1 www.redeecologicario.org ta Realidade dos Agricultores Assentados e a Rede Ecológica POPULAÇÃO URBANA E RURAL NO BRASIL E NO MUNDO Hoje, em 2015, 54 % da população mundial vive em áreas urbanas e no Brasil 86% vive nas cidades. DESIGUALDADE Apesar de o crescimento econômico nos ter feito ultrapassar o Reino Unido e consolidar o sétimo maior Produto Interno Bruto (PIB) do planeta, o Brasil ainda é uma nação de desigualdades. Segundo relatório sobre as cidades latinoamericanas feito pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), o Brasil é o quarto país mais desigual da América Latina em distribuição de renda, ficando atrás somente de Guatemala, Honduras e Colômbia. Mesmo que o número de pobres e indigentes no Brasil tenha caído pela metade em duas décadas , de 41%, em 1990, para 22% da população em 2009 e de 20,9% em 2011 para 18,6 em 2012, o abismo social é o maior entre os países latinoamericanos. Os 20% mais ricos da população brasileira concentram 55% da renda nacional, enquanto a média da região é de 47%. TODA REALIDADE SOCIAL É FRUTO DA AÇÃO DO HOMEM Há, no Brasil, 130 mil grandes imóveis rurais, que concentram 47,23% de toda a área cadastrada no Incra. Para se ter uma ideia do que esse número representa, os 3,75 milhões de minifúndios (propriedades mínimas de terra) equivalem, somados, a quase um quinto disso: 10,2% da área total registrada. 175 MILHÕES DE HECTARES IMPRODUTIVOS Dados do ainda inédito Atlas da Terra Brasil 2015, feito pelo CNPq/USP, mostram que 175,9 milhões de hectares são improdutivos no Brasil. O conceito de produtividade da terra no país, explica o pesquisador Ariovaldo Umbelino de Oliveira, responsável pelo atlas, atende a critérios que, se atualizados, aumentariam ainda mais a faixa considerada improdutiva. CAUSAS DA REALIDADE RURAL O crescimento da agricultura capitalista, a expropriação dos pequenos produtores e o êxodo rural têm sido as principais causas da ocupação fundiária, aliadas à incapacidade do governo de efetivar a reforma agrária. No Brasil, onde a concentração fundiária é um processo histórico intocável, a luta pela terra não pode ser desconsiderada quando se discute políticas de democratização de acesso à terra. O MST ocupa apenas as propriedades rurais que, por serem improdutivas, não cumprem a função social, sendo portanto passíveis de desapropriação para fins de reforma agrária, de acordo com a Constituição Federal. O processo se inicia com a ocupação Após a ocupação vem o acampamento Sebastião Salgado A primeira ocupação do MST: Fazenda Annoni Fazenda Annoni • Criação do MST 1984 • A luta pela fazenda Annoni inicia-se em 1985 • Expulsos de suas terras, que haviam sido demarcadas como indígenas, e sem receber indenização do governo federal, os camponeses não tinham para onde ir. • 1,5 mil famílias de colonos ocuparam a maior fazenda gaúcha na época • Atualmente, na área de nove mil hectares vivem 420 famílias, divididas em cinco assentamentos. Ver mais em: Terra para Rose: www.youtube.com/watch?v=tbP6Ffo-sMM O Sonho de Rose: https://www.youtube.com/watch?v=WSZVbsoB-yc Outro ingrediente básico do processo: Derrubar as cercas da ignorância A educação e formação têm um papel fundamental na luta pela terra, matriz para a construção do sujeito histórico, protagonista de seu destino e do destino do seu país. Derrubar as cercas da ignorância Inaugurada em 2005, a Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema, SP, levou 5 anos para ser erguida, contando com o trabalho voluntário de mais de mil trabalhadores, atendendo alunos do movimento de todo o país - e também do exterior. E o movimento ganha as universidades Em 2014, iniciam-se jornadas em pelo menos 50 universidades públicas de todo o país. "Que tipo de conhecimento ela produz e com que sentido?”, questionam. A preocupação está em se voltar mais para as demandas socialmente referenciadas, para o crescimento do país, reforçando a justiça e benefícios para a população, não só para os setores dominantes. O movimento de ocupação também se expande Temos evidências irrefutáveis de que a luta pela terra tem impulsionado as políticas compensatórias de implantação de assentamentos rurais. Em São Paulo: No Pontal do Paranapanema, durante um século, os latifundiários mantiveram as terras devolutas na região sob seus jugos, grilando quase um milhão de hectares. A realidade começou a mudar, de fato, com as ocupações de terras realizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Em julho de 1990 o Movimento realizou sua primeira ocupação no Pontal, no município de Teodoro Sampaio, dando início ao processo de territorialização da luta pela terra na região. De 1990 a 2000, os sem-terra executaram 336 ocupações, conquistando quase cem mil hectares, desentranhando um dos grilos mais famosos do estado de São Paulo. Pode-se considerar que a luta pela terra desencadeada inicialmente pelo MST é a única ação realmente efetiva no combate à alteração da estrutura fundiária da região. Com exceção do município de Mirante do Paranapanema onde, segundo o Banco de Dados da Luta pela Terra (DATALUTA, 2011), vivem atualmente cerca de 1.625 famílias, distribuídas em 33 projetos de assentamentos rurais, a estrutura fundiária dos demais 32 municípios que compõem a região do Pontal do Paranapanema sofreu pouca ou nenhuma alteração nas últimas décadas. O contraste O número de famílias assentadas nestes últimos anos foi de 614.093, sendo criados neste mesmo período 551 assentamentos. Ainda conforme o INCRA, no total, o Brasil conta com 85,8 milhões de hectares incorporados à reforma agrária e um total de 8.763 assentamentos atendidos, onde vivem 924.263 famílias. Existem ainda cerca de 120 mil famílias acampadas pelo país. Hoje, 130 mil grandes proprietários de terras concentram 318 milhões de hectares. Em 2003, eram 112 mil proprietários com 215 milhões de hectares. Mais de 100 milhões de hectares passaram para o controle desses latifundiários, que possuem em média mais de 2.400 hectares. Ou seja, existem mais latifúndios no Brasil. E estão mais improdutivos. Fonte: INCRA - Janeiro/2015 Consequências da expansão capitalista Para Milton Santos, em um mundo mais capitalista e globalizado, o cidadão foi substituído pelo consumidor Em contraposição surge a figura do consumidor responsável e cidadão organizado em redes A Rede Ecológica e os assentamentos: Terra Prometida (Tinguá) Ver mais em: Campo e cidade se dando as mãos: vimeo.com/51767603 A Rede Ecológica e os assentamentos: COPAVI (Paranacity) A Rede Ecológica e os assentamentos: Grupo Pedras Altas - Brejal (em processo de transformação em assentamento) A Rede Ecológica e os assentamentos: Intenção de compra no Assentamento Agroecológico Osvaldo de Oliveira - Macaé Assentamentos MST no estado do Rio Assentamentos MST no estado do Rio Elaboração • Tânia Franco – núcleo Humaitá • Paulo Jansen – núcleo Botafogo • Miriam Langenbach – núcleo Urca www.redeecologicario.org