ASSOCIAÇÃO JUINENSE DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA AJES INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – ISE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA A INTERDISCIPLINARIEDADE NA MATEMATICA Elaine Dione Silveira Vaz Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo. ALTA FLORESTA/2009 ASSOCIAÇÃO JUINENSE DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA AJES INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – ISE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA A INTERDISCIPLINARIEDADE NA MATEMATICA Elaine Dione Silveira Vaz Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo. “Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do título de Especialização em Educação Matemática”. ALTA FLORESTA/2009 ASSOCIAÇÃO JUINENSE DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO JURUENA AJES INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – ISE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA BANCA EXAMINADORA _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ ORIENTADOR Dedico à minha família pelo apoio e compreensão nos momentos em que estive ausente e pela paciência dedicada no decorrer deste trabalho. AGRADECIMENTO Agradeço primeiramente a Deus, pela graça concedida, a minha família pela compreensão e incentivo, aos professores que me proporcionaram meios e métodos no avanço dos meus conhecimentos e aos alunos da Escola 19 de Maio, sem os quais minha pesquisa não teria razão e nem como acontecer. “Toda mudança nasce, assim, do casamento entre a necessidade e o desejo. Não há mudança, sem uma certa dose de desobediência, (...) por isso mesmo, choca e, invariavelmente, passa a ser alvo de críticas e até punições (...). Certamente, este é o preço que se paga pela ousadia de ser diferente. Por causa disso muitos desistem”. Sanny Rosa RESUMO O ensino da matemática precisa deixar de contribuir para a exclusão do aluno, não que isso decorra de ações premeditadas de professores, mas esses devem urgentemente incorporar novos paradigmas de ensino de modo que o aluno entenda a matemática como parte de sua vida e relacione-a com os problemas cotidianos. diante dessa reflexão escolhi o tema interdisciplinaridade na matemática. A presente pesquisa, de caráter bibliográfico, consiste em verificar a Interdisciplinaridade no Ensino da Matemática. O objetivo da pesquisa foi trabalhar interdisciplinaridade nas mais diferentes áreas do conhecimento os principais aspectos que interferem no processo de aprendizagem dos alunos. Trabalhar a interdisciplinaridade não significa negar as especialidades e objetividades de cada ciência. O seu sentido reside na oposição da concepção de que o conhecimento se processa em campos fechados em si mesmo, como se as teorias pudessem ser construídas em mundos particulares sem uma posição unificadora que sirva de base para todas as ciências, e isoladas dos processos e contextos histórico-culturais. Conclui-se que o trabalho interdisciplinar tem como principais objetivos proporcionar ao aluno a oportunidade de pôr em prática os diversos conhecimentos adquiridos nesta série e em séries anteriores, além de vivenciar as dificuldades de se trabalhar em grupo, buscando soluções não apenas para problemas cognitivos, mas também afetivos: muitas vezes no cotidiano não lidamos com pessoas que têm as mesmas atitudes com as quais estamos habituados. No entanto, por razões sociais ou profissionais, convivemos com tais pessoas. O trabalho interdisciplinar é a oportunidade de a escola discutir tais problemas, que envolvem cidadania, ética, responsabilidade, sociabilidade, companheirismo. SUMÁRIO INTRODUÇÃO...........................................................................................................09 1. INTERDISCIPLINARIEDADE.............................................................................. 11 2. INTERDISCIPLINARIEDADE E MATEMÁTICA.............................................. 