UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O EMPREGO DAS NOVAS TECNOLOGIAS COMO FERRAMENTA PARA EDUCAÇÃO BÁSICA Por: Leonora Maria da Silva Prata Orientador Profa. Adélia Araújo Rio de Janeiro 2009 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O EMPREGO DAS NOVAS TECNOLOGIAS COMO FERRAMENTA PARA EDUCAÇÃO BÁSICA Apresentação Candido de Mendes monografia como à requisito Universidade parcial para obtenção do grau de especialista em Tecnologia Educacional. Por: Leonora Maria da Silva Prata 3 AGRADECIMENTOS .... à Deus, aos professores, aos amigos e parentes, e a todos que de alguma forma contribuíram para a conclusão deste trabalho ...... 4 DEDICATÓRIA ..... dedico este trabalho aos meus pais e minha avó, meu esposo Cláudio, minha filha Thayssa, meus irmãos e a todos os amigos que torceram e me deram força para esta realização ....... RESUMO 5 A introdução deste trabalho procura mostrar o emprego das novas tecnologias como ferramenta para a Educação Básica, mostrando que ela vem estando presente em quase todos os estudos. E que têm se dedicado a analisar as condições da educação atual com o objetivo de melhorar as perspectivas para um novo tempo marcado por essas novas transformações. Em seus capítulos apresentamos como se compõe a educação básica no Brasil. Mostrando os conceitos da Educação Básica e suas etapas. Mostramos também as Novas Tecnologias, abrangendo os seus conceitos, os vários tipos de Tecnologia e a utilização da Informática como ferramenta Tecnológica a ser utilizada. E finalmente fazemos uma abrangência sobre o tema Tecnologia e Educação, quando abordamos o tema da Tecnologia na Aprendizagem, como se forma o Conhecimento e a Interatividade e como pode ser constituída uma Sala de Aula Interativa. Na conclusão procuramos mostrar como todos estes conceitos vêm se concretizar, utilizando a informática como ferramenta tecnológica no ambiente educacional. METODOLOGIA 6 A pesquisa básica de caráter exploratório terá como ferramenta para coleta de dados, os textos de Pierre Levy (Cibercultura), Bernardo Sorj ([email protected]), Manuel Castells (Sociedade em Rede), Marta Relvas (Fundamentos Biológicos da Educação), Marco Silva (Sala de Aula Interativa), além dos artigos acadêmicos do campo da educação disponíveis na Web. SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 7 CAPÍTULO I - EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL 11 1.1 – Conceito de Educação Básica 1.2 – Etapas da Educação Básica CAPÍTULO II - AS NOVAS TECNOLOGIAS 23 2.1– Conceito de Tecnologia 2.2– Tipos de Tecnologia 2.3– A Informática como ferramenta Tecnológica CAPÍTULO III – TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO 36 3.1– Tecnologia na Aprendizagem 3.2– Conhecimento e Interatividade 3.3– A Sala de Aula Interativa CONCLUSÃO 45 ANEXOS 49 BIBLIOGRAFIA / WEBGRAFIA 52 ÍNDICE 53 FOLHA DE AVALIAÇÃO 54 INTRODUÇÃO O emprego das novas tecnologias como ferramenta para a Educação Básica está presente em quase todos os estudos que têm se dedicado a 8 analisar as condições da educação atual, objetivando as perspectivas para um novo tempo marcado por essas novas transformações. Neste trabalho, procura-se analisar qual o impacto dos avanços tecnológicos sobre a Educação. Mostra que estes avanços vêm de uma forma geral, influenciando na sociedade como um todo. Novas tecnologias vêm surgindo a cada dia, desde mídias de alta capacidade, à equipamentos e ferramentas de estudos e pesquisa. E com a adoção dessas novas tecnologias o ambiente escolar fica mais interativo e o professo se vê obrigado a modificar sua postura e inclusive o seu planejamento de aula. Aula de informática deixou de ser o único investimento das escolas de tecnologia, em muitas escolas hoje o computador está sendo utilizado para aprendizagem de conteúdos de todas as disciplinas. Com estas inovações tecnológicas, muitas escolas da rede municipal de ensino desta cidade vêm tendo dificuldades de como articular com professores, de diferentes formações e ideologias, a trabalhar com os alunos o “ensinar a estudar”. E ainda, o desafio de como gerar no aluno o interesse pelas aulas. Por outro lado, sabe-se que, apesar do professor precisar englobar todas as fases da tecnologia, a instituição de ensino tenta contribuir para que o educador passe a apropriar-se cada vez mais desse processo tecnológico, a fim de que possa se fortalecer e ampliar os seus métodos de ensino. Torna-se urgente discutir uma educação escolar protagonista na sociedade da informação, potencializando essas transformações em instrumento de construção do conhecimento dos alunos, sabendo que o conhecimento é construído na interação do sujeito com o seu meio e tudo que está a seu redor. 9 Torna-se essencial, também avaliar algumas formas de aplicação destas tecnologias no tocante ao ensino do educador em determinada instituição escolar, envolvendo suas formas de aplicações e pautado em referenciais de diversos especialistas no tema. Apresenta ou discute as características e o impacto das tecnologias modernas na educação. O primeiro capítulo, apresenta uma abordagem para o conhecimento e o desenvolvimento da educação no Brasil, tanto na escola particular quanto na pública. Após a abordagem sobre a educação, o segundo capítulo vem mostrar novas tecnologias, os seus conceitos e utilização da informática como ferramenta tecnológica. O capítulo terceiro ressalta a Tecnologia e a Educação, mostrando como se desenvolve a capacidade humana do “saber”, o conhecimento através da interatividade e a sala de aula interativa, onde o professor aplique seu conhecimento e faça o educando participar ativamente das aulas, conduza a bons resultados e estratégias metodológicas e utilize as ferramentas como meio de ensino. Este trabalho considera-se um caminho para repensar a interatividade na sala de aula, a modificação da postura do professor na sala de aula e o seu planejamento escolar, a utilização do computador para aprendizagem de conteúdos disciplinares, as dificuldades de articulação do professor de diferentes formações, o trabalho com os alunos no “ensinar a estudar” e o interesse pelas aulas. 