feito um levantamento dos principais trabalhos e artigos a respeito dos algoritmos analisados e utilizados nesta dissertação. No Capítulo 4, apresenta-se a fundamentação teórica, com os conceitos principais, tais como métodos de previsão, séries temporais, análise de regressão, erros de previsão, autocorrelação e a definição de alguns modelos estatísticos de previsão, como AR, MA, ARMA, ARIMA, SARIMA e modelos não lineares como GARCH. No Capitulo 5 descreve-se a metodologia para as simulações no R e EViews. No Capítulo 6, apresentam-se os resultados obtidos da comparação entre os algoritmos de previsão, os devidos métodos de testes e validações, bem como análises preliminares. No Capítulo 7, expõem-se as conclusões da dissertação. No Capítulo 8, dispõe-se a divulgação da pesquisa, com a relação, local e íntegra dos artigos publicados. E finalizando as sugestões e propostas para trabalhos futuros são apresentadas no Capítulo 9. O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO 7 2. O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO Aborda-se neste capítulo um breve histórico do Setor Elétrico Brasileiro (SEB), a nova estrutura de comercialização envolvendo o Ambiente de Contratação Livre (ACL) e o Ambiente de Contratação Regulado (ACR), a singularidade e volatilidade da commodity energia elétrica, bem como a sua precificação e risco, considerando-se os impactos nos agentes envolvidos, expondo-se também formas de mitigação destes riscos neste ambiente. 2.1. BREVE HISTÓRICO Após a crise de abastecimento de energia elétrica ocorrida em 2001 que resultou na necessidade de racionamento, o impacto social e político foi significativo, logo governo e sociedade colocaram-se em ação numa nova forma de regulamentação do Setor Elétrico Brasileiro (SEB). Tal regulamentação ou por assim dizer liberalização dos preços no escopo de responderem à oferta e demanda, foi efetivada inicialmente através da Lei 9.648, de 27 de maio de 1998, com a criação do Mercado Atacadista de Energia Elétrica (MAE), reeditada pela Lei 10.433, de 24 de abril de 2002, substituída pela Lei 10.848 de 15 de março de 2004, que instituiu a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), e complementada pelo Decreto 5.163 de 30 de julho de 2004, que regulamenta a comercialização de energia elétrica no mercado brasileiro, com ambientes de comercialização regulados e livres (MAYO, 2009). 2.2. ACR E ACL Com a instituição da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) as relações comerciais do atual modelo do Setor Elétrico Brasileiro (SEB) passaram a ocorrer em dois ambientes distintos: o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e o Ambiente de Contratação Livre (ACL), sendo que as diferenças entre os montantes gerados, contratados e efetivamente consumidos são negociados no Mercado de Curto Prazo ou spot (MAYO, 2009; CCEE, 2012). O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO 8 2.2.1. ACR No Ambiente de Contratação Regulada (ACR) participam os Geradores, Produtores Independentes, Comercializadores e os Distribuidores de Energia que representam os consumidores ditos “cativos”, pois são atendidos exclusivamente pelo distribuidor local, com tarifas e condições de fornecimento regulados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), através de contratos resultantes de leilões. Estes contratos possuem regulação específica para aspectos como preço da energia, submercado de registro do contrato e vigência de suprimento, não sendo passíveis de alterações bilaterais pelos agentes (MAYO, 2009; CCEE, 2012). 2.2.2. ACL No Ambiente de Contratação Livre (ACL) a contratação é livremente negociada através de contratos bilaterais entre os agentes participantes, nestes contratos são estabelecidos volumes, preços e prazos de suprimento. Observa-se que esses contratos devem ser obrigatoriamente registrados na CCEE, instituição responsável por realizar a liquidação financeira das diferenças entre os montantes contratados e os montantes efetivamente consumidos (CCEE, 2012). Entre estes agentes estão os Consumidores Livres, cuja demanda mínima deve ser de 3MW, com tensão igual ou maior que 69kV ou 0,5MW adquirida de uma Pequena Central Hidroelétrica (PCH) ou fontes alternativas de energias. Os demais agentes são os Geradores, Autoprodutores, Produtores Independentes, Consumidores Especiais, Comercializadores, Importadores e Exportadores (MAYO, 2009; CCEE, 2012). No Mercado de Curto Prazo todos os contratos de compra e venda de energia celebrados seja no ACR ou no ACL devem ser registrados na CCEE, sendo então realizada a medição dos montantes efetivamente produzidos e/ou consumidos por cada agente. Neste contexto as diferenças apuradas, sejam de ordem positivas ou negativas, são devidamente contabilizadas para posterior liquidação financeira neste mercado e valoradas ao Preço de Liquidação das Diferenças ou comumente denominado PLD. Desta forma, o Mercado de Curto Prazo pode ser definido como o segmento da CCEE onde são contabilizadas as diferenças entre os montantes de energia elétrica contratados pelos agentes e os montantes de geração e de consumo efetivamente verificados e atribuídos aos respectivos agentes. O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO 9 Nesta conjuntura de mercado o Ambiente de Contratação Livre (ACL) passou a ser exposto a um elevado risco de preço, face a alta volatilidade verificada na commodity energia elétrica no mercado spot, ou seja, Mercado de Curto Prazo ou ainda à vista (TOLMASQUIM, 2011; CCEE, 2012). 2.3. SINGULARIDADE E VOLATILIDADE A Energia Elétrica é uma commodity que possui características singulares em relação às demais commodities9, as quais são: Não é possível armazena-la ou estoca-la no atacado para futuro uso; Incerteza da demanda; Preço inelástico; Dependente da hidrologia; Transmissão condicionada ou congestionada; Oferta e demanda devem ser instantaneamente balanceadas; Custo da geração tende a forte progressividade face a alta demanda; Expansão da geração exige longo prazo. Tais características contribuem para eventuais picos súbitos do preço no mercado spot de energia elétrica, resultando numa altíssima volatilidade do preço desta commodity sem similar comparativo no mercado de commodities. A seguir gráficos da commodity energia elétrica na Figura 1 apresentando elevados e repetidos picos de curta duração no período de 30/06/2001 a 06/07/2013, que por comparação com os gráficos das commodities açúcar, ouro e gás natural da Figura 2, verifica-se claramente a alta volatilidade citada (TOLMASQUIM, 2009; MAYO, 2009; CCEE, 2013). 9 Plural de commodity. O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO 10 Figura 1 – Variações de Preços da Commodity Energia Elétrica (CP) Figura 2 – Gráficos de Variações de Preços de Commodities Fonte: Mayo, 2009 Apud (AIE/ USA10) Esta volatilidade pode ser verificada nas demais regiões do país, conforme Figura 3 e nos respectivos retornos11 da série da região SE/CO expostos na Figura 4 em sequência. Figura 3 – Evolução do PLD Patamar Pesado por Região (CP) 10 11 AIE – Energy Information Administration / United State of America. Variação relativa dos preços, retorno líquido simples ou taxa de retorno. Vide página 35 Equação (10). O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO 11 Figura 4 – Retorno Simples do PLD Região SE/CO Patamar Pesado (CP) A seguir na Figura 5 gráficos de evolução do PLD por região, expondo as diferenças, a exemplo do ano de 2005 estável na região SE/CO, mas volátil na região SUL. Reais / MWh NE_P NORTE_P 600 600 500 500 400 400 300 300 200 200 100 100 0 0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2005 2006 SECO_P 2007 2008 2009 2010 2009 2010 SUL_P 600 600 500 500 400 400 300 300 200 200 100 100 0 0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2005 2006 2007 2008 2005 a 2010 - Período Semanal Figura 5 – Gráficos de Evolução do PLD por Região – Patamar Pesado (CP) O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO 12 Na Figura 6 sobrepõem-se o preço e o log-retorno12 do PLD. Figura 6 – Sobreposição do Preço e Log-Retorno do PLD de Energia Elétrica (CP) 2.4. A PRECIFICAÇÃO E RISCO A precificação normal de uma commodity está relacionada a diversos fatores, mas basicamente a oferta e a demanda, bem como a seus níveis de estoques e peculiaridades envolvidas a estes últimos, porém como visto anteriormente a commodity energia elétrica não pode ser armazenada. Possui ainda demanda incerta e também fortes componentes de sazonalidade, sendo o preço a vista sensível a variações climáticas. Tais componentes tornam a energia elétrica uma commodity de elevado risco (LYRA, 2005). 2.5. IMPACTOS NOS AGENTES Dentre as novas regras do SEB foi criado um órgão que visa viabilizar as negociações entre os agentes da commodity energia elétrica no mercado brasileiro, denominado Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Os agentes da CCEE são as empresas que atuam no setor de energia elétrica nas áreas de geração, distribuição, comercialização: importadores, exportadores comercializadores, além dos consumidores livres e consumidores especiais. 12 Retorno composto continuamente ou simplesmente log-retorno. e O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO 13 Na Figura 7 a seguir expõe-se a estrutura de comercialização vigente no mercado de energia elétrica brasileiro (RODRIGUES, 2007). Figura 7 – Estrutura de Comercialização do SEB. Fonte: Rodrigues, 2007 A seguir a descrição das atuações de cada agente no SEB: 2.5.1. Geração Os Agentes de Geração podem vender a energia produzida através de contratos celebrados no ACR ou no ACL. Os Geradores de Serviço Público e os Produtores Independentes de Energia devem apresentar lastro, proveniente de geração própria e contratos de compra, para atendimento a 100% do montante de seus contratos de venda. Existem os Autoprodutores, os quais geram energia para seu uso exclusivo e podem, mediante autorização da ANEEL, vender o excedente de geração por meio de contratos (CCEE, 2012). Nestes casos a verificação do lastro é realizada mensalmente, com base nos dados de geração e contratos de venda dos últimos 12 meses. A não comprovação de lastro sujeita o agente ao pagamento de penalidades. No âmbito dos geradores que são os fornecedores de energia elétrica o preço spot visa a cobrir a posição de oferta, observando-se níveis de reservatório, hidrologia, sazonalidade, bem como aspectos climáticos e custos de operação (CCEE, 2012). O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO 14 2.5.2. Distribuição Os Agentes de Distribuição, ditos concessionárias, devem adquirir energia para suprimento de seu mercado consumidor, por meio de contratos celebrados no Ambiente de Contratação Regulada, advindos de leilões de energia. Nesse caso, devem apresentar cobertura, proveniente de contratos de compra, para atendimento de 100% de seu consumo verificado de energia. Esta verificação da cobertura contratual é realizada na contabilização do mês de janeiro de cada ano, com base nos dados de consumo e contratos de compra do ano anterior. A não comprovação de cobertura do consumo sujeita o agente ao pagamento de penalidades (CCEE, 2012). Conforme regras estabelecidas no Decreto 5.163/2004, os distribuidores estão sujeitos a penalidades, quando a energia contratada diverge da demanda requisitada pelos seus consumidores, causando a sobre ou a subcontratação, no entanto observa-se que existe o Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits (MCSD) que permite que as concessionárias compensem entre si montantes de energia elétrica adquiridos em leilões de empreendimentos existentes, promovendo o repasse de energia entre agentes de distribuição com sobras ou déficits declarados no objetivo de minimizar estes riscos (BURATTI, 2008). Sobrecontratação No caso de sobrecontratação, é admitido que 3% do total da energia contratada em excesso, sejam repassados às tarifas dos consumidores finais, sem qualquer penalização para os distribuidores. No entanto para valores acima do limite de 3%, haverá o risco financeiro do mercado de curto prazo, uma vez que a diferença entre o total de energia contratada e o mercado demandado pelos consumidores, verificado mensalmente na CCEE, é vendido ao Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), no mercado spot. Assim, caso o PLD seja superior ao preço médio contratado, a concessionária aufere lucro, e em situação inversa, assume o prejuízo (BURATTI, 2008). Subcontratação Na ocorrência de subcontratação, a energia faltante para atender a demanda dos consumidores é automaticamente comprada no mercado spot, pelo preço da PLD. Conforme o Artigo 42 do Decreto 5.163, o repasse do custo desta compra se dará pelo O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO 15 menor valor entre o preço PLD e o Valor de Referência13 (VR), calculado pela ANEEL. Nesta situação, os distribuidores contabilizarão o prejuízo financeiro se o preço PLD pago pela energia for superior ao valor de referência VR, que será utilizado para repassar o custo para as tarifas. De outra forma, se o PLD estiver com seu preço menor ou igual ao valor de referência VR, não haverá prejuízo, pois o repasse será efetuado pelo mesmo valor pago pela energia. Não obstante o resultado financeiro da subcontratação for nulo, no melhor dos casos, ou negativo na pior situação, haverá a aplicação de uma penalidade adicional, calculada sobre cada MWh não contratado (BURATTI, 2008). Para as distribuidoras ou concessionárias que compram a energia a ser consumida pelos clientes ditos “cativos”, a subcontratação representa alto risco de penalidade e de compra no mercado spot, pois estará à mercê do preço daquele momento, no qual poderá encontrar situações hidrológicas, climáticas e mercadológicas adversas (MAYO, 2009; CCEE, 2012). 2.5.3. Comercialização Agentes Comercializadores de Energia Os Agentes Comercializadores podem comprar e vender energia por meio de contratos celebrados no ACL ou ACR, no caso específico do ACR contratos de venda aos Agentes de Distribuição. Os agentes comercializadores podem representar na CCEE usinas pertencentes a produtores independentes e autoprodutores que não tenham participação obrigatória na CCEE, conforme definições da Convenção de Comercialização. Para isto devem apresentar lastro, proveniente de geração própria ou contratos de compra, para atendimento a 100% do montante de seus contratos de venda de energia. A verificação do lastro é realizada mensalmente, com base nos dados de geração e contratos de compra e de venda dos últimos 12 meses. A não comprovação de lastro sujeita o agente ao pagamento de penalidades Para estes agentes o ganho entre as diferenças de compra e venda lhe são salutares quando o mercado encontra-se em relativo equilíbrio, ou seja, não há uma forte e duradoura escassez na oferta ou na demanda (CCEE, 2012). 