23 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.........................................................................39 INTRODUÇÃO Conceito de interdisciplinaridade, hoje comum na literatura educacional, tem sido objeto de inúmeras interpretações. “Disciplina” enquanto “ramo do conhecimento” e “ensino (RIOS, 2002, p. 78). Uma disciplina implica condutas, valores, crenças, modos de relacionamento, que incluem tanto modos de relacionamento humano (interpessoal), quanto o relacionamento do sujeito com o conhecimento Interdisciplinaridade envolve relações de interação dinâmica entre as disciplinas. As transformações promovidas da interdisciplinaridade podem ser entendidas como um “convite” à revisão da nossa relação com o conhecimento. A ação interdisciplinar reserva um sentido de organicidade. O processo interdisciplinar desempenha papel decisivo para dar estrutura ao desejo de criar uma obra de educação à luz da sabedoria, da coragem e da humildade. Segunda FAZENDA (1994; 13): “ Um olhar interdisciplinar atento recupera a magia das práticas, a essência de seus movimentos, “O conhecimento nasce dos movimentos contidos nas dúvidas, nos conflitos, nas perguntas/respostas, nas certezas/incertezas que são vivenciadas na solução e ou/propostas, alternativas em superar, assumir, atuar, agir nessa ambigüidade do ser.” Interdisciplinaridade compreende a busca constante de novos caminhos, outras realidades, novos desafios, a ousadia da busca e do construir. Quando em uma sala de aula todos se encaixam num todo maior, ocorre o envolvimento expresso através do respeito e da responsabilidade, a obrigação é alternada pela satisfação, a arrogância pela humildade, a 10 solidão pela cooperação, a especialização pela generalidade, o grupo homogêneo pelo heterogêneo, a reprodução pelo questionamento. Em “síntese, numa sala de aula interdisciplinar há ritual de encontro – no início, no meio e no fim.” (FAZENDA, 1993, p. 58). Esta confiabilidade aparece na crença do professor no trabalho do aluno e nele no trabalho do professor. Não surge, portanto, de um lado apenas, mas sim em uma via de mão dupla, onde às vezes não se pode dizer quem é que começou: professor, na medida que acolheu o aluno, ou o aluno, na medida que se dispôs a participar das aulas. No primeiro capitulo se fará um breve relato sobre a Interdisciplinaridade em seguida se falará sobre a Interdisciplinaridade na Matemática Conclui-se que o professor comprometido com a prática interdisciplinar prepara os alunos contra os perigos da cultura fragmentada, ampliando a compreensão dos problemas, contextualizando-os na sociedade de modo a revelar a conexão entre fenômenos aparentemente desvinculados. Superar a fragmentação da disciplina escolar amplia as possibilidades de construir uma identidade mais integrada e assegura uma formação de maior qualidade. 1- INTERDISCIPLINARIEDADE Segundo Ivani Fazenda (1994), a interdisciplinaridade surgiu na França e na Itália em meados da década de 60, num período marcado pelos movimentos estudantis que, dentre outras coisas, reivindicavam um ensino mais sintonizado com as grandes questões de ordem social, política e econômica da época. No final da década de 60, a interdisciplinaridade chegou ao Brasil e logo exerceu influência na elaboração da Lei de Diretrizes e Bases Nº 5.692/71. Desde então, sua presença no cenário educacional brasileiro tem se intensificado e, recentemente, mais ainda, com a nova LDB Nº 9.394/96 e com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Além de sua forte influência na legislação e nas propostas curriculares, a interdisciplinaridade ganhou força nas escolas, principalmente no discurso e na prática de professores dos diversos níveis de ensino. Apesar disso, estudos têm revelado que a interdisciplinaridade ainda é pouco conhecida. No final do séc. XX surge à necessidade de mudanças nos métodos de ensino, buscando viabilizar práticas interdisciplinares. Devido aos novos processos de especialização do saber, a interdisciplinaridade mostrou-se como uma das respostas para se compartilhar as relações nas mais diferentes áreas do conhecimento. “A transversalidade e interdisciplinaridade se fundamentam na crítica de uma concepção de conhecimento que toma a realidade como um conjunto de dados estáveis, sujeitos a um ato de conhecer