“…Mestre, sabemos que és verdadeiro e que ensinas caminho de Deus, de acordo com a verdade, sem te importares com quem quer que seja, porque não olhas a aparência dos homens.”Mateus 22:16 O excesso de atividades e compromissos na infância Compromissos excessivos e responsabilidades exageradas não permitem que seus filhos vivam a infância de modo pleno, porque não deixam que sejam crianças naturalmente. Isso vai contra o desenvolvimento normal e cria situações no mínimo estranhas ao que seria de esperar dessa época do desenvolvimento da personalidade. É preciso lembrar que brincar é de suma importância, em todas as faixas etárias, para a formação, o desenvolvimento, e principalmente, a felicidade de seus filhos. O excesso de atividades e compromissos – escola, artes marciais, cursos de idiomas, natação, enfim, muitas coisas para a criança fazer no dia a dia – torna a infância pesada e sem alegria. Hoje a sociedade faz uma série de exigências ao individuo adulto, e os pais, na tentativa de preparar melhor os filhos, acabam sobrecarregando a criança de coisas para fazer. Essa boa intenção acaba tendo efeitos colaterais muitos sérios: uma perda enorme de autoestima e do prazer da infância. A criança acaba sem tempo livre para ficar ociosa, brincar, jogar com os amigos ou até mesmo para conversar com os pais. Isso provoca distorções em seu comportamento e em as saúde, criando quadros até há pouco tempo inconcebíveis para a infância: obesidade, estresse, pressão alta, colesterol... Se isso já é terrível em adultos, imagine em crianças! Os pais precisam garantir que seus filhos tenham tempo livre, a fim de que as crianças sejam crianças. Elas não podem deixar de viver a infância. O acúmulo de atividades prejudica muito seu desenvolvimento natural. Não seria exagerado dizer que excesso mata a infância. A perda da infância com o intuito de “preparar melhor a criança para a vida profissional” em nada contribui para sua verdadeira realização como adulto. Mesmo porque uma pessoa de sucesso é uma pessoa equilibrada em todos os aspectos de sua personalidade. Não é porque ela é uma sumidade num determinado assunto que vai ser um sucesso. Tem de ter equilíbrio acima de tudo, ser uma pessoa bem resolvida para ser bem-sucedida. E isso tudo começa com uma infância bem vivida. Sobrecarregar seus filhos com compromissos e cobrar demais deles tem como conseqüência sua transformação em adultos totalmente despreparados para a vida e para os relacionamentos, incapazes de sentir prazer no que fazem e de se entusiasmar com sua profissão e com a própria vida – efeitos totalmente contrários aos planos dos pais que agem com a intenção para um futuro melhor. Texto retirado do livro Viva a Infância, Cris Polli, editora Gente, páginas 33, 34 3 35.