13 Valor utilizado para regular o repasse às tarifas dos consumidores finais dos custos de aquisição de energia elétrica (CCEE, 2012). O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO 16 2.5.4. Consumidores Livres Os Consumidores Livres devem apresentar cobertura, proveniente de contratos de compra, para atendimento de 100% de seu consumo verificado de energia. Essa verificação é realizada mensalmente, com base nos dados de consumo verificado e contratos de compra dos últimos 12 meses. A não comprovação de cobertura do consumo sujeita o agente ao pagamento de penalidades. Assim como os distribuidores, os consumidores livres também possuem riscos de subcontratação, situação em que estarão expostos às nuances do mercado spot (CCEE, 2012). 2.5.5. Importadores e Exportadores Os Agentes de Importação podem vender a energia produzida através de contratos celebrados no ACR ou no ACL, devendo apresentar lastro, proveniente de geração própria ou contratos de compra, para atendimento a 100% do montante de seus contratos de venda. Essa verificação do lastro é realizada mensalmente, com base nos dados de geração e contratos de compra e de venda dos últimos 12 meses. A não comprovação de lastro sujeita o agente ao pagamento de penalidades. Excluem-se da necessidade de comprovação de lastro os casos em que a importação de energia tenha características emergencial, temporária e interruptível. Os contratos de exportação de energia estão isentos da necessidade de comprovação de lastro para venda de energia (MAYO, 2009; CCEE, 2012). 2.6. MITIGAÇÃO DE RISCOS NO AMBIENTE DE ENERGIA ELÉTRICA As atividades econômicas sempre acarretam riscos, negócios com energia elétrica estão inclusos, neles o sucesso econômico depende fortemente do preço de mercado da energia elétrica. Os principais riscos com os quais os agentes participantes do mercado de energia elétrica deparam-se, embora interdependentes (MAYO, 2009). classificados separadamente, são na realidade O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO 17 Dentre os mais importantes pode-se elencar: Risco de preço de mercado definido como a ameaça de perdas causadas pela alta volatilidade dos preços de energia elétrica. Risco de preço de combustível que é específico de usinas termelétricas, extrapola o mercado de energia elétrica, mas afeta a capacidade de o gerador suprir este mercado. Risco da contraparte relativas às ameaças de perdas causadas pela inadimplência, seja no pagamento, seja na entrega da energia pela contraparte (MAYO, 2009). Para minimizar inicialmente tais riscos em função da preponderância de usinas hidrelétricas no parque de geração brasileiro, são utilizados modelos matemáticos14 para o cálculo do PLD, que têm por objetivo encontrar a solução ótima de equilíbrio entre o benefício presente do uso da água e o benefício futuro de seu armazenamento, medido em termos da economia esperada dos combustíveis das usinas termelétricas (CCEE, 2012). Em um sistema hidrotérmico como o brasileiro, com substancial parcela de geração hidroelétrica, o volume de água nos reservatórios ao longo do período de planejamento é desconhecido, pois depende de chuvas que ainda irão ocorrer. Esta característica gera incertezas às decisões de despacho presentes e consequências sobre a operação do sistema e formação de preços no futuro. O fluxograma da Figura 8 a seguir ilustra este fato: Figura 8 – Fluxograma de Operação de um Sistema Hidrotérmico. Fonte: D´ARAÚJO, 2009 14 Programação Dinâmica Recursiva. O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO 18 Outras características de um sistema hidrotérmico são: Imperfeita previsão de afluências futuras no instante inicial torna o problema essencialmente estocástico; Grande quantidade de reservatórios e a necessidade de otimização multiperíodo torna o problema de grande porte; Não linearidade devido à função de produção de energia das hidroelétricas; Custos indiretos relacionados com os benefícios de geração hidroelétrica; Necessidade de considerar o uso múltiplo da água: navegação, controle de cheias, irrigação, saneamento e abastecimento de água. O operador do sistema deve comparar o beneficio imediato do uso da água com o beneficio futuro de seu armazenamento. Este problema é tratado e ilustrado a seguir (MAYO, 2009). A Função de Custo Imediato (FCI) mede os custos de geração térmica e déficit (corte de carga) no estágio t. Note que o custo imediato aumenta à medida que diminui a utilização de recursos hidráulicos, ou seja, à medida que aumenta o volume de água armazenado no final do período. A Função de Custo Futuro (FCF) está associada ao custo esperado de geração térmica e déficit do final do estágio t (início de t+1) até o final do período do planejamento da operação (MAYO, 2009). Figura 9 – Funções de Custos Esta função diminui à medida que aumenta o volume armazenado final, pois haverá mais energia hidráulica no futuro, portanto, pode-se dizer que a derivada do custo futuro em relação ao volume armazenado dos reservatórios é o valor da água. A FCF é calculada por meio de simulações probabilísticas da operação do sistema para cada nível de armazenamento ao final do estágio t, considerando diversos cenários hidrológicos. O ponto O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO 19 que minimiza o custo de operação imediato e futuro corresponde ao ponto onde as derivadas das funções de custo imediato e custo futuro se igualam em módulo. 2.6.1. Preço de Liquidação das Diferenças – PLD As relações comerciais entre agentes são regidas predominantemente por contratos de compra e venda de energia, os quais, sem exceção, devem ser registrados no CCEE. Esse registro vincula a contratação de longo e médio prazo ao mercado de curto prazo, pois toda e qualquer transação de energia não registrada mediante contratos está sujeita à contabilização e à liquidação, de forma compulsória, no mercado de curto prazo da CCEE (TOLMASQUIM, 2011). No processo de contabilização, as diferenças entre os volumes contratados e os efetivamente movimentados são contabilizadas pela CCEE e liquidadas no mercado de curto prazo. Isso permite que as partes “zerem” suas posições por meio de compra ou venda de energia elétrica, em base mensal, pelo preço de mercado de curto prazo, ou Preço de Liquidação das Diferenças (TOLMASQUIM, 2011). O PLD é utilizado para valorar a energia comercializada no mercado de curto prazo ou spot e se faz pela utilização dos dados considerados pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) para a otimização da operação do Sistema Interligado Nacional (SIN), refletindo o Custo Marginal de Operação (CMO), usado como aproximação do preço de equilíbrio do mercado, diferenciando-se dele por ter um valor máximo ou teto, e um valor mínimo ou piso regulatórios15. Expressado a seguir na Figura 10 (MAYO, 2009). Figura 10 – Curva de Oferta e Demanda e Custo Marginal de Operação Fonte: (D´ARAÚJO, 2009) 15 A partir de 1 de janeiro de 2013 a ANEEL autorizou variar entre R$14,13 e R$780,03/MWh. O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO 20 Neste processo de valoração a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) possui a atribuição de autorizar o uso de modelos computacionais utilizados no planejamento e na operação tanto pelo SIN quanto pelo ONS no cálculo do PLD que é determinado semanalmente para cada patamar de carga e para cada submercado, e utilizado na CCEE. Dentre estes modelos fazem parte o programa denominado NEWAVE, um modelo estratégico de geração hidrotérmica que visa resolver os problemas de planejamento da operação interligada de sistemas hidrotérmicos empregando a técnica de programação dinâmica dual estocástica. E o DECOMP, programa de planejamento de despacho em curto prazo, cujo objetivo é determinar as metas de geração de cada usina de um sistema hidrotérmico sujeito a afluências estocásticas, de forma a atender a demanda e minimizar o valor esperado do custo de operação ao longo do período de planejamento para isto utiliza a técnica de programação linear, representando as características físicas e as restrições operativas das usinas hidroelétricas de forma individualizada (MAYO, 2009; CCEE, 2012). 2.6.2. Formas de Mitigação de Riscos Nesta conjuntura de mercado o ACL passou a ser exposto a um elevado risco de preço, face a alta volatilidade verificada na commodity energia elétrica. No objetivo de minimizar tais riscos tornou-se necessário desenvolver mercados de derivativos16 de energia elétrica com o intuito de oferecer aos agentes ferramentas para o gerenciamento dos riscos de preço (MAYO, 2009). 2.6.3. Mecanismo de Realocação de Energia – MRE Face às dimensões territoriais do Brasil, existem fatores climáticos, hidrológicos e estruturais entre as diversas regiões que acabam por tornar crucial que as gerações das usinas hidrelétricas e térmicas estejam sujeitas ao despacho centralizado regido pelo ONS, observando-se as disponibilidades das usinas que estão em condições de geração. Tais despachos ocorrem de modo a se obter minimização dos custos operativos e o menor custo marginal, face às afluências hidrológicas e armazenamento de água dos reservatórios, considerando-se também, os preços ofertados pelas usinas térmicas e as restrições operativas destas (MAYO, 2009; CCEE 2012). 16 Instrumento financeiro cujo preço deriva do preço de um bem ou de outro instrumento financeiro. O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO 21 Neste contexto os Agentes Geradores sujeitos ao despacho centralizado, não possuem controle sobre seu nível de geração. Todavia, períodos secos e úmidos não coincidentes, fazem com que existam transferências de energia entre regiões, ou seja, uma região em período seco deve armazenar água, produzindo abaixo da média, enquanto que uma região úmida produz acima da média. Não obstante isto, outro fator importante na concepção do MRE é a existência de várias usinas em cascata, em que o ótimo individual não necessariamente corresponde ao ótimo conjunto. Sendo o despacho centralizado em que a água pertence a todos, logo o seu uso não é decidido pelo proprietário da usina, e sim pelo ONS, sendo então o MRE o instrumento que minimiza e compartilha entre os agentes de geração o risco de venda de energia em longo prazo. Assim o MRE realoca a energia, transferindo o excedente daqueles que geraram além de suas Garantias Físicas17 para aqueles que geraram abaixo (MAYO, 2009; CCEE, 2012). 2.6.4. Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits – MCSD Este mecanismo tem o escopo de permitir que os agentes de distribuição, ou seja, as concessionárias, compensem entre si montantes de energia elétrica adquiridos em leilões de empreendimentos existentes, promovendo o repasse de energia entre agentes de distribuição com sobras ou déficits declarados, sendo os agentes cedentes e agentes cessionários, respectivamente. Estas declarações são voluntárias e este mecanismo aplicase exclusivamente aos Contratos de Compra de Energia no Ambiente Regulado (CCEARs), no Ambiente de Contratação Regulado, conforme previsto no Decreto nº 5.163/04 (CCEE, 2012). 2.6.5. Derivativos de Energia Elétrica Os derivativos são instrumentos financeiros cuja formação dos preços está sujeita à variação de preços de outros ativos, mais precisamente dos seus respectivos ativos-objetos, ou seja, está associada à ideia de que os preços desses contratos possuem uma estreita ligação, derivando do preço de ativo subjacente ao contrato. Sua utilização visa reduzir ou neutralizar o risco de variação na precificação de determinado ativo; ou como investimento, buscando lucro pela assunção do risco. 17 Corresponde à fração a ela alocada da Garantia Física do Sistema, sendo à máxima carga que pode ser suprida a um risco prefixado de 5% de não atendimento da mesma. O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO 22 Existem três espécies principais de derivativos: os swaps, as operações em mercados a termos e futuros e as opções. Negociados em bolsas de energia ou em mercados de balcão, esses contratos desempenham papel primário de oferecer formação transparente de preços futuros e certeza de preço aos geradores, distribuidores e consumidores livres (MAYO, 2009; CCEE, 2012). Contratos a Termo Acordo de compra e venda de energia elétrica para entrega futura a um preço prefixado estipulado em contrato. Tendo em vista sua flexibilidade e liquidez os contratos a termo são mais utilizados como instrumentos de gerenciamento de risco no mercado de energia elétrica. Contratos Futuros Semelhantes aos contratos a termo, os contratos futuros, diferem por sua alta padronização nas especificações tipo: locais de entrega, requisitos transacionais e requisitos de liquidação sendo em sua maioria liquidados financeiramente com ajustes diários. Swap de Energia Elétrica São contratos financeiros que permitem aos seus titulares pagar um preço fixo pela energia elétrica ativo-objeto, indiferentemente da flutuação de seu preço, ou vice-versa, durante o período contratual. Utilizados para garantir a certeza de preço no curto e médio prazos. Opções Diferem dos contratos futuros e swap por oferecer o direito, porém sem a obrigação de celebrar um contrato a um preço, volume e prazo no futuro acordados, mediante pagamento ao vendedor de um prêmio por essa flexibilidade adicional. Existem diversos tipos de opções, mas baseiam-se em dois principais, a Européia que somente poderá ser exercida em sua data de vencimento e a Americana que poderá ser exercida a qualquer tempo até a sua data de vencimento (MAYO, 2009). REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 23 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Neste capitulo expõe-se uma breve revisão bibliográfica com os principais modelos de análise e previsão de séries temporais e os respectivos autores. Séries Temporais – ST Segundo Gujarati (2006) uma ST é um conjunto de observações dos valores que uma variável assume em diferentes momentos do tempo, podendo esses dados serem coletados a intervalos regulares, que podem ser de forma diária, semanal, mensal, trimestral, semestral, anual ou ainda em intervalos extremamente curtos de forma quase contínua a exemplo das cotações das ações. Modelos de Previsão Modelos de previsão estatística são baseados na utilização dos dados históricos a partir de uma série temporal, tais modelos visam capturar características intrínsecas da série e criar estimativas que possibilitem gerar previsões. Movimento Browniano Geométrico – MGB O MGB em homenagem ao botânico e físico escocês Robert Brown que efetuou a primeira observação em 1827 quando verificou que pequenas partículas contidas nos vacúolos dos grãos de pólen executavam pequenos movimentos aparentemente aleatórios. Conhecido também como Processo de Wiener, em honra a Norbert Wiener um matemático norte-americano que o formalizou matematicamente em 1923, sendo um processo estocástico contínuo, utilizado para modelagem de evolução de preços. O MGB foi destacado como promissor por descrever movimentos aleatórios e obter valores estritamente maiores que zero, com distribuição normal e variância constante, sendo uma vantagem face aos preços serem estritamente positivos. Porém apesar de uma ampla aceitação no mercado financeiro como alternativa, a utilização no mercado de energia elétrica é desaconselhada em dois pontos principais: a dificuldade em capturar e representar a complexa estrutura da volatilidade, e a impossibilidade deste processo gerar picos de preços com a magnitude dos observados na commodity em estudo (MAYO, 2009). REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 24 3.1. MODELO ARMA – (1960) Os primeiros trabalhos datam de 1927 com os modelos auto-regressivos estudados por George Udny Yule, posteriormente Gilbert Thomas Walker e suas contribuições para as Equações de Yule-Walker e o algoritmo de Durbin Watson para regressões. Sendo o modelo ARMA a junção do modelo AR(p) ou Auto-Regressivos com ordem e o modelo MA(q)18 ou médias móveis com ordem , que proporcionam a vantagem de um número menor de parâmetros, que superam a individualidade destes modelos. Convém ressaltar que não são adequados para modelarem relações não-lineares, no entanto são importantes para a compreensão de séries temporais estacionárias e os modelos de análises, ou seja, a base dos modelos auto-regressivos (MORETTIN E TOLOI, 2006; GUJARATI, 2006). 