10 CAPITULO I EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL 11 “Educação engloba ensinar e aprender. E também algo menos tangível, conhecimento, mas bom mais profundo: julgamento e passar o sabedoria. A educação tem nos seus objetivos fundamentais a passagem da cultura de geração para geração”. (Autor desconhecido) Este capítulo tem como objetivo, mostrar a realidade da Educação Básica no Brasil, trazendo uma visão geral dos conceitos da Educação Básica e mostrando como estão divididas as suas etapas. 1.1 Conceito de Educação Básica A educação básica no Brasil ganhou contornos bastante complexos nos anos posteriores à Constituição Federal de 1988 e, sobretudo, nos últimos anos. A Constituição Federal de 1988, no capítulo próprio da educação, criou as condições para que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, assumisse esse conceito já no § único do art. 11 ao assinalar a possibilidade de o Estado e os municípios se constituírem como um sistema único de educação básica. 12 A LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, em seu art. 1º nos fala: “A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais”. (Brasil, 1996, MEC – LDB) Partindo deste conceito, temos a consciência de que a Educação está cada vez mais inserida na sociedade e consequentemente na vida infantil. O conceito de educação básica foi ampliado a partir desta LDB, pois a lei anterior estabelecia como básico o ensino chamado de primeiro grau. Dessa forma, a nova lei considera como básica para um cidadão a formação que engloba uma educação básica fundamental obrigatória de oito ou nove anos contínuos e uma educação básica média, progressivamente obrigatória, de três anos. A LDB considera que a educação infantil corresponde ao ensino realizado em creches e pré-escolas, o ensino fundamental corresponde ao antigo “primeiro grau” e o ensino médio ao antigo “segundo grau” (separado da formação profissional). No entanto, a educação básica é um conceito, definido no art. 21 da LDB como um nível da educação nacional e que congrega, articuladamente, as 13 três etapas que estão sob esse conceito: a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio. E em seu art. 22, a LDB estabelece os fins da educação básica: “a educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecerlhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”. (Brasil, 1996, MEC – LDB) A nova LDB instaurou o conceito de educação básica como direito da cidadania e dever do Estado cobrindo três etapas seqüenciais da escolarização: a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio. E os recursos vinculados devem ser voltados para a manutenção e o desenvolvimento da educação. Outro ponto é a focalização da política educacional no ensino fundamental gratuito, obrigatório, presencial, na faixa etária de 7 a 14 anos. Como se sabe a focalização é um modo de priorizar uma etapa do ensino cujo foco pode significar o recuou, o amortecimento ou o retardamento quanto à universalização de outras etapas da educação básica e a sua sustentação por meio de recursos suficientes. 14 Com isto concluímos que a educação básica compreende a etapa da educação, desde a creche e pré-escola até a conclusão do ensino médio ou formação profissionalizante, na faixa etária compreendida entre 0 a 14 anos. 1.2 Etapas da Educação Básica No que diz respeito às etapas da educação básica, a LDB em seu art. 23 nos diz: “a educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar” (Brasil, 1996, MEC – LDB) Neste sentido, verificamos que a educação básica é basicamente composta pelas etapas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, nas quais serão identificadas a seguir: EDUCAÇÃO INFANTIL 15 A Educação Infantil, parte integrante da Educação Básica, é uma das áreas educacionais cuja demanda tem sido crescente. “a educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”. (Brasil, 1996, MEC – LDB) Partindo deste conceito, e já que a Educação Infantil tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, ela será portanto oferecida em creches e pré-escolas da rede pública ou privadas de ensino. Nesta fase, a criança viverá uma das mais complexas fases do desenvolvimento humano em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade, que será tanto mais rica, quanto mais qualificadas as condições oferecidas pelo ambiente e pelos adultos que a cercam. Assim, para formar uma criança saudável e desenvolver sua capacidade de aprender a aprender, sua capacidade de pensar e estabelecer as bases para a formação de uma pessoa ética capaz de conviver num ambiente democrático, é necessário o desenvolvimento de atividades que 16 envolvam um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores adequados a cada faixa etária. A forma de avaliação, nesta fase dar-se-á mediante o acompanhamento e registro do desenvolvimento sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. ENSINO FUNDAMENTAL “o ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e gratuito na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão”. (Brasil, 1996, MEC – LDB) O ensino fundamental é uma das etapas da educação básica no Brasil. Sendo a matrícula é obrigatória para todas as crianças com idade entre 06 e 14 anos. A obrigatoriedade da matrícula nessa faixa etária implica na responsabilidade conjunta dos pais ou responsáveis, pela matrícula dos filhos; do Estado pela garantia de vagas nas escolas públicas; da sociedade, por fazer valer a própria obrigatoriedade. Tem duração de 09 (nove) anos, iniciando-se aos 06 (seis) anos de idade. Tem por objetivo a formação básica do cidadão, observando o desenvolvimento da capacidade de aprender, a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em 17 que se