13 ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS EM CÃO COM APLASIA MEDULAR: RELATO DE CASO Aguinaldo Francisco Mendes Junior¹; Thatiana Leite Pinto1; Fabiola Barroso Costa¹; Victor Nowosh¹; Nayro Xavier de Alencar2. 1. Médico Veterinário Residente – Hospital Universitário Professor Firmino Mársico Filho – UFF (HUVET-UFF) 2. Professor do Departamento de Patologia Clínica Veterinária - UFF Aplasia medular é uma condição em que há substituição da medula óssea por tecido adiposo, com concomitante bicitopenia ou pancitopenia, levando a síndrome denominada anemia aplásica. Pode ter origem infecciosa, imunomediada, induzida por drogas, toxinas ou radiação, ou mesmo ser idiopática. Acredita-se que o principal mecanismo envolvido é a lesão direta às células-tronco, embora outras causas não elucidadas possam estar envolvidas. Achados hematológicos incluem anemia arregenerativa, leucopenia com neutropenia e trombocitopenia. Este trabalho objetiva em descrever os achados hematológicos de um cão diagnosticado com aplasia de medula. Foi atendido no HUVET-UFF, Niterói/RJ, um cão macho da raça pastor alemão de três anos de idade, com anorexia, hematoquesia e emagrecimento havia sete dias. Coletou-se amostra de sangue para realização de hemograma, que revelou: Volume globular (VG) = 37% (Referência: 37-55%); Leucometria global (LG) = 1,2 x103/μL (6-17 x103/μL); e Plaquetometria (PLT) = 6 x103/μL (200-700 x103/μL). Tratamento para amenizar a sintomatologia foi instituído, associandose analgésico, antibiótico e anti-inflamatório. Novo exame foi solicitado após cinco dias, revelando: VG = 22%; LG = 1,4 x10 3/μL; e PLT = 4 x103/μL. Contagem de reticulócitos revelou 0,09% de reticulócitos circulantes, indicando baixa regeneração. Instituiu-se como suspeita clínica o quadro de aplasia de medula. Foi prescrita timomodulina (900 mg) a cada 24h por via oral, por 30 dias, além de manter a medicação anterior. No nono dia, realizou-se transfusão de sangue total. No dia 10, novo hemograma revelou: VG = 27%, sem reticulócitos circulantes; LG = 0,7 x103/μL; e PLT = 4 x103/μL. No dia 11, exame de mielograma confirmou a aplasia medular. Iniciou-se tratamento com filgrastim (5 mg/kg), a cada 24h por via subcutânea, por 3 dias. Novo hemograma foi realizado, revelando: VG = 16,6%, com 0,03% de reticulócitos; LG = 0,1 x103/μL; e PLT = 10 x103/μL. O animal não respondeu ao tratamento e veio a óbito 16 dias após a primeira consulta. A aplasia medular é uma condição de prognóstico desfavorável, uma vez que o quadro é de difícil reversão. O hemograma é o exame inicial para definir a suspeita, já que bicitopenia ou pancitopenia são alterações comuns nessa enfermidade, e é ferramenta útil para avaliar a evolução da doença e a eficácia do tratamento. Palavras-chave: anemia aplásica, panleucopenia, mielograma