3.2. MÉTODO DE BOX-JENKINS – (1970) No decorrer da década de 1960 os professores George E. P. Box e Gwilym M. Jenkins desenvolveram artigos sobre a teoria de controle e análise de séries temporais. Esses artigos culminaram com a publicação em 1970 do livro “Time Series Analysis, Forecasting and Control”, o qual apresentava uma metodologia para a análise de séries temporais, sendo a versão de 1976 a mais referenciada. Segundo Gujarati (2006), nesta metodologia Box e Jenkins reuniram técnicas existentes não para construir modelos com equações únicas ou simultâneas, mas na análise das propriedades probabilísticas ou estocásticas das séries econômicas segundo a filosofia de “Deixar que os dados falem por si”. Neste sentido a metodologia de Box-Jenkins será extremamente importante no desenvolvimento deste trabalho no que tange a identificação da ST em relação aos modelos AR(p), MA(q), ARMA(p,q) ou ARIMA(p,d,q)19 (GUJARATI, 2006). 3.3. MODELO ARIMA – (1976) Nos modelos ARMA(p,q) e anteriores, a média e a variância das séries estacionárias são constantes, e as covariâncias não variam com o tempo, entretanto muitas 18 19 Moving Average. Auto-Regressive Integrated Moving Average. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 25 séries temporais econômicas são não-estacionárias, ou seja, integradas. Neste sentido se for efetuada uma ou mais diferenciações que torne a série estacionária possibilitando a aplicação do modelo ARMA(p,q), diz-se que a série temporal é auto-regressiva integrada de médias móveis, ou ARIMA(p,d,q). Este conceito incluso pelos estatísticos George Box e Gwilym Jenkins em 1976, torna o modelo conhecido também por Modelo de BoxJenkins (GUJARATI, 2006; MORETTIN E TOLOI, 2006). 3.4. MODELO – SARIMA – (1976) Quando uma série temporal apresenta comportamento periódico dentro de um intervalo de tempo de até 12 meses, denomina-se sazonalidade, podendo este intervalo ser anual, semestral, mensal, semanal e etc. Então torna-se necessário acrescentar uma componente sazonal no modelo. O modelo sazonal multiplicativo proposto por Box e Jenkins em 1976, utiliza-se da componente sazonal incorporada ao modelo ARIMA(p,d,q), denominado SARIMA, sendo os componentes sazonais auto-regressivos SAR(P) e a média móvel SMA(Q), representado como SARIMA (p,d,q) (P,D,Q), onde D é a ordem de diferenciação sazonal. Salienta-se que neste trabalho este modelo não será utilizado, face a inadequação frente as características da série temporal em estudo (MORETTIN E TOLOI, 2006). 3.5. MODELO DE ENGLE – ARCH – (1982) Dada às restrições do modelo ARIMA em manter a variância do erro constante ao longo do tempo, Engle em 1982, propôs um modelo alternativo para previsões, denominado ARCH (Auto-Regressive Conditional Heterocedasticity) no objetivo de estimar a variância da inflação, o qual lhe rendeu o Prêmio Nobel de Economia em 2003. Modelo este que introduz a variância condicional do erro determinada pela defasagem do erro ao quadrado. O modelo ARCH (q), em que q é o número de defasagens do erro ao quadrado, pode ser representado como (ENGLE, 1982; GUJARATI, 2006): = (1) + ; REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 26 Em que é a variância condicionada e e são parâmetros a serem estimados. 3.6. MODELO DE BOLLERSLEV – GARCH – (1986) No entanto, dada o grande número de defasagens q frequentemente encontrados no modelo ARCH, Bollerslev em 1986 sugeriu um modelo geral e simplificado denominado GARCH (Generalized Auto-Regressive Conditional Heteroscedasticity). Este modelo apresenta uma vantagem operacional ao incorporar a própria variância condicional passada como fator determinante da variância condicional do erro. Dessa forma, o modelo GARCH (p,q), onde p é o número de defasagens do erro ao quadrado e q o número de defasagens da própria variância condicional ao quadrado, sendo representado por: = + ; Em que , e (2) + ; são parâmetros a serem estimados (BOLLERSLEV, 1986; MORETTIN E TOLOI, 2006). FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 27 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Morettin e Toloi (2006) afirmam que em Economia existem dois procedimentos predominantes: Econométrico: O analista baseia-se firmemente na teoria econômica objetivando construir um modelo, incluindo nele muitas variáveis que representam o fenômeno em análise. Estatístico: O estatístico ou de séries temporais, deixa que “os dados falem por si” no escopo de construir um modelo ou estar preparado para utilizar um, ainda que não se harmonize com a teoria econômica, que possa porém, produzir melhores previsões. Nesta dissertação apresenta-se um estudo das características e comportamento de uma série temporal univariada dos preços da eletricidade no mercado de energia elétrica brasileiro, especificamente o PLD no ACL a curto prazo ou mercado spot, no objetivo de efetuar melhores previsões e desta forma mitigar os riscos associados a este mercado. Neste objetivo torna-se necessário a compreensão de modelos que possam capturar e melhor explicitar características intrínsecas a esta série, representando-a e possibilitando a composição de previsões mais aproximadas da realidade. Neste sentido este capítulo visa abordar alguns conceitos fundamentais de séries temporais, métodos de previsão, análise de regressão, erros de previsão, autocorrelação bem como definições dos modelos lineares de previsão, como AR, MA, ARMA, ARIMA, SARIMA e modelos não lineares como ARCH e GARCH (LYRA, 2005; MORETTIN E TOLOI, 2006; GUJARATI, 2006). 4.1. SÉRIES TEMPORAIS Segundo expõe Morettin e Toloi (2006) uma série temporal é qualquer conjunto de observações ordenadas cronologicamente, ou seja, valores que possuem ordenação no tempo. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 28 Tais séries podem ser de ordem univariadas ou multivariadas, contínua ou discreta: Univariadas Baseados em apenas uma série histórica. Exemplo: Histórico de preços da energia elétrica semanal (PLD). Modelo utilizado nesta dissertação. Multivariadas Baseados em mais de uma série histórica. Exemplo: Registro da temperatura e pressão de um ponto no oceano. Contínua Quando o conjunto de observações geradas sequencialmente ao longo do tempo for definido em um intervalo contínuo. Exemplo: Registro de maré no porto de Santos. Discreta Quando o conjunto de observações é registrado em tempos específicos, geralmente em intervalos equidistantes. Exemplo: Valores diários de poluição no estado de São Paulo. Morettin e Toloi (2006) também observam que uma série temporal discreta pode ser obtida através da amostragem de uma série temporal contínua em intervalos de tempos iguais. 4.1.1. Tipos de Modelos Na análise de séries temporais existem basicamente dois enfoques, convém ressaltar que em ambos, o escopo é construir modelos para as séries com propósitos determinados, denominados modelos paramétrico e não-paramétrico: (MORETTIN E TOLOI, 2006): Modelos Paramétricos A análise ocorre no domínio temporal, ou seja, com um número finito de parâmetros. Exemplo: Modelo AR20, ARMA21 e ARIMA22. 20 Auto-Regressivo ou Auto-Regressive. Auto-Regressivo de Médias Móveis ou Moving Average. 22 Auto-Regressivo Integrado de Médias Móveis ou Auto-Rlegressive Integrated Moving Average. 21 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 29 Modelos Não-Paramétricos A análise ocorre no domínio da frequência, podem ter um número infinito de parâmetros. Exemplo: Modelos de Redes Neurais e Análise Espectral. Observa-se que estes modelos devem ser simples e parcimoniosos, conforme relatam Morettin e Toloi (2006), no sentido de que o número de parâmetros envolvidos tenda ao mínimo possível. No entendimento de Morettin e Toloi (2006) modelos para descrever séries temporais são processos estocásticos, ou seja, processos controlados por leis probabilísticas. Sendo a definição de processo estocástico dada por: Seja ( ), ∈ = um conjunto arbitrário. Um processo estocástico é uma família , tal que, para cada ∈ , ( ) é uma variável aleatória ou doravante (v.a.). Nestas condições, um processo estocástico é uma família de variáveis aleatórias, as quais supomos definidas num mesmo espaço de probabilidades (Ω, Α, Ρ). O conjunto = {0, ±1, ±2, ±3 … } ou o normalmente tomado como o conjunto dos números inteiros conjunto dos números reais ℝ. Outrossim, para cada na realidade ( ) ∈ , é ( ) será uma v.a. real. Assim, definida por Ω é uma função de dois argumentos, ( , ), ∈ , ∈ Ω. Esta interpretação de processo estocástico pode ser verificada na Figura 11 a seguir (MORETTIN E TOLOI, 2006). Figura 11 – Processo estocástico visto como uma família de variáveis aleatórias. Fonte: Morettin e Toloi, 2006. Observa-se na Figura 11, que para cada ∈ , existe uma v.a. ( , ), com uma distribuição de probabilidades; sendo possível que a Função Densidade de Probabilidade (FDP) no instante t seja diferente da FDP no instante t , para dois instantes e quaisquer, porém a situação usual é aquela em que a FDP de ( , ) é a mesma para todo FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ∈ .Não obstante, para cada 30 ∈ Ω fixado, obtém-se uma função de , ou seja, uma realização ou trajetória do processo, ou ainda, uma Série Temporal. Pode-se considerar também esta distribuição de probabilidades uma família de trajetórias, vista na Figura 12. Figura 12 – Um processo estocástico interpretado como uma família de trajetórias. Fonte: Morettin e Toloi, 2006. 4.1.2. Componentes Básicas Morettin e Toloi (2006) observam que os objetivos principais da análise de uma série temporal são: Investigar o mecanismo gerador da série temporal. Criar previsões de valores futuros da série de curto ou longo prazo. Descrever graficamente o comportamento da série verificando a existência de tendências, ciclos e variações sazonais, construção de histogramas e diagramas de dispersão e etc. Verificar periodicidades relevantes através de análise espectral. Modelagem do fenômeno sobre consideração. Obtenção de conclusões em termos estatísticos. Avaliação da adequação do modelo em termos de previsão. Desta forma a aplicação de análise de séries temporais baseia-se na utilização de dados históricos no escopo de obter modelos de previsão. Sendo objeto fundamental determinar as componentes básicas para identificar um padrão de comportamento da série que permita uma melhor compreensão que possibilite gerar previsões (GUJARATI, 2006). FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 31 Tais padrões podem conter tendências, ciclos, sazonalidades, variações irregulares e variações randômicas (CARDOSO, 2005: Apud MAKRIDAKIS et al., 1983). Tendência Indica o comportamento de longo prazo de uma série, ou seja, se ela sobe desce ou permanece estável, observando também se a tendência é constante, linear ou quadrática. Figura 13 – Tipos de Tendências de uma Série Temporal Fonte: Barros, 2012. Ciclos Indicam padrões que se repetem na série em períodos superiores a um ano. Exemplo: Ciclos relacionados às atividades econômicas ou meteorológicas. Figura 14 – Padrão Cíclico em torno de 10 ou 11 anos Fonte: Ehlers, 2007. Sazonalidade Indica a repetição de um padrão na série dentro do período de um ano. Exemplo: Vendas de sorvetes, altas no verão e baixas no inverno. Figura 15 – Tendência e Sazonalidade Fonte: Ehlers, 2007. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 32 Variações irregulares São alterações advindas de fatores excepcionais, os quais não podem ser previstos e, logo, inclusos no modelo. Exemplo: Catástrofes climáticas. Figura 16 – Variação Irregular em 1915 Fonte: Ehlers, 2007. Variações randômicas (Aleatoriedade ou Erro Residual) Caracterizadas por sua duração curta e intensidade variável, esta componente é denominada “ruído”. Por apresentar estas variações não podem ser modeladas pelas técnicas gerais de previsão e são, de modo geral, tratadas pelas médias e desvios padrão ou variâncias. (CARDOSO, 2005: Apud MENTZER E BIENSTOCK, 1998) Morettin e Toloi (2006) relatam ainda que uma série temporal pode ser descrita como uma função conforme a Equação (3) a seguir: = ( )+ , Em que ( ) denomina-se sinal e = 1, 2, 3 … , , (3) nomeia-se como ruído. Considerando esta forma, tem-se várias classes de modelos, destacando-se os modelos de erro ou regressão, modelos estruturais e modelos não-lineares (MORETTIN E TOLOI, 2006). Não obstante estes padrões uma ST pode ser classificada também quanto ao comportamento da variância, que pode apresentar-se de formas diferentes em relação às dispersões, seja com homocedasticidade23 ou heterocedasticidade24, fator de suma importância para a escolha de modelos que a representem (GUJARATI, 2006). 