fundamenta a sociedade, o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social Atualmente, medidas legais estabeleceram que os alunos de 06 anos de idade já deverão estar matriculados no ensino fundamental, seja na rede pública ou privada. Não é a toa que esse período é chamado de fundamental. Esta é a fase de alto desempenho cognitivo na criança, é o período ideal para a construção de novas formas de perceber e compreender o mundo. É também fundamental para a formação infantil em seus laços afetivos e sociais. É, portanto importante que os pais estejam atentos, tanto nessa etapa quanto na anterior, ao tipo de escola e educação que querem para seus filhos. O ensino fundamental possui uma organização convencional que acaba caracterizando-o em dois ciclos. O primeiro que corresponde aos primeiros cinco anos, é desenvolvido, usualmente, em classes com um único professor regente. O segundo ciclo corresponde aos anos finais, nos quais o trabalho pedagógico é desenvolvido por uma equipe de professores especialistas em diferentes disciplinas. 18 Nos primeiros anos, as crianças e adolescentes são estimulados através de atividades lúdicas, jogos, leituras, imagens e sons, principalmente no primeiro nível. Através dos vários processos pedagógicos, busca-se conduzir a criança ao conhecimento do mundo pessoal, familiar e social. Nos anos finais, os adolescentes aprofundam os conhecimentos adquiridos no ciclo anterior e iniciam os estudos das matérias que serão a base para a continuidade no ensino médio ENSINO MÉDIO “o ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, tem como finalidades: a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento fundamentos crítico; a compreensão científico-tecnológicos dos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina”. (Brasil, 1996, MEC – LDB) 19 O Ensino médio no Brasil corresponde ao antigo Segundo Grau ou Secundário. É meta importante dos governos brasileiros a ampliação do atendimento ao Ensino Médio e a extensão da obrigatoriedade a esse grau de ensino. Peça essencial na formação do cidadão e do trabalhador, é o ensino médio que vem qualificar e preparar o futuro adulto do país, mesmo quando não é profissionalizante. No desenvolvimento das habilidades humanas, a idade dos estudantes do ensino médio é a fase da consolidação do pensamento abstrato e da capacidade de pensar autônoma e criativamente. Fase, portanto, imprescindível para a formação de cidadãos participantes, socialmente responsáveis e criativamente engajados em tornar a vida melhor para si e para todos. Como etapa final da Educação Básica, no Ensino Médio o jovem deve, mais do que dominar conteúdos, aprender a se relacionar com o conhecimento de forma ativa, construtiva e criadora. Para isso, o currículo do Ensino Médio ancora-se nos seguintes princípios pedagógicos: identidade, diversidade e autonomia, interdisciplinaridade e contextualização. É no final do ensino médio, que o Ministério da Educação aplica como avaliação o ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio, que tem como principal objetivo, verificar as habilidades e competências dos estudantes, e 20 para que o mesmo tenha uma auto-avaliação de seu desempenho antes do temido vestibular. A LDB disponibiliza como uma etapa complementar à Educação Básica, a Educação de Jovens e Adultos e a Educação Profissional. “a educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames”. (Brasil, 1996, MEC – LDB) A educação escolar de jovens e adultos no Brasil compreende ações de alfabetização, cursos e exames supletivos nas etapas de ensino fundamental e médio, bem como processos de educação à distância realizados via rádio, televisão ou materiais impressos. Embora a Constituição assegure o ensino fundamental público e gratuito em qualquer idade, a oferta de serviços de escolarização de jovens e adultos é reduzida, situando-se em patamares muito inferiores à demanda potencial. 21 No entanto, a Educação de Jovens e Adultos, ao ser tratada como parte do Ensino Fundamental, e ao deslocar o ensino supletivo como um qualificativo e não mais um substantivo, possibilita, pelo menos, uma nova leitura: a de que a educação de adultos traz uma especificidade própria, considerando tratar-se de educandos que são portadores de múltiplos conhecimentos. Inclusive desafia a escola para aproveitamento e reconhecimento destes saberes construídos em espaços não escolares, e que, por isso mesmo, ela não pode ser considerada como uma simples reposição condensada do ensino regular, idéia comum em relação ao ensino de suplência. “a educação profissional, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva. O aluno matriculado ou egresso do ensino fundamental, médio e superior, bem como o trabalhador em geral, jovem ou adulto, contará com a possibilidade de acesso à educação profissional”. (Brasil, 1996, MEC – LDB) A Educação Profissional é opcional e complementar à Educação Básica, podendo ser cursada concomitante ou posteriormente à mesma. 22 Diante deste conceito, concluímos que a organização da educação básica é flexível para atender aos jovens e adultos e os portadores de necessidades educativas especiais. CAPITULO II AS NOVAS TECNOLOGIAS “Educamos de verdade quando aprendemos com cada coisa, pessoa ou idéia que vemos, ouvimos, sentimos, tocamos, experienciamos, lemos, compartilhamos e sonhamos; quando aprendemos em todos os espaços em que vivemos na família, na escola, no trabalho, no lazer, etc. (José Manuel Moran) 23 Neste capítulo será abordado o tema das Novas Tecnologias, mostrando os Conceito de Tecnologia, quais os Tipos de Tecnologia, a visão da Informática como ferramenta Tecnológica e sua relação com a Educação Básica. 