PROGRAMA DE EDUCAÇÃO
CONTINUADA – CREMESP
21/05/2011
Dr. Guilherme L. L. Wazen
Médico Psiquiatra, preceptor do amb.
de Transtornos do Humor – Famerp.

Quadro psiquiátrico que tem como característica
central o aparecimento de crises paroxísticas de
ansiedade aguda (ataques de pânico).

O ataque de pânico acontece em geral em circunstâncias
normais da vida, dormindo, dirigindo, ou até mesmo em
situações de lazer.

O pânico, como o nome diz apresenta-se com uma sensação
abrupta de desespero ou medo intenso.
1 - palpitações,
2 - sudorese,
3 - tremores ou abalos,
4 - sensações de falta de ar
ou sufocamento,
5 - sensação de asfixia,
6 - dor ou desconforto
torácico,
7 - náusea ou desconforto
abdominal,
8 - tontura ou vertigem,
9 - sensação de não ser
ela(e) mesma(o),
10 - medo de perder o
controle ou de
"enlouquecer",
11 - medo de morrer,
12 - formigamentos e
13 - calafrios ou ondas de
calor.

Qualquer pessoa pode ter um ataque de
pânico no decorrer da vida.

15% das pessoas terão ao menos um AP.

Somente quando eles tornam-se frequentes,
passam a ter um significado patológico.
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O ataque de pânico é autolimitado, dura minutos, em geral menos do que
30 minutos.

Após a crise o indivíduo fica muito assustado e amedrontado, com receio
de ter nova crise.

Pode acontecer a qualquer momento, enquanto o indivíduo está
trabalhando, estudando, por vezes dormindo e até durante relações
sexuais.

Algumas vezes pode ser desencadeado por drogas como a maconha
ecstasy, cocaína e anfetaminas.

Critério A. (1) e (2):
(1) Ataques de Pânico recorrentes e inesperados
(2) Pelo menos um dos ataques foi seguido por 1 mês (ou mais) de uma
(ou mais) das seguintes características:
(a) preocupação persistente acerca de ter ataques adicionais
(b) preocupação acerca das implicações do ataque ou suas
conseqüências (por ex., perder o controle, ter um ataque
cardíaco, "ficar louco")
(c) uma alteração comportamental significativa relacionada aos
ataques.
B. Ausência ou presença de Agorafobia
C. Os Ataques de Pânico não se devem aos efeitos
fisiológicos diretos de uma substância (por ex.,
droga de abuso, medicamento) ou de uma condição
médica geral (por ex., hipertiroidismo).
D. Os Ataques de Pânico não são melhor explicados
por outro transtorno mental.

Metade dos casos está companhado de uma complicação
-a Agorafobia :
*ansiedade iniciada ao estar em lugares ou situações
das quais escapar seja difícil; nas quais ajuda não seja
possível no caso de um ataque de pânico.
*situações são temidas e evitadas com grande
sofrimento.
*não é melhor explicado por outro trantorno mental.
O diagnóstico então será: Transt. do pânico com agorafobia

O TP é crônico! Mas com evoluções diferentes de
caso a caso.
 1/3 dos pacientes deixam de ter os ataques com
remissão espontânea.
 Os dois terços restantes permanecem com o quadro
que pode se manifestar de maneira episódica ou
persistente.

Em ambos os casos persistem os ataques e com eles
o medo de um novo ataque e criam todo uma série
de evitações.

Os ataques subclínicos são mais comuns,
aumentando a possibilidade da agorafobia.

Tem medo de sair de casa sozinho, ir a shoppings
centers, aglomerações, locais fechados.

Quadros clínicos não psiquiátricos:




Doenças da tireóide
Anemias
Diabetes mellitus
Hipertensão arterial (feocromocitoma)
Quadros clínicos Psiquiátricos:
Fobia Social
Fobia Específica
Transtorno Obsessivo-Compulsivo
Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Transtorno de Ansiedade de Separação.
Depressão
1ª Linha:
-Antidepressivos ISRS (Paroxetina e Sertralina-FDA)
-Benzodiazepínicos (Alprazolam e ClonazepamFDA)

2ª Linha:
-Antidepressivos Tricíclicos ( Clomipramina e
Imipramina)
-igualmente eficazes aos de 1ª Linha, mas com perfil
de segurança e tolerabilidade menos aceitável.


Outras medicações:
*ISRSN (Venlafaxina )
*IMAOs irreversíveis (Tanilcipromina)
*Trazodona.
*Mirtazapina
*Ác. Valpróico

Sem evidência, podendo piorar o quadro:
*Bupropiona
*Buspirona

Eficácia semelhante aos antidepr., MAS NÃO TRATAM
sintomas depressivos...1/3 dos pacientes.

Início de ação mais rápido que dos antidepr.

Potencial de abuso e comprometimento cognitivo,
especialmente no uso crônico.

MUITO CUIDADO EM MONOTERAPIA!!!
......0 que devemos fazer
então??............

Iniciar monoterapia com ISRS, de forma LENTA E
GRADUAL!!
Intervenção mais aguda: combinação de um
antidepr. com o BZD, e após algumas semanas
descontinuar gradualmente este último.
*início de ação rápida do BZD com a maior
segurança a longo prazo dos antidepr.


Superioridade desta associação até a 5º semana de
tratamento, perdendo essa característica após esse
período. (retirada ultra lenta do BZD)

Apesar da eficácia semelhantes entre os ISRS e os
BZD como tratamento de primeira linha, os
primeiros são a primeira escolha, dada a alta
comorbidade com o risco de evolução para um
transtorno depressivo.

Tolerabilidade da medicação não é apenas questão
de conforto para o paciente, levando a implicações
reais para o sucesso do tratamento a longo prazo.

Tratamento de no mínimo 1 ano, tendo em vista o
alto índice de recaída após retirada da medicação
em conjunto com sintomas residuais.


Auto-limitado
Medicação de ação rápida e com meia-vida curta
 BZD de alta potência sublingual
 Formulações alprazolam e clonazepam


Útil para o paciente ter sempre 1 comprimido a mão
Cria confiança e tranquilização, diminuindo as
chances de novos ataques..

No quesito do emprego de BZD sempre devemos
lembrar:
*USO RACIONAL E OBJETIVO
*LEMBRAR AO PACIENTE RISCOS E
BENEFÍCIOS DE FORMA CLARA
*EVITAR O SURGIMENTO DE MAIS UMA
ADVERSIDADE PARA TAL TRANSTORNO
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Transtorno do Pânico - Enfoque no Uso de BZD