isento e distanciado. Ambas apontam à complexidade do real e a necessidade de se considerar a teia de relações entre os seus diferentes e contraditórios aspectos. Mas diferem uma da outra, uma vez que a interdisciplinaridade refere-se a uma abordagem 12 epistemológica dos objetos de conhecimento, enquanto a transversalidade diz respeito principalmente à dimensão da didática.” (BRASIL, 1998, p. 30). A Interdisciplinaridade é a integração de dois ou mais componentes curriculares na construção do conhecimento. A interdisciplinaridade surge como uma das respostas à necessidade e processo necessário devido à fragmentação dos conhecimentos ocorrido com a revolução industrial e a necessidade de mão de obra especializada. A interdisciplinaridade buscou conciliar o conceito pertencente às diversas áreas do conhecimento a fim de promover avanços como a produção de novos conhecimentos ou mesmo, novas subáreas. “A interdisciplinaridade questiona a segmentação entre os diferentes campos de conhecimento produzido por uma abordagem que não leva em conta a inter-relação e a influência entre eles questiona a visão compartimentada (disciplinar) da realidade sobre a qual a escola, tal como é conhecida, historicamente se constituiu.” (BRASIL,1998, p. 30). Trabalhar a interdisciplinaridade é trabalhar nas mais diferentes áreas do conhecimento para distinguir os pontos que os unem e que os diferenciam cada disciplina e desse modo se detectar onde se poderá estabelecer as conexões possíveis e reunir novas produções do conhecimentos, pesquisas, possibilidades de trocas de experiências e interação entre as diferentes áreas do saber. Essa compreensão crítica colabora para o conhecimento através de um saber parcelado que será refletido dentro do conhecimento social. Nas escolas tradicionais as aulas eram centradas no professor e os exercícios eram de fixação. Já na Escola Renovada a metodologia era centradas no aluno e se selecionava conteúdos a partir de seus interesses e o professor era o facilitador da aprendizagem. Já na escola tecnicista o professor controlava e dirigia as atividades. Hoje em nossa atual sociedade o professor é um orientador, mediador do conhecimento e o educando é o centro do processo educacional. Diante dessa reflexão o ensino hoje deve auxiliar o aluno a um estudo real e aprofundado das verdadeiras necessidades de nossa sociedade e da situação sócio-econômica regional do país. “A interdisciplinaridade perpassa todos os elementos do conhecimento, pressupondo a integração entre eles. Porém, é errado concluir que ela é só isso. A interdisciplinaridade está marcada por um movimento ininterrupto, criando ou recriando outros pontos para discussão. Já na idéia de integração, apesar do seu valor, trabalha-se sempre os mesmos pontos, sem a possibilidade de serem reinventados. Buscá-se novas combinações e aprofundamento sempre dentro de um mesmo grupo de informações”. (FAZENDA, 1994, p. 34). A mesma lógica está no mundo do trabalho, da produção. Nos processos mais modernos se dava a divisão do trabalho. No trabalho especializado, cada um sabe uma parte, mas é totalmente alheio ao que os outros sabem, O resultado disto na escola atual é a 13 separação das disciplinas, como se o aluno fosse um processo de montagem e que o mesmo não estabeleça nenhuma conexão significativa entre as partes. Fazendo uma alusão as práticas pedagógicas tradicionais Numa perspectiva educativa mais humanista, devemos considerar as implicações econômicas, políticas e cultural e buscar a reconstrução do homem como ser integral, não mais fragmentado. Na escola, a interdisciplinaridade conceito que resume a prática de interação entre os componentes do currículo é uma estratégia pedagógica que assegura aos alunos a compreensão dos fenômenos naturais e sociais. Ao remeter o conhecimento escolar aos contextos naturais e sociais de onde foi extraído e onde é aplicada, a escola deve fornecer aos alunos as ferramentas mentais para a compreensão e a ação. E, como o mundo físico e social é um enorme oceano, em que os fenômenos nadam de forma “interdisciplinar”, é preciso construir essas ferramentas – as competências -, partindo dos conhecimentos específicos e fazendo-os interagir. A partir dos conhecimentos específicos, sim, pois não pode se falar em interdisciplinaridade sem disciplinas, assim como não há internacional sem nações. Ao olharmos perplexamente para os nossos educandários e vermos a falência em que se encontra a educação nos mais diferente grau de ensino, fica clara a necessidade de recorrermos a novos caminhos. É com esse pensamento que teóricos como Ivani Fazenda defende a idéia da interdisciplinaridade. “Atitude interdisciplinar uma vez percebida acaba por nos conduzir à percepção de outras tantas contradições da visão fragmentária e ou dicotômica, que está enraizada também na nossa prática pedagógica, ainda que de forma oculta, velada.” (FAZENDA,1994, p. 139) É preciso conhecer o que significa a interdisciplinaridade. Nessa compreensão a sala de aula deixa de ser um espaço fechado restrito apenas à transmissão de conteúdos e, sim, um espaço aberto para a comunicação à troca de idéias entre professore e alunos, alunos e alunos e por que não, entre professores e professores. Trata-se de um espaço privilegiado para as inter-relações, a troca de conhecimentos e a convivência humana, onde o saber constantemente trafega no movimento frenético das intervenções da realidade de onde todos são condutores desse conhecimento inclusive para além do espaço escolar Assim entendemos que além do conhecimento teórico sobre a interdisciplinaridade faz-se necessária a adoção de uma postura crítica e reflexiva, abandona o pedestal de dono do saber e 14 parte para um processo interativo, onde ensina e aprende ao mesmo tempo, dando uma amplitude os conteúdos e espaço para vivências grupais “Há necessidade de o professor apropriar-se do conhecimento científico, de saber organizá-lo e articulá-lo, de ter competência. Mas essa competência, para o verdadeiro educador, deve estar impregnada de humildade, de simplicidade de atitudes. É necessário enxergar o outro, construir com ele o alicerce do conhecimento, não só para servir a sociedade, mas para entender a vida.” (NOGUEIRA, 1994, p.63). Formar indivíduos que se realizem como pessoas, cidadãos e profissionais exige da escola muito mais do que a simples transmissão e acúmulo de informações. Exige experiências concretas e diversificadas, transpostas da vida cotidiana para as situações de aprendizagem. Educar para vida requer a incorporação de vivência, e, implica no uso do que aprendido em outras situações. Educar no contexto atual requer uma aprendizagem reflexiva, que levando o aluno a transformar-se no contato com o mundo circundante transformando ele próprio a sua realidade. As dimensões da vida ou contextos valorizados explicitamente pela LDB são o trabalho e cidadania. As competências estão indicadas quando a Lei prevê um ensino que facilite a ponte entre a teoria e a prática Pode-se aprender matemática na progressão geométrica formada pela incidência dos juros nas tabelas de preço de que são difundidas no mercado; Língua Portuguesa nos artigos de um jornal e artes em sua programação visual; Biologia na receita médica e Química na bula do remédio ou no rótulo do produto alimentício; Geografia na organização do espaço urbano e Sociologia nos mais variados ambientes e situações cotidianas, pagar com juros ou a vista, economizar até poder comprar; construir opiniões autônomas antes o que se lê e se vê nos jornais; ter domínio sobre o que se passa com o próprio corpo. “A apreensão da atitude interdisciplinar garante para aqueles que a praticam, um grau elevado de maturidade. Isso ocorre devido ao exercício de certa forma de encarar e pensar os acontecimentos. Aprende-se com a interdisciplinaridade que um fato ou solução nunca é isolado, mas sim conseqüência da relação entre muitos.” (FAZENDA, 1979, p.35). Partindo da idéia de que a interdisciplinaridade acontece na mobilidade do estudo de um objeto é importante considerar que essa relação de ligação das áreas do conhecimento se torna possível a partir de uma percepção aguçada do educador. Não tratar aqui da interdisciplinaridade como algo simples. 