2.1 Conceito de Tecnologia A palavra Tecnologia é derivada da palavra grega techno - de techné (Técnica), que significa arte ou habilidade, ou ainda uma melhor forma e ou maneira de fazer, modificar ou transformar o ambiente natural social e humano. “uma técnica é produzida dentro de uma cultura, e uma sociedade encontra-se condicionada por suas técnicas”. (Levy, 1999, p.25) Diante deste conceito, podemos dizer que as técnicas são consideradas como as habilidades que o ser humano possui para desenvolver algo dentro da sociedade ou cultura na qual ele vive. Como a sociedade vai sofrendo modificações constantemente, o homem vai transformando a sociedade e esta vai transformando o homem no seu cotidiano do dia-a-dia. 24 Neste sentido, podemos conceituar a Tecnologia como os meios ou recursos que serão utilizados para a realização e o desenvolvimento de uma determinada técnica. A tecnologia pode ser entendida como um sinônimo para solução, solução esta que pode ser aplicada a um problema ou a um conjunto deles. Uma tecnologia em geral, conduz a soluções mais próximas possíveis daquilo que se pretende resolver, ou seja, cada vez mais próxima do seu ideal. Razões pela quais até hoje não se conheceu uma tecnologia definitiva, eis que ela se aproxima cada vez mais do seu ideal. “Muitas vezes, enquanto discutimos sobre os possíveis usos de uma dada tecnologia, algumas formas de usar já se impuseram”. (Levy, 1999, p.26) Esta realidade nos leva a concluir que não existe tecnologia absoluta, completa ou definitiva, e mostra que sempre tem sido possível alcançar soluções cada vez melhores, no sentido de serem mais próximas da solução ideal de um problema. “o crescimento do ciberespaço não determina automaticamente o desenvolvimento da inteligência coletiva, apenas fornece a esta inteligência um ambiente propício”. (Levy, 1999, p.29) 25 Neste sentido, concluirmos que o crescimento e avanço tecnológico estão a cada segundo sendo modificado, e com ele também vai sendo modificado o ciberespaço. Levando-nos a refletir sobre a utilização destas ferramentas tecnológicas, que para alguns, pode ser considerado como fácil dominar uma determinada tecnologia, mas infelizmente o mesmo não se aplica ao universo social e cultural como um todo. A Tecnologia não causa mudanças apenas no que fazemos, mas também em nosso comportamento, na forma como elaboramos conhecimentos e no nosso relacionamento com o mundo A educação, por exemplo, trabalha no universo da diversidade, das individualidades, das subjetividades, das socializações. E estas transformações sociais se processam rapidamente e a educação precisa desse processo de mudança. 2.2 Tipos de Tecnologia Como já vimos anteriormente, tecnologia são todos os recursos utilizados para se empregar uma técnica, ou seja, podemos dizer que são os meio que utilizamos. 26 Podemos definir como tipos de tecnologia, todos os recursos materiais e meios nos quais poderão ser utilizados para desenvolvimento de uma metodologia educacional ou social eficaz. Quando falamos de tipos de tecnologia eficaz, imediatamente nosso pensamento nos conduz a imagem do computador como um todo, porém esquecemos que existem tecnologias antigas que sempre foram utilizadas, e que, no entanto foram sendo substituídas por novas tecnologias, cada vez mais avançadas. “O correio ou o telefone organizam relações recíprocas entre interlocutores, mas apenas para contatos de indivíduo a indivíduo”. (Levy, 1999, p.63) Dentre os vários tipos de tecnologia, podemos citar alguns meios de comunicação. Os meios de comunicação são instrumentos que nos auxiliam a receber ou transmitir informação. Dessa maneira, eles nos ajudam a nos comunicar um com o outro. Existem diversos meios de comunicação como, por exemplo, o correio comum, o telefone, a televisão, o rádio, o jornal, a internet, etc. Porém, a Internet é um novo recurso tecnológico de comunicação, que vem se agregando a uma longa lista de transmissão de voz e imagem, e que também possibilita comunicarmos através de vários meios, como o chat, o blog e o fotolog, msn, etc. Com isto, foi se modificando na sociedade a utilização do telégrafo, telex, o fax, além dos outros citados anteriormente. 27 Todos estes tipos de tecnologia citados poderão ser empregados no campo da Educação Básica, além das mídias (som e imagens), o vídeocassete, lousa, retroprojetor, quadro negro ou branco, giz, livros, carteira, ar condicionado, jornais, revistas, dentre inúmeros outros meios. No entanto, o computador com os seus mais altos recursos de software e hardware, vem fazendo com que todos estes tipos tecnologias sejam cada vez mais arquivados na memória da nossa sociedade e cultura. Diante da evolução e crescimento tecnológico, à partir dos anos 80, as escolas começaram a ser equipadas por um vasto recurso tecnológico como laboratórios de informática, Tv-escola, vídeo-escola, etc. E todo este aparato tecnológico foi sendo inserido com o objetivo de ensinar, apoiadas em máquinas, para melhorar as práticas pedagógicas. 2.3 A Informática como ferramenta Tecnológica “A informática representa a possibilidade de armazenar, organizar e processar uma quantidade enorme de informação num espaço ínfimo e numa velocidade que revolucionando máquinas – de 2003, p.36) a praticamente elimina o tempo, capacidade humana – e das trabalhar com a informação”. (Sorj, 28 Ao contrario do que muitos imaginam, a informática é um dos mais antigos recursos tecnológicos que vem cada vez mais se desenvolvendo com todos os seus mais altos recursos de software (programas) e hardware (máquinas), que a cada dia vem sendo substituídos por outros cada vez mais potentes e eficazes. “Os primeiros computadores (calculadoras programáveis capazes de armazenar os programas) surgiram na Inglaterra e nos Estados Unidos em 1945. Por muito tempo reservados aos militares para cálculos científicos, seu uso civil disseminou-se durante os anos 60. Já nessa época era previsível que o desempenho do hardware aumentaria constantemente”. (Levy, 1999, p.31) Os computadores daquela época eram grandes máquinas que funcionavam para efetuar cálculos científicos, estatísticas e tarefas de gerenciamentos