UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O EMPREGO DAS NOVAS TECNOLOGIAS COMO
FERRAMENTA PARA EDUCAÇÃO BÁSICA
Por: Leonora Maria da Silva Prata
Orientador
Profa. Adélia Araújo
Rio de Janeiro
2009
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O EMPREGO DAS NOVAS TECNOLOGIAS COMO
FERRAMENTA PARA EDUCAÇÃO BÁSICA
Apresentação
Candido
de
Mendes
monografia
como
à
requisito
Universidade
parcial
para
obtenção do grau de especialista em Tecnologia
Educacional.
Por: Leonora Maria da Silva Prata
3
AGRADECIMENTOS
.... à Deus, aos professores, aos
amigos e parentes, e a todos que de
alguma forma contribuíram para a
conclusão deste trabalho ......
4
DEDICATÓRIA
..... dedico este trabalho aos meus pais e
minha avó, meu esposo Cláudio, minha
filha Thayssa, meus irmãos e a todos os
amigos que torceram e me deram força
para esta realização .......
RESUMO
5
A introdução deste trabalho procura mostrar o emprego das novas
tecnologias como ferramenta para a Educação Básica, mostrando que ela vem
estando presente em quase todos os estudos. E que têm se dedicado a
analisar as condições da educação atual com o objetivo de melhorar as
perspectivas para um novo tempo marcado por essas novas transformações.
Em seus capítulos apresentamos como se compõe a educação básica
no Brasil. Mostrando os conceitos da Educação Básica e suas etapas.
Mostramos também as Novas Tecnologias, abrangendo os seus conceitos, os
vários tipos de Tecnologia e a utilização da Informática como ferramenta
Tecnológica a ser utilizada. E finalmente fazemos uma abrangência sobre o
tema Tecnologia e Educação, quando abordamos o tema da Tecnologia na
Aprendizagem, como se forma o Conhecimento e a Interatividade e como pode
ser constituída uma Sala de Aula Interativa.
Na conclusão procuramos mostrar como todos estes conceitos vêm se
concretizar, utilizando a informática como ferramenta tecnológica no ambiente
educacional.
METODOLOGIA
6
A pesquisa básica de caráter exploratório terá como ferramenta para
coleta de dados, os textos de Pierre Levy (Cibercultura), Bernardo Sorj
([email protected]), Manuel Castells (Sociedade em Rede), Marta Relvas
(Fundamentos Biológicos da Educação), Marco Silva (Sala de Aula Interativa),
além dos artigos acadêmicos do campo da educação disponíveis na Web.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
08
7
CAPÍTULO I - EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL
11
1.1 – Conceito de Educação Básica
1.2 – Etapas da Educação Básica
CAPÍTULO II - AS NOVAS TECNOLOGIAS
23
2.1– Conceito de Tecnologia
2.2– Tipos de Tecnologia
2.3– A Informática como ferramenta Tecnológica
CAPÍTULO III – TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO
36
3.1– Tecnologia na Aprendizagem
3.2– Conhecimento e Interatividade
3.3– A Sala de Aula Interativa
CONCLUSÃO
45
ANEXOS
49
BIBLIOGRAFIA / WEBGRAFIA
52
ÍNDICE
53
FOLHA DE AVALIAÇÃO
54
INTRODUÇÃO
O emprego das novas tecnologias como ferramenta para a Educação
Básica está presente em quase todos os estudos que têm se dedicado a
8
analisar as condições da educação atual, objetivando as perspectivas para um
novo tempo marcado por essas novas transformações.
Neste trabalho, procura-se analisar qual o impacto dos avanços
tecnológicos sobre a Educação.
Mostra que estes avanços vêm de uma forma geral, influenciando na
sociedade como um todo. Novas tecnologias vêm surgindo a cada dia, desde
mídias de alta capacidade, à equipamentos e ferramentas de estudos e
pesquisa. E com a adoção dessas novas tecnologias o ambiente escolar fica
mais interativo e o professo se vê obrigado a modificar sua postura e inclusive
o seu planejamento de aula. Aula de informática deixou de ser o único
investimento das escolas de tecnologia, em muitas escolas hoje o computador
está sendo utilizado para aprendizagem de conteúdos de todas as disciplinas.
Com estas inovações tecnológicas, muitas escolas da rede municipal
de ensino desta cidade vêm tendo dificuldades de como articular com
professores, de diferentes formações e ideologias, a trabalhar com os alunos o
“ensinar a estudar”. E ainda, o desafio de como gerar no aluno o interesse
pelas aulas.
Por outro lado, sabe-se que, apesar do professor precisar englobar
todas as fases da tecnologia, a instituição de ensino tenta contribuir para que o
educador passe a apropriar-se cada vez mais desse processo tecnológico, a
fim de que possa se fortalecer e ampliar os seus métodos de ensino.
Torna-se urgente discutir uma educação escolar protagonista na
sociedade
da
informação,
potencializando
essas
transformações
em
instrumento de construção do conhecimento dos alunos, sabendo que o
conhecimento é construído na interação do sujeito com o seu meio e tudo que
está a seu redor.
9
Torna-se essencial, também avaliar algumas formas de aplicação
destas tecnologias no tocante ao ensino do educador em determinada
instituição escolar, envolvendo suas formas de aplicações e pautado em
referenciais de diversos especialistas no tema.
Apresenta ou discute as características e o impacto das tecnologias
modernas na educação.
O primeiro capítulo, apresenta uma abordagem para o conhecimento e
o desenvolvimento da educação no Brasil, tanto na escola particular quanto na
pública.
Após a abordagem sobre a educação, o segundo capítulo vem mostrar
novas tecnologias, os seus conceitos e utilização da informática como
ferramenta tecnológica.
O capítulo terceiro ressalta a Tecnologia e a Educação, mostrando
como se desenvolve a capacidade humana do “saber”, o conhecimento através
da interatividade e a sala de aula interativa, onde o professor aplique seu
conhecimento e faça o educando participar ativamente das aulas, conduza a
bons resultados e estratégias metodológicas e utilize as ferramentas como
meio de ensino.
