RESUMO
Bruna Jakson Silva Lima (UNIABEU)
[email protected]
Viviane Angeli da Silva (UNIABEU)
[email protected]
Virna Mac-Cord Catão (UNIABEU)
[email protected]
LETRAMENTO LITERÁRIO NAS PRÁTICAS DOCENTES DO PIBID:
RELATO DE EXPERIÊNCIAS
O presente pôster tem como objetivo apresentar práticas de letramento literário em
turmas de primeiro ano do Ensino Fundamental. Traz como fundamentação teórica os
estudos de Soares (2012) acerca da indissociabilidade entre alfabetizar e letrar, a
extensão da temática nos múltiplos letramentos como possibilidade de leituras além das
palavras escritas nas discussões de Rojo (2009) e, prioritariamente, as ideias de Cosson
(2009) no que diz respeito ao letramento literário, como outro tipo de letramento que se
baseia na apropriação de práticas de leitura e escrita na formação de um repertório
textual em seus diferentes elementos linguísticos, ampliando os sentidos reducionistas
atribuídos à literatura pela escola. Tais práticas tem origem nas oficinas realizadas pelo
sub-projeto do Programa Institucional de Bolsas de Incentivo à Docência (Pibid) do
Curso de Pedagogia, intitulado por " Competências Experienciais na produção de
sentido na/da escrita no início da Alfabetização" do Centro Universitário-Uniabeu, que
propõe estudos e pesquisas sobre teorias e práticas sobre os múltiplos letramentos,
focando os letramentos literário e multissemiótico na constituição da alfabetização
escolar. Neste sentido, nossos registros demonstram e relatam, na prática, novas
perspectivas acerca do letramento fomentando diferentes contornos metodológicos,
contribuindo com o processo de alfabetização de crianças da rede Municipal de
Mesquita/RJ , como também viabilizando, à nossa formação, articulação entre teoria e
prática.
PALAVRAS-CHAVE: Letramento - Múltiplos Letramento - Letramento Literário.
2
LETRAMENTO LITERÁRIO NAS PRÁTICAS DOCENTES DO PIBID:
RELATO DE EXPERIÊNCIAS
Bruna Jakson Silva Lima (UNIABEU)
[email protected]
Viviane Angeli da Silva (UNIABEU)
[email protected]
Virna Mac-Cord Catão (UNIABEU)
[email protected]
Introdução
O sub-projeto “Competências Experienciais na produção de sentido na/da
Escrita no início da Alfabetização: Do Letramento Literário ao Letramento
Multissemiótico” articula-se com a promoção de experiências multissemióticas das
crianças no primeiro ano do Ensino Fundamental na aquisição da escrita por intermédio
da literatura infantil das escolas públicas dos Municípios de Mesquita e Nilópolis.
O projeto debruça-se no aporte teórico-metodológico acerca dos diferentes
suportes e sistemas de linguagem – escrito, oral, imagético, digital, etc –, de modo que
conheça – use e compreenda – a multiplicidade de linguagens que ambientam as
práticas de letramento multissemiótico em emergência em nossa sociedade, geradas nas
(e pelas) diferentes esferas das atividades sociais.
Na ampliação do conceito de letramento, percebemos que o letramento
tradicional é insuficiente, ou seja, a multimodalidade ou multissemiose da
contemporaneidade textual exige multiletramentos, que envolvem a multiplicidade
cultural das populações e a multiplicidade semiótica para a constituição da informação e
da comunicação. São os estudos acerca dos “novos letramentos” que abordam a
cumplicidade de gêneros, mídias e linguagens, como formas de atribuir sentido para a
leitura e escrita na escola. Neste sentido, a literatura ocupa um papel primordial,
materializando o sentido por outros vias semióticas. O letramento literário é uma das
esferas dos “novos letramentos”, ou seja, integra a pluralidade dos letramentos, porém,
se diferencia dos demais letramentos, tem um uso singular, pois, transcede a ideia de
que é uma habilidade pronta, requer uma atualização constante dos elementos
constituintes da literatura e sua materialidade.