das grandes empresas. Eram muitos frágeis e necessitavam ficar isoladas e bastante refrigeradas. Por volta dos anos 70, houve a virada fundamental. Foram desenvolvidos e comercializados os microcomputadores, onde os transistores foram substituídos pela tecnologia de circuitos integrados (associação de transistores em pequena placa de silício). Além deles, outros componentes eletrônicos foram miniaturizados e montados num único CHIP, que já 29 calculavam em monos segundos e as informações eram armazenadas em pequenos chips eletrônicos. A partir daí, dizemos que os computadores entraram na sua quarta geração. Encontram-se nesta geração os que caracterizam-se por circuitos integrados em longa escala, LSI ( produzidos pela Intel ). O processo de miniaturização continuou e foram denominados por escalas de integração dos circuitos integrados. Já no final de 75, entramos na quinta geração e as aplicações para eles são muito especiais e incluem laboratórios e centro de pesquisa aeroespacial como a NASA, empresas de altíssima tecnologia, produção de efeitos e imagens computadorizadas de alta qualidade, entre outros. Eles são os mais poderosos, mais rápidos e de maior custo. “Do ponto de vista do equipamento, a informática reúne técnicas que (entrada), permitem armazená-la digitalizar a (memória), informação tratá-la automaticamente, transportá-la e colocá-la à disposição de um usuário final, humano ou mecânico (saída)”. (Levy, 1999, p.33) Com a evolução destes equipamentos, também surge o desenvolvimento de diversos dispositivos e aplicativos necessários para o perfeito funcionamento dos mesmos, no qual definiremos alguns: 30 MEMÓRIA = chamamos de memória, os dispositivos onde são armazenadas as informações. Estas informações podem ser gravadas ou armazenadas em discos magnéticos, cartões perfurados, fitas magnéticas, discos óticos, circuitos eletrônicos, cartões com chip, etc. Seus avanços tem vem evoluindo desde o início da informática para uma direção de maior capacidade de armazenamento, e conseqüentemente o seu tamanho também vem cada vez mais diminuindo. INTERFACES = O conceito de Interface se expressa pela presença de uma ou mais ferramentas para o uso e movimentação de qualquer sistema de informações, seja ele material, seja ele virtual. Pode significar um circuito eletrônico que controla a interligação entre dois dispositivos hardwares e os ajuda a trocar dados de maneira confiável. PROGRAMAS/SOFTWARE = Um programa de computador é uma coleção de instruções que descrevem uma tarefa a ser realizada por um computador. O termo pode ser uma referência ao código fonte, escrito em alguma linguagem de programação, ou ao arquivo que contém a forma executável deste código fonte. A partir dos mais diversos e variados programas/software e de diversas interfaces, é que podemos digitalizar uma informação, um som, uma imagem e estes são codificados digitalmente, podendo ser transmitidas, copiadas sem a perda de sua qualidade. 31 “O computador, então, não é apenas uma ferramenta a mais para a produção de textos, sons e imagens, é antes de mais nada um operador de virtualização da informação”. (Levy, 1999, p.55) Com o avanço e aumento dos computadores, novos programas e sistemas cada vez mais desenvolvidos com características cada vez mais complexas e juntamente a este crescimento, se desenvolve uma outra área: a área de redes eletrônicas e juntamente com ela, surge a rede mundial de computadores. Foi no início dos anos 90, que foi elaborada uma forma de acesso a documentos via rede de computadores interna ou remota e no final dos anos 90, os protocolos e métodos criados começavam a ser utilizados, surgindo assim a WWW (World Wide Web), ou apenas Web. A Web foi criada seguindo uma arquitetura com padrões abertos e independentes no topo da Internet e com isto, incorporou as características de ser um ambiente distribuído e de multiplataformas. A internet é uma rede de computadores baseadas em protocolos, que é a linguagem de mais baixo nível, nas quais transitam as informações que são trocadas entre os computadores. “A cada minuto que passa, novas pessoas passam a acessar a Internet, novos computadores são interconectados, novas informações são injetadas na rede. Quanto mais o ciberespaço se amplia, mais ele 32 se torna ‘universal’, e menos o mundo informacional se torna totalizável”. (Levy, 1999, p.111) A internet mudou o ritmo da comunicação, possibilitando o envio de mensagens simultaneamente a um número de pessoas em qualquer lugar do mundo, facilitou a enorme localização da informação, passou a concentrar um acervo cultural digitalizável. Pessoas sem conhecimento de programação podem usar as funções de correio eletrônico, participar de conferências, ou até mesmo consultar hiperdocumentos dentro de uma mesma rede, bastando saber clicar nos botões os escolher os menus corretos. “Aprendizagens permanentes e personalizadas através da navegação, orientação dos estudantes em um espaço do saber flutuante e destotalizado, aprendizagens cooperativas, inteligência coletiva no centro de comunidades virtuais, desregulamentação parcial dos modos de reconhecimento dos saberes, gerenciamento dinâmico das competências em tempo real ... esses processos sociais atualizam a nova relação com o saber”. (Levy, 1999, p.111) Com a utilização de todos estes recursos tecnológicos que a Informática nos oferece, poderemos enriquecer a gama de atividades dentro da nossa Educação Básica, como meios de desenvolvimento metodológico, para o trabalho com alunos no que diz respeito ao “ensinar estudar” e ainda gerar um maior interesse pelas aulas. 