15 São muitos os questionamentos sobre a prática interdisciplinar desde o estudo da evolução da interdisciplinaridade, sua epistemologia e sua aplicação demandando assim uma série de conflitos no âmbito educacional. O ensino quando organizado tradicionalmente em que as disciplinas se apresentam numa “grade curricular” enfatiza a prática de disciplinas de forma isolada. Organizadas de forma particular cada disciplina tem suas particularidades e, nesse sentido, uma estrutura curricular com esse perfil tende a propor uma prática de aplicação isolada do conhecido. Historicamente são valorizados determinados campos do conhecimento escolar, sob o argumento de que se mostram úteis para resolver problemas de dia a dia. A forma de inserção e abordagem das disciplinas num currículo escolar é em si mesma indicadora de uma opção pedagógica de propiciar ao aluno a construção de um conhecimento fragmentário ou orgânico e significativo, quanto à compreensão dos fenômenos naturais, sociais e culturais. “(...) se explica, com efeito, pelos preconceitos positivistas. Em uma perspectiva onde apenas contamos observáveis, que cumpre simplesmente descrever, analisar para então daí extrair leis fundamentais, é inevitável, que as diferentes disciplinas pareçam separadas por fronteiras mais ou menos definidas ou mesmo fixas. , já que estas se relacionam com a diversidade das categorias de observáveis que, por sua vez estão relacionadas com nossos instrumentos subjetivos e objetivos de registro (percepção e aparelhos). Por outro lado, logo que, ao violar as regras positivistas (...) se procura explicar os fenômenos e suas leis, ao invés de apenas descreve-los, forçosamente estará ultrapassando as fronteiras do observável, já que toda casualidade decorre da necessidade inferência, isto é, de deduções e estruturas operatórias irredutíveis à simples constatação (...) Nesse caso, a realidade fundamental não é mais fenômeno observável, e sim a estrutura subjacente, reconstruída por dedução e que fornece uma explicação para os dados observados. Mas, por isso mesmo, tendem a desaparecer as fronteiras entre as disciplinas, pois as estruturas ou são comuns (Tal como entre a Física e a Química (...) ou solidárias umas com as outras, sem dúvida, haverá de ser o caso entre a Biologia e Física-Química).” (BRASIL,2002 p.89). Partindo da contextualização, outro princípio pedagógico que rege a articulação das disciplinas escolares, não deve ser entendido como uma proposta de esvaziamento, como uma proposta redutora do processo ensino aprendizagem, abordando apenas que estão no redor imediato do aluno, suas experiências e vivências. Num trabalho pedagógico embasado na contextualização deve se partir do saber dos alunos para desenvolver competências que venham contribuir na ampliação do conhecimento. Somente com a definição de diretrizes de uma política educacional que reflita as necessidades e demandas do sistema de ensino, em consonância com as Diretrizes Nacionais e a estruturação de mecanismos de supervisão / 16 assessoramento, acompanhamento e avaliação dos resultados do desempenho das escolas pode-se falar em dar autonomia para o trabalho pedagógico. Esses pressupostos justificam e esclarecem a opção pela organização do currículo em áreas que congregam disciplinas com objetos comuns de estudo, capazes, portanto de estabelecer um diálogo produtivo do ponto de vista do trabalho pedagógico, e que podem estabelecer também um diálogo entre si enquanto áreas. Na tentativa de articulação do currículo a partir da organização em áreas, sem dúvida, dá uma organicidade ao planejamento curricular e faz-se necessário um planejamento conjunto que possibilite a interdisciplinaridade. Ao elencar os conteúdos pode-se pensar em um objeto de conhecimento, um projeto de intervenção e, principalmente, o desenvolvimento de uma compreensão da realidade sob a ótica da globalidade e da complexidade, uma perspectiva holística da realidade. “A interdisciplinaridade também está envolvida quando os sujeitos que conhecem, ensinam e aprendem sentem a necessidade de procedimentos que numa visão disciplinar, podem parecer heterodoxos, mas fazem sentido quando