www.infanciaeadole scencia.com
.br
Ansiedade
Ansiedade, Ataques e Transtorno de Pânico
Um ataque de pânico é uma manifestação intensa e breve de ansiedade
ou medo, que se expressa por uma série de sintomas somáticos1. Ele tem
início súbito e aumenta rapidamente, atingindo um pico, em geral, em dez
minutos. O sentimento é de perigo ou catástrofe iminente e de anseio por
escapar. Para caracterizar um ataque de pânico, é necessário que o
indivíduo apresente ao menos quatro dos treze sintomas físicos abaixo*6:
Palpitações, Sudorese, Tremores ou abalos, Sensações de falta de ar ou sufocamento, Sensação de as9ixia, Dor ou desconforto torácico, Náusea ou desconforto abdominal, Tontura ou vertigem, Sensação de não ser ela(e) mesma(o), Medo de perder o controle ou de "enlouquecer", Medo de morrer, Formigamentos Calafrios ou ondas de calor. www.infanciaeadolescencia.com.br
*Os ataques que satisfazem todos os demais critérios, mas têm menos de
quatro sintomas físicos, são chamados de ataques com sintomas limitados.
Os ataques podem fazer parte da manifestação de outros tipos de
transtornos, como nas Fobias Específicas (ver seção Ansiedade), na Fobia
Social (ver situação Evitação Social) e no Transtorno de Estresse PósTraumático (seção Ansiedade). Nesses casos, os ataques não precisam ser
inesperados e estão associados a um evento específico, como por
exemplo, ao encontro com um cão no caso de uma fobia específica a
animais.
Segundo o DSM-IV6, os critérios que satisfazem a classificação do
Transtorno de Pânico descrevem que os ataques de ansiedade devem ser
recorrentes e inesperados; que haja preocupação persistente acerca de ter
ataques adicionais, ou a respeito das implicações e conseqüências do ataque,
ou ainda, uma alteração comportamental significativa relacionada aos
ataques. Além disso, os Ataques de Pânico não podem ser efeitos fisiológicos
diretos de uma substância ou de uma condição médica geral (por ex.,
hipertireoidismo), bem como não são melhores explicados por outro
transtorno mental.
É importante ressaltar, ainda que o Transtorno de Pânico pode ser
acompanhado de agorafobia (ansiedade ou esquiva a locais ou situações das
quais poderia ser difícil escapar ou nas quais o auxílio poderia não estar
disponível, no caso de ter um Ataque de Pânico ou sintomas tipo pânico).
É comum que, após o primeiro ataque, alguns indivíduos apresentem
profunda apreensão diante da possibilidade de um segundo episódio.
Normalmente, essas pessoas passam a evitar situações capazes de favorecer a
www.infanciaeadolescencia.com.br
crise ou os lugares nos quais as saídas ou o auxílio sejam difíceis. Algumas
vezes, indivíduos com pânico ponderam se devem realmente sair de casa, o
que acaba acarretando uma série de prejuízos à vida cotidiana.
Em crianças e adolescentes, os dados a respeito da prevalência dos ataques de
pânico são bastante restritos. Isso pode ser devido à baixa prevalência desses
ataques na infância ou, até mesmo, pela confusão dos sintomas dos ataques
com queixas somáticas3.
Em adolescentes, alguns poucos estudos apontam para uma prevalência de
1% para o diagnóstico de Transtorno de Pânico4. Apesar dos poucos estudos
sobre o Transtorno de Pânico na infância e adolescência, o consenso entre as
pesquisas sugere que é comum o início do transtorno durante a adolescência
(preponderantemente ao final dela), especialmente os casos sem agorafobia7.
Alguns estudos sugerem que acontecimentos de vida significativos podem
preceder o Transtorno de Pânico. Em geral, são acontecimentos de perda ou
ameaçadores
e
que,
quando
acompanhados
de
sentimentos
de
incontrolabilidade, tendem a agravar o problema e reduzir a auto-estima do
indivíduo 8,9.
O Transtorno de Pânico, apesar de pouco diagnosticado nas fases iniciais do
desenvolvimento, constitui-se num desafio para os jovens que o enfrentam. O
curso crônico e a manifestação inesperada dos ataques tendem a afetar o
senso de competência desses indivíduos perante o mundo, especialmente em
fases peculiares como o final da adolescência e início da fase adulta.
www.infanciaeadolescencia.com.br
Bibliografia
1. Kaplan, H.; Sadock, B. & Grebb, J. (2003). Compêndio de Psiquiatria:
Ciências do Comportamento e Psiquiatria Clínica. Porto Alegre: Armed.
2. Ballone GJ - Síndrome do Pânico - in. PsiqWeb, Internet - disponível em
<http://www.psiqweb.med.br/panitext.html> revisto em 2002
3. Nelles, W. B. & Barlow, D. H. (1988). Do children Panic? Clinical Psychology
Review, 8, 359-372.
4. Lewinsohn, P. M.; Hops, H.; Roberts, R. E.; Secley, J. R. & Andrews, J. A.
(1993). Adolescent psychopatology I. Journal of abnormal psychology,
102, 133-144.
5. Hayward, C. Killer, J.D. & Taylor, C.B. (1989). Panic Attacks in young
adolescents. American Journal of Psychiatric, 146, 1061-1062.
6. American Psychiatric Association (1994). Diagnostic and statistical manual
of mental disorders (4a ed.). Washington, DC: American Psychiatric
Association.
www.infanciaeadolescencia.com.br
7. Kissack, M. & Leon, N. C. (2005). Transtorno de Ansiedade Generalizada e
transtorno de pânico em crianças e adolescentes. Em: Caballo, V. E. &
Simon, M. (org.). Manual de psicologia clínica infantil e do adolescente:
Transtornos Gerais. São Paulo: Santos Editora.
8. Favarelli, C., Webb, T., Ambonetti, A., Fonnesu, F. & Sessarego, A. (1985).
Prevalence of traumatic early life events in 31 agorafobic patients with
panic attacks. Americam Journal of Psychiatric, 142, 1493-1494.
9. Roy-Byrne, P. P.; Cowley, D.S.; Shader, R. I. & Hommer, D. (1990). Reduced
benzodiazepine sensivity in panic disorder. Archives of General
Psychiatry, 147, 534-538.
www.infanciaeadolescencia.com.br
Download

Leia o artigo na íntegra