33 Além da Internet, existem vários softwares educativos, CD-ROMs com imagens e simulações realistas e detalhadas, que também poderão ser disponibilizadas. Gravações digitalizadas e discursos históricos, jogos, software de cenários para que os alunos entendam como funciona um negócio. Todas essas evoluções socioculturais e tecnológicas do mundo atual geram incessantes mudanças nas organizações e no pensamento humano, revelando um novo universo no cotidiano das pessoas. Isso exige independência, criatividade e autocrítica na obtenção e seleção de informações, assim como na construção do conhecimento. O uso dos recursos computacionais possibilita a sistematização, a busca de informações e a construção de produtos porque o computador facilita, o tratamento da informação, permite a correção de erros de forma incansável, dispõe de recursos para a documentação da produção e fornece o feedback para quem está produzindo os materiais. Isso facilita o acesso à pesquisa e a troca de idéias, o que possibilita a construção do conhecimento em conjunto. A informática, como recurso tecnológico no processo de aprendizagem, pode acontecer de duas formas: com a função de tornar mais fáceis as rotinas de ensinar e aprender, que nesse caso, o computador é utilizado como máquina de ensinar, repetindo, portanto, os mesmos esquemas do ensino tradicional; e com a função de organizar os ambientes de aprendizagem nos quais os alunos são encorajados para resolverem situações 34 problema, e o professor tanto identifica e respeita o estilo de pensamento de cada um, quanto os convida a refletirem sobre o seu pensar. Neste sentido concluímos que a informática vem adquirindo cada vez mais relevância no cenário educacional. Sua utilização como instrumento de aprendizagem e sua ação no meio social vêm aumentando de forma rápida entre nós. Por isso, a educação vem passando por mudanças estruturais e funcionais frente a essa nova tecnologia. 35 CAPITULO III TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO “Antes de ensinar alguém a ler, tem-se que lhe ensinar a ler o mundo ...”. (Paulo Freire) Neste capítulo abordaremos o tema da Tecnologia e Educação, onde faremos um breve histórico sobre a Tecnologia na Aprendizagem, o Conhecimento e Interatividade, e também a Sala de Aula Interativa. 3.1 Tecnologia na Aprendizagem “Conhecer e aprender o processo da aprendizagem tornou-se um grande desafio para os educadores. 36 Atualmente interações psicológicos, é necessário perpassam sociais, compreender por e aspectos o que as biológicos, ambiente dessa especificidade e a sala de aula, porque este espaço está sendo dessacralizado pela relevância das novas tecnologias no desenvolvimento do comportamento dos aprenderes. É preciso, portanto, recodificar esse lugar de forma a promover maior convergência dessas tecnologias como interfaces possíveis de manutenção das aprendizagens”. (Relvas, 2008, p.9) A tecnologia na aprendizagem está afinada com o universo lúdico da criança. Da mesma forma que é compelida a se concentrar nas brincadeiras propostas pelos games, e de cuja concentração depende a vitória ante o desafio proposto. A receita adotada nos programas com fins pedagógicos também exige da criança o seu completo envolvimento. Neste sentido, para alcançar o seu objetivo, o pedagogo lança mão daquilo que é mais latente no ser humano, ou seja, a sua tendência natural para a competição. No entanto, o faz de modo salutar e construtivo. “... memória tem sua origem etimológica no latim e significa a faculdade de reter e/ou readquirir idéias, imagens, expressões e conhecimento. É o registro de experiências e fatos vividos e observados, podendo ser resgatados quando preciso. Isso faz com que a memória seja a base da aprendizagem, pois com as experiências que possuímos armazenadas na memória, 37 temos a oportunidade comportamento. Ou seja, de a mudar o aprendizagem nosso é a aquisição de novos conhecimentos e a memória é a fixação ou retenção desses conhecimentos adquiridos”. (Relvas, 2008, p.52) Por isso, vale dizer, que uma nova maneira de produzir conhecimento vem se instalando com o computador e as mais avançadas tecnologias, colocando a possibilidade de aprender fazendo. Uma mudança qualitativa no processo de ensino-aprendizagem acontece quando conseguimos integrar dentro de uma visão inovadora todas as tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, musicais, lúdicas e corporais. Este tema também nos chama a atenção para o uso conveniente dos instrumentos que a tecnologia tem oferecido para a educação, no que se inclui um acompanhamento contínuo do desenvolvimento dos recursos. Por isso, cabe à escola buscar da mesma fonte os meios para discernir o seu papel enquanto pólo de referência de formação, organização e disseminação do conhecimento, não com a disposição somente de usufruir as novas tecnologias, mas, também, de se remodelar administrativa e pedagogicamente, quando necessário for, e a cada etapa conseguir enfrentar os novos desafios que lhe serão apresentados sempre. 38 Para todos esses desafios será também exigido que o professor se aproprie de novas competências para fazer bom uso destas tecnologias e à escola cabe enfrentar esses novos desafios. 3.2 Conhecimento e Interatividade A construção de habilidades e competências desde a escola tem sido apontada como de fundamental importância para a formação com qualidade dos indivíduos. Cada aprendizado além de preparar para etapas subseqüentes do currículo escolar deverá contribuir para que o aluno seja capaz de mobilizar suas aquisições escolares fora da escola, em situações diversas, complexas e imprevisíveis. “... As novas tecnologias interativas renovam a relação do usuário com a imagem, com o texto, com o conhecimento. São de fato um novo modo de produção do espaço virtual e temporal mediado. Elas permitem o redimensionamento da mensagem, da emissão e da recepção”. (Silva, 2002, p.11) Como o avanço tecnológico de maior repercussão foi o desenvolvimento dos ambientes telemáticos, foi através dele também que a 39 informação sob o formato digital pode ser compartilhada por um número de usuários tão grande. E com isto, aumentou a extensão do atendimento e conexões, e a capacidade de processamento dos