chamados a dar conta de temas complexos. Se alguns procedimentos artísticos podem parecer profecias na perspectiva científica, também é verdade que a foto do cogumelo resultante da explosão nuclear também explica, de um modo diferente da Física, o significado da bomba atômica.” (BRASIL, 2002, p. 88). O ponto de partida e de chegada de uma prática interdisciplinar está na ação. Desta forma, através do diálogo que se estabelece entre as disciplinas e entre os sujeitos das ações, a interdisciplinaridade não nega as particularidades das disciplinas o que é evidenciado é uma mudança de postura na prática pedagógica. Tal atitude embasa-se no reconhecimento da construção do conhecimento, no questionamento constante das próprias posições assumidas e dos procedimentos adotados, no respeito à individualidade e na abertura à investigação em busca da totalidade do conhecimento. Não se trata de propor a eliminação de disciplinas, mas sim da criação de articulações que propiciem o estabelecimento de relações entre as mesmas, tendo como ponto de convergência a ação que se desenvolve num trabalho cooperativo e reflexivo. Assim, alunos e professores se apresentam como sujeitos de sua própria ação - se engajam num processo de investigação, re-descoberta e construção coletiva de conhecimento, que ignora a divisão do conhecimento em disciplinas. Pretende-se abolir os reducionismos que estão arraigados nas práticas fragmentadas do ensino disciplinarizado. Uma postura interdisciplinar redimensiona o pensamento pedagógico em direção ao enfrentamento de problemas que se criam durante o seu processo de aplicação, o 17 que possibilita a superação de dicotomias tradicionais da visão de mundo mecanicista do ensino aprendizagem. “A democratização dos estudos trouxe para as escolas de ensino médio alunos que outrora ingressavam diretamente na vida ativa. Não há mais “herdeiros”, defensores da cultura escolar e cuja única resistência é da ordem da preguiça e da desordem organizada. Os professores tiveram que se conformar com isso. No ensino médio os estabelecimentos escolares recebem alunos bem heterogêneos no que tange à relação com o saber. No fundamental, a tradição é receber todo mundo, mas as ambições são maiores, confrontando o corpo docente com alunos pouco desejosos de aprender e menos ainda de trabalhar.” (PERRENOUD, 2000, p. 68). Não podemos fazer de conta que ensinamos e os alunos, de conta que aprendem. Se quisermos intervir na realidade precisamos vivê-la e não mascará-la. Esses e tantos desafios é que devem nos instigar experimentar um projeto interdisciplinar, pois nesta perspectivas abrimos portas para as diversas áreas trabalharem integradas e ampliamos o leque de sugestões e motivações na mediação do conhecimento. Em decorrência do aprendizado dessas disciplinas e das tecnologias relacionadas, lado a lado os aspectos e conteúdos tecnológicos associados ao aprendizado científico matemático são partes essenciais da formação cidadã de sentido universal e não somente de sentido profissionalizante. Essas implicações se afirmam pela superação da fragmentação do saber e de sua dissociação da realidade do aluno. Possivelmente, não existe nenhuma atividade da vida contemporânea, da música, da informática, do comércio, da meteorologia, da medicina entre outros campos de atuação do conhecimento que não se valham da matemática para complementarem suas teorias e aplicações. “As habilidades de escrever e analisar um grande número de dados, realizarem inferências e fazer predições com base numa amostra de população, aplicar idéias de probabilidade e combinatória a fenômenos naturais e do cotidiano são aplicações da Matemática em questões do mundo real que tiveram um crescimento muito grande e se tornaram bastante complexas. Técnicas e raciocínios estatísticos e probabilísticos são, sem dúvida, instrumentos tanto das Ciências da Natureza quanto das Ciências Humanas.” (BRASIL, 2002, p. 257). Pensando na prática interdisciplinar onde a articulação entre as disciplinas de matemática, física, química e biologia acontecem, faz-se necessário refletir sobre o formato que o processo avaliativo deve configurar. Isso implicitamente faz uma alusão direta ao contexto, procedimentos, linguagens e competências que se pretende desenvolver. Tudo isso no ensino das disciplinas. O projeto pedagógico em última instância poderá orientar a ação das disciplinas. Por sua vez o educador tem um papel fundamental, pois, sendo o mediador da aprendizagem tem um grande desafio, que é o de fazer com que este de verdade aconteça. 