23 24 Homo (igual) e Cedasticidade (dispersão). Hetero (desigual) e Cedasticidade (dispersão). FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 33 Homocedasticidade No entendimento de Gujarati (2006), a variância de variância condicional de para cada é um número positivo constante igual a , ou seja, a . Representando a premissa de igual dispersão ou homocedasticidade e utilizando-se o gráfico da Figura 17, significa que as populações Υ correspondentes aos valores de Χ têm a mesma variância , ou ainda que a variação em torno da linha de regressão ou linha das relações médias entre Χ e Υ é a mesma para todos os Χ, não aumenta nem diminui quando Χ varia. Figura 17 – Homocedasticidade Fonte: Gujarati, 2006. Este conceito está expresso na Equação (4) a seguir. ( | )= [ − ( | )] = ( )= (4) Heterocedasticidade Conforme expõe Morettin e Toloi (2006) contrariamente ao exposto no item anterior, a variância condicional da população Υ varia com Χ, numa dispersão desigual, denominada adequadamente como heterocedasticidade, visto na Figura 18. Conceito que está expresso na Equação (5) a seguir, nela observa-se o subscrito em indicando que a variância da população Υ não é mais constante. ( | )= A seguir a Figura 18 expondo a dispersão desigual ou heterocedasticidade. (5) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 34 Figura 18 – Heterocedasticidade Fonte: Gujarati, 2006. Estacionariedade Quando a série temporal se desenvolve no tempo aleatoriamente ao redor de uma média μ constante, refletindo alguma forma de equilíbrio estável (GUJARATI, 2006). 4.1.3. Transformações Morettin e Toloi (2006) indicam que existem duas motivações básicas para efetuar transformações nos dados originais de uma série temporal: estabilizar a variância e tornar o efeito sazonal aditivo. As transformações podem ser do tipo logarítmica, por diferenças, através de retornos e etc. Neste trabalho se utilizará apenas as diferenças e os retornos, pois são os adequados a série temporal utilizada. Diferenças Gujarati (2006) cita que na maioria dos procedimentos de análise estatística de séries temporais supõe-se que estas sejam estacionárias. Em caso negativo será então necessário transformar os dados originais, sendo que a transformação mais comum consiste em tomar diferenças sucessivas da série original, até que se obtenha uma série estacionária. Neste procedimento será suficiente tomar uma ou duas diferenças para o êxito. Observa-se que tomar mais diferenças que o necessário tende a degenerar a série causando assim perdas significativas de informações. Define-se na Equação (6) a primeira diferença de Z : FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 35 ΔZ = Z − Z (6) Sendo de modo geral a n-ésima diferença de Z definida por: Δ Z = Δ[Δ Z] (7) Retornos Um dos objetivos da análise de séries temporais financeiras é a avaliação de riscos do ativo que a série representa, sendo o risco medido em termos de variações de preços deste ativo, este preço ou num determinado período que neste trabalho refere-se a uma semana, poderá ter uma variação entre os instantes − 1 e , ou seja, Δ = − , sendo a variação relativa ou retorno líquido simples, entre os mesmos instantes expresso na Equação (8) (MORETTIN E TOLOI, 2006): R = P −P P = ΔP P (8) O retorno composto continuamente ou log-retorno sendo expresso conforme Equação (9) a seguir. r = log P ΔP = (1 + R ) P P (9) Nos modelos não-lineares será utilizada a Equação (10) exposta a seguir, doravante denominada apenas de retornos: X = ln(P ) − ln(P ) (10) No entendimento de Gujarati (2006) retornos financeiros aqui expostos apresentam características peculiares que muitas séries temporais não apresentam, tais como: Raramente apresentam tendência ou sazonalidade25; São em geral não-autocorrelacionados; Os quadrados dos retornos são autocorrelacionados, apresentando uma correlação de defasagem pequena e depois uma queda lenta das demais; 25 Eventual exceção de retornos intra-diários. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 36 Séries de retornos apresentam agrupamentos de volatilidades ou “Clusters” ao longo do tempo. A distribuição (incondicional) dos retornos apresenta caudas mais pesadas do que uma distribuição normal; A distribuição embora aproximadamente simétrica é em geral leptocúrtica26; Na análise da série temporal do PLD com o modelo GARCH serão utilizados os retornos da ST face às características expostas (MORETTIN E TOLOI, 2006). 4.1.4. Dados Discrepantes ou Outliers No estudo da estatística, o termo outliers ou discrepante, ou ainda valor atípico, refere-se a uma observação que apresenta um grande afastamento das demais da ST, podendo implicar em prejuízos a interpretação dos resultados dos testes estatísticos aplicados às amostras. No entendimento de Gujarati (2006) o estudo de Outliers, que independe das causas, pode ser efetuado em três fases distintas: 1. Identificação Fase inicial que aponta geralmente, por análise gráfica ou em caso de pequeno número de dados, por observação direta dos mesmos, as observações potencialmente aberrantes e possivelmente Outliers. 2. Verificação Na segunda fase as observações identificadas como potenciais Outliers são testadas através da aplicação de um critério estatístico para verificar a inconsistência com os demais valores. 3. Decisão de Eliminação Na terceira e última fase torna-se necessário decidir como proceder com as observações discordantes ou Outliers. Uma solução simples consiste em eliminar tais observações. Todavia tais observações consideradas como Outliers devem ser tratadas cuidadosamente, pois contêm informações relevantes sobre características subjacentes aos dados e poderão ser decisivas no conhecimento da população pertencente a amostra em estudo (MORETTIN E TOLOI, 2006; GUJARATI, 2006). 26 A Curtose k, em que k representa grau de elevação (Leptocúrtica: k>3) ou achatamento (Platicúrtica: k<3). FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 37 Neste trabalho face a escassa quantidade de observações (313), optou-se por um expurgo de valores que permitisse manter a série temporal do PLD próximo da média dos picos máximos, conforme Tabela 1 a seguir. Tabela 1 – Substituição de Valores Considerados Outliers SUBSTITUIÇAO DOS OUTLIERS DADOS Originais Expurgos Substituídos 475,53 200,00 275,53 11/01/2008 569,59 260,00 309,59 18/01/2008 569,59 260,00 309,59 25/01/2008 550,28 250,00 300,28 01/02/2008 4.2. MODELOS DE PREVISÃO A commodity energia elétrica constitui o maior desafio para os pesquisadores e os agentes de mercado no âmbito de modelar o comportamento do seu preço, sendo que os processos de simulação do preço formam a base dos sistemas de apreçamento dos derivativos e de gerenciamento de risco. O processo escolhido deve compor ferramentas que capturem as principais características dos preços da energia elétrica para que tenha confiabilidade, mas também deve ser de baixa complexidade, evitando assim uma sobrecarga computacional, impedindo desta forma a utilização nas plataformas de comercialização (MAYO, 2009). Existem duas abordagens distintas para modelar os preços da energia elétrica: Abordagem fundamental ou econométrica Baseada num modelo que utiliza a simulação da operação do sistema e do mercado para chegar aos preços de mercado, utilizando-se o Custo Marginal de Geração (CMG) e o consumo esperado. No Setor Elétrico Brasileiro (SEB) a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) utiliza-se de diversos modelos interconectados de forma a proporcionar ao Operador Nacional do Sistema (ONS) uma operação otimizada do Sistema Integrado Nacional (SIN), dentre estes modelos destacam-se o NEWAVE e o DECOMP (GUJARATI, 2006; MAYO, 2009; CCEE, 2012). FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 38 Abordagem estatística Segundo Gujarati (2006), baseia-se na tradição financeira de modelar diretamente o comportamento estocástico dos preços de mercado a partir de dados históricos e da análise estatística. A primeira abordagem é mais realística, porém torna-se proibitiva face ao alto custo computacional visto o grande número de cenários a serem considerados, não sendo utilizada neste trabalho. A segunda abordagem oferece baixo custo com adequação para capturar as características peculiares dos preços da energia elétrica, motivo pelo qual será utilizada (MAYO, 2009; GUJARATI, 2006). Então, utilizando a abordagem estatística, e de conformidade com entendimento de Morettin e Toloi (2006) de que a maioria dos métodos de previsão baseia-se na ideia de que observações passadas contêm informações sobre o padrão de comportamento da série temporal. O propósito dos métodos é distinguir o padrão de qualquer ruído27 que possa estar contido nas observações e então usar esse padrão para prever valores futuros da série. Este ruído representa uma sequência de choques aleatórios e independentes uns com os outros, ε é uma porção não controlável do modelo é chamado normalmente de ruído branco, considerado como tendo distribuição normal, média zero, variância constante e não-correlacionados (MORETTIN E TOLOI, 2006). Convém ressaltar que a hipótese de erros não-correlacionados causa limitações para validar e descrever o comportamento de séries econômicas como a deste estudo, onde os erros observados são autocorrelacionados e influenciam a evolução do processo, todavia como exposto anteriormente existem diversos tipos de modelos de previsão, entre eles os paramétricos, não-paramétricos, lineares e não-lineares, os quais são expostos a seguir (GUJARATI, 2006): 4.2.1. Modelos Lineares Conforme entendimento de Gujarati (2006) modelos estatísticos podem ser lineares nas variáveis ou nos parâmetros, no entanto em termos de modelos de regressão aqui apresentados referem-se a regressão linear nos parâmetros. 27 Intitulado também como Ruído Branco (White noise). FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4.2.1.1. 39 Modelos de Erro ou Regressão Neste modelo ( ) esta determinada como uma função do tempo, com componente uma sequência aleatória, que independe de ( ). sistemática ou determinística, sendo Supõe-se ainda que nestas condições as variáveis aleatórias sejam não-correlacionadas, tenham média zero e variância constante, ou seja, desta forma qualquer efeito do tempo influencia somente a parte determinística ( ) (MORETTIN E TOLOI, 2006). Morettin e Toloi (2006) referem-se ainda a variantes deste modelo como: Modelo de Tendência Linear Em que ( ) = α + βt, é uma função linear dos parâmetros, dado que: Z( ) = α + βt + α( ) , t = 1, 2, 3, … , N. (11) Modelo de Regressão Em que ( ) = α + β , continua a ser uma função linear dos parâmetros e uma quantidade fixa observável, em que: Z( ) = α + β + α( ) , t = 1, 2, 3, … , N. (12) Movimento Geométrico Browniano – MGB Representado pelo modelo de precificação de Black-Scholes28, sendo um processo estocástico contínuo que obtém valores estritamente maiores que zero, dado que os preços são estritamente positivos. Apesar de ampla aceitação é desaconselhável no mercado de energia elétrica, pois dificulta a captura da estrutura complexa de volatilidade dos ativos energéticos, tais como: volatilidade estrutural, sazonalidade, flutuações e tendências. Não sendo possível também gerar picos de preços com a magnitude dos observados no mercado de energia elétrica (MAYO, 2009). 28 O conceito fundamental de Black-Scholes é que uma opção é implicitamente precificada se a ação é negociada. O valor de uma opção varia apenas com o preço da ação e com o tempo até o vencimento. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4.2.1.2. 40 Modelos de Suavização Exponencial – MSE Morettin e Toloi (2006) expõe que uma grande classe de métodos de previsão que tenta tratar ambas as causas de flutuações em séries de tempo é a das suavizações. Técnicas especificas desse tipo assumem que os valores extremos da série representam a aleatoriedade e, assim, por meio da suavização desses extremos, pode-se identificar o padrão básico. Estes métodos possuem grande popularidade devido à simplicidade, à eficiência computacional e à sua razoável precisão. Nesta classe destacam-se: Suavização Exponencial Simples – SES Sendo uma média ponderada, este processo atribui pesos maiores as observações mais recentes mas, quanto menor for o valor de “” mais estáveis serão as previsões finais, visto que a utilização de valores menores de “” implica que pesos maiores serão atribuídos as observações passadas e, consequentemente, quaisquer flutuações aleatórias, no presente, exercerá um peso menor no cálculo da previsão. Representado pela Equação (13) abaixo: ̅ = (1 − ) + (1 − ) , = 1, … , , Onde ̅ denomina-se valor exponencialmente suavizado e de suavização com valores de: 0 ≤ (13) representa a constante ≤ 1. Vantagens: Fácil entendimento, aplicação não dispendiosa, grande flexibilidade permitida pela variação da constante de suavização “”, necessidade de armazenar somente , e . Para valor de = este fornece previsões semelhantes ao método de médias móveis que será abordado em seguida. Desvantagens: Dificuldade em determinar o valor mais apropriado da constante de suavização “” (MORETTIN E TOLOI, 2006). 4.2.1.3. Modelo de Médias Móveis – MA (Moving Average) Conhecido também como Médias Móveis Simples (MMS), consiste em calcular a média aritmética das r observações mais recentes, com r = 2, 3, 4 ..., O nome média móvel é utilizado porque, a cada período, a observação mais antiga é substituída pela mais FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 41 recente, calculando-se uma média nova, sendo a previsão de todos os valores futuros dado pela última média móvel calculada. Vantagens: Simples aplicação, aplicável com um número pequeno de observações e permite uma flexibilidade grande devido à variação de r de acordo com o padrão da série. Desvantagens: Deve ser utilizado apenas para prever séries estacionárias, caso contrário a precisão das previsões será muito pequena, pois os pesos atribuídos às r observações são todos iguais e nenhum peso é dado às observações anteriores a esse período (MORETTIN E TOLOI, 2006). 4.2.1.4. Modelo Auto-Regressivo – AR Gujarati (2006) afirma que o termo regressão foi criado por Francis Galton, num famoso artigo em que Galton verificou que, embora houvesse uma tendência que os pais altos tivessem filhos altos e os pais baixos, filhos baixos, a estatura média das crianças nascidas de pais com dada altura tendiam a mover-se ou “regredir” para a altura média da população como um todo, conforme Figura 19 a seguir. Figura 19 – Distribuição hipotética das alturas dos filhos em relação às alturas dos pais Fonte: Gujarati, 2006 Gujarati (2006) ainda observa que apesar de Galton estar interessado no motivo de haver estabilidade na distribuição de alturas em uma população, o objetivo moderno concentra-se em como a altura média dos filhos varia, dada a altura dos pais, ou seja, nosso escopo é prever a altura média dos filhos a partir do conhecimento da altura de seus pais. Neste sentido a análise de regressão ocupa-se do estudo da dependência de uma variável, a variável dependente, em relação a uma ou mais variáveis, as variáveis explanatórias, no FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 42 objetivo de estimar e/ou prever o valor médio da população da variável dependente em termos de valores conhecidos ou fixados das explanatórias (GUJARATI, 2006). Sendo a definição de um modelo Auto-Regressivo (AR) exposta na Equação (14). =Φ Em que +Φ + ⋯+Φ + (14) corresponde à observação da série temporal no tempo t; Φ Corresponde ao parâmetro do modelo AR de ordem p e representa o erro de eventos aleatórios que não podem ser explicados pelo modelo. No caso em que as observações da série temporal possam ser representadas pela Equação (14), e a ordem do modelo puder ser determinada e os parâmetros estimados, então será possível prever o valor futuro da série em análise (GUJARATI, 2006). Conforme expressado anteriormente ressalta-se que este modelo não é adequado para modelar relações não-lineares, caso deste trabalho, entretanto é importante para a compreensão de séries temporais estacionárias e os modelos de análises, ou seja, a base dos modelos auto-regressivos (MORETTIN E TOLOI, 2006l; GUJARATI, 2006). 