gerenciadores das redes. Entretanto, a palavra compartilhar não é suficiente para que se possa avaliar o potencial desses ambientes. Neles, os usuários podem interagir a ponto de construir, concomitantemente, produtos de informação, textos, sejam eles pictóricos, alfanuméricos, sonoros ou um amálgama desses. “... interatividade [...] buscaram expressar a novidade comunicacional de que o computador ‘convencional’ é macro paradigmático, diferente da televisão monológica e emissora. A passagem dos velhos computadores movidos por complicadas linguagens de acessos alfanuméricas para os atuais, onde se ‘clica’ com um mouse e abrem-se ‘janelas’ múltiplas, móveis, ‘em cascata’ na tela do monitor, permitindo ao usuário adentramento e manipulação fáceis, foi certamente, determinante para formulação do termo interatividade ”. (Silva, 2002, p.14) Interatividade é um conceito que quase sempre está associado às novas mídias de comunicação. A Interatividade pode ser definida como uma medida do potencial de habilidade de uma mídia permitir que o usuário exerça influência sobre o conteúdo ou a forma da comunicação mediada. 40 Porém ainda há a perspectiva sociológica do termo que seria: “a relação entre duas ou mais pessoas que, em determinada situação, adaptam seus comportamentos e ações uns aos outros”. A interatividade portanto, nada mais é do que a troca de informações e conhecimentos constantes entre pessoas, podendo ocorrer entre alunos e professores, alunos com alunos e até mesmo por comunidades em busca de meios de maior interação, levando ao conhecimento coletivo. 3.3 A Sala de Aula Interativa “... A sala de aula interativa seria o ambiente em que o professor interrompe a tradição do falar/ditar, deixando de identificar-se com o contador de histórias, e adota uma postura semelhante a do designer de software interativo”. (Silva, 2002, p.23) Os espaços de aprendizagem não se restringem mais à relação fechada entre professores e alunos em sala de aula, a tecnologia traz uma nova forma de se fazer educação a partir de informações disponíveis no ciberespaço. Nesse contexto, as comunidades virtuais surgem como uma nova modalidade de ensino, onde a aquisição de conhecimento acontece de forma horizontal, ou seja, a oportunidade de intercâmbio de informações pode 41 acontecer principalmente de alunos para alunos, pois o conhecimento está à disposição de todos, podendo, assim, acontecer uma participação efetiva de todos para todos. De forma que aquela visão tradicional de ensino, em que o professor é quem transmite o conhecimento e o aluno recebe passivamente cai por terra, e têm-se agora alunos e professores que colaboram dinamicamente para a produção de conhecimentos. “... O aluno, por sua vez, passa de espectador passivo a ator situado num jogo de preferências, de opções, de desejos, de amores, de ódios e de estratégias, podendo ser emissor e receptor no processo de intercompreensão. E a educação pode deixar de ser um produto para ser tornar processo de troca de ações que cria conhecimento e não apenas o reproduz”. (Silva, 2002, p.23) É importante destacar também, o tema: “Sala de Aula Interativa”. Pois atualmente, as tecnologias de comunicação e informação transformam o nosso cotidiano permanentemente, e não se tem mais a confiança do saber atualizado, não há mais como pensar em conhecimento como certezas ou verdades que durem para sempre. Cada vez mais, novas informações chegam muito rápidas e o professor deve estar atualizado, e esse atualizar-se, deverá ocorrer com 42 extraordinária agilidade, através da aprendizagem constante em várias áreas do conhecimento. Deve-se procurar saber de tudo um pouco, pois as informações deslocam-se velozmente por todo o mundo e as pessoas bem informadas acompanham intensamente essas alterações. Dessa forma o professor que não atualiza constantemente seus conhecimentos, conseqüentemente não conseguirá estabelecer um ambiente harmonioso para a produção do conhecimento nas aulas que ministra. O professor tem um grande leque de opções metodológicas, de possibilidades de organizar sua comunicação com os alunos, de introduzir um tema, de trabalhar com os alunos presencial e virtualmente, e conseqüentemente, de avaliá-los. Partindo desta opinião, é fundamental que cada docente procure encontrar uma forma mais adequada de integrar as várias tecnologias e procedimentos metodológicos. Mas também é importante que se ele se amplie, e que aprenda a dominar as formas de comunicação interpessoal, grupal e as de comunicação audiovisual e telemática. E aliado ao computador como uma ferramenta tecnológica e importante para a produção de conhecimento, este docente pode criar uma 43 página pessoal na Internet, como espaço virtual de encontro e divulgação, um lugar de referência para cada matéria e para cada aluno. No entanto, a página pessoal torna-se importante como referência virtual, e como ponto de encontro permanente entre ele e os alunos. Podendo até mesmo ser aberta a qualquer pessoa ou só para os alunos, dependendo de cada situação vivenciada, ampliando o alcance do trabalho do professor, de divulgação de suas idéias e propostas, ou até mesmo de contato com pessoas fora da escola. Para alcançar o objetivo de uma “Sala de Aula Interativa”, é fundamental que professores e alunos tenham um espaço, além do presencial, de encontro e visibilização virtual, para que a sala de aula seja também uma troca de conhecimentos , permitindo que o aluno também faça por si mesmo. 