AVALIAÇÃO CLÍNICA, HEMATOLÓGICA E PARASITÁRIA
DE POTROS DA RAÇA MANGALARGA MARCHADOR
Larissa Ferreira1; Márcio Nunes Cordeiro Costa1; Ingrid Bromerschenkel1; Dyeime Ribeiro de
Souza1; Isabella Vilhena Freire Martins2; Flávia de Almeida Lucas2; Carla Braga Martins2
1Graduandos
em Medicina Veterinária do Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Espírito Santo
2Docentes do Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Espírito Santo. [email protected]; [email protected]
INTRODUÇÃO
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A infestação parasitária pode ocasionar várias alterações
clínicas e hematológicas no hospedeiro. Exames
complementares, como hemograma e parasitológico das
fezes, permitem avaliar a condição geral de saúde dos
potros. A incidência de infestações parasitárias, ainda nas
primeiras semanas de vida, é influenciada pelo sistema de
criação dos equinos. A infestação por pequenos estrôngilos
pode ser subclínica, ou resultar em pelos opacos,
emagrecimento discreto e menor tolerância ao esforço
físico
(KLEI
e
CHAPMAN,
1999).
Alterações
hematológicas, como anemia e leucocitose, associada ou
não a eosinofilia, também podem estar presente em
equinos infestados (DENNIS et al., 1992). O objetivo deste
trabalho foi avaliar as alterações clínicas, hematológicas e
parasitológicas de potros infestados naturalmente.
Os resultados obtidos para hematimetria, leucometria e
bioquímicos estão descritos nas tabelas 1, 2 e 3.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram avaliados 11 potros aparentemente hígidos da raça
Mangalarga Marchador, com idade entre 5 e 6 meses,
proveniente de criatório do Sul do Estado do Espírito
Santo. As amostras de sangue foram colhidas por
venopunção jugular, e encaminhadas ao laboratório para
avaliação hematológica. As amostras fecais foram colhidas
diretamente da ampola retal e enviadas para avaliação
quantitativa de ovos por grama de fezes (OPG) e
qualitativa pela técnica de sedimentação espontânea.
RESULTADOS
Os animais não apresentaram alterações dignas de nota.
O escore corporal variou de bom a muito bom. Os
parâmetros clínicos apresentaram-se dentro dos valores
normais para a espécie: temperatura retal média: 39,1 °C,
frequência cardíaca: 79,63 bpm e frequência respiratória:
32,89 mpm. A a contagem de ovos de estrongilídeos foi
positiva em 3 animais, com valores de 500, 850 e 1350
OPG. Um animal apresentou infestação por coccidios
(1050 oocistos).
REFERÊNCIAS
DENNIS, V.A.; KLEI, T.R.; MILLER, M.A.; CHAPMAN, M.A.; MCCLURE, J.R. Immune responses
of pony foals during repeated infections of Strongylus vulgaris and regular ivermectin treatments.
Veterinary parasitology, v.42, n.1-2, 1992.
HOWARD, D.L.; W. R. FERNANDES, W.R.; SOUZA, A.T.; LEAL, M.L.R.;MIRANDOLA,M.R.S.;
BENESI, F.J. Proteína total, albumina e globulinas no plasma de potras sadias da raça Brasileiro
de Hipismo em crescimento. Ars Veterinaria, v.24, n.2, 077-082, 2008. KLEI, T.K.; CHAPMAN,
M.R. Immunity in equine cyathostome infections. Veterinary Parasitology, v.85, p.123–136,
1999.
MEYER, D.J.; COLES, E.H.; RICH, L.J. Medicina de Laboratório Veterinário: Interpretação e
Diagnóstico.
Editora
Roca,
1995.
MORUZZI, M.M.; OROZCO, C.A.G.; MARTINS, C.B.; GOMIDE, L.M.W.; QUEIROZ, A.;
LACERDA NETO, J.C. Estudo de parâmetros hematológicos de potros da raça Puro Sangue
Árabe. Ars Veterinária, v. 23, n. 3, 2007.
Eritrograma
Médias ± desvio padrão
Hemácias (µL)
7,45 ± 0,36 x 106
Hemoglobina (g/dL)
9,6 ± 0,4
Hematócrito (%)
32 ± 1,48
VGM (µg)
42,8 ± 0,8
CHGM (%)
32,4 ± 3,35
Tabela 1. Eritrograma de potros da raça MM.
Conforme observado na tabela 1, os valores de hemácias,
hemoglobina e CHGM estavam abaixo dos valores
normais, evidenciando discreta anemia.
Leucograma
Médias ± desvio padrão
Leucócitos (x103/µL)
11,7 ± 2,2
Neutrófilos (x103/µL)
6,4 ± 2,3
Linfócitos (x103/µL)
2,6 ± 1,2
Eosinófilos (x103/µL)
0,9 ± 0,7
Monócitos (x103/µL)
1,4 ± 1,0
Bastonetes (x103/µL)
0,08 ± 0,1
Basófilos (x103/µL)
0,04 ± 0,1
Tabela 2. Leucograma de potros da raça MM.
Na avaliação leucométrica (tab. 2) identificou-se neutrofilia,
linfopenia, eosinofilia, monocitose e trombocitose.
Bioquímico
Albumina (g/dL)
Globulina (g/dL)
Proteína total (g/dL )
Médias ± desvio padrão
2,0 ± 0,2
4,61 ± 0,49
6,61 ± 0,49
Tabela 3. Bioquímico sérico de potos da raça MM.
Conforme observado na tabela 3, os animais
apresentaram
discreta
hipoalbuminemia
e
hipoproteinemia. São escassos os trabalhos com valores
normais para potros da raça Mangalarga Marchador.
Portanto, foram uitilizados parâmetros de potros Puro
Sangue Árabe (MORUZZI et al., 2007), Puro Sangue
Inglês (HOWARD et al., 2008) e potros sem raça definida
(MEYER, COLES e RICH, 1995) para a comparação dos
resultados.
CONCLUSÃO
O presente estudo terá continuidade, com a finalidade de
obter mais dados e diferenciais, padronizando valores e
estabelecendo parâmetros bioquímicos, hematológicos e
parasitológicos para potros da raça Mangalarga
Marchador.
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