EDITORIAL: CADA UM TEM O LEVY QUE MERECE
28 de outubro de 2015
Escrito por: Equipe Eleven Financial
Nesta terça-feira o Ministro Joaquim Levy esteve presente em importante evento da The Economist,
tendo na platéia grandes cabeças da economia nacional. Dentre estas, lá estava nossa Conselheira
Thais Heredia.
Uma salada de gente falando pelas bandas do Grand Hyatt. Sergio Moro (salve!!!), Pedro Moreira
Salles, Joesley Batista. Cada um vindo de um planeta. Tudo isso fechado por Nizan Guanaes, a cereja
do bolo. Cada doido com sua mania e defendendo seu modelo de mundo. Quase todos eles muito
distantes da vida que levamos aqui no mundo real.
Em sua participação no Em Pauta da GloboNews, Thais trouxe hoje uma visão de que Joaquim Levy
adotou um discurso muito forte mais uma vez. Chamado por ela de "assertivo", o modo como o
ministro externou suas opiniões sobre os "benefícios" exagerados e quanto neste momento a
responsabilidade é mais importante que a popularidade. Na mesma fala ele afirmou que o déficit
deve fechar o ano próximo de 1% do PIB. É o maior rombo da história!!!!
Há duas maneiras de compreender a postura de Levy. Força recuperada ou paciência estourada. Ele
sabe o tamanho da força que o mercado pode ter ao pressionar o ambiente de tal forma que os
políticos sejam removidos de sua zona de conforto. Por mais que seja compreendido em uma análise
rasa, que a turma do Congresso Nacional não está confortável, no fim do dia seguem todos os
integrantes do legislativos focados em seus respectivos umbigos e não no interesse nacional. O
mercado é o melhor, se não o único, amigo de Joaquim Levy.
Também durante o Em Pauta desta terça, Thais falou sobre a explosão dos juros do cartão de crédito.
Os números alcançam 413% ao ano no crédito rotativo. A taxa do cheque especial ultrapassa os
200%, enquanto a do CDC está na casa dos 60%.
A curiosa relação é que não há regulação nem controle sobre o quanto os bancos podem cobrar do
cidadão comum. O sonho do governo federal é poder cobrar as mesmas taxas extorsivas de seus
devedores. A questão é: quem são os devedores do governo??? Basicamente ele só tem credores.
Aqueles que investiram em títulos da dívida pública. A fonte de receita vem somente dos chamados
por aqui de contribuintes, e em países sérios e maduros de "tax payers" ou pagadores de impostos
(nós).
A administração pública está exatamente vivendo do cheque especial. Pagando cada vez mais juros
para poder rolar suas dívidas ainda que seu patrimônio e suas reservas sejam corroídos sem dó nem
piedade.
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Qual a diferença entre o governo e nós cidadãos? Nós não temos como manobrar nossa contabilidade
para fazer de conta que nada é o que parece. Nós estamos nas mãos dos agentes financeiros que
cada vez mais parecem agiotas que seguem extorquindo seus devedores uma vez que a maneira
decente de ganhar dinheiro depende da capacidade da economia em girar, e este movimento não
parece estar num horizonte próximo.
Enquanto Levy joga no colo do Congresso a óbvia (e correta) responsabilidade de resolver os
impasses que impedem a devolução do rumo à economia nacional, os bancos seguem faturando
desenfreadamente às custas de todos aqueles que trabalham incansavelmente muito mais para
subsistir do que para construir neste cenário. E o governo fazendo de conta que R$ 50 bi de prejuízo é
curso normal da vida.
Enquanto tudo isso acontece, na Bovespa os gigantes Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC3 e BBDC4)
seguem apanhando e vendo seus papéis atingirem os menores níveis em 12 meses. Dá para
entender? Claro. Eles estão sob o sério risco de encontrar uma pilha de inadimplentes, e para aliviar...
cobram 413% de juros; destruindo a solvência de seus clientes e por consequência seu próprio valor.
Preferimos um mercado pedalando honestamente na direção certa. Então ficamos assim. Acreditando
que o ministro recuperou a força e tudo ficará bem logo. Este é nosso Joaquim. E o seu?
Realmente, cada um tem o Levy que merece!
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