44 CONCLUSÃO Dentro da realidade da Educação Básica no Brasil, foram apresentados os seus conceitos e a divisão de suas etapas como Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. E que tem como etapa complementar da Educação Básica, a Educação de Jovens e Adultos e a Educação Profissional. Verificamos que na Educação Infantil, a criança vive uma das mais complexas fases do desenvolvimento humano, tanto em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, como no complemento da ação familiar e da comunidade, qualificando as condições oferecidas pelo ambiente e pelos que a cercam. Já no Ensino Fundamental, percebemos que esta é a fase de alto desempenho cognitivo da criança, neste período podemos construir novas formas de perceber e compreender o mundo, sendo fundamental para a formação infantil em seus laços afetivos e sociais. E é no Ensino Médio, que o jovem deve, mais do que dominar conteúdos, aprender a se relacionar com o conhecimento de forma ativa, construtiva e criadora, de forma que o seu currículo nos princípios pedagógicos 45 da identidade, diversidade e autonomia, interdisciplinaridade e contextualização. Concluímos que o crescimento e avanço tecnológico são modificados constantemente, e com ele também vai sendo modificado o ciberespaço. Levando-nos a refletir sobre a utilização destas ferramentas tecnológicas tanto no campo social como educacional. O computador com os seus mais altos recursos de software e hardware, vem fazendo com que outras tecnologias sejam cada vez mais arquivadas na memória da nossa sociedade e cultura. Através da informática, surgiram as redes, e com ela a internet, que veio modificar o ritmo da comunicação onde mensagens podem ser enviadas simultaneamente a um número de pessoas em qualquer lugar do mundo, facilitando também a enorme localização da informação. Através destes recursos tecnológicos que a Informática nos oferece, podemos enriquecer as atividades dentro da Educação Básica, como meios de desenvolvimento metodológico. Incentivando o aluno a “ensinar estudar” e ainda gerar um maior interesse pelas aulas, possibilitando à sistematização, a busca de informações, a construção de produtos e facilitando o acesso à pesquisa e a troca de idéias, tornando a construção do conhecimento em conjunto. 46 No processo de aprendizagem, ela ainda tem a função de tornar mais fáceis as rotinas de ensinar e aprender, e com a função de organizar os ambientes de aprendizagem nos quais os alunos são encorajados para resolverem situações problema, e o professor tanto identifica e respeita o estilo de pensamento de cada um, quanto os convida a refletirem sobre o seu pensar. Concluímos que a informática vem adquirindo cada vez mais relevância no cenário educacional. Sua utilização como instrumento de aprendizagem e sua ação no meio social vem aumentando de forma rápida entre nós. Por isso, a educação vem passando por mudanças estruturais e funcionais frente a essa nova tecnologia. Porém cabe à escola buscar os meios para discernir o seu papel enquanto pólo de referência de formação, organização e disseminação do conhecimento. Não apenas usufruindo as novas tecnologias, mas de se remodelar administrativa e pedagogicamente. Também será necessário que o professor se aproprie de novas competências para fazer bom uso destas tecnologias, deve estar atualizado, e isto deverá ocorrer com extraordinária agilidade, através da aprendizagem constante em várias áreas do conhecimento, e à escola deverá enfrentar esses novos desafios. 47 Verificamos que com o desenvolvimento dos ambientes telemáticos, a informação sob o formato digital pode ser compartilhada aumentando as conexões, e a capacidade de processamento dos gerenciadores das redes. Concluímos que a interatividade é a relação entre duas ou mais pessoas que, em determinada situação, adaptam seus comportamentos e ações uns aos outros. Que os espaços de aprendizagem não se restringem mais a professores e alunos em sala de aula, a tecnologia traz uma nova forma de se fazer educação a partir de informações disponíveis no ciberespaço. Também com as comunidades virtuais surgem uma nova modalidade de ensino, onde a oportunidade de intercâmbio de informações pode acontecer principalmente de alunos para alunos, pois o conhecimento está à disposição de todos, podendo, acontecer uma participação de todos para todos. E finalmente, para se alcançar o objetivo de uma “Sala de Aula Interativa”, professores e alunos precisam ter um espaço, além do presencial de encontro e que a sala de aula seja uma ampla troca de conhecimentos, permitindo que o aluno também faça por si mesmo. 48 ANEXOS 49 50 51 BIBLIOGRAFIA - LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. - SORJ, B. [email protected]. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003. - CASTELLS, M. Sociedade em Rede. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 2000. p. 39-66. - RELVAS, M. Fundamentos Biológicos da Educação. Rio de Janeiro: Walk, 2008. - SILVA, M. Sala de Aula Interativa. Rio de Janeiro, 2002 -AYRES, M.A.L.F.A. Como Produzir uma monografia passo a passo ... siga o mapa da mina. Rio de Janeiro: Walk WEBGRAFIA http://portal.mec.gov.br 06/12/2008 – 08:59 http://www.scielo.br/pdf/es/v23n80/12929.pdf , 06/12/2008 - 09:21 http://pt.wikipedia.org/wiki/Interface , 08/01/2009 - 12:18 http://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_de_computador, 08/01/2009 – 12:25 http://www.ufpel.tche.br/prg/sisbi/bibct/acervo/info/2000/Mono-Kerlan.pdf 08/01/2009 - 12:50 http://pt.wikipedia.org/wiki/Interatividade, 08/01/2009 – 18:43 52 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I (EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL) 11 1.1 – Conceito de Educação Básica 11 1.2 – Etapas da Educação Básica 14 CAPÍTULO II (AS NOVAS TECNOLOGIAS) 23 2.1 – Conceito de Tecnologia 23 2.2 – Tipos de Tecnologia 26 2.3 – A informática como ferramenta Tecnológica 28 CAPÍTULO III (TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO) 36 3.1 – Tecnologia na Aprendizagem 36 3.2 – Conhecimento e Interatividade 39 3.3 – A Sala de Aula Interativa 41 CONCLUSÃO 45 ANEXOS 49 BIBLIOGRAFIA / WEBGRAFIA 52 ÍNDICE 53 53 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Título da Monografia: O EMPREGO DAS NOVAS TECNOLOGIAS COMO FERRAMENTA PARA EDUCAÇÃO BÁSICA Autor: LEONORA MARIA DA SILVA PRATA Data da entrega: Avaliado por: Conceito: