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Classificação do artigo 30 mar 2015 O Globo
(Martha Beck, Cristiane Jungblut, Junia Gama e Catarina Alencastro)
Levy, que teria recebido ligação de
Mercadante, prepara explicação
Ministro da Fazenda deve comentar, em audiência no Senado, frase sobre
Dilma
­BRASÍLIA­ Diante da repercussão negativa de sua declaração sobre a presidente Dilma Rousseff num
evento fechado em São Paulo, na semana passada, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, passou o fim de
semana costurando o discurso que apresentará na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado
amanhã. E, no próprio sábado, dia em que a declaração foi revelada pela “Folha de S.Paulo", Levy teria
sido procurado pelo Palácio do Planalto. Segundo informações do site do “Estado de S.Paulo”, o
ministrochefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, telefonou para Levy para expressar a insatisfação de
Dilma, que teria ficado indignada.
Em encontro com ex­alunos da Universidade de Chicago, Levy afirmou que a presidente “é bem
intencionada, mas nem sempre age da forma mais efetiva”. Em nota pessoal no sábado, o ministro
lamentou a interpretação dada à frase. Segundo fontes da equipe econômica, o ministro, de fato, não teve
a intenção de criticar a presidente, mas adotou um tom coloquial que não cai bem no momento de crise
política.
Levy participará de audiência pública para tratar do plano de ajuste fiscal e deve apresentar proposta
alternativa para a regulamentação da lei que muda os indexadores dos contratos de dívidas de estados e
municípios com a União, mas sabe que a fala sobre Dilma pode ganhar espaço. Em outra frente,
integrantes da base do governo se articulam para a blindagem do ministro da Fazenda na Comissão.
ENCONTRO COM RENAN
O ministro tem encontro com o presidente do Senado, Renan Calheiros, às 17h30m, para tratar da
renegociação das dívidas dos estados e municípios e de sua ida à CAE. Renan pautou para amanhã à
tarde, após a audiência de Levy na Comissão, a votação do projeto que fixa um prazo de 30 dias para
entrada em vigor do novo indexador das dívidas.
Levy conversou com integrantes da base do governo para saber a temperatura no Congresso e conta
com o apoio do presidente da CAE, senador Delcídio Amaral (PT­MS), para se blindar.
O ministro da Fazenda já foi avisado de que terá que ser direto e convincente na CAE. Integrantes da
equipe econômica informaram que ele pretende fazer um alerta ressaltando que a regulamentação da lei
sancionada no ano passado compromete o ajuste fiscal e a retomada do crescimento.
Em relação às declarações sobre Dilma, Delcídio reconheceu que serão exploradas:
— Fico com a justificativa do Levy sobre as declarações a respeito da presidente Dilma. Agora, claro
que isso será explorado por alguns.
Para a oposição, Levy foi apenas sincero:
— O mercado e quem está fora do governo enxergam o grau de sinceridade que norteia o pensamento
do ministro Levy. O que é bom para o mundo real é incômodo para o PT — disse o líder da oposição na
Câmara, Bruno Araújo (PSDB­PE).
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Levy, que teria recebido ligação de Mercadante