Neste artigo, trazemos uma breve discussão sobre o conceito “geral”
de
letramento (SOARES, 2012), buscando como foco da discussão o letramento literário
3
(COSSON, 2006; ROJO, 2009), destacando-o como segmento dos múltiplos
letramentos. Relatamos algumas experiências com o Pibid acerca do letramento
literário. E, por fim, desafiamos todos a pensarem em questões metodológicas desta
articulação entre múltiplos letramentos na constituição do processo de alfabetização.
Fundamentos do Letramento Literário
Para iniciarmos a discussão, tomamos como justificativa as críticas de Todorov
(2009) às correntes estruturalistas e formalistas na literatura, uma vez que estas, por via
de regras, priorizam a instrumentalização literária, visão um tanto reducionista da
literatura, por se considerada, exclusivamente, como uma “matéria escolar” (p. 10). Tal
perspectiva também é muito presente na realidade educacional brasileira, que, com a
culminância da Pedagogia Tecnicista, aproximou a educação, contudo a literatura, da
produtividade,
consequentemente,
de
uma
abordagem
técnica,
instrucional,
condicionante, fragmentada e especializada, embevecida de preceitos empíricos. Tal
abordagem, quando vista como única e universal, impede que a constituição do sujeito
se edifique num “conjunto de discursos vivos” (p. 22), constituinte e produtor de
significados. Tendo este papel humanizador, a literatura tem um papel formativo e se
relaciona com a “estética” (p. 50).
As conclusões, relacionadas aos aspectos mencionados, incidem a uma crítica à
intelectualização, pois
Como a filosofia e as ciências humanas, a literatura é pensamento e
conhecimento do mundo psíquico e social em que vivemos. A
realidade que a literatura aspira compreender é, simplesmente (mas,
ao mesmo tempo, nada é assim tão complexo), a experiência humana
(p. 77).
Todorov nos alerta que, a literatura escolar, em qualquer nível, ainda é uma
produção artificial, pois predominam certos didatismos, proselitismos e doutrinarismos.
Não que a estrutura deva ser totalmente ignorada ou “invalidada” (p. 10), ela só não
pode ser o único objeto constituinte na produção literária, pois, a literatura ultrapassa
estas barreiras, nos mostra “outros mundos e outras vidas” (p. 12), a nossa “vocação de
ser humano” (p. 24).
Já o termo letramento, nos últimos anos, tem sido muito discutido no âmbito
educacional, e por sua amplitude, cria possibilidades de reflexões críticas,
4
principalmente na área da alfabetização. Segundo Soares (2012), letramento é o “estado
ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas também cultiva e exerce as
práticas sociais que usam a escrita” (p.47). A mesma autora nos orienta a articular
alfabetização e letramento, pois são praticas indissociáveis, devendo ser trabalhadas em
conjunto, levando em conta todo o contexto social do aluno e sua leitura de mundo.
O ideal seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e a escrever no
contexto das praticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o
individuo se tornasse, ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado.
(ibdem, p. 47)
Sendo assim, devemos considerar que, o letramento não se limita ao uso dos
códigos, mas também as práticas sociais que o envolve. A dificuldade enfrentada pelas
escolas é que o ato de alfabetização e letramento tem sido tratado de formas distintas,
sem contextualização, o educando decora os códigos, mas não os compreende,
aprendem a ler sem entender o que se lê, dando origem ao fenômeno do “analfabetismo
funcional”.
O letramento literário, que está inserido nos múltiplos letramentos (ROJO,
2009), traz possibilidades de leituras além das palavras escritas, com leituras de
imagens, sons, cheiros e sabores em diferentes linguagens e contextos. Desenvolver
trabalho de leitura e escrita na escola, atualmente, vai muito além do trabalho de
alfabetização, segundo a autora, envolve os letramentos múltiplos, com leituras
múltiplas, pois “é enfocar, portanto, os usos e práticas de linguagens (múltiplas), para
produzir, compreender e responder a efeitos de sentindo, em diferentes contextos e
mídias” (p.118).
Tradicionalmente entendemos o uso da literatura na escola, como leituras de
obras famosas, sendo a mesma conhecida como verdade absoluta, sem haver possíveis
explorações do texto e nem questionamentos, que possibilitem ao aluno uma leitura
crítica, dinamizadora e esclarecedora. Ao lermos um livro podemos observar que
engloba vários fatores do nosso cotidiano, assim como outros tipos de gêneros textuais,
tais como: jornais; revistas; receitas; bula de remédio etc, podendo ser explorados em
diferentes contextos. Segundo Cosson (2014), o uso da literatura na escola é
indispensável para que haja um posicionamento crítico dos leitores na sociedade.
