 Como
são feitas as interpretações em
psicanálise?
 Será que a frase, “cara eu ganho, coroa você
perde”, trazida constantemente pelos
críticos da psicanálise está correta?
 Em resposta a estes questionamentos, Freud
faz os seguintes comentários:
 Procura
fazer com que o paciente possa
abandonar suas repressões primitivas,
substituindo-as por reações psiquicamente
maduras;
 Para que consiga tal feito, ele precisa
recordar destas situações bem como de seu
conteúdo afetivo respectivo. Neste trabalho
a questão da associação livre e da
transferência serão essenciais;
A
tarefa do analista é a de completar aquilo
que foi esquecido, ajudar o paciente a
construir algo no lugar do que foi esquecido;
 O trabalho do analista é semelhante ao do
arqueólogo;
 As construções feitas pelo analista não são
criações aleatórias, pois são construídas a
partir do material oferecido pelo paciente,
pelas suas repetições que trazem resquícios
do seu infantil;
 Apesar
da comparação freudiana entre o
psicanalista e o arqueólogo, devemos
lembrar que existe uma diferença importante
entre elas: para o arqueólogo a reconstrução
é o objetivo final de seus esforços. Já em
análise, a reconstrução é simplesmente uma
tarefa preliminar;
 Construção x interpretação;
 Uma
construção errada não causa dano ao
paciente. O mais comum é que ele se
apresente indiferente a construção feita,
sendo logo abandonada;
 Uma boa construção facilita o fluxo de
associações do paciente. Quando após uma
construção nada mais se desenvolve,
podemos considerá-la como equivocada;
 As
construções não são imutáveis ao longo do
processo analítico. Somente o mesmo, em
seu desenrolar, nos mostrará se elas estavam
corretas ou não;
 O analista não deve reivindicar autoridade
por sua construção, nem tão pouco discutí-la
com o paciente no caso de ser negada. Deve
apenas aguardar seu exame e seus possíveis
efeitos;
 As
reações do paciente a uma construção nos
permite inferir questões importantes;
 Tanto o sim quanto o não do paciente não
são indicativos de certeza absoluta:
precisamos de confirmações indiretas da
resposta do paciente;
 O sim só deve ser considerado verdadeiro
quando produzir novas lembranças que
permitam ampliar a construção;
O
não do paciente deve ser analisado
também: pode estar representando uma
resistência ou mesmo algo que ainda não foi
revelado;
 Se a construção é errada não se produzem
mudanças no paciente, mas se é correta ou
se aproxima da verdade, ele provoca reações
no paciente que podem ser verificadas, em
alguns casos, pelo agravamento dos sintomas
do paciente;
“
O caminho que parte da construção do
analista deveria terminar na recordação do
paciente, mas nem sempre ele conduz tão
longe. Com bastante freqüência não
conseguimos fazer o paciente recordar o que
foi reprimido. Em vez disso, se a análise é
corretamente efetuada, produzimos nele
uma convicção segura da verdade da
construção, a qual alcança o mesmo
resultado terapêutico que uma lembrança
recapturada.”
Freud (1937)
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Construções em análise