Estados-de-espírito e
teoria social
Provas de agregação
António Pedro Dores, Departamento Sociologia ISCTE
2004-07-08, URL:http://home.iscte.pt/~apad
Estados-de-espírito e
teoria social

a)
b)
c)
Objectivos
Defesa da legitimidade
sociológica do trabalho de
desenvolvimento do conceito
Demonstração da sua
adequação à actualidade e
Da sua complementaridade
relativamente às análises
estruturais e culturais
Predominância do dualismo


Face a uma situação (histórica,
cultural ou quotidiana) a maioria
dos seres humanos adopta
atitude dualista (resiste e
coopera cf. as circunstâncias)
Certos comportamentos, mais
raramente, organizam-se
intencionalmente, c/
determinação
Reinterpretação de Weber

A acção social a) tradicional,
b) racional e c) carismática
a)
Máximo de dualidade
Máximo de intencionalidade
Misto, transformadora (por ex:
espírito do capitalismo)
b)
c)
Reinterpretação de Durkheim


Solidariedade social é forma de
organizar/racionalizar dualidade
normal da atitude das pessoas
Solidariedade orgânica é a
forma institucionalizada de
dominar a historicidade e de
manter níveis de anomia
quotidiana baixos
Reinterpretação de Marx

A historicidade não está
acessível no quotidiano

É preciso criar intencionalmente
actores sociais para o efeito
Reinterpretação contradições
teóricas (I)
Estados de
espírito
Interaccionismo Estrutural
simbólico
funcionalismo
Historicidade
(disposições)
X
(institucionalmente
cristalizada)
Cultura e
instituições
(sistemas de
razões)
X
(descontextualização)
Quotidiano
(hábitos)
X
X
Reinterpretação contradições
teóricas (II)
Estados de
espírito
Habitus
Bourdieu
Historicidade
Movimentos sociais
Touraine
X
(transformação
institucionalizada)
Cultura e
instituições
X
(descontextualização)
Quotidiano
X
(essencialização)
X
(produção das
intencionalidades)

Hoje vivemos o acelerar da história,
(maior amplitude de acção e de maior eficiência das
instituições).

Paradoxal coexistência de uma
normalização da historicidade
(disposições para aceitar discurso único) e da
emergência de historicidades
(autonomias institucionais - globalização,
escolarização, mass media, excesso de
informação)
Historicidade e disposições
Não são:
 Nacionalismo modernista metafísico
 Movimento operário unitário
 Elasticidade não estruturada
São:
 Resultado de “bricolage” cultural e
(des)sintonização emocional e
pragmática (Klaus Eder, Wacquant)
Historicidade e disposições

O tempo histórico linear,
substituído por tempo plural por
medida (hedonismo, crise de valores, reorganização
institucional)

Processo social de rebatimento
de níveis de intervenção social
(consumo quotidiano – estilo de vida cultural, competição historicidade, auto-responsabilização privada – civilidade
pública)

Nova questão social (assalariamento e
exclusão)
Estados de espírito (I)

Retorno dos riscos (selvas
e da
exploração do medo ontológico
metropolitanas abandonadas e vigiadas)

Novos movimentos sociais
tratam da sobrevivência (ecológica,
emocional e corporal)
Estados de espírito (II)

Não são problemas culturais,
mas principalmente de
felicidade quotidiana e de
sentido geral de vida
Estados de espírito (III)

“Fézada”, em futebolês, metáfora da
nova sociedade eventual (Euro, Timor,
(r)evolução, sucesso artístico, mas tb nazismo ou
revolução 68)

Luta incerta entre opções “atitude” e
“concentração”, “génio intuitivo” e
“colectivo”, capaz de transformar
directamente o quotidiano em
historicidade, à falta de instituições
credíveis
Estados de espírito (IV)


Cultura: artefactos expressivos
e representativos, avaliados em
função da história (posição e
sentido)
Estados de espírito: estado de
humanidade pensado como
configuração + - instável entre
potencialidades, competências
e intencionalidades
Anomia alargada



Anomia normal alargada pelos
movimentos estudantis,
feministas, lgbt, ecologistas,
orientalistas
Diminuição do âmbito
redistributivo do capitalismo
Gestão de expectativas sobre
Liberdade – Igualdade –
Exclusão social
Programa positivo

Valorização da anomia (ver debates
sobre irreversibilidade ou sobre novos movimentos
deve normalizá-la em vez
de condená-la
Por ex: centralidade dos temas
penais (a nível nacional e
global) surpreende teoria social
FIM
sociais)

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