Este trabalho considera-se um caminho para repensar a interatividade
na sala de aula, a modificação da postura do professor na sala de aula e o seu
planejamento escolar, a utilização do computador para aprendizagem de
conteúdos disciplinares, as dificuldades de articulação do professor de
diferentes formações, o trabalho com os alunos no “ensinar a estudar” e o
interesse pelas aulas.
10
CAPITULO I
EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL
11
“Educação engloba ensinar e aprender. E também algo
menos
tangível,
conhecimento,
mas
bom
mais
profundo:
julgamento
e
passar
o
sabedoria.
A
educação tem nos seus objetivos fundamentais a
passagem da cultura de geração para geração”.
(Autor desconhecido)
Este capítulo tem como objetivo, mostrar a realidade da Educação
Básica no Brasil, trazendo uma visão geral dos conceitos da Educação Básica
e mostrando como estão divididas as suas etapas.
1.1 Conceito de Educação Básica
A educação básica no Brasil ganhou contornos bastante complexos
nos anos posteriores à Constituição Federal de 1988 e, sobretudo, nos últimos
anos.
A Constituição Federal de 1988, no capítulo próprio da educação,
criou as condições para que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
Lei nº 9.394/96, assumisse esse conceito já no § único do art. 11 ao assinalar
a possibilidade de o Estado e os municípios se constituírem como um sistema
único de educação básica.
12
A LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996,
em seu art. 1º nos fala:
“A educação abrange os processos formativos que se
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana,
no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e
nas manifestações culturais”. (Brasil, 1996, MEC –
LDB)
Partindo deste conceito, temos a consciência de que a Educação
está cada vez mais inserida na sociedade e consequentemente na vida infantil.
O conceito de educação básica foi ampliado a partir desta LDB,
pois a lei anterior estabelecia como básico o ensino chamado de primeiro grau.
Dessa forma, a nova lei considera como básica para um cidadão a formação
que engloba uma educação básica fundamental obrigatória de oito ou nove
anos contínuos e uma educação básica média, progressivamente obrigatória,
de três anos.
A LDB considera que a educação infantil corresponde ao ensino
realizado em creches e pré-escolas, o ensino fundamental corresponde ao
antigo “primeiro grau” e o ensino médio ao antigo “segundo grau” (separado da
formação profissional).
No entanto, a educação básica é um conceito, definido no art. 21 da
LDB como um nível da educação nacional e que congrega, articuladamente, as
13
três etapas que estão sob esse conceito: a educação infantil, o ensino
fundamental e o ensino médio.
E em seu art. 22, a LDB estabelece os fins da educação básica:
“a educação básica tem por finalidades desenvolver o
educando,
assegurar-lhe
a
formação
comum
indispensável para o exercício da cidadania e fornecerlhe meios para progredir no trabalho e em estudos
posteriores”. (Brasil, 1996, MEC – LDB)
A nova LDB instaurou o conceito de educação básica como direito
da cidadania e dever do Estado cobrindo três etapas seqüenciais da
escolarização: a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio. E
os recursos vinculados devem ser voltados para a manutenção e o
desenvolvimento da educação.
Outro ponto é a focalização da política educacional no ensino
fundamental gratuito, obrigatório, presencial, na faixa etária de 7 a 14 anos.
Como se sabe a focalização é um modo de priorizar uma etapa do
ensino cujo foco pode significar o recuou, o amortecimento ou o retardamento
quanto à universalização de outras etapas da educação básica e a sua
sustentação por meio de recursos suficientes.
14
Com isto concluímos que a educação básica compreende a etapa
da educação, desde a creche e pré-escola até a conclusão do ensino médio
ou formação profissionalizante, na faixa etária compreendida entre 0 a 14
anos.
1.2 Etapas da Educação Básica
No que diz respeito às etapas da educação básica, a LDB em seu
art. 23 nos diz:
“a educação básica poderá organizar-se em séries
anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular
de períodos de estudos, grupos não-seriados, com
base na idade, na competência e em outros critérios,
ou por forma diversa de organização, sempre que o
interesse do processo de aprendizagem assim o
recomendar” (Brasil, 1996, MEC – LDB)
Neste sentido, verificamos que a educação básica é basicamente
composta pelas etapas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino
Médio, nas quais serão identificadas a seguir:
EDUCAÇÃO INFANTIL
15
A Educação Infantil, parte integrante da Educação Básica, é uma
das áreas educacionais cuja demanda tem sido crescente.
“a educação infantil, primeira etapa da educação
básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral
da criança até seis anos de idade, em seus aspectos
físico, psicológico, intelectual e social, complementando
a ação da família e da comunidade”. (Brasil, 1996,
MEC – LDB)
Partindo deste conceito, e já que a Educação Infantil tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, ela
será portanto oferecida em creches e pré-escolas da rede pública ou privadas
de ensino.
Nesta fase, a criança viverá uma das mais complexas fases do
desenvolvimento humano em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e
social, complementando a ação da família e da comunidade, que será tanto
mais rica, quanto mais qualificadas as condições oferecidas pelo ambiente e
pelos adultos que a cercam.
Assim, para formar uma criança saudável e desenvolver sua
capacidade de aprender a aprender, sua capacidade de pensar e estabelecer
as bases para a formação de uma pessoa ética capaz de conviver num
ambiente democrático, é necessário o desenvolvimento de atividades que
16
envolvam um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores
adequados a cada faixa etária.
A
forma
de
avaliação,
nesta
fase
dar-se-á
mediante
o
acompanhamento e registro do desenvolvimento sem o objetivo de promoção,
mesmo para o acesso ao ensino fundamental.
ENSINO FUNDAMENTAL
“o ensino fundamental, com duração mínima de oito
anos, obrigatório e gratuito na escola pública, terá por
objetivo a formação básica do cidadão”. (Brasil, 1996,
MEC – LDB)
O ensino fundamental é uma das etapas da educação básica no
Brasil. Sendo a matrícula é obrigatória para todas as crianças com idade entre
06 e 14 anos. A obrigatoriedade da matrícula nessa faixa etária implica na
responsabilidade conjunta dos pais ou responsáveis, pela matrícula dos filhos;
do Estado pela garantia de vagas nas escolas públicas; da sociedade, por
fazer valer a própria obrigatoriedade.
Tem duração de 09 (nove) anos, iniciando-se aos 06 (seis) anos de
idade. Tem por objetivo a formação básica do cidadão, observando o
desenvolvimento da capacidade de aprender, a compreensão do ambiente
natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em
17
que se fundamenta a sociedade, o desenvolvimento da capacidade de
aprendizagem, o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de
solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida
social
Atualmente, medidas legais estabeleceram que os alunos de 06
anos de idade já deverão estar matriculados no ensino fundamental, seja na
rede pública ou privada. Não é a toa que esse período é chamado de
fundamental.
Esta é a fase de alto desempenho cognitivo na criança, é o período
ideal para a construção de novas formas de perceber e compreender o mundo.
É também fundamental para a formação infantil em seus laços afetivos e
sociais.
É, portanto importante que os pais estejam atentos, tanto nessa
etapa quanto na anterior, ao tipo de escola e educação que querem para seus
filhos.
O ensino fundamental possui uma organização convencional que
acaba caracterizando-o em dois ciclos. O primeiro que corresponde aos
primeiros cinco anos, é desenvolvido, usualmente, em classes com um único
professor regente. O segundo ciclo corresponde aos anos finais, nos quais o
trabalho pedagógico é desenvolvido por uma equipe de professores
especialistas em diferentes disciplinas.
18
Nos primeiros anos, as crianças e adolescentes são estimulados
através de atividades lúdicas, jogos, leituras, imagens e sons, principalmente
no primeiro nível. Através dos vários processos pedagógicos, busca-se
conduzir a criança ao conhecimento do mundo pessoal, familiar e social.
Nos anos finais, os adolescentes aprofundam os conhecimentos
adquiridos no ciclo anterior e iniciam os estudos das matérias que serão a base
para a continuidade no ensino médio
ENSINO MÉDIO
“o ensino médio, etapa final da educação básica, com
duração mínima de três anos, tem como finalidades: a
consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos
adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o
prosseguimento de estudos; a preparação básica para
o trabalho e a cidadania do educando, para continuar
aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com
flexibilidade a novas condições de ocupação ou
aperfeiçoamento posteriores; o aprimoramento do
educando como pessoa humana, incluindo a formação
ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e
do
pensamento
fundamentos
crítico;
a
compreensão
científico-tecnológicos
dos
dos
processos
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no
ensino de cada disciplina”. (Brasil, 1996, MEC – LDB)
19
O Ensino médio no Brasil corresponde ao antigo Segundo Grau ou
Secundário. É meta importante dos governos brasileiros a ampliação do
atendimento ao Ensino Médio e a extensão da obrigatoriedade a esse grau de
ensino.
Peça essencial na formação do cidadão e do trabalhador, é o ensino
médio que vem qualificar e preparar o futuro adulto do país, mesmo quando
não é profissionalizante.
No desenvolvimento das habilidades humanas, a idade dos
estudantes do ensino médio é a fase da consolidação do pensamento abstrato
e da capacidade de pensar autônoma e criativamente. Fase, portanto,
imprescindível para a formação de cidadãos participantes, socialmente
responsáveis e criativamente engajados em tornar a vida melhor para si e para
todos.
Como etapa final da Educação Básica, no Ensino Médio o jovem
deve, mais do que dominar conteúdos, aprender a se relacionar com o
conhecimento de forma ativa, construtiva e criadora. Para isso, o currículo do
Ensino Médio ancora-se nos seguintes princípios pedagógicos: identidade,
diversidade e autonomia, interdisciplinaridade e contextualização.
É no final do ensino médio, que o Ministério da Educação aplica
como avaliação o ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio, que tem como
principal objetivo, verificar as habilidades e competências dos estudantes, e
20
para que o mesmo tenha uma auto-avaliação de seu desempenho antes do
temido vestibular.
A LDB disponibiliza como uma etapa complementar à Educação
Básica, a Educação de Jovens e Adultos e a Educação Profissional.
“a educação de jovens e adultos será destinada
àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de
estudos no ensino fundamental e médio na idade
própria.
Os
sistemas
de
ensino
assegurarão
gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não
puderam
efetuar
os
estudos
na
idade
regular,
oportunidades educacionais apropriadas, consideradas
as
características
do
alunado,
seus
interesses,
condições de vida e de trabalho, mediante cursos e
exames”. (Brasil, 1996, MEC – LDB)
A educação escolar de jovens e adultos no Brasil compreende
ações de alfabetização, cursos e exames supletivos nas etapas de ensino
fundamental e médio, bem como processos de educação à distância
realizados via rádio, televisão ou materiais impressos. Embora a Constituição
assegure o ensino fundamental público e gratuito em qualquer idade, a oferta
de serviços de escolarização de jovens e adultos é reduzida, situando-se em
patamares muito inferiores à demanda potencial.
21
No entanto, a Educação de Jovens e Adultos, ao ser tratada como
parte do Ensino Fundamental, e ao deslocar o ensino supletivo como um
qualificativo e não mais um substantivo, possibilita, pelo menos, uma nova
leitura: a de que a educação de adultos traz uma especificidade própria,
considerando tratar-se de educandos que são portadores de múltiplos
conhecimentos.
Inclusive desafia a escola para aproveitamento e reconhecimento
destes saberes construídos em espaços não escolares, e que, por isso
mesmo, ela não pode ser considerada como uma simples reposição
condensada do ensino regular, idéia comum em relação ao ensino de
suplência.
“a educação profissional, integrada às diferentes
formas de educação, ao trabalho, à ciência e à
tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de
aptidões para a vida produtiva. O aluno matriculado ou
egresso do ensino fundamental, médio e superior, bem
como o trabalhador em geral, jovem ou adulto, contará
com
a
possibilidade
de
acesso
à
educação
profissional”. (Brasil, 1996, MEC – LDB)
A Educação Profissional é opcional e complementar à Educação
Básica, podendo ser cursada concomitante ou posteriormente à mesma.
22
Diante deste conceito, concluímos que a organização da educação
básica é flexível para atender aos jovens e adultos e os portadores de
necessidades educativas especiais.