4.2.1.5. Modelo Auto-Regressivo de Médias Móveis – ARMA Sendo o modelo ARMA um processo misto do modelo AR(p) ou auto-regressivos com ordem e o modelo MA(q) ou médias móveis com ordem , que proporcionam vantagens, como menor quantidade de parâmetros, que superam a individualidade destes modelos. O modelo ARMA(p,q) pode ser escrito na forma da Equação (15) a seguir: =Φ +⋯+ Φ + −θ − ⋯−θ (15) Convém ressaltar que não são adequados para modelarem relações não-lineares, no entanto são importantes para a compreensão de séries temporais estacionárias e os modelos de análises, ou seja, a base dos modelos auto-regressivos (MORETTIN E TOLOI, 2006). 4.2.1.6. Modelo AR Integrado de Média Móvel – ARIMA O modelo ARIMA (Auto-Regressive Integrated Moving Average), introduzido por Box e Jenkins em 1976 baseia-se pela estimação da regressão da variável dependente função das defasagens da própria variável , indicado por função dos erros aleatórios, indicado por em termos auto-regressivos, e em termos de média móvel. Como a maioria das FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 43 séries temporais econômicas são naturalmente não-estacionárias, a aplicação do modelo ARIMA ( , , ) exige a transformação das mesmas, por estacionárias, ao passo que a ordem e diferenças, para torná-las pode ser obtida pela função de autocorrelação ou ACF29 e a função de autocorrelação parcial ou PACF30, sendo auxiliadas pela ordem que minimiza o critério de Akaike ou AIC31, que é uma medida da relação de qualidade do ajuste de um modelo estatístico ou ainda o critério de Schwarz. O modelo pode ser apresentado como na Equação (16) seguinte: ∆y = Φ + β∆ ; +ε + αε (16) ; Em que ∆é o operador de diferenças, ε o termo de erro e Φ, βe αparâmetros a serem estimados. Observa-se que para verificação de estacionariedade aplica-se o teste de raiz unitária (MORETTIN E TOLOI, 2006; GUJARATI, 2006). 4.2.2. Modelos Não-Lineares Segundo Morettin e Toloi (2006) os modelos lineares não são adequados para descrever o comportamento de séries temporais que apresentam variância condicional evoluindo no tempo ou simplesmente volatilidade. Todavia os modelos não-lineares, assim considerados pois são não-lineares na variância, a exemplo do ARCH, GARCH e suas variantes, além de modelos de volatilidade estocástica, são modelos mais apropriados para capturar e representar a volatilidade, que é a variância condicional de uma variável, comumente um retorno. Convém esclarecer que a volatilidade seja medida indiretamente, manifesta-se de várias formas numa série temporal, são elas (PEÑA ET AL, 2001, Cap 9, apud MORETTIN E TOLOI, 2006): A volatilidade aparece em grupos ou aglomerações de maior ou menor variabilidade, denominados ¨Clusters¨; A volatilidade evolui continuamente no tempo, podendo ser considerada estacionária; A volatilidade reage de modo diferente a valores positivos ou negativos da série. 29 Autocorrelation Function. Partial Autocorrelation Function. 31 Akaike Information Criterion. 30 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 44 Pode-se dizer de modo geral que uma série temporal econômica ou financeira é não-linear quando responde de forma diferente a choques grandes ou pequenos. Sendo o objetivo deste trabalho utilizar o modelo GARCH para capturar e representar a volatilidade de modo a efetuar previsões do PLD, o foco estará diretamente neste modelo (MORETTIN E TOLOI, 2006; GUJARATI, 2006). 4.2.3. Modelos ARCH e GARCH Pesquisadores observaram em séries temporais financeiras, que existe autocorrelação na variância σ no período t, quando os seus valores estão defasados em um ou mais períodos, de forma similar com que o termo de erro μ no período t está correlacionado com o termo de erro no período t − 1 em um esquema AR(1) ou com vários termos de erro em um esquema geral AR(p). Destaca-se que a autocorrelação não se restringe a relações entre termos de erros atuais e passados, mas também a variâncias do erro atuais e passadas. Esta autocorrelação verificada quando a variância do erro se relaciona ao quadrado dos termos de erro do período anterior denomina-se Heterocedasticidade Condicional Auto-Regressiva. A identificação ocorre utilizando-se o Modelo Auto-Regressivo Condicional Heterocedástico ou ARCH32. No entanto, quando a variância do erro se relaciona ao quadrado dos termos do erro em vários períodos do passado denomina-se Heterocedasticidade Condicional AutoRegressiva Generalizada. Sendo identificada utilizando-se o Modelo Generalizado AutoRegressivo Condicional Heterocedástico ou GARCH33, os quais expõe-se a seguir (GUJARATI, 2006). 4.2.3.1. Modelo AR de Heterocedasticidade Condicional – ARCH Em 1982 Robert Fry Engle III propôs a modelagem de um processo com objetivo de estimar a variância da inflação, o qual lhe rendeu o Prêmio Nobel de Economia em 2003. Baseando-se no fato de que o retorno X é não-correlacionado serialmente, mas a variância condicional, ou seja, a volatilidade depende de retornos passados através de uma função quadrática (MORETTIN E TOLOI, 2006; ENGLE, 1982). 32 33 Auto-Regressive Conditional Heteroscedasticity. General Auto-Regressive Conditional Heteroscedasticity. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 45 Este modelo com forma auto-regressiva com heterocedasticidade condicional denomina-se ARCH, sendo que um modelo ARCH(q) pode ser representado por: X = h =α +α X hε (17) +⋯+α X (18) Em que ε é uma sequencia de variáveis aleatórias independentes e identicamente distribuídas (i.i.d), com média zero e variância igual a um, α > 0, α ≥ 0, i > 0, usualmente ε ~ (0,1) ou ε ~t quando representa uma distribuição de Student com graus de liberdade (MORETTIN E TOLOI, 2006; ENGLE, 1982). Alguns fatos sobre o modelo: Coeficientes α devem satisfazer determinadas condições, dependentes das imposições sobre X . Valores grandes de X precedem outros valores grandes. Retornos costumam apresentar caudas longas com curtose > 3. Quanto mais restrições forem impostas ao processo X , mais restrições terão os coeficientes do modelo. Face a X pertencer a parte do cálculo na fórmula da volatilidade, retornos positivos e negativos são tratados de forma similar e; Retornos grandes e isolados podem conduzir a super-previsões. Em resumo o modelo ARCH( ) introduz a variância condicional do erro determinada pela defasagem do erro ao quadrado, em que é o número de defasagens dos erros ao quadrado, porém, devido ao grande número de defasagens frequentemente encontrados no modelo ARCH um modelo complementar foi proposto (MORETTIN E TOLOI, 2006; ENGLE, 1982). 4.2.3.2. Modelo Generalizado ARCH – GARCH Uma generalização natural dos modelos ARCH foi proposta por Bollerslev em 1986, e ficou conhecida como GARCH. Como em muitas aplicações é requerido que o modelo ARCH apresente muitos lags ( ) ou defasagens, os modelos GARCH estendem a formulação ARCH no sentido de que permita uma memória mais longa, e uma estrutura de FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 46 defasagens para a variância mais flexível e parcimoniosa, deste modo pode descrever a volatilidade com menos parâmetros. Sendo estes modelos utilizados no melhor entendimento da relação entre a volatilidade e os retornos esperados. O modelo GARCH( , ) pode então ser representado por: X = (19) hε (20) h =α + αX + βh Em que ε é uma sequência de variáveis aleatórias independentes e identicamente distribuídas (i.i.d), com média igual a zero e variância igual a um, α > 0, α ≥ 0, β ≥ 0 ∑ (α + β ) > 1, q = max( , ), usualmente ε ~ (0,1) ou ε ~t uma distribuição de Student com quando representa graus de liberdade (MORETTIN E TOLOI, 2006; ENGLE, 1982; BOLLERSLEV, 1986). Alguns fatos sobre o modelo: Vantagens e desvantagens são similares ao modelo ARCH. Altas volatilidades são precedidas por retornos ou volatilidades grandes. Difícil identificação da ordem do modelo a série. Necessidade de utilização de vários critérios para especificação do modelo a ser ajustado. Convém ressaltar que os modelos ARCH e GARCH tratam simetricamente os retornos, pois a volatilidade é uma função quadrática destes, porém a volatilidade comporta-se de maneira assimétrica aos retornos, com tendência a respostas maiores para retornos negativos que a positivos (MORETTIN E TOLOI, 2006; ENGLE, 1982; BOLLERSLEV, 1986). 4.3. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E ERROS Para avaliar a precisão das previsões produzidas pelos diferentes modelos, são utilizados alguns tipos de critérios de avaliação e magnitude de erros conforme segue: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 47 4.3.1. Critérios de Avaliação – AIC, JB, LB e ADF 4.3.1.1. Akaike Information Criterion – AIC Extensamente utilizado, baseia-se na imposição de uma punição pelo acréscimo de regressores ao modelo, sendo que ao comparar dois ou mais modelos, o preferido será aquele que apresentar menor valor AIC. l k +2 T T AIC = −2 (21) Onde o termo "l" é o valor do logaritmo da função de probabilidade com os parâmetros estimados usando "T" observações. Os vários critérios de informação são todos baseados em -2 vezes a função de verossimilhança média, ajustada por uma função de penalidade (GUJARATI, 2006; EVIEWS®; R®). 4.3.1.2. Schwartz Information Criterion – SIC Semelhante ao AIC com a característica de impor uma penalidade maior pela inclusão de coeficientes adicionais a serem estimados (GUJARATI, 2006). SC = −2 Em que l log(T) +k T T e o fator de punição e 4.3.1.3. e o fator de punição e 4.3.1.4. o número de observações. Hannan-Quinn Criterion – HQC HQC = −2 Em que (22) l log log(T) + 2k T T (23) o número de observações. Jarque-Bera – JB O teste de normalidade Jarque-Bera trata-se de um teste assintótico ou de grande amostra, calculando primeiramente a assimetria e a curtose dos resíduos. Expresso na Equação (24) a seguir: JB = (K − 3) N S + 6 4 (24) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Em que 48 representa o tamanho da amostra, e os coeficientes de assimetria e curtose, respectivamente. Salienta-se que para uma variável normalmente distribuída, =0e = 3. Portanto o teste JB de normalidade é um teste de hipótese conjunta de iguais a 0 e 3, e espera-se que o valor de e = 0, sob a hipótese nula de que os resíduos são normalmente distribuídos. Observa-se que o teste JB deve ser utilizado em grandes amostras e neste estudo utiliza-se um valor médio com 312 amostras (GUJARATI, 2006; EVIEWS®; R®). 4.3.1.5. Ljung-Box – LB O teste de Ljung-Box (LB) é uma variante de um teste de Box-Pierce ajustado a amostras pequenas, para valores elevados da ordem de autocorrelação, r. Representando o coeficiente de correlação entre valores da mesma variável desfasados k períodos por p , a estatística de Ljung-Box será descrita por: Q( k) = N ∙ ( N + 2 ) ∙ (25) 1 ∙p N−i A qual tem uma distribuição X ( ) na hipótese nula (conjunta) dos coeficientes de correlação (GUJARATI, 2006; EVIEWS®; R®). 4.3.1.6. Teste Dickey-Fuller Aumentado – ADF No entendimento de Gujarati (2006), Dickey e Fuller em 1979 demostraram através de resultados da distribuição assintótica obtida e simulações dos mesmos valores críticos34 para vários testes e tamanhos de amostras que, sob a hipótese nula de raiz unitária, esta estatística não segue a distribuição t de Student convencional. Considere uma ST representada por , onde é um termo de erro de ruído branco e o tempo cronológico, conforme Equação (26) infra: Y = ρY 34 +u −1 ≤ ρ ≤ 1 MacKinnon (1991) produziu estimativas que permitem o calculo de valores críticos para rejeição da hipótese nula para qualquer tamanho de amostra. (26) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 49 Regredindo, ou seja, subtraindo Y Y −Y de ambos os lados, obtém-se a Equação (27), = ρY −Y +u (27) Que pode ser escrita como exposto na Equação (28) a seguir. = ( ρ − 1) Y Y −Y +u (28) E finalmente se resume a Equação (29) abaixo: ∆Y = δY +u (29) Em que δ = (ρ − 1) e ∆ o Operador de Primeiras Diferenças. Quando ρ = 1, caso da raiz unitária, Y se torna um modelo de passeio aleatório sem deslocamento, logo um processo estocástico não-estacionário. Então regredindo Y em relação ao seu valor defasado Y , verifica-se se ρ = 1, caso seja, a ST é dita Não- Estacionária. Testa-se então a hipótese nula de que δ = 0. Sendo δ = 0 ⇒ ρ = 1, tem-se então uma raiz unitária significando que a ST é Não-Estacionária. O simples teste de raiz unitária de Dickey-Fuller descrito acima só é válido se a série é um processo AR simples. Sendo a ST relacionada a atrasos de ordem superior, a suposição de distúrbios de ruído branco é violada. O Teste de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) constrói uma correção paramétrica para correlação de ordem superior (GUJARATI, 2006). (30) ∆Y = β + β t + δY + α ∆Y Onde ε é um termo de erro de ruído branco puro e ∆Y (Y −Y +ε = (Y −Y ), ∆Y = ) (...). O número de termos de diferenças defasados a ser incluído é, muitas vezes, determinado empiricamente, sendo que a ideia é incluir um número de termos suficientes no escopo de que o termo de erro não apresente correlação serial. 4.3.2. Critérios de Erros: RMSE, MAPE, MAE No objetivo de comparar as performances dos modelos escolhidos são utilizados alguns tipos de critérios de erros conforme segue: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4.3.2.1. 