Podemos dizer que a literatura tem um papel humanizador, devendo ser
responsabilidade da escola promover estratégias para que se alcance esse papel.
5
A questão a ser enfrentada não é se a escola deve ou não escolarizar a
literatura, como bem nos alerta Magda Soares, mas sim como fazer
essa escolarização sem descaracterizá-la, sem transformá-la em um
simulacro de si mesma que mais nega do que confirma seu poder
humanização. (ibdem, p.23)
Ainda segundo o autor, para que possa ocorrer o letramento literário, o professor
deve buscar formas que integrem os alunos à sua realidade social, buscando assim
estratégias de integração no contexto literário que influencie os educandos no ato de ler.
Para ele o papel do professor é mediar essa prática explorando todas as possibilidades
existentes na literatura favorecendo ao educando esclarecimentos e questionamento
sobre a obra a ser trabalhada.
Ao professor cabe criar as condições para que o encontro do aluno
com a literatura seja uma busca plena de sentido para o texto literário,
para o próprio aluno e para a sociedade em que todos estão inseridos.
(COSSON, 2014, p.29)
O letramento literário é um contínuo processo de leitura, devendo ser explorado
em diferentes sentidos, não se limitando apenas à leitura da obra, mas a partir da obra
escolhida confrontar de formas diferentes todos os gêneros do discurso, sabendo que,
para ocorrer o letramento literário, o professor deverá trabalhar a mesma obra em
contextos diferentes, explorando as multissemioses. Cosson enfatiza que ao
conduzirmos uma aula com o objetivo de ocorrer o letramento literário, devemos
explorar todos os recursos do livro, a começar pela capa, em que o professor apresenta a
literatura para os alunos, identificando quem é o autor, o nome do livro, o ilustrador, o
ano da edição, enfim, depois apresenta os diferentes gêneros que o livro possui, e, a
partir daí, experimentar diferentes formas textuais e imagéticas promovendo
significados e sentidos.
Meramorfoses no/do Cotidiano Escolar e o Letramento Literário nas Práticas
Pibidianas (Relato de Viviane Angeli)
Desde quando iniciei minhas práticas no PIBID tenho aprendido muito,
principalmente que a teoria pode estar muito longe da prática se não produzirmos
aulas interativas, dialogadas e planejadas. Planejar é traçar metas, se organizar para
6
algo. Mas isso não significa dizer que imprevistos não ocorram, por isso devemos estar
atento ás necessidades do momento, alertas para possíveis mudanças que ocorram no
decorrer da aula. Houve uma oficina que planejamos tudo para exibirmos o vídeo “O
macaco e a velha” no auditório, no entanto, quando chegamos à escola algumas salas
de aula estavam interditadas, por esse motivo o auditório estava sendo utilizado por
outra turma. No primeiro momento houve frustração, pois o que havíamos planejado
não aconteceria. Mas, assim que recebemos a informação, corremos para a biblioteca,
a fim de encontrarmos algo que superasse as expectativas da criançada. Achamos um
livro bem interessante que eu, particularmente, não conhecia, intitulado por “Quem vai
ajudar o lobo mal?” (Autor Walther Moreira Santos).