CAPITULO II
AS NOVAS TECNOLOGIAS
“Educamos de verdade quando aprendemos com cada
coisa, pessoa ou idéia que vemos, ouvimos, sentimos,
tocamos, experienciamos, lemos, compartilhamos e
sonhamos; quando aprendemos em todos os espaços
em que vivemos na família, na escola, no trabalho, no
lazer, etc.
(José Manuel Moran)
23
Neste capítulo será abordado o tema das Novas Tecnologias,
mostrando os Conceito de Tecnologia, quais os Tipos de Tecnologia, a visão
da Informática como ferramenta Tecnológica e sua relação com a Educação
Básica.
2.1 Conceito de Tecnologia
A palavra Tecnologia é derivada da palavra grega techno - de
techné (Técnica), que significa arte ou habilidade, ou ainda uma melhor forma
e ou maneira de fazer, modificar ou transformar o ambiente natural social e
humano.
“uma técnica é produzida dentro de uma cultura, e uma
sociedade
encontra-se
condicionada
por
suas
técnicas”. (Levy, 1999, p.25)
Diante deste conceito, podemos dizer que as técnicas são
consideradas como as habilidades que o ser humano possui para desenvolver
algo dentro da sociedade ou cultura na qual ele vive.
Como a sociedade vai sofrendo modificações constantemente, o
homem vai transformando a sociedade e esta vai transformando o homem no
seu cotidiano do dia-a-dia.
24
Neste sentido, podemos conceituar a Tecnologia como os meios ou
recursos que serão utilizados para a realização e o desenvolvimento de uma
determinada técnica.
A tecnologia pode ser entendida como um sinônimo para solução,
solução esta que pode ser aplicada a um problema ou a um conjunto deles.
Uma tecnologia em geral, conduz a soluções mais próximas
possíveis daquilo que se pretende resolver, ou seja, cada vez mais próxima do
seu ideal. Razões pela quais até hoje não se conheceu uma tecnologia
definitiva, eis que ela se aproxima cada vez mais do seu ideal.
“Muitas vezes, enquanto discutimos sobre os possíveis
usos de uma dada tecnologia, algumas formas de usar
já se impuseram”. (Levy, 1999, p.26)
Esta realidade nos leva a concluir que não existe tecnologia
absoluta, completa ou definitiva, e mostra que sempre tem sido possível
alcançar soluções cada vez melhores, no sentido de serem mais próximas da
solução ideal de um problema.
“o
crescimento
do
ciberespaço
não
determina
automaticamente o desenvolvimento da inteligência
coletiva, apenas fornece a esta inteligência um
ambiente propício”. (Levy, 1999, p.29)
25
Neste sentido, concluirmos que o crescimento e avanço tecnológico
estão a cada segundo sendo modificado, e com ele também vai sendo
modificado o ciberespaço.
Levando-nos a refletir sobre a utilização destas
ferramentas tecnológicas, que para alguns, pode ser considerado como fácil
dominar uma determinada tecnologia, mas infelizmente o mesmo não se aplica
ao universo social e cultural como um todo.
A Tecnologia não causa mudanças apenas no que fazemos, mas
também em nosso comportamento, na forma como elaboramos conhecimentos
e no nosso relacionamento com o mundo
A educação, por exemplo, trabalha no universo da diversidade, das
individualidades,
das
subjetividades,
das
socializações.
E
estas
transformações sociais se processam rapidamente e a educação precisa
desse processo de mudança.
2.2 Tipos de Tecnologia
Como já vimos anteriormente, tecnologia são todos os recursos
utilizados para se empregar uma técnica, ou seja, podemos dizer que são os
meio que utilizamos.
26
Podemos definir como tipos de tecnologia, todos os recursos
materiais e meios nos quais poderão ser utilizados para desenvolvimento de
uma metodologia educacional ou social eficaz.
Quando falamos de tipos de tecnologia eficaz, imediatamente nosso
pensamento nos conduz a imagem do computador como um todo, porém
esquecemos que existem tecnologias antigas que sempre foram utilizadas, e
que, no entanto foram sendo substituídas por novas tecnologias, cada vez
mais avançadas.
“O correio ou o telefone organizam relações recíprocas
entre interlocutores, mas apenas para contatos de
indivíduo a indivíduo”. (Levy, 1999, p.63)
Dentre os vários tipos de tecnologia, podemos citar alguns meios de
comunicação. Os meios de comunicação são instrumentos que nos auxiliam a
receber ou transmitir informação. Dessa maneira, eles nos ajudam a nos
comunicar um com o outro.
Existem diversos meios de comunicação como, por exemplo, o
correio comum, o telefone, a televisão, o rádio, o jornal, a internet, etc.
Porém, a Internet é um novo recurso tecnológico de comunicação,
que vem se agregando a uma longa lista de transmissão de voz e imagem, e
que também possibilita comunicarmos através de vários meios, como o chat, o
blog e o fotolog, msn, etc. Com isto, foi se modificando na sociedade a
utilização do telégrafo, telex, o fax, além dos outros citados anteriormente.
27
Todos estes tipos de tecnologia citados poderão ser empregados no
campo da Educação Básica, além das mídias (som e imagens), o vídeocassete, lousa, retroprojetor, quadro negro ou branco, giz, livros, carteira, ar
condicionado, jornais, revistas, dentre inúmeros outros meios.
No entanto, o computador com os seus mais altos recursos de
software e hardware, vem fazendo com que todos estes tipos tecnologias
sejam cada vez mais arquivados na memória da nossa sociedade e cultura.
Diante da evolução e crescimento tecnológico, à partir dos anos
80, as escolas começaram a ser equipadas por um vasto recurso tecnológico
como laboratórios de informática, Tv-escola, vídeo-escola, etc. E todo este
aparato tecnológico foi sendo inserido com o objetivo de ensinar, apoiadas em
máquinas, para melhorar as práticas pedagógicas.
2.3 A Informática como ferramenta Tecnológica
“A
informática
representa
a
possibilidade
de
armazenar, organizar e processar uma quantidade
enorme de informação num espaço ínfimo e numa
velocidade
que
revolucionando
máquinas – de
2003, p.36)
a
praticamente
elimina
o
tempo,
capacidade
humana
–
e
das
trabalhar com a informação”. (Sorj,
28
Ao contrario do que muitos imaginam, a informática é um dos mais
antigos recursos tecnológicos que vem cada vez mais se desenvolvendo com
todos os seus mais altos recursos de software (programas) e hardware
(máquinas), que a cada dia vem sendo substituídos por outros cada vez mais
potentes e eficazes.