50 Root Mean Square Error – RMSE (31) RMSE = 1 M σ −σ Em que σ representa o valor previsto, σ o valor real e 4.3.2.2. Mean Absolute Percentage Error – MAPE MAPE ∗= 1 M (32) σ −σ Em que σ representa o valor previsto, σ o valor real e 4.3.2.3. o tamanho da amostra. o tamanho da amostra. Mean Absolute Error – MAE Em estatística o MAE é o erro absoluto médio de previsão, uma medida de quão próximos estão às previsões do real, representado pela Equação (33) a seguir: MAE = Em que 1 N | − representa o erro absoluto, |= 1 N (33) | | o valor previsto, tamanho da amostra (GUJARATI, 2006; EVIEWS®). o valor real e o METODOLOGIA PARA AS PREVISÕES E SIMULAÇÕES 51 5. METODOLOGIA PARA AS PREVISÕES E SIMULAÇÕES Gujarati (2006) afirma que a questão fundamental ao debruçar-se sobre uma série temporal consiste em quando utilizar um processo: Auto-Regressivo puro AR(p), qual seria o valor de . Médias móveis MA(q), e assim sendo, qual seria o valor de . ARMA(p,q), e neste caso, quais seriam os valores de ARIMA(p,d,q), sendo necessário conhecer os valores de , e q. e . Nesta situação ele ainda observa que o método de Box-Jenkins descrito a seguir é extremamente útil para responder a estas indagações. Método de Box-Jenkins Morettin e Toloi (2006) ratificam e expõem que a metodologia Box-Jenkins consiste em ajustar modelos auto-regressivos integrados e de médias móveis, ARIMA(p,d,q), a um conjunto de dados e posteriormente após estes ajustes aplica-los aos modelos generalizados auto-regressivos de heterocedasticidade condicional GARCH(p,q), efetuar novos ajustes a um conjunto de dados e finalmente gerar as previsões. Sendo a estratégia para construção do modelo calcada num ciclo iterativo, em que a escolha da estrutura do modelo baseia-se nos próprios dados. Os quatro estágios do ciclo iterativo são descritos abaixo e na Figura 20 a seguir: 1. Especificação – Onde uma classe de modelos é considerada para análise; No caso deste estudo especificamente a classe de modelos escolhida foi o GARCH, devido a capacidade de captura da estrutura da volatilidade e representação em previsões. 2. Identificação – Nesta fase há a identificação de um ou mais modelos ARIMA/GARCH com base na análise das funções de autocorrelações (ACF), autocorrelações parciais (PACF), a função de verossimilhança35 (LLF) e critérios a exemplo do critério de informação de Akaike (AIC). 3. Estimação – Após a escolha de um ou mais modelos identificados como os mais adequados efetua-se a estimação dos parâmetros destes modelos. 35 Log-Likelihood Function. METODOLOGIA PARA AS PREVISÕES E SIMULAÇÕES 52 4. Verificação – Finalmente na verificação efetua-se o diagnóstico da existência de convergência e erros do modelo ajustado, analisando-se os resíduos para confirmar a adequação no objetivo de efetuar a previsão. Figura 20 – Método de Box-Jenkins (CP) Observa-se que para modelar e ajustar o GARCH(p,q), torna-se necessário previamente modelar e ajustar o ARIMA(p,d,q) Não havendo a adequação do modelo o ciclo é repetido retornando a fase de identificação. Gujarati (2006) ressalta que um procedimento geralmente utilizado baseia-se em identificar não apenas um único modelo, mas alguns modelos que devem ser estimados e verificados, escolhendo entre os modelos não apenas um, mas os que possuírem os menores erros ou critérios AIC. A fase crítica do procedimento descrito é a identificação, relatam Morettin e Toloi (2006, p.105), e ainda observam que há a possibilidade de que vários pesquisadores identifiquem modelos diferentes para a mesma série temporal. Citam ainda que uma desvantagem da técnica de Box e Jenkins está em que a utilização requer conhecimento e larga experiência associados ao uso de software específico. Gujarati (2006, p.678) adverte que ao efetuar esta análise, busca-se uma semelhança entre as funções teóricas e amostrais das ACF e PACF que apontem a direção METODOLOGIA PARA AS PREVISÕES E SIMULAÇÕES 53 correta para a elaboração de modelos ARIMA(p, d, q) e GARCH(p,q). Razão pela qual a modelagem destes exige grande habilidade, necessitando de extensiva prática devido a significativa complexidade. A metodologia utilizada baseia-se em quatro pontos principais descritos a seguir: 5.1. IDENTIFICAÇÃO Identificados os valores de p, d e q, ou seja, os valores das defasagens e do grau de diferenciação apropriados para a série temporal tornar-se estacionária. Sendo utilizados correlogramas, baseados na função de autocorrelação (ACF) e autocorrelação parcial (PACF), os testes estatísticos: Akaike info criterion (AIC) e Schwarz info criterion (SIC), e o teste de raiz unitária utilizado foi o Argumented Dickey-Fuller (ADF). 5.2. ESTIMAÇÃO Estimados os parâmetros dos modelos utilizando o método de máxima verossimilhança para obtenção dos modelos GARCH. 5.3. VERIFICAÇÃO Avaliar os modelos estimados realizando-se o teste de raiz unitária ou ADF na série de resíduos dos modelos. O teste mostrou que todos os resíduos foram estacionários e que os modelos tiveram o máximo ajuste. 5.4. PREVISÃO Após o ajuste dos modelos verificou-se a potencialidade de previsão. Para isso, estimaram-se os modelos tendo preservado uma parte da série dos dados para verificação do desempenho da previsão. Desta forma, pode-se comparar os valores previstos com a série real. RESULTADOS OBTIDOS 54 6. RESULTADOS OBTIDOS Com base na metodologia de Box-Jenkins foram obtidos os dados das simulações da série temporal do PLD nos softwares Eviews® e R®, utilizando inicialmente os modelos ARIMA(p,d,q) como base e posteriormente o GARCH(p,q), sendo que ambos após ajustes possibilitaram a geração das previsões. 6.1. RESULTADOS OBTIDOS NO R® Conforme Tabela 2 a seguir gerou-se no software R® o sumário estatístico da série temporal do PLD no período de 01/01/2005 a 31/12/2010 da região SE/CO. Tabela 2 – Sumário Estatístico da Série Temporal do PLD no R®(CP) SUMÁRIO ESTATÍSTICO DO R® Observações Mínimo Mediana Média Máximo 313 12.80 52.97 74.54 569.60 Observa-se na Figura 21 a não estacionariedade da série temporal do PLD, ou seja, a ST não se desenvolve no tempo aleatoriamente ao redor de uma média μ constante, logo não refletindo qualquer forma de equilíbrio estável (MORETTIN E TOLOI, 2006). Figura 21 – Evolução do PLD Região SE/CO, Período de 2005 a 2010 (CP) RESULTADOS OBTIDOS 55 Tendo em vista a não estacionariedade da série e com base na Equação (10), transforma-se então esta série de preços em uma série de retornos, conforme Figura 22 a seguir, possibilitando assim lidar com os modelos da família GARCH(p,q). Figura 22 – Retornos da Série Temporal SE/CO de 2005 a 2010 (CP) Constata-se visualmente na Figura 23 que um dos fatos estilizados na série de retornos é o excesso de curtose, se comparado com a distribuição normal. Calculou-se a curtose no R® usando a Equação (34) cujo valor obtido de 7,2 reputa-se alto. = ( (∑ − ̅) ( − ̅) ) (34) Outro fato observado no histograma dos retornos exposto na Figura 23 é a presença de caudas longas, típicas da existência de volatilidade. Figura 23 – Histograma da Série Temporal SE/CO de 2005 a 2010 (CP) RESULTADOS OBTIDOS 56 Na Figura 24 a seguir verifica-se a distribuição dos retornos, a função de autocorrelação (ACF) e a função de autocorrelação parcial (PACF). t) 2.0 1.0 0.0 Density 3.0 d e n s it y . d e f a u lt ( x = r - 1 .5 - 1 .0 - 0 .5 0 .0 N = 3 1 2 1 .0 1 .5 r t 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 S e r ie s ACF 0 .5 B a n d w i d th = 0 .0 4 6 6 5 0 5 10 1 5 2 0 La g -0.05 0.05 r t -0.15 PartialACF S e r ie s 5 1 0 1 5 2 0 La g Figura 24 – Função Densidade, ACF e PACF dos Retornos (CP) Embora as autocorrelações sejam pequenas, foram encontrados alguns valores significativos para a autocorrelação (ACF) e autocorrelação parcial (PACF). Em vista desta estrutura de dependência linear entre os retornos, deve-se antes ajustar um conjunto de 12 modelos ARIMA(p,d,q) para posteriormente modelar a volatilidade condicional. 6.1.1. Conjunto de modelos ARIMA(1,0,0) a (4,0,4) Tabela 3 – Coeficientes Estimados dos Modelos ARIMA da ST do PLD (CP) COEFICIENTES CALCULADOS MODELO AR1 AR2 AR3 AR4 MA1 MA2 MA3 ARIMA -0.0214 (1,0,0) 0.0565 s.e. -0.0268 (0,0,1) 0.0633 s.e. 0.9361 -1.0000 (1,0,1) 0.0211 0.0112 s.e. -0.0237 -0.1007 (2,0,0) 0.0563 0.0562 s.e. -0.0317 -0.1253 (0,0,2) 0.0570 0.0616 s.e. -0.0084 0.8809 -0.0144 -0.9856 (2,0,2) 0.0350 0.0347 0.0188 0.0187 s.e. -0.0241 -0.1008 -0.0037 (3,0,0) 0.0566 0.0562 0.0564 s.e. -0.0329 -0.1329 -0.0341 (0,0,3) 0.0568 0.0617 0.0550 s.e. -0.1800 0.1140 0.8725 0.1603 -0.2294 -0.9306 (3,0,3) s.e. 0.0662 0.0507 0.0552 0.0646 0.0467 0.0627 (4,0,0) -0.0244 -0.1116 -0.0063 -0.1044 s.e. 0.0563 0.0562 0.0561 0.0560 -0.0567 -0.1012 -0.0048 (0,0,4) s.e. 0.0578 0.0594 0.0574 0.5339 -0.9855 0.2519 -0.7336 -0.5688 0.9270 -0.1784 (4,0,4) 0.2104 0.2328 0.2093 0.1301 0.2471 0.2752 0.2476 s.e. Observaçoes: ɸ – Intercept, – Valor Estimado e s.e. – Standard Error (*) – Mensagem do R: Possível Problema na Convergência: optim retornou código=1 MA4 ɸ -0.1160 0.0673 0.5898 0.1486 0.0035 0.0173 0.0035 0.0172 0.0019 0.0026 0.0036 0.0156 0.0037 0.0148 0.0019 0.0026 0.0037 0,0156 0.0038 0.0140 0,0019 0.0027 0.0038 0.0140 0.0040 0.0126 0.0034 0.0156 LLF AIC 0.09714 -78.98 163.95 0.09713 -78.96 163.92 0.09399 -75.05 158.10 0.09614 -77.38 162.76 0.09588 -76.96 161.92 0.09240 -72.62 157.24 0.09614 -77.38 164.75 0.09576 -76.77 163.53 0.09178 -71.46 158.93 0.09507 -75.65 163.30 0.09487 -75.33 162.67 0.09026 -67.90 155.79 RESULTADOS OBTIDOS 57 Abaixo na Tabela 4 o resumo do conjunto de modelos ajustados, atenta-se para os menores valores de AIC, LLF e δ dos modelos. Tabela 4 – Resumo de Coeficientes e Critérios dos Modelos ARIMA Estimados COEFICIENTES CALCULADOS MODELO ɸ LLF ARIMA 01 ( 1, 0, 0) 0.0035 0.09714 -78.98 02 ( 0, 0, 1) 0.0035 0.09713 -78.96 03 ( 1, 0, 1) 0.0019 0.09399 -75.05 04 ( 2, 0, 0) 0.0036 0.09614 -77.38 05 ( 0, 0, 2) 0.0037 0.09588 -76.96 06 ( 2, 0, 2) 0.0019 0.09240 -72.62 07 ( 3, 0, 0) 0.0037 0.09614 -77.38 08 ( 0, 0, 3) 0.0038 0.09576 -76.77 09 ( 3, 0, 3)* 0.0019 0.09178 -71.46 10 ( 4, 0, 0) 0.0038 0.09507 -75.65 11 ( 0, 0, 4) 0.0040 0.09487 -75.33 12 ( 4, 0, 4) 0.0034 0.09026 -67.90 Observações: ɸ – Intercept e – Valor Estimado (*) – Mensagem do R: Possível Problema na Convergência: Optim retornou código=1 AIC 163.95 163.92 158.10 162.76 161.92 157.24 164.75 163.53 158.93 163.30 162.67 155.79 Escolhidos os modelos ARIMA(2,0,2) e ARIMA(4,0,4) em função de possuírem os menores valores do critério AIC com 157,24 e 155,79 respectivamente. 6.1.2. Ajuste do GARCH com base no ARIMA(2,0,2) Primeiramente utilizando os resíduos do modelo foram gerados gráficos dos resíduos estandardizados, da ACF e do Teste Ljung-Box expostos na Figura 25. Verifica-se então neste modelo que apesar de possuir valores pouco significativos no gráfico de ACF, aparentemente eliminou-se a estrutura de autocorrelação entre os resíduos. Figura 25 – Resíduos estandardizados, ACF e Teste Ljung-Box – ARIMA(2,0,2) (CP) RESULTADOS OBTIDOS 58 Na sequência foram gerados na Figura 26 gráficos de ACF e PACF dos quadrados dos resíduos, no objetivo de analisar as correlações e autocorrelações. Figura 26 – ACF e PACF dos quadrados dos resíduos – ARIMA(2,0,2) (CP) Percebe-se de forma clara a presença de efeitos ARCH/GARCH, visto que há uma forte estrutura de autocorrelação no quadrado dos resíduos. Em continuidade foram ajustados um conjunto de 3 modelos GARCH(p,q) baseados na série de resíduos do modelo ARIMA(2,0,2) com os resultados na Tabela 5. Tabela 5 – Estimação GARCH do Modelo ARIMA(2,0,2) Ajustado BASE NO MODELO AJUSTADO ARIMA ( 2, 0 ,2 ) PARAMETRO ESTIMATE STD. ERROR T VALUE MIN 1Q MEDIAN 3Q -4.25022 -0.33183 0.01192 0.43653 GARCH(1,0) a0 0.08807 3.47201 0.025 b1 0.05001 37.45347 0.001 -4.24266 -0.33168 0.01343 0.43970 a0 0.08372 NA NA GARCH(2,0) b1 0.05004 NA NA b2 0.05004 NA NA -4.48292 -0.35848 0.01342 0.47830 a0 0.06844 0.01094 6.255 GARCH(1,1) a1 0.22441 0.08438 2.660 b1 0.03328 0.12602 0.264 Signif. codes: 0 ‘***’ 0.001 ‘**’ 0.01 ‘*’ 0.05 ‘.’ 0.1 ‘ ’ 1 MODELO PR(>|T|) MAX 4.21360 0.980 0.999 4.20610 NA NA NA 4.75142 3.98e-10 *** 0.00782 ** 0.79170 Os modelos GARCH(1,0) e GARCH(2,0) não foram adequados para descrever a série, gerando problemas no procedimento de estimação. Na Tabela 6 a seguir estão dispostos os resultados dos testes JB e LB dos modelos GARCH ajustados, cujos valores não permitem rejeitar totalmente a hipótese de normalidade dos resíduos. RESULTADOS OBTIDOS 59 Tabela 6 – Testes JB e LB da Estimação GARCH do Modelo ARIMA(2,0,2) Ajustado MODELO GARCH(1,0) GARCH(2,0) GARCH(1,1) BASE NO MODELO AJUSTADO ARIMA ( 2, 0 ,2 ) JARQUE BERA BOX-LJUNG TEST RESIDUALS TEST SQUARED RESIDUALS X-SQUARED DF P-VALUE < X-SQUARED DF P-VALUE < 154.1043 2 2.2e-16 22.2013 1 2.455e-06 151.7672 2 2.2e-16 22.0578 1 2.646e-06 200.7762 2 2.2e-16 0.0999 1 0.7519 Abaixo na Figura 27 os resíduos do modelo GARCH(1,1). Figura 27 – Resíduos dos Retornos do Modelo GARCH(1,1) / ARIMA(2,0,2) (CP) Utilizando a Figura 29, procede-se então a análise dos resíduos com base na ACF, PACF e Histograma do modelo ajustado GARCH(1,1), mas como comparação exibe-se a Figura 28 cuja série temporal de volatilidade menos agressiva foi também ajustada. Figura 28 – ACF, PACF e Histograma de uma ST de Volatilidade Comportada (CP) RESULTADOS OBTIDOS 60 Figura 29 – ACF, PACF e Histograma dos Resíduos GARCH(1,1)/ARIMA(2,0,2) (CP) Ao analisar a Figura 28 de uma ST de volatilidade menos agressiva e com maior número de observações (3000), nota-se a eliminação das autocorrelações e histograma mais próximo da distribuição normal. Comparando-a com a Figura 29 do modelo ajustado ARIMA(2,0,2) e GARCH(1,1) da ST do PLD, constata-se a persistência de autocorrelações no gráfico da ACF, mesmo que mínimas, com histograma ainda pouco diferente da normal, apesar de todos os ajustes efetuados. Elaboradas então no R® as previsões, compostas por duas séries com a informação do desvio padrão, uma com sinais positivos e a outra com sinais negativos, exibidos na Figura 30. Figura 30 – Gráfico de Previsão do PLD Modelo GARCH(1,1) / ARIMA(2,0,2) (CP) RESULTADOS OBTIDOS 61 6.1.3. Ajuste do GARCH com base no ARIMA(4,0,4) O processo repete-se igualmente ao ARIMA(2,0,2), utilizando os resíduos do modelo para gerar gráficos dos resíduos estandardizados, da ACF e do Teste Ljung-Box expostos na Figura 31. Presentes neste modelo também valores pouco significativos no gráfico de ACF, com aparente eliminação da estrutura de autocorrelação entre os resíduos. Figura 31 – Resíduos estandardizados, ACF e Teste Ljung-Box – ARIMA(4,0,4) (CP) Gerados em seguida gráficos de ACF e PACF dos quadrados dos resíduos exibidos na Figura 32, onde constata-se a presença de efeitos ARCH/GARCH na PACF, e a presença também de forte estrutura de autocorrelação no quadrado dos resíduos da ACF. Figura 32 – ACF e PACF dos quadrados dos resíduos – ARIMA(4,0,4) (CP) RESULTADOS OBTIDOS 62 Ajustados então um conjunto de 3 modelos GARCH(p,q) baseados na série de resíduos do modelo ARIMA(4,0,4) com os resultados na Tabela 7 a seguir. Tabela 7 – Estimação GARCH do Modelo ARIMA(4,0,4) Ajustado BASE NO MODELO AJUSTADO ARIMA ( 4, 0 ,4 ) PARAMETRO ESTIMATE STD. ERROR T VALUE MIN 1Q MEDIAN 3Q -4.19777 -0.36845 -0.01176 0.37178 GARCH(1,0) a0 0.08603 3.38806 0.025 b1 0.05003 37.41279 0.001 GARCH(2,0) -4.19059 -0.36976 -0.01196 0.37283 a0 0.08178 NA NA b1 0.05003 NA NA b2 0.05003 NA NA -3.75515 -0.38626 -0.01491 0.40378 a0 0.014149 0.004898 2.889 GARCH(1,1) a1 0.119475 0.047920 2.493 b1 0.726242 0.086730 8.374 Signif. codes: 0 ‘***’ 0.001 ‘**’ 0.01 ‘*’ 0.05 ‘.’ 