Solução de Exercı́cio - Prof. Eduardo F. Costa htt p : //www.icmc.usp.br/ ∼ e f costa/ Exercı́cio 1. Suponha que a máquina produza (por dia) o dobro das peças que são produzidas pela máquina 2. No entanto, 4% das peças fabricadas pela máquina 1 são defeituosas, enquando 2% das da 2 são defeituosas. A produção diária é grande e é misturada. Uma amostra aleatória de 10 peças é extraı́da. Levante a função de probabilidade para a variável aleatória X =número de peças defeituosas. Solução. Obs: esta é uma generalização do exercı́cio proposto; aqui fazemos uma dedução “informal”da distribuição binomial, usando o exercı́cio como motivação. Denotamos as máquinas por ‘M1 ’ e ‘M2 ’ e também definimos os eventos A = {peça vem de M1 } B = {peça vem de M2 } (1) D = {peça defeituosa} Inicialmente, vamos calcular a probabilidade de que uma peça seja defeituosa, P(D). Dos dados, sabemos que P(M1 ) = 2P(M2 ). Claro, temos que P(M1 ) + P(M2 ) = 1; destas equações, encontramos P(M1 ) = 2/3 e P(M1 ) = 1/3. Também é dado que P(D|M1 ) = 4/100 e que P(D|M2 ) = 2/100. Agora, empregamos o teorema da probabilidade total: P(D) = P(D|M1 )P(M1 ) + P(D|M2 )P(M2 ) = 0, 04 2/3 + 0, 02 1/3; denotaremos este valor por p = P(D). Qual é o espaço amostral ‘original’? Ele é Ω = {DDDDDDDDDD, DDDDDDDDDD̄, . . . , D̄D̄D̄D̄D̄D̄D̄D̄D̄D̄}, um conjunto contendo 210 elementos. A variável aleatória X : Ω → ℜ é definida como sendo X = ‘n. peças defeituosas’. Por exemplo, temos X(DDDDDDDDDD̄) = . . . = X(D̄DDDDDDDDD) = 9. Note que a função X não é inversı́vel, já que ela leva dez elementos do espaço amostral em apenas um elemento de ℜ. De acordo com a idéia de ‘indução de probabilidades’, definimos, por exemplo, P(X = 9) = P(DDDDDDDDDD̄ ∪ . . . ∪ D̄DDDDDDDDD) = P(DDDDDDDDDD̄) + . . . + P(D̄DDDDDDDDD), (2) onde usamos o fato de que os eventos acima são excludentes. Sendo os eventos equiprováveis, e denotando por m(i) o número de vezes que o evento ‘i peças defeituosas’ aparece em S, temos P(X = 9) = m(9)P(DDDDDDDDDD̄). Considerando que os eventos são independentes (dedutı́vel do fato que a produção diária é grande), encontramos P(X = 9) = m(9)P(D)9 P(D̄) = m(9)p9 (1 − p). Generalizando, P(X = k) = m(k)pk (1 − p)10−k . 1 Generalizando ainda mais, para um número n de peças (ao invés de 10), e levando em conta que m é dado pelo binômio µ ¶ n m(k) = , k temos µ ¶ n k P(X = k) = p (1 − p)n−k . k Finalmente, encontramos a função de distribuição µ ¶ n k p (1 − p)n−k p(k) = P(X = k) = k (3) que surge neste tipo de problema, chamada de Distribuição Binomial. A variável aleatória X é chamada de variável aleatória binomial, neste caso. 2