“Os
primeiros
computadores
(calculadoras
programáveis capazes de armazenar os programas)
surgiram na Inglaterra e nos Estados Unidos em 1945.
Por muito tempo reservados aos militares para cálculos
científicos, seu uso civil disseminou-se durante os anos
60. Já nessa época era previsível que o desempenho
do hardware aumentaria constantemente”. (Levy, 1999,
p.31)
Os computadores daquela época eram grandes máquinas que
funcionavam para efetuar cálculos científicos, estatísticas e tarefas de
gerenciamentos das grandes empresas. Eram muitos frágeis e necessitavam
ficar isoladas e bastante refrigeradas.
Por volta dos anos 70, houve a virada fundamental. Foram
desenvolvidos e comercializados os microcomputadores, onde os transistores
foram substituídos pela tecnologia de circuitos integrados (associação de
transistores em pequena placa de silício). Além deles, outros componentes
eletrônicos foram miniaturizados e montados num único CHIP, que já
29
calculavam em monos segundos e as informações eram armazenadas em
pequenos chips eletrônicos.
A partir daí, dizemos que os computadores entraram na sua quarta
geração. Encontram-se nesta geração os que caracterizam-se por circuitos
integrados em longa escala, LSI ( produzidos pela Intel ). O processo de
miniaturização continuou e foram denominados por escalas de integração dos
circuitos integrados.
Já no final de 75, entramos na quinta geração e as aplicações para
eles são muito especiais e incluem laboratórios e centro de pesquisa
aeroespacial como a NASA, empresas de altíssima tecnologia, produção de
efeitos e imagens computadorizadas de alta qualidade, entre outros. Eles são
os mais poderosos, mais rápidos e de maior custo.
“Do ponto de vista do equipamento, a informática reúne
técnicas
que
(entrada),
permitem
armazená-la
digitalizar
a
(memória),
informação
tratá-la
automaticamente, transportá-la e colocá-la à disposição
de um usuário final, humano ou mecânico (saída)”.
(Levy, 1999, p.33)
Com
a
evolução
destes
equipamentos,
também
surge
o
desenvolvimento de diversos dispositivos e aplicativos necessários para o
perfeito funcionamento dos mesmos, no qual definiremos alguns:
30
MEMÓRIA = chamamos de memória, os dispositivos onde são
armazenadas as informações. Estas informações podem ser gravadas ou
armazenadas em discos magnéticos, cartões perfurados, fitas magnéticas,
discos óticos, circuitos eletrônicos, cartões com chip, etc. Seus avanços tem
vem evoluindo desde o início da informática para uma direção de maior
capacidade de armazenamento, e conseqüentemente o seu tamanho também
vem cada vez mais diminuindo.
INTERFACES = O conceito de Interface se expressa pela presença
de uma ou mais ferramentas para o uso e movimentação de qualquer sistema
de informações, seja ele material, seja ele virtual. Pode significar um circuito
eletrônico que controla a interligação entre dois dispositivos hardwares e os
ajuda a trocar dados de maneira confiável.
PROGRAMAS/SOFTWARE = Um programa de computador é uma
coleção de instruções que descrevem uma tarefa a ser realizada por um
computador. O termo pode ser uma referência ao código fonte, escrito em
alguma linguagem de programação, ou ao arquivo que contém a forma
executável deste código fonte.
A partir dos mais diversos e variados programas/software e de
diversas interfaces, é que podemos digitalizar uma informação, um som, uma
imagem e estes são codificados digitalmente, podendo ser transmitidas,
copiadas sem a perda de sua qualidade.
31
“O computador, então, não é apenas uma ferramenta a
mais para a produção de textos, sons e imagens, é
antes de mais nada um operador de virtualização da
informação”. (Levy, 1999, p.55)
Com o avanço e aumento dos computadores, novos programas e
sistemas cada vez mais desenvolvidos com características cada vez mais
complexas e juntamente a este crescimento, se desenvolve uma outra área: a
área de redes eletrônicas e juntamente com ela, surge a rede mundial de
computadores.
Foi no início dos anos 90, que foi elaborada uma forma de acesso a
documentos via rede de computadores interna ou remota e no final dos anos
90, os protocolos e métodos criados começavam a ser utilizados, surgindo
assim a WWW (World Wide Web), ou apenas Web. A Web foi criada seguindo
uma arquitetura com padrões abertos e independentes no topo da Internet e
com isto, incorporou as características de ser um ambiente distribuído e de
multiplataformas.
A internet é uma rede de computadores baseadas em protocolos,
que é a linguagem de mais baixo nível, nas quais transitam as informações que
são trocadas entre os computadores.
“A cada minuto que passa, novas pessoas passam a
acessar
a
Internet,
novos
computadores
são
interconectados, novas informações são injetadas na
rede. Quanto mais o ciberespaço se amplia, mais ele
32
se torna ‘universal’, e menos o mundo informacional se
torna totalizável”. (Levy, 1999, p.111)
A internet mudou o ritmo da comunicação, possibilitando o envio de
mensagens simultaneamente a um número de pessoas em qualquer lugar do
mundo, facilitou a enorme localização da informação, passou a concentrar um
acervo cultural digitalizável.
Pessoas sem conhecimento de programação podem usar as
funções de correio eletrônico, participar de conferências, ou até mesmo
consultar hiperdocumentos dentro de uma mesma rede, bastando saber clicar
nos botões os escolher os menus corretos.
“Aprendizagens permanentes e personalizadas através
da navegação, orientação dos estudantes em um
espaço
do
saber
flutuante
e
destotalizado,
aprendizagens cooperativas, inteligência coletiva no
centro de comunidades virtuais, desregulamentação
parcial dos modos de reconhecimento dos saberes,
gerenciamento dinâmico das competências em tempo
real ... esses processos sociais atualizam a nova
relação com o saber”. (Levy, 1999, p.111)
Com a utilização de todos estes recursos tecnológicos que a
Informática nos oferece, poderemos enriquecer a gama de atividades dentro
da nossa Educação Básica, como meios de desenvolvimento metodológico,
para o trabalho com alunos no que diz respeito ao “ensinar estudar” e ainda
gerar um maior interesse pelas aulas.