Iniciamos com a pergunta: quem sabe quem é o Lobo Mau? Uns citaram a
história da “Chapeuzinho Vermelho” e outros “Os três porquinhos” relatando quem
era o Lobo Mau em cada história. Em seguida perguntamos: Vocês sabem por que o
Lobo ficou conhecido como Mau? Eles disseram que era porque ele enganou a
Chapeuzinho, comeu os doces da Vovozinha sem pedir e também destruiu a casa dos
Porquinhos. A partir dessa conversa, apresentamos o livro mostrando capa,
contracapa, autor e ilustrador da história. No livro tem a foto do autor, o que causou
espanto, eles pensavam que toda pessoa que escrevia livros eram idosas, o que não era
o caso, sendo jovem, o autor. Através da contação dessa história abordamos questões
sobre valores e bom comportamento, pois o livro relata um momento ruim na vida do
lobo, ele estava com dor de dente e não sabia a quem recorrer, afinal, ao longo de sua
vida, só se preocupou em fazer coisas erradas e não cultivou amigos. Utilizamos na
atividade a escrita das “palavrinhas mágicas” OBRIGADO, COM LICENÇA, POR
FAVOR e ME DESCULPE, associando ás práticas diárias e o que ocorre quando não
as utilizamos. Que as más ações do Lobo fizeram com que as pessoas se afastassem
dele, até que um dia ele precisou de ajuda e não havia quem o ajudasse. Os alunos
adoraram a história e participaram muito do diálogo proposto, expondo suas ideias e
valores. Tudo o que ocorreu durante a oficina me fez refletir sobre o que
costumeiramente conversamos durante nossos planejamentos de aula, sobre a
necessidade de observar e ouvir a fala deles para explorar e utilizar o que eles já
sabem como ponto inicial para apresentar algo novo. Contextualizar é essencial, e essa
prática foge do tradicionalismo que ainda é tão forte em sala de aula. Associar,
inicialmente, a alfabetização ao letramento nas práticas de sala de aula é reconhecer
que o aluno não é vazio de conhecimentos com necessidades de serem preenchidos de
7
conteúdos, é entender que mesmo ainda não tendo o domínio da leitura/escrita ele
poderá as reconhecer facilmente, pois vivemos numa sociedade “grafocêntrica”, com
palavras em toda parte, em diferentes gêneros textuais (placas, anúncios, jornais,
propagandas etc). E, em nossa prática, no projeto, temos utilizado como recurso para o
letramento literário, o multissemiótico (vídeos, imagens, músicas, cheiros, sabores), e,
também, diversos gêneros textuais, contextualizando a literatura às praticas sociais
vivenciadas pelos educandos.
O papel do Letramento Literário: Entre Significados e Sentidos nas/das Práticas
Pibidianas (Relato de Bruna Jakson)
Em uma das oficinas, ministradas para o primeiro ano, pude perceber o quanto
é importante a teoria caminhar junto à prática. Para mim, ir ao campo sem experiência
me deixou um pouco temerosa, eu não tinha a prática, mas tinha a teoria dos
minicursos, ministrada pela minha coordenadora do PIBID, que então me deu base
para entrar em campo, sem dúvida do que iríamos fazer para dar introdução, o que
chamamos de letramento literário. Elaboramos um planejamento de um mês com base
nos estudos de COSSON e SOARES.
A partir da literatura "A PULGA FILOMENA", iniciamos com apresentação do
livro, explorando toda literatura, explicamos que, para se escrever um livro,
precisamos de um autor, um ilustrador, uma editora. Depois fizemos a contação da
história.
No encontro seguinte, a partir da literatura apresentada, construímos um texto
coletivo com os alunos, considerando os personagens da história, mas com nomes
diferentes que os próprios alunos escolheram. Começamos a construção do texto com
os alunos, enquanto eles escolhiam os nomes dos personagens, eu escrevia os nomes
escolhidos no quadro. Logo começaram a construir a história oralmente, e eu
reproduzindo no quadro. De repente, percebi que um aluno, que mal sabia escrever o
nome, tinha uma boa oralidade e a turma estava concordando e compartilhando as
ideias
dele. Essa atividade de interação foi bem proveitosa para avaliarmos o
desempenho dos alunos. Nós educadores não podemos nos prender somente nas
avaliações que nos revelam estatísticas, póre, devemos avaliar todo processo de
desenvolvimento do aluno. O que mais me chamou atenção foi que eles casaram a
abelha com o besouro e ainda por cima fizeram o casal adotar uma pulga. Isso me fez
8
refletir como é importante para os alunos trabalharem conteúdos que fazem parte do
cotidiano deles. Não fiquei surpresa quando eles casaram a abelha com o besouro,
pois eles estão acostumados a ouvirem historias onde há um casamento. O que me
surpreendeu foi adotarem a pulga. Esse fato me fez pensar sobre os escritos de PAULO
FREIRE, em que a leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior
leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele,pois, linguagem e
realidade se prendem dinamicamente. Analisando esse trecho pude perceber que essa
palavra ADOÇÂO, faz parte do dia a dia desses alunos, nem todos estão inseridos
numa família que chamamos de tradicional, alguns foram adotados pelos avôs, tios e
parentes mais próximo, sendo assim, essa foi (e é) a leitura de mundo desses
educandos, que trazem seus condicionantes, confirmando, que não tem como deixar
na porta da escola sua bagagem cultural e entrar somente o aluno em sala de aula.