0.1 ‘ ’ 1 MODELO PR(>|T|) MAX 4.25204 0.980 0.999 4.24477 NA NA NA 5.53357 0.00387 ** 0.01266 * 2e-16 *** Semelhantemente ao modelo ARIMA(2,0,2) anterior, os modelos GARCH(1,0) e GARCH(2,0) não foram adequados para descrever a série, gerando problemas no procedimento de estimação. Dispostos então na Tabela 8 os resultados dos testes JB e LB dos modelos GARCH ajustados, cujos valores não nos permitem rejeitar totalmente a hipótese de normalidade dos resíduos. Tabela 8 – Testes JB e LB da Estimação GARCH do Modelo ARIMA(4,0,4) Ajustado MODELO GARCH(1,0) GARCH(2,0) GARCH(1,1) BASE NO MODELO AJUSTADO ARIMA ( 4, 0 ,4 ) JARQUE BERA BOX-LJUNG TEST RESIDUALS TEST SQUARED RESIDUALS X-SQUARED DF P-VALUE < X-SQUARED DF P-VALUE < 152.9241 2 2.2e-16 13.0582 1 0.000302 150.6140 2 2.2e-16 12.9557 1 0.000319 364.1482 2 2.2e-16 0.1908 1 0.662200 Na Figura 33 a seguir os resíduos do modelo GARCH(1,1) (ARIMA(4,0,4)). Figura 33 – Resíduos dos Retornos do Modelo GARCH(1,1) / ARIMA(4,0,4) (CP) RESULTADOS OBTIDOS 63 Figura 34 – ACF, PACF e Histograma dos Resíduos GARCH(1,1)/ARIMA(4,0,4) (CP) Ao relembrar a Figura 28 de volatilidade comportada citada anteriormente e comparando-a com a Figura 34 do modelo ajustado ARIMA(4,0,4) e GARCH(1,1) da ST do PLD, constata-se, identicamente a anterior, a persistência de autocorrelações mínimas também no gráfico da ACF, com o histograma ainda pouco diferente da normal e com resquícios de caudas longas (-4 a 6), apesar de feitos todos os ajustes. Elaboradas então no R® as previsões, compostas por duas séries com a informação do desvio padrão, uma com sinais positivos e a outra com sinais negativos, exibidos na Figura 35. Figura 35 – Gráfico de Previsão do PLD Modelo GARCH(1,1) / ARIMA(4,0,4) (CP) RESULTADOS OBTIDOS 64 6.1.4. Resultados Obtidos Sem Outliers Conforme exposto no Capítulo 4, subtítulo 4.1.4 efetuou-se modificações na série temporal do PLD com vistas a minimizar os efeitos de outliers no objetivo de efetuar melhores previsões. A seguir na Tabela 9 exibe-se o sumário estatístico da ST modificada. Tabela 9 – Sumário Estatístico da ST do PLD no R® – Sem Outliers (CP) SUMÁRIO ESTATÍSTICO DO R® - SEM OUTLIERS Observações Mínimo Mediana Média Máximo 313 12.80 52.97 71.44 309.60 Em sequência na Figura 36 a evolução da ST modificada. Figura 36 – Gráfico da Série Temporal do PLD Sem Outliers (CP) Os respectivos retornos da ST dispõem-se na Figura 37 abaixo. Figura 37 – Gráfico dos Retornos do PLD Sem Outliers (CP) RESULTADOS OBTIDOS 65 Em seguida na Figura 38 o histograma da ST modificada apresentando distribuição leptocúrtica e caudas longas, típicos da presença de volatilidade. Figura 38 – Histograma dos Retornos do PLD Sem Outliers (CP) Após análise do gráfico de densidade, ACF e PACF dos retornos na Figura 39, constata-se uma distribuição leptocúrtica com caudas longas típicos da volatilidade e igualmente ao histograma anterior, permanência de pequenos valores de correlações e estrutura típica ARCH, respectivamente. Figura 39 – Densidade, ACF e PACF dos Retornos do PLD Sem Outliers (CP) RESULTADOS OBTIDOS 66 6.1.5. Conjunto de modelos ARIMA(1,0,0) a (4,0,4) – Sem Outliers Seguindo a mesma metodologia utilizada no tópico 6.1.1, inicialmente efetua-se ajustes num conjunto de 12 modelos ARIMA(p,d,q) para posteriormente modelar a volatilidade condicional. Tabela 10 – Coeficientes Estimados dos Modelos ARIMA(1,0,0) a (4,0,4) Sem Outliers COEFICIENTES CALCULADOS (ST SEM OUTLIERS) MODELO AR1 AR2 AR3 AR4 MA1 MA2 MA3 ARIMA -0.0457 (1,0,0) 0.0565 s.e. -0.0570 (0,0,1) 0.0631 s.e. 0.9342 -1.0000 (1,0,1) 0.0213 0.0114 s.e. -0.0504 -0.0994 (2,0,0) 0.0563 0.0562 s.e. -0.0587 -0.1226 (0,0,2) 0.0569 0.0615 s.e. -0.1841 0.7207 -0.1318 -0.8518 (2,0,2) 0.2215 0,2169 0.1814 0.1812 s.e. -0.0510 -0.0997 -0.0059 (3,0,0) 0.0566 0.0563 0.0565 s.e. -0.0597 -0.1276 -0.0311 (0,0,3) 0.0568 0.0614 0.0541 s.e. 0.0901 0.0040 0.7457 -0.1554 -0.1246 -0.7200 (3,0,3) 0.3114 0.2613 0.1214 0.3628 0.3064 0.1556 s.e. -0.0515 -0.1098 -0.0111 -0.0987 (4,0,0) 0.0563 0.0563 0.0562 0.0561 s.e. -0.0803 -0.0976 -0.0052 (0,0,4) 0.0574 0.0589 0.0566 s.e. 0.5639 -0.9677 0.2175 -0.6791 -0.6162 0.9314 -0.1538 (4,0,4) 0.2267 0.2427 0.2242 0.1659 0.2588 0.2806 0.2603 s.e. Observaçoes: ɸ – Intercept e Valor Estimado s.e. – Standard Error (*) – Mensagem do R: Possível Problema na Convergência: optim retornou código=1 MA4 ɸ -0.1112 0.0654 0.5357 0.1858 0.0036 0.0165 0.0036 0.0162 0.0019 0.0025 0.0037 0.0149 0.0037 0.0140 0.0043 0.0103 0.0037 0.0148 0.0038 0.0134 0.0019 0.0026 0.0038 0.0134 0.0040 0.0121 0.0034 0.0152 LLF AIC 0.09265 -71.59 149.18 0.0926 -71.51 149.02 0.08971 -67.79 143,58 0.09172 -70.03 148.07 0.09146 -69.60 147.19 0.08919 -66.08 144.15 0.09172 -70.03 150.06 0.09136 -69.43 148.86 0.08811 -64.98 145.96 0.09080 -68.49 148.98 0.09054 -68.04 148.08 0.08689 -61.95 143.91 Resume-se na Tabela 11 o conjunto de modelos ajustados, observando-se particularmente os menores valores de AIC, LLF e δ dos modelos. Tabela 11 – Resumo de Coeficientes e Critérios dos Modelos ARIMA – Sem Outliers COEFICIENTES CALCULADOS (ST SEM OUTLIERS) MODELO ARIMA 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 ɸ LLF ( 1, 0, 0) 0.0036 0.09265 -71.59 ( 0, 0, 1) 0.0036 0.09260 -71.51 ( 1, 0, 1) 0.0019 0.08971 -67.79 ( 2, 0, 0) 0.0037 0.09172 -70.03 ( 0, 0, 2) 0.0037 0.09146 -69.60 ( 2, 0, 2) 0.0043 0.08919 -66.08 ( 3, 0, 0) 0.0037 0.09172 -70.03 ( 0, 0, 3) 0.0038 0.09136 -69.43 ( 3, 0, 3)* 0.0019 0.08811 -64.98 ( 4, 0, 0) 0.0038 0.09080 -68.49 ( 0, 0, 4) 0.0040 0.09054 -68.04 ( 4, 0, 4) 0.0034 0.08689 -61.95 Observaçoes: ɸ – Intercept e Valor Estimado (*) – Mensagem do R: Possível Problema na Convergência: Optim retornou código=1 AIC 149.18 149.02 143,58 148.07 147.19 144.15 150.06 148.86 145.96 148.98 148.08 143.91 RESULTADOS OBTIDOS 67 6.1.6. Ajuste do GARCH com base no ARIMA – Sem Outliers Escolhidos os modelos ARIMA (1,0,1), (2,0,2) e (4,0,4) dados os menores valores dos critérios AIC, LLF e δ , procede-se a estimação e ajustes nos modelos GARCH. Tabela 12 – Estimação GARCH do Modelo ARIMA(1,0,1) – Sem Outliers MODELO GARCH(1,0) GARCH(2,0) GARCH(1,1) Signif. codes: 0 BASE NO MODELO AJUSTADO ARIMA ( 1, 0 ,1 ) (ST SEM OUTLIERS) PARAMETRO ESTIMATE STD. ERROR T VALUE MIN 1Q MEDIAN 3Q -4.670913 -0.331412 -0.008201 0.411906 a0 0.08551 3.36997 0.025 b1 0.05001 37.44147 0.001 -4.662657 -0.331003 -0.008289 0.413061 a0 0.08129 NA NA b1 0.05004 NA NA b2 0.05004 NA NA -4.01052 -0.38903 -0.01099 0.42882 a0 0.013387 0.003559 3.762 a1 0.147349 0.049509 2.976 b1 0.706457 0.070473 10.025 ‘***’ 0.001 ‘**’ 0.01 ‘*’ 0.05 ‘.’ 0.1 ‘ ’ 1 PR(>|T|) MAX 4.333079 0.980 0.999 4.325421 NA NA NA 5.63022 0.000169 *** 0.002918 ** 2e-16 *** Tabela 13 – Testes JB e LB da Estimação GARCH / ARIMA(1,0,1) – Sem Outliers MODELO GARCH(1,0) GARCH(2,0) GARCH(1,1) BASE NO MODELO AJUSTADO ARIMA ( 1, 0 ,1 ) (ST SEM OUTLIERS) JARQUE BERA BOX-LJUNG TEST RESIDUALS TEST SQUARED RESIDUALS X-SQUARED DF P-VALUE < X-SQUARED DF P-VALUE < 221.7048 2 2.2e-16 24.4675 1 7.557e-07 218.5471 2 2.2e-16 24.3229 1 8.146e-07 360.0757 2 2.2e-16 0.2624 1 0.6085 Após todos os ajustes efetuados foi gerada a previsão exibida na Figura 40 abaixo. PREVISÃO DO PLD - SEM OUTLIERS Series 2 0.5 0.4 -0.7 -0.6 -0.5 -0.4 -0.3 -0.2 0.2 0.3 Series 1 0.6 0.7 Região: SE/CO Patamar: Pesado - ARIMA(1,0,1) GARCH(1,1) 0 50 100 150 200 250 300 313 OBSERVAÇÕES ENTRE 2005 A 2010 Figura 40 – Gráfico de Previsão Modelo GARCH(1,1) / ARIMA(1,0,1) Sem Outliers RESULTADOS OBTIDOS 68 Tabela 14 – Estimação GARCH do Modelo ARIMA(2,0,2) – Sem Outliers MODELO GARCH(1,0) GARCH(2,0) GARCH(1,1) Signif. codes: 0 BASE NO MODELO AJUSTADO ARIMA ( 2, 0 ,2 ) (ST SEM OUTLIERS) PARAMETRO ESTIMATE STD. ERROR T VALUE MIN 1Q MEDIAN 3Q -4.39701 -0.33480 -0.01842 0.39117 a0 0.08502 3.34843 0.025 b1 0.05003 37.41585 0.001 -4.38950 -0.33493 -0.01894 0.39104 a0 0.08082 NA NA b1 0.05003 NA NA b2 0.05003 NA NA -4.25185 -0.35549 -0.02243 0.38835 a0 0.014223 0.004441 3.203 a1 0.142595 0.052810 2.700 b1 0.702849 0.084040 8.363 ‘***’ 0.001 ‘**’ 0.01 ‘*’ 0.05 ‘.’ 0.1 ‘ ’ 1 PR(>|T|) MAX 4.38214 0.980 0.999 4.37465 NA NA NA 5.74613 0.00136 ** 0.00693 ** 2e-16 *** Tabela 15 – Testes JB e LB da Estimação GARCH / ARIMA(2,0,2) – Sem Outliers MODELO GARCH(1,0) GARCH(2,0) GARCH(1,1) BASE NO MODELO AJUSTADO ARIMA ( 2, 0 ,2 ) (ST SEM OUTLIERS) JARQUE BERA BOX-LJUNG TEST RESIDUALS TEST SQUARED RESIDUALS X-SQUARED DF P-VALUE < X-SQUARED DF P-VALUE < 188.0915 2 2.2e-16 17.6187 1 2.699e-05 185.3379 2 2.2e-16 17.4994 1 2.874e-05 445.8262 2 2.2e-16 0.0578 1 0.8100 Com todos os ajustes elaborados gerou-se a previsão exposta na Figura 41 a seguir. Figura 41 – Gráfico de Previsão Modelo GARCH(1,1) / ARIMA(2,0,2) Sem Outliers RESULTADOS OBTIDOS 69 Na estimação dos modelos ARIMA(4,0,4) GARCH(1,0) a (1,1) ocorreu falsa convergência, motivo que inviabiliza a previsão. Tabela 16 – Estimação GARCH do Modelo ARIMA(4,0,4) – Sem Outliers MODELO GARCH(1,0) GARCH(2,0) GARCH(1,1) Signif. codes: 0 BASE NO MODELO AJUSTADO ARIMA ( 4, 0 ,4 ) (ST SEM OUTLIERS) PARAMETRO ESTIMATE STD. ERROR T VALUE MIN 1Q MEDIAN 3Q -4.25186 -0.37840 -0.01259 0.34199 a0 0.08282 3.26322 0.025 b1 0.05003 37.42961 0.001 -4.24456 -0.37948 -0.01261 0.34176 a0 0.07873 NA NA b1 0.05003 NA NA b2 0.05003 NA NA -3.87900 -0.39003 -0.01531 0.38392 a0 0.013685 0.004251 3.219 a1 0.131723 0.050005 2.634 b1 0.713654 0.081427 8.764 ‘***’ 0.001 ‘**’ 0.01 ‘*’ 0.05 ‘.’ 0.1 ‘ ’ 1 PR(>|T|) MAX 4.32546 0.980 0.999 4.31803 NA NA NA 5.74257 0.00129 ** 0.00843 ** 2e-16 *** Tabela 17 – Testes JB e LB da Estimação GARCH / ARIMA(4,0,4) – Sem Outliers MODELO GARCH(1,0) GARCH(2,0) GARCH(1,1) BASE NO MODELO AJUSTADO ARIMA ( 4, 0 ,4 ) (ST SEM OUTLIERS) JARQUE BERA BOX-LJUNG TEST RESIDUALS TEST SQUARED RESIDUALS X-SQUARED DF P-VALUE < X-SQUARED DF P-VALUE < 184.626 2 2.2e-16 14.0812 1 0.0001751 181.9329 2 2.2e-16 13.9773 1 0.000185 474.6861 2 2.2e-16 0.0822 1 0.7743 6.2. RESULTADOS OBTIDOS NO EVIEWS® No software estatístico Eviews®, gerou-se a Tabela 18 abaixo com dados estatísticos da série temporal do PLD no período de 01/01/2005 a 31/12/2010 da região SE/CO especificamente no patamar Pesado, cuja ST é a base aqui utilizada. Tabela 18 – Sumário Estatístico da Série Temporal do PLD no Eviews®(CP) SUMÁRIO ESTATÍSTICO DO EVIEWS® Observações Mínimo Mediana Média Máximo 313 12.80 52.97 74.54 569,59 RESULTADOS OBTIDOS 70 Na Figura 42 exibe-se a ST do PLD especificamente da região SE/CO gerada no software Eviews® na qual se efetuará os mesmos procedimentos utilizando a metodologia Box-Jenkins explicitada anteriormente, todavia não serão minuciados novamente neste subtítulo. Gráfico da Evolução do PLD Região: SE/CO Patamar: Pesado 600 500 R$/MWh 400 300 200 100 0 I II III IV 2005 I II III IV 2006 I II III IV 2007 I II III IV I 2008 II III IV 2009 I II III IV 2010 313 Observações de 2005 a 2010 Figura 42 – Evolução do PLD Região SE/CO, Período de 2005 a 2010 (CP) Visto a não estacionariedade da ST conforme se constata na ACF e PACF da Figura 43, aplica-se a transformação para série de retornos exibidos na Figura 44 em sequência. Figura 43 – Estatísticas ACF e PACF de SE/CO (CP) RESULTADOS OBTIDOS 71 Transformação da ST de preços em série de retornos conforme Figura 44 abaixo. Gráfico dos Retornos do PLD Região: SE/CO Patamar: Pesado 1.5 1.0 0.5 0.0 -0.5 -1.0 -1.5 I II III IV I II 2005 III IV 2006 I II III IV I 2007 II III IV I II 2008 III IV I 2009 II III IV 2010 312 Observaç ões de 2005 a 2010 Figura 44 – Gráfico da Transformação ou Retornos da ST SE/CO (CP) O histograma da série de retornos exibido na Figura 45 expõe as principais características da presença da volatilidade, como distribuição leptocúrtica e caudas longas. 120 Series: LR_SECO Sample 1/03/2005 12/27/2010 Observations 312 100 80 60 40 20 Mean Median Maximum Minimum Std. Dev. Skewness Kurtosis 0.001532 0.000000 0.604317 -0.608863 0.135606 0.195540 7.211060 Jarque-Bera Probability 232.5176 0.000000 0 -0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 Figura 45 – Histograma dos Retornos de SE/CO (CP) Após os ajustes e estimação dos modelos escolheu-se o modelo GARCH(1,1) como base para as previsões face ao menor valor AIC conforme exibido na Tabela 19 infra. Tabela 19 – Critérios para escolha do modelo GARCH (CP) BASE DO MODELO AJUSTADO ARIMA / GARCH MODELO AIC SIC36 HQC37 RESULTADO GARCH(1,0)-n 0.373331 0.421318 0.392510 Rejeitado GARCH(1,1)-n 0.351238 0.411222 0.375211 Aceito GARCH(2,0)-n 0.373477 0.433461 0.397451 Rejeitado 36 37 Schwartz Information Criterion. Hannan-Quinn Criterion. RESULTADOS OBTIDOS 72 A previsão com base no modelo GARCH(1,1) citado na Tabela 19 encontra-se na Figura 46 abaixo, ressalta-se a semelhança com as previsões efetuadas no software R® na Figura 35. .6 .5 .4 .3 .2 .1 .0 I II III IV I 2005 II III IV I 2006 II III IV 2007 I II III IV I II III IV 2008 2009 I II III IV 2010 Condi t ional variance Figura 46 – Gráfico de Previsão Modelo GARCH(1,1) da ST do PLD (CP) Sendo que as estatísticas e as previsões positivas e negativas expõem-se conjuntamente na Figura 47 a seguir. 1.5 Forecast: RT_SECOF Actual: RT_SECO Forecast sample: 1/07/2005 12/31/2010 Adjusted sample: 1/14/2005 12/31/2010 Included observations: 312 Root Mean Squared Error 0.311748 M ean Absol ute Error 0.192373 M ean Abs. Percent Error 81.28381 T hei l Inequal i ty Coeffi ci ent0.983049 Bi as Proporti on 0.000035 Vari ance Proportion NA Covariance Proporti on NA 1.0 0.5 0.0 -0.5 -1.0 -1.5 2005 2006 2007 2008 RT_SECOF 2009 2010 ± 2 S.E. .6 .5 .4 .3 .2 .1 .0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Fo re ca s t o f Va ria n ce Figura 47 – Gráficos de Previsões GARCH(1,1) e Estatísticas (CP) RESULTADOS OBTIDOS 73 6.2.1. Resultados Obtidos Sem Outliers Ratificando o exposto no Capítulo 4, subtítulo 4.1.4 efetivou-se modificações na série temporal do PLD da Figura 48 no escopo de minimizar os efeitos de outliers com vistas a obter melhores previsões. A Tabela 9 exibe o sumário estatístico da ST alterada. Gráfico da Evolução do PLD - Sem Outliers Região: SE/CO Patamar: Pesado 320 280 R$ / MWh 240 200 160 120 80 40 0 I II III IV I 2005 II III IV 2006 I II III IV 2007 I II III IV I II III IV 2008 I 2009 II III IV 2010 313 Observações de 2005 a 2010 Figura 48 – Evolução do PLD Região SE/CO, Período 2005 a 2010 Sem Outliers (CP) Visto a não estacionariedade da ST, aplica-se a transformação para série de retornos expostos na Figura 49 abaixo. Gráfico dos Retornos do PLD - Sem Outliers Região: SE/CO Patamar: Pesado 1.5 1.0 0.5 0.0 -0.5 -1.0 -1.5 I II III IV 2005 I II III IV 2006 I II III IV 2007 I II III IV I 2008 II III IV 2009 I II III IV 2010 312 Observações de 2005 a 2010 Figura 49 – Retornos do PLD Região SE/CO, Período 2005 a 2010 Sem Outliers (CP) RESULTADOS OBTIDOS 74 O histograma da série de retornos sem outliers exposto na Figura 50 exibe as características da presença de volatilidade, como distribuição leptocúrtica e caudas longas. 