33
Além da Internet, existem vários softwares educativos, CD-ROMs
com imagens e simulações realistas e detalhadas, que também poderão ser
disponibilizadas. Gravações digitalizadas e discursos históricos, jogos, software
de cenários para que os alunos entendam como funciona um negócio.
Todas essas evoluções socioculturais e tecnológicas do mundo
atual geram incessantes mudanças nas organizações e no pensamento
humano, revelando um novo universo no cotidiano das pessoas. Isso exige
independência,
criatividade
e
autocrítica
na
obtenção e
seleção de
informações, assim como na construção do conhecimento.
O uso dos recursos computacionais possibilita a sistematização, a
busca de informações e a construção de produtos porque o computador
facilita, o tratamento da informação, permite a correção de erros de forma
incansável, dispõe de recursos para a documentação da produção e fornece o
feedback para quem está produzindo os materiais. Isso facilita o acesso à
pesquisa e a troca de idéias, o que possibilita a construção do conhecimento
em conjunto.
A
informática,
como
recurso
tecnológico
no
processo
de
aprendizagem, pode acontecer de duas formas: com a função de tornar mais
fáceis as rotinas de ensinar e aprender, que nesse caso, o computador é
utilizado como máquina de ensinar, repetindo, portanto, os mesmos esquemas
do ensino tradicional;
e com a função de organizar os ambientes de
aprendizagem nos quais os alunos são encorajados para resolverem situações
34
problema, e o professor tanto identifica e respeita o estilo de pensamento de
cada um, quanto os convida a refletirem sobre o seu pensar.
Neste sentido concluímos que a informática vem adquirindo cada
vez mais relevância no cenário educacional. Sua utilização como instrumento
de aprendizagem e sua ação no meio social vêm aumentando de forma rápida
entre nós. Por isso, a educação vem passando por mudanças estruturais e
funcionais frente a essa nova tecnologia.
35
CAPITULO III
TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO
“Antes de ensinar alguém a ler, tem-se que lhe ensinar
a ler o mundo ...”.
(Paulo Freire)
Neste capítulo abordaremos o tema da Tecnologia e Educação,
onde faremos um breve histórico sobre a Tecnologia na Aprendizagem, o
Conhecimento e Interatividade, e também a Sala de Aula Interativa.
3.1 Tecnologia na Aprendizagem
“Conhecer e aprender o processo da aprendizagem
tornou-se um grande desafio para os educadores.
36
Atualmente
interações
psicológicos,
é
necessário
perpassam
sociais,
compreender
por
e
aspectos
o
que
as
biológicos,
ambiente
dessa
especificidade e a sala de aula, porque este espaço
está sendo dessacralizado pela relevância das novas
tecnologias no desenvolvimento do comportamento dos
aprenderes. É preciso, portanto, recodificar esse lugar
de forma a promover maior convergência dessas
tecnologias como interfaces possíveis de manutenção
das aprendizagens”. (Relvas, 2008, p.9)
A tecnologia na aprendizagem está afinada com o universo lúdico da
criança. Da mesma forma que é compelida a se concentrar nas brincadeiras
propostas pelos games, e de cuja concentração depende a vitória ante o
desafio proposto. A receita adotada nos programas com fins pedagógicos
também exige da criança o seu completo envolvimento.
Neste sentido, para alcançar o seu objetivo, o pedagogo lança mão
daquilo que é mais latente no ser humano, ou seja, a sua tendência natural
para a competição. No entanto, o faz de modo salutar e construtivo.
“... memória tem sua origem etimológica no latim e
significa a faculdade de reter e/ou readquirir idéias,
imagens, expressões e conhecimento. É o registro de
experiências e fatos vividos e observados, podendo ser
resgatados quando preciso. Isso faz com que a
memória seja a base da aprendizagem, pois com as
experiências que possuímos armazenadas na memória,
37
temos
a
oportunidade
comportamento.
Ou
seja,
de
a
mudar
o
aprendizagem
nosso
é
a
aquisição de novos conhecimentos e a memória é a
fixação
ou
retenção
desses
conhecimentos
adquiridos”. (Relvas, 2008, p.52)
Por isso, vale dizer, que uma nova maneira de produzir
conhecimento vem se instalando com o computador e as mais avançadas
tecnologias, colocando a possibilidade de aprender fazendo.
Uma mudança qualitativa no processo de ensino-aprendizagem
acontece quando conseguimos integrar dentro de uma visão inovadora todas
as tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, musicais,
lúdicas e corporais.
Este tema também nos chama a atenção para o uso conveniente
dos instrumentos que a tecnologia tem oferecido para a educação, no que se
inclui um acompanhamento contínuo do desenvolvimento dos recursos.
Por isso, cabe à escola buscar da mesma fonte os meios para
discernir o seu papel enquanto pólo de referência de formação, organização e
disseminação do conhecimento, não com a disposição somente de usufruir as
novas tecnologias, mas, também, de se remodelar administrativa e
pedagogicamente, quando necessário for, e a cada etapa conseguir enfrentar
os novos desafios que lhe serão apresentados sempre.
38
Para todos esses desafios será também exigido que o professor se
aproprie de novas competências para fazer bom uso destas tecnologias e à
escola cabe enfrentar esses novos desafios.
3.2 Conhecimento e Interatividade
A construção de habilidades e competências desde a escola tem
sido apontada como de fundamental importância para a formação com
qualidade dos indivíduos.
Cada aprendizado além de preparar para etapas subseqüentes do
currículo escolar deverá contribuir para que o aluno seja capaz de mobilizar
suas aquisições escolares fora da escola, em situações diversas, complexas e
imprevisíveis.
“... As novas tecnologias interativas renovam a
relação do usuário com a imagem, com o texto, com
o conhecimento.
São de fato um novo modo de
produção do espaço virtual e temporal mediado.
Elas permitem o redimensionamento da mensagem,
da emissão e da recepção”. (Silva, 2002, p.11)
Como
o
avanço
tecnológico
de
maior
repercussão
foi
o
desenvolvimento dos ambientes telemáticos, foi através dele também que a
39
informação sob o formato digital pode ser compartilhada por um número de
usuários tão grande. E com isto, aumentou a extensão do atendimento e
conexões, e a capacidade de processamento dos gerenciadores das redes.
Entretanto, a palavra compartilhar não é suficiente para que se
possa avaliar o potencial desses ambientes.
Neles, os usuários podem
interagir a ponto de construir, concomitantemente, produtos de informação,
textos, sejam eles pictóricos, alfanuméricos, sonoros ou um amálgama desses.
“... interatividade [...] buscaram expressar a novidade
comunicacional de que o computador ‘convencional’ é
macro paradigmático, diferente da televisão monológica
e emissora. A passagem dos velhos computadores
movidos por complicadas linguagens de acessos
alfanuméricas para os atuais, onde se ‘clica’ com um
mouse e abrem-se ‘janelas’ múltiplas, móveis, ‘em
cascata’ na tela do monitor, permitindo ao usuário
adentramento e manipulação fáceis, foi certamente,
determinante para formulação do termo interatividade ”.
(Silva, 2002, p.14)
Interatividade é um conceito que quase sempre está associado às
novas mídias de comunicação. A Interatividade pode ser definida como uma
medida do potencial de habilidade de uma mídia permitir que o usuário exerça
influência sobre o conteúdo ou a forma da comunicação mediada.
40
Porém ainda há a perspectiva sociológica do termo que seria: “a
relação entre duas ou mais pessoas que, em determinada situação, adaptam
seus comportamentos e ações uns aos outros”.
A interatividade portanto, nada mais é do que a troca de
informações e conhecimentos constantes entre pessoas, podendo ocorrer
entre alunos e professores, alunos com alunos e até mesmo por comunidades
em busca de meios de maior interação, levando ao conhecimento coletivo.
3.3 A Sala de Aula Interativa
“... A sala de aula interativa seria o ambiente em que o
professor interrompe a tradição do falar/ditar, deixando
de identificar-se com o contador de histórias, e adota
uma postura semelhante a do designer de software
interativo”. (Silva, 2002, p.23)
Os espaços de aprendizagem não se restringem mais à relação
fechada entre professores e alunos em sala de aula, a tecnologia traz uma
nova forma de se fazer educação a partir de informações disponíveis no
ciberespaço.
Nesse contexto, as comunidades virtuais surgem como uma nova
modalidade de ensino, onde a aquisição de conhecimento acontece de forma
horizontal, ou seja, a oportunidade de intercâmbio de informações pode
41
acontecer principalmente de alunos para alunos, pois o conhecimento está à
disposição de todos, podendo, assim, acontecer uma participação efetiva de
todos para todos.
De forma que aquela visão tradicional de ensino, em que o professor
é quem transmite o conhecimento e o aluno recebe passivamente cai por terra,
e têm-se agora alunos e professores que colaboram dinamicamente para a
produção de conhecimentos.
“... O aluno, por sua vez, passa de espectador passivo
a ator situado num jogo de preferências, de opções, de
desejos, de amores, de ódios e de estratégias,
podendo ser emissor e receptor no processo de
intercompreensão. E a educação pode deixar de ser
um produto para ser tornar processo de troca de ações
que cria conhecimento e não apenas o reproduz”.
(Silva, 2002, p.23)
É importante destacar também, o tema: “Sala de Aula Interativa”.
Pois atualmente, as tecnologias de comunicação e informação transformam o
nosso cotidiano permanentemente, e não se tem mais a confiança do saber
atualizado, não há mais como pensar em conhecimento como certezas ou
verdades que durem para sempre.
Cada vez mais, novas informações chegam muito rápidas e o
professor deve estar atualizado, e esse atualizar-se, deverá ocorrer com
42
extraordinária agilidade, através da aprendizagem constante em várias áreas
do conhecimento.
Deve-se procurar saber de tudo um pouco, pois as informações
deslocam-se velozmente por todo o mundo e as pessoas bem informadas
acompanham intensamente essas alterações.
Dessa forma o professor que não atualiza constantemente seus
conhecimentos, conseqüentemente não conseguirá estabelecer um ambiente
harmonioso para a produção do conhecimento nas aulas que ministra.
O professor tem um grande leque de opções metodológicas, de
possibilidades de organizar sua comunicação com os alunos, de introduzir um
tema,
de
trabalhar
com
os
alunos
presencial
e
virtualmente,
e
conseqüentemente, de avaliá-los.
Partindo desta opinião, é fundamental que cada docente procure
encontrar uma forma mais adequada de integrar as várias tecnologias e
procedimentos metodológicos. Mas também é importante que se ele se amplie,
e que aprenda a dominar as formas de comunicação interpessoal, grupal e as
de comunicação audiovisual e telemática.
E aliado ao computador como uma ferramenta tecnológica e
importante para a produção de conhecimento, este docente pode criar uma
43
página pessoal na Internet, como espaço virtual de encontro e divulgação, um
lugar de referência para cada matéria e para cada aluno.
No entanto, a página pessoal torna-se importante como referência
virtual, e como ponto de encontro permanente entre ele e os alunos. Podendo
até mesmo ser aberta a qualquer pessoa ou só para os alunos, dependendo
de cada situação vivenciada, ampliando o alcance do trabalho do professor, de
divulgação de suas idéias e propostas, ou até mesmo de contato com pessoas
fora da escola.
Para alcançar o objetivo de uma “Sala de Aula Interativa”, é
fundamental que professores e alunos tenham um espaço, além do presencial,
de encontro e visibilização virtual, para que a sala de aula seja também uma
troca de conhecimentos , permitindo que o aluno também faça por si mesmo.
44
CONCLUSÃO
Dentro da realidade da Educação Básica no Brasil, foram
apresentados os seus conceitos e a divisão de suas etapas como Educação
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. E que tem como etapa
complementar da Educação Básica, a Educação de Jovens e Adultos e a
Educação Profissional.
Verificamos que na Educação Infantil, a criança vive uma das mais
complexas fases do desenvolvimento humano, tanto em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, como no complemento da ação familiar e da
comunidade, qualificando as condições oferecidas pelo ambiente e pelos que a
cercam.