Portanto, eu, como educadora, mais do que nunca não devo me abster dessa
informação, mas aproveitá-la para elaborar atividades de forma que possa acorrer
uma aprendizagem significativa para meu educando. Mais uma vez tropeço em
FREIRE, ao afirmar que na formação permanente dos professores, o momento
fundamental é o da reflexão critica sobre a sua prática. É pensando criticamente a
prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. Minha reflexão
até o momento é sem duvida que teoria e a prática devem caminhar juntas, com base
nisso posso dizer que tivemos resultados prazerosos com a execução de nossas oficinas,
pois os próprios alunos construíram o livro da turma, através do texto coletivo. Essa
oficina deu origem a mais dois livros feitos pelos alunos no qual a turma foi dividida
em dois grupos e cada qual construiu um livro e ainda uma música (melhor, uma
versão) elaborada pelo nosso supervisor do Pibid.
História da Turma 102: A Rainha e o Príncipe
Era uma vez, uma Abelha Rainha e o Príncipe Besouro.
A abelha saiu no jardim e encontrou o Príncipe Besouro.
O Besouro disse à Rainha que iria se casar com ela e ia lhe
dar um castelo novo.
Então, a Rainha e o Besouro se casaram e adotaram a Pulga
Bituca e viveram felizes para sempre.
CANÇÃO (Versão: José Augusto)
Abelha Rainha
Casou com Besouro
Ficou tão bonita
E emocionada
E a pulga Bituca e a filha dos dois.(BIS)
9
Conclusão
Por meio desse artigo, buscamos demonstrar que a literatura tem um papel
formativo e não pode se traduzir em leituras doutrinárias debruçadas em práticas
estruturalistas e nem ser reduzida à “matéria escolar”. A leitura literária é produtora de
significados e sentidos, além de parte constituinte dos múltiplos letramentos e da
indissociabilidade entre o alfabetizar e letrar.
A leitura literária é um processo de comunicação que necessita das respostas do
leitor. O leitor pode penetrar no texto de diferentes maneiras e explorá-lo sob os mais
variados aspectos - cognitivos, afetivos, estéticos e sociais, percebidos nos relatos de
experiências do projeto “pibidiano” em andamento em escolas públicas da Baixada
Fluminense – RJ.
A leitura literária assume-me como proposta de letramento, faz conexão leitortexto-mundo, contribuindo com a constituição estética do ser. É também uma etapa
metodológica da constituição do ensino da leitura e da escrita em meios escolares.
Entendemos que os letramentos múltiplos abrangem as mais variadas práticas de
leitura e de escrita que estão presentes na sociedade, sobretudo, as múltiplas linguagens
que hoje fazem parte dos textos a que temos acesso. Sendo a escola a principal agência
de letramento, é necessário que ela realize uma proposta que articule a alfabetização
com os letramentos múltiplos, de forma que o educando possa ser alfabetizado e
também letrado, superando a distância entre a escola e as práticas sociais.
Referências Bibliográficas
COSSON, Rildo Letramento Literário: teoria e prática.2ª ed. 3ª reimp.São Paulo:
Contexto, 2014.
FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. 32ª
ed. São Paulo: Cortez, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Paz e Terra, 2011.
10
ROJO, Roxane. Letramentos Múltiplos, Escola e Inclusão Social. São Paulo:
Parábola Editorial, 2009.
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 3ª ed. 1ª reimp. Belo
Horizonte: Autêntica, 2012.
TODOROV, Tzvetan. A Literatura em Perigo. Trad. Caio Meira. Rio de Janeiro:
DIFEL, 2009.
Download

RESUMO Bruna Jakson Silva Lima (UNIABEU) brunalima28