120 Series: RTPLD_M Sample 1/07/2005 12/31/2010 Observations 312 100 80 60 40 20 Mean Median Maximum Minimum Std. Dev. Skewness Kurtosis 0.003527 0.000000 1.391492 -1.401959 0.305187 0.263548 7.611730 Jarque-Bera Probability 280.0965 0.000000 0 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 Figura 50 – Histograma dos Retornos de SE/CO Sem Outliers (CP) Em seguida aos ajustes e estimação dos modelos optou-se pelo GARCH(1,1) como base das previsões face ao menor valor AIC exposto na Tabela 20 a seguir. Na sequência o gráfico de previsão com base no modelo GARCH(1,1) referido na Tabela 20 e exibido na Figura 51. Tabela 20 – Critérios para escolha do modelo GARCH – Sem Outliers (CP) BASE DO MODELO AJUSTADO ARIMA / GARCH - SO MODELO AIC SIC38 HQC39 RESULTADO GARCH(1,0)-n 0.407270 0.335289 0.378501 Rejeitado GARCH(1,1)-n 0.363752 0.291772 0.334984 Aceito GARCH(2,0)-n 0.434590 0.350612 0.401026 Rejeitado Figura 51 – Gráfico de Previsão Modelo GARCH(1,1) da ST do PLD Sem Outliers (CP) 38 39 Schwartz Information Criterion. Hannan-Quinn Criterion. RESULTADOS OBTIDOS 75 O conjunto das estatísticas e as previsões positivas e negativas estão na Figura 52 a seguir. 2 Forecast: RTPLD_MF Actual: RTPLD_M Forecast sample: 1/07/2005 Adjusted sample: 1/14/2005 Included observations: 312 Root Mean Squared Error Mean Absolute Error Mean Abs. Percent Error Theil Inequality Coefficient Bias Proportion Variance Proportion Covariance Proportion 1 0 -1 -2 2005 2006 2007 2008 RTPLD_MF 2009 2010 12/31/2010 12/31/2010 0.304718 0.186891 81.41026 1.000000 0.000134 NA NA ± 2 S.E. .6 .5 .4 .3 .2 .1 .0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Forecast of Variance Figura 52 – Gráficos de Previsões GARCH(1,1) e Estatísticas Sem Outliers (CP) 6.3. ERROS DE PREVISÃO Na Tabela 21 verificam-se os elevados valores de erros de previsão e a hegemonia do GARCH(1,1) sobre outros modelos, bem como os melhores, porém pouco significativos, ajustes no Eviews® e as alterações dos valores discrepantes ou Outliers. Tabela 21 – Estimativas de Erros de Previsão (CP) TABELA DE ERROS DE PREVISÃO SOFTWARE MODELO MAE RMSE ® MAPE 0,218292 0,221328 104,7317 R GARCH(1,1) R® GARCH(1,1) SO 0,215729 0,216249 102,7697 Eviews® GARCH(1,1) Eviews® GARCH(1,1) SO 0,186891 0,304718 81,4103 Obs.: SO – Sem Outliers 0,192373 0,311748 81,2838 CONCLUSÕES 76 7. CONCLUSÕES Nesta dissertação foram apresentadas as características principais e a singularidade da commodity energia elétrica, uma breve explanação do funcionamento do mercado ACR e ACL, considerando os impactos nos agentes e a precificação do PLD com o risco da volatilidade inerente. Então com base em uma série temporal do período de 2005 a 2010 efetuaram-se análises estatísticas no escopo de detectar a existência da volatilidade, determinar as características da série para a utilização de modelos heterocedásticos, especificamente os modelos ARCH desenvolvido por Engle (1982) e a versão generalizada por Bollerslev (1986) o GARCH. Os modelos ARCH e GARCH foram descritos com as respectivas propriedades, características e limitações sendo utilizados no objetivo de observar-se a melhor adequação a série e consequentemente previsse com maior representatividade a volatilidade inerente aos dados. Sendo efetuadas diversas análises experimentais das variantes dos referidos modelos, inclusive utilizando-se de softwares diferentes como o R® e Eviews® e com resultados similares, cita-se que apesar da captura da variância condicionada, ou seja, da volatilidade inerente, observou-se que quando das previsões o comportamento dos diversos métodos de erros estimados não apresentavam resultados satisfatórios. Conclui-se então uma baixa eficácia em utilizar os referidos modelos nesta série do PLD visando obter previsões acuradas da volatilidade. DIVULGAÇÃO DA PESQUISA 77 8. DIVULGAÇÃO DA PESQUISA No decorrer do desenvolvimento deste trabalho e resultante de estágios desta pesquisa foram publicados os seguintes artigos: SOUSA, ANTONIO J. S.; VALENTE, ANDRÉ L. C. “Análise e Previsão da Volatilidade do PLD Utilizando o Modelo GARCH”: XX Congreso Internacional de Ingeniería Eléctrica, Electrónica, de Computación y Ramas Afines – INTERCON 2013, Trujillo, Péru: v. 1 p. 1-7, de 05-09, Agosto, 2013 (Apresentado). SOUSA, ANTONIO J. S.; VALENTE, ANDRÉ L. C. Tema: “Análise da Volatilidade do Preço da Energia Elétrica no Mercado Brasileiro”: Área: Modelagem e Predição de Séries Temporais, XI Simpósio Brasileiro de Automação Inteligente – SBAI 2013 Fortaleza, CE, Brasil: v. 1 p. 1-6, de 13-17, Outubro, 2013 (Submetido: /br/realm/sbai-dincon-2013/submissions/6114). SOUSA, ANTONIO J. S.; VALENTE, ANDRÉ L. C. Tema: Tema: “Previsão da Volatilidade do PLD Utilizando o Modelo GARCH“: Área Modelagem e Predição de Séries Temporais, XI Simpósio Brasileiro de Automação Inteligente – SBAI 2013 Fortaleza, CE, Brasil: v. 1 p. 1-6, de 13-17, Outubro, 2013 (Submetido: /br/realm/sbai-dincon-2013/submissions/8316). SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 78 9. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS Considerando a altíssima volatilidade apresentada pela série do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), estimulada pela concessão de larga margem de oscilação, urge formas de minimizar tal margem no objetivo não só de melhor representar o CMO, mas também de impor limites às descontroláveis oscilações que realmente não representam os verdadeiros preços de custos momentâneos. Uma das formas seria a de publicar diariamente o PLD, isto tenderia a aproximar a valoração do indicador ao custo real da operação, minimizando a agressiva volatilidade atual. Neste contexto seria promissora a utilização do modelo de Difusão de Saltos (Jump Diffusion) ou ainda variações do GARCH (Bollerslev em 1986) mais recentes como o GJR-GARCH (GJR - Glosten-Jagannathan-Runkle em 1993) ou o modelo quadrático QGARCH (Sentana em 1995). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 79 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT. NBR 15287, de 30 de dezembro de 2005. Norma que estabelece os princípios gerais para apresentação de projetos de pesquisa. “Informação e documentação – Projeto de pesquisa – Apresentação” Disponível em http://www.abnt.org.br/. Acesso em 25 de maio de 2012. ALMEIDA, LAUCIDES D. Gestão de Riscos Associados às Previsões de Demanda das Distribuidoras de Energia Elétrica no Novo Contexto Regulatório Brasileiro. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) Salvador, Brasil. UNIFACS. 2006. BARROS, Mônica. Processos Estocásticos Editora, 2003 Disponível em http://www.mbarros.com/documentos/upload/Livro_Processos_Cap_5_parte.pd f', Último acesso em 05/10/2012 às 13:45 Hs. BASTOS, PAULO R. F. M., Teoria de Portfólio Aplicada a Pequenas Centrais Hidrelétricas. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica). Itajubá, Brasil: Universidade Federal de Itajubá, 2002. BOLLERSLEV, T., ENGLE, ROBERT F. (1993) “Common Persistence In Conditional Variances” Econometrica, Vol. 61, No. 1 (January, 1993), pp. 167-186 BOLLERSLEV, TIM, (1986). “Generalized Auto-Regressive Heteroskedasticity”, Journal of Econometrics, 31, pp. 307–327. Conditional BOX, G.E.P.; JENKINS, G.M.; REINSEL, G.C. “Time Series Analysis, Forecasting and Control”, 3a Edição, Prentice Hall, 1994. BRASIL. Decreto 5.081, de 14 de maio de 2004. Regulamenta os arts. 13 e 14 da Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998, e o art. 23 da Lei nº 10.848, de 15 de março de 2004, que tratam do Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS. Disponível em http://planalto.gov.br . Acesso em 25 de janeiro de 2012. BRASIL. Decreto 5.163, de 30 de julho de 2004. Regulamenta a comercialização de energia elétrica, o processo de outorga de concessões de autorizações de geração de energia elétrica e outras providências. Disponível em http://planalto.gov.br . Acesso em 25 de janeiro de 2012. BRASIL. Decreto 5.175, de 09 de agosto de 2004. Constitui o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE de que trata o art. 14 da Lei no 10.848, de 15 de março de 2004. Disponível em http://planalto.gov.br . Acesso em 25 de janeiro de 2012. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 80 BRASIL. Decreto 5.177, de 12 de agosto de 2004. Regulamenta os arts. 4 e 5 da Lei nº 10.848, de 15 de março de 2004, e dispõe sobre a organização, as atribuições e o funcionamento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE. Disponível em http://planalto.gov.br . Acesso em 25 de janeiro de 2012. BRASIL. Decreto 5.184, de 16 de agosto de 2004. Cria a Empresa de Pesquisa Energética – EPE, aprova seu Estatuto Social e dá outras providências.. Disponível em http://planalto.gov.br . Acesso em 25 de janeiro de 2012. BRASIL. Lei 10.433, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a autorização para a criação do Mercado Atacadista de Energia Elétrica – MAE. Disponível em http://planalto.gov.br. Acesso em 25 de janeiro de 2012. BRASIL. 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ANEXO 83 ANEXO I Série Temporal – PLD: SE / CO SÉRIE ORIGINAL 07/01/2005 A 31/12/2010 DATA R$ 07/01/2005 18,33 14/01/2005 18,33 21/01/2005 18,33 28/01/2005 18,33 04/02/2005 18,33 11/02/2005 18,33 18/02/2005 18,33 25/02/2005 18,33 04/03/2005 18,33 11/03/2005 18,33 18/03/2005 18,33 25/03/2005 18,33 01/04/2005 18,33 08/04/2005 18,33 15/04/2005 20,17 22/04/2005 26,11 29/04/2005 34,76 06/05/2005 48,82 13/05/2005 42,25 20/05/2005 49,45 27/05/2005 46,00 03/06/2005 28,91 10/06/2005 18,33 17/06/2005 31,80 24/06/2005 31,22 01/07/2005 24,99 08/07/2005 27,18 15/07/2005 33,28 22/07/2005 36,24 29/07/2005 34,83 05/08/2005 29,62 12/08/2005 27,93 19/08/2005 38,55 26/08/2005 34,13 02/09/2005 48,35 09/09/2005 40,76 16/09/2005 33,33 23/09/2005 29,29 30/09/2005 24,55 07/10/2005 39,27 14/10/2005 43,27 21/10/2005 45,21 28/10/2005 52,97 04/11/2005 50,80 11/11/2005 33,64 18/11/2005 34,69 25/11/2005 38,11 02/12/2005 33,38 09/12/2005 18,33 16/12/2005 18,33 23/12/2005 30/12/2005 06/01/2006 13/01/2006 20/01/2006 27/01/2006 03/02/2006 10/02/2006 17/02/2006 24/02/2006 03/03/2006 10/03/2006 17/03/2006 24/03/2006 31/03/2006 07/04/2006 14/04/2006 21/04/2006 28/04/2006 05/05/2006 12/05/2006 19/05/2006 26/05/2006 02/06/2006 09/06/2006 16/06/2006 23/06/2006 30/06/2006 07/07/2006 14/07/2006 21/07/2006 28/07/2006 04/08/2006 11/08/2006 18/08/2006 25/08/2006 01/09/2006 08/09/2006 15/09/2006 22/09/2006 29/09/2006 06/10/2006 13/10/2006 20/10/2006 27/10/2006 03/11/2006 10/11/2006 17/11/2006 24/11/2006 01/12/2006 08/12/2006 15/12/2006 22/12/2006 29/12/2006 05/01/2007 18,33 18,33 16,92 16,92 16,92 40,46 68,78 62,84 86,64 37,78 40,00 40,60 16,92 16,92 39,35 24,21 22,14 18,02 16,92 37,52 50,04 57,27 56,42 60,32 63,09 65,44 75,23 75,36 93,90 89,97 86,57 92,65 108,13 101,83 103,35 102,42 129,69 128,18 120,75 131,59 132,63 110,38 115,24 82,89 82,37 70,68 94,81 68,99 79,56 86,09 79,07 71,10 53,09 37,55 37,75 12/01/2007 19/01/2007 26/01/2007 02/02/2007 09/02/2007 16/02/2007 23/02/2007 02/03/2007 09/03/2007 16/03/2007 23/03/2007 30/03/2007 06/04/2007 13/04/2007 20/04/2007 27/04/2007 04/05/2007 11/05/2007 18/05/2007 25/05/2007 01/06/2007 08/06/2007 15/06/2007 22/06/2007 29/06/2007 06/07/2007 13/07/2007 20/07/2007 27/07/2007 03/08/2007 10/08/2007 17/08/2007 24/08/2007 31/08/2007 07/09/2007 14/09/2007 21/09/2007 28/09/2007 05/10/2007 12/10/2007 19/10/2007 26/10/2007 02/11/2007 09/11/2007 16/11/2007 23/11/2007 30/11/2007 07/12/2007 14/12/2007 21/12/2007 28/12/2007 04/01/2008 11/01/2008 18/01/2008 25/01/2008 28,16 17,59 17,59 17,59 17,59 17,59 17,59 17,59 17,59 17,59 17,59 17,59 17,59 63,65 54,30 57,74 55,15 37,63 45,44 50,93 122,91 105,40 119,13 78,70 84,72 139,36 142,69 133,41 120,18 61,74 29,98 29,25 35,19 59,40 129,18 132,65 150,11 189,13 168,46 173,85 207,66 211,84 237,66 224,10 182,68 150,54 170,27 189,25 212,20 200,48 199,76 247,01 475,53 569,59 569,59 01/02/2008 08/02/2008 15/02/2008 22/02/2008 29/02/2008 07/03/2008 14/03/2008 21/03/2008 28/03/2008 04/04/2008 11/04/2008 18/04/2008 25/04/2008 02/05/2008 09/05/2008 16/05/2008 23/05/2008 30/05/2008 06/06/2008 13/06/2008 20/06/2008 27/06/2008 04/07/2008 11/07/2008 18/07/2008 25/07/2008 01/08/2008 08/08/2008 15/08/2008 22/08/2008 29/08/2008 05/09/2008 12/09/2008 19/09/2008 26/09/2008 03/10/2008 10/10/2008 17/10/2008 24/10/2008 31/10/2008 07/11/2008 14/11/2008 21/11/2008 28/11/2008 05/12/2008 12/12/2008 19/12/2008 26/12/2008 02/01/2009 09/01/2009 16/01/2009 23/01/2009 30/01/2009 06/02/2009 13/02/2009 550,28 256,05 124,75 163,45 217,48 140,14 135,26 179,91 80,48 88,21 121,95 70,01 48,74 42,11 29,66 15,47 34,77 51,62 76,89 77,02 71,74 77,73 89,07 91,79 103,31 111,69 147,75 140,43 121,54 81,49 74,29 96,02 109,04 122,97 126,19 101,80 98,98 76,91 94,07 100,76 105,42 120,15 113,85 93,74 97,08 103,56 113,15 91,74 74,16 28,13 62,66 140,66 110,71 65,40 75,61 ANEXO 20/02/2009 66,27 27/02/2009 16,31 06/03/2009 65,58 13/03/2009 84,39 20/03/2009 109,29 27/03/2009 101,79 03/04/2009 108,31 10/04/2009 49,38 17/04/2009 51,64 24/04/2009 40,24 01/05/2009 46,66 08/05/2009 46,98 15/05/2009 36,89 22/05/2009 37,29 29/05/2009 37,87 05/06/2009 38,48 12/06/2009 35,14 19/06/2009 41,54 26/06/2009 43,11 03/07/2009 51,96 10/07/2009 39,62 17/07/2009 31,78 24/07/2009 21,00 31/07/2009 21,67 07/08/2009 16,31 84 14/08/2009 21/08/2009 28/08/2009 04/09/2009 11/09/2009 18/09/2009 25/09/2009 02/10/2009 09/10/2009 16/10/2009 23/10/2009 30/10/2009 06/11/2009 13/11/2009 20/11/2009 27/11/2009 04/12/2009 11/12/2009 18/12/2009 25/12/2009 01/01/2010 08/01/2010 15/01/2010 22/01/2010 29/01/2010 16,31 16,31 16,31 16,31 16,31 16,31 16,31 16,31 16,31 16,31 16,31 16,31 16,31 16,31 16,31 16,31 16,31 16,31 16,31 16,31 16,31 12,80 12,80 12,80 12,80 05/02/2010 12,80 12/02/2010 12,80 19/02/2010 12,80 26/02/2010 12,80 05/03/2010 33,29 12/03/2010 17,70 19/03/2010 25,99 26/03/2010 36,72 02/04/2010 38,83 09/04/2010 26,76 16/04/2010 12,80 23/04/2010 24,81 30/04/2010 24,00 07/05/2010 25,16 14/05/2010 30,27 21/05/2010 33,77 28/05/2010 36,25 04/06/2010 58,07 11/06/2010 61,38 18/06/2010 60,48 25/06/2010 66,05 02/07/2010 103,36 09/07/2010 104,59 16/07/2010 100,03 23/07/2010 86,60 30/07/2010 06/08/2010 13/08/2010 20/08/2010 27/08/2010 03/09/2010 10/09/2010 17/09/2010 24/09/2010 01/10/2010 08/10/2010 15/10/2010 22/10/2010 29/10/2010 05/11/2010 12/11/2010 19/11/2010 26/11/2010 03/12/2010 10/12/2010 17/12/2010 24/12/2010 31/12/2010 79,16 107,23 128,74 120,23 125,73 111,40 137,60 122,46 139,53 170,74 149,09 124,99 146,88 145,43 149,48 121,71 128,58 103,41 81,79 92,88 78,04 66,99 55,09 ANEXO SE/CO SÉRIE DIFERENCIADA 07/01/2005 A 31/12/2010 DATA R$ 1/07/2005 NA 1/14/2005 0.00 1/21/2005 0.00 1/28/2005 0.00 2/04/2005 0.00 2/11/2005 0.00 2/18/2005 0.00 2/25/2005 0.00 3/04/2005 0.00 3/11/2005 0.00 3/18/2005 0.00 3/25/2005 0.00 4/01/2005 0.00 4/08/2005 0.00 4/15/2005 1.84 4/22/2005 5.94 4/29/2005 8.65 5/06/2005 14.06 5/13/2005 -6.57 5/20/2005 7.20 5/27/2005 -3.45 6/03/2005 -17.09 6/10/2005 -10.58 6/17/2005 13.47 6/24/2005 -0.58 7/01/2005 -6.23 7/08/2005 2.19 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