Já no Ensino Fundamental, percebemos que esta é a fase de alto
desempenho cognitivo da criança, neste período podemos construir novas
formas de perceber e compreender o mundo, sendo fundamental para a
formação infantil em seus laços afetivos e sociais.
E é no Ensino Médio, que o jovem deve, mais do que dominar
conteúdos, aprender a se relacionar com o conhecimento de forma ativa,
construtiva e criadora, de forma que o seu currículo nos princípios pedagógicos
45
da
identidade,
diversidade
e
autonomia,
interdisciplinaridade
e
contextualização.
Concluímos
que
o
crescimento
e
avanço
tecnológico
são
modificados constantemente, e com ele também vai sendo modificado o
ciberespaço.
Levando-nos a refletir sobre a utilização destas ferramentas
tecnológicas tanto no campo social como educacional.
O computador com os seus mais altos recursos de software e
hardware, vem fazendo com que outras tecnologias sejam cada vez mais
arquivadas na memória da nossa sociedade e cultura.
Através da informática, surgiram as redes, e com ela a internet, que
veio modificar o ritmo da comunicação onde mensagens podem ser enviadas
simultaneamente a um número de pessoas em qualquer lugar do mundo,
facilitando também a enorme localização da informação.
Através destes recursos tecnológicos que a Informática nos oferece,
podemos enriquecer as atividades dentro da Educação Básica, como meios
de desenvolvimento metodológico. Incentivando o aluno a “ensinar estudar” e
ainda gerar um maior interesse pelas aulas, possibilitando à sistematização, a
busca de informações, a construção de produtos e facilitando o acesso à
pesquisa e a troca de idéias, tornando a construção do conhecimento em
conjunto.
46
No processo de aprendizagem, ela ainda tem a função de tornar
mais fáceis as rotinas de ensinar e aprender, e com a função de organizar os
ambientes de aprendizagem nos quais os alunos são encorajados para
resolverem situações problema, e o professor tanto identifica e respeita o estilo
de pensamento de cada um, quanto os convida a refletirem sobre o seu
pensar.
Concluímos que a informática vem adquirindo cada vez mais
relevância no cenário educacional. Sua utilização como instrumento de
aprendizagem e sua ação no meio social vem aumentando de forma rápida
entre nós. Por isso, a educação vem passando por mudanças estruturais e
funcionais frente a essa nova tecnologia.
Porém cabe à escola buscar os meios para discernir o seu papel
enquanto pólo de referência de formação, organização e disseminação do
conhecimento. Não apenas usufruindo as novas tecnologias, mas de se
remodelar administrativa e pedagogicamente.
Também será necessário que o professor se aproprie de novas
competências para fazer bom uso destas tecnologias, deve estar atualizado, e
isto deverá ocorrer com extraordinária agilidade, através da aprendizagem
constante em várias áreas do conhecimento, e à escola deverá enfrentar esses
novos desafios.
47
Verificamos que com o desenvolvimento dos ambientes telemáticos,
a informação sob o formato digital pode ser compartilhada aumentando as
conexões, e a capacidade de processamento dos gerenciadores das redes.
Concluímos que a interatividade é a relação entre duas ou mais
pessoas que, em determinada situação, adaptam seus comportamentos e
ações uns aos outros. Que os espaços de aprendizagem não se restringem
mais a professores e alunos em sala de aula, a tecnologia traz uma nova forma
de se fazer educação a partir de informações disponíveis no ciberespaço.
Também
com
as
comunidades
virtuais
surgem
uma
nova
modalidade de ensino, onde a oportunidade de intercâmbio de informações
pode acontecer principalmente de alunos para alunos, pois o conhecimento
está à disposição de todos, podendo, acontecer uma participação de todos
para todos.
E finalmente, para se alcançar o objetivo de uma “Sala de Aula
Interativa”, professores e alunos precisam ter um espaço, além do presencial
de encontro e que a sala de aula seja uma ampla troca de conhecimentos,
permitindo que o aluno também faça por si mesmo.
48
ANEXOS
49
50
51
BIBLIOGRAFIA
- LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
- SORJ, B. [email protected]. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.
- CASTELLS, M. Sociedade em Rede. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra,
2000. p. 39-66.
- RELVAS, M. Fundamentos Biológicos da Educação. Rio de Janeiro: Walk,
2008.
- SILVA, M. Sala de Aula Interativa. Rio de Janeiro, 2002
-AYRES, M.A.L.F.A. Como Produzir uma monografia passo a passo ... siga
o mapa da mina. Rio de Janeiro: Walk
WEBGRAFIA
http://portal.mec.gov.br 06/12/2008 – 08:59
http://www.scielo.br/pdf/es/v23n80/12929.pdf , 06/12/2008 - 09:21
http://pt.wikipedia.org/wiki/Interface , 08/01/2009 - 12:18
http://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_de_computador, 08/01/2009 – 12:25
http://www.ufpel.tche.br/prg/sisbi/bibct/acervo/info/2000/Mono-Kerlan.pdf
08/01/2009 - 12:50
http://pt.wikipedia.org/wiki/Interatividade, 08/01/2009 – 18:43
52
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA
4
RESUMO
5
METODOLOGIA
6
SUMÁRIO
7
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO I
(EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL)
11
1.1 – Conceito de Educação Básica
11
1.2 – Etapas da Educação Básica
14
CAPÍTULO II
(AS NOVAS TECNOLOGIAS)
23
2.1 – Conceito de Tecnologia
23
2.2 – Tipos de Tecnologia
26
2.3 – A informática como ferramenta Tecnológica
28
CAPÍTULO III
(TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO)
36
3.1 – Tecnologia na Aprendizagem
36
3.2 – Conhecimento e Interatividade
39
3.3 – A Sala de Aula Interativa
41
CONCLUSÃO
45
ANEXOS
49
BIBLIOGRAFIA / WEBGRAFIA
52
ÍNDICE
53
53
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
Título da Monografia: O EMPREGO DAS NOVAS TECNOLOGIAS COMO
FERRAMENTA PARA EDUCAÇÃO BÁSICA
Autor: LEONORA MARIA DA SILVA PRATA
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