18 A reflexão é necessária deve-se oportunizar a realização de atividades individuais e coletivas com os alunos, pois assim poderão manifestar seus interesses, diferenças e particularidades e em contra-partida o professor poderá valorizá-las para promover uma motivação extrínseca que combinada ao desejo de aprendizagem intrínseco do discente gerará um forte desejo de aprender. Isso requer do professor um conhecimento sobre as outras disciplinas e um trabalho pedagógico bem planejado. “É preciso construir essa articulação num trabalho conjunto, mas sem a necessidade de se definir um tema único, em cada uma das etapas, que se torne objeto de estudo de todas as disciplinas, ou de conduzir, permanentes projetos interdisciplinares, envolvendo toda a escola de forma artificial, o que dificulta a programação das disciplinas.” (BRASIL, 2002, p.133). É observável que algumas competências são comuns entre as disciplinas e ao enfocarmos uma articulação por competências a serem desenvolvidas permitimos o diálogo interdisciplinar. É possível desenvolver essa prática durante todo o processo letivo do Ensino Médio. Docentes, coordenação pedagógica e outros atores afins devem estar integrados para o desenvolvimento do trabalho e compartilhem dos mesmos objetivos do planejamento a execução da aprendizagem. Para um trabalho pedagógico nesta perspectiva faze-se necessário levar em consideração a realidade da escola em seus mais diferentes aspectos, os quais devem estar contemplados no Projeto Pedagógico. É preciso fazer um balanço do número de aulas de cada disciplina, verificar a formação docente, o perfil dos alunos e os aspectos culturais e particularidades da localidade. A articulação entre as disciplinas deve considerar como ponto de partida os temas próximos da realidade do aluno sem deixar de lado as considerações e abordagem da disciplina na qual se propunha executar essa tarefa pedagógica. O avanço dos conteúdos darse-á de maneira gradual acentuando a complexidade técnicas e científicas, combinando assim as dimensões do aluno e do professor na tentativa de sistematizar o ensino. Ao aplicar num terceiro momento conteúdo que exijam uma visão mais abstrata o professor deverá mediar à aplicação dos conteúdos respeitando o nível de desenvolvimento dos alunos. Pois cada realidade é única e depende desta o planejamento do ensino. “Os professores sabem que as novidades tecnológicas aportam, bem como seus perigos e limites, pode decidir como conhecimento de causa, dar-lhes um amplo espaço em sua classe, ou utilizá-las de modo baste marginal. Neste último caso, não será por ignorância, mas porque pesaram prós e contras, depois julgaram que não valia a pena, dado o nível de seus alunos, da disciplina considerada e do estado das tecnologias. (Pode ser mais simples igualmente esficaz ensinar física ou história por meios tradicionais do que passar horas pesquisando documentos ou escrevendo programas, sem que se 19 tenha tempo para pensar nos aspectos): didáticos.” (PERRENOUD, 2000, p. 138). Os procedimentos de ensino aplicados em sala de aula ou fora dela devem permitir ao aluno uma maior participação e tirá-lo da posição de mero espectador, considerando que numa postura mais tradicional do ensino o professor se coloca como dono do saber e faz o repasse dos conteúdos. Nessa prática abre-se um leque de oportunidades para o desenvolvimento da autonomia do aluno e a experiência do trabalho coletivo, salvo a postura do professor como mediador desse processo. “uma cultura tecnológica de base também é necessária para pensar as relações entre a evolução dos instrumentos (informática e hipermídia), as competências intelectuais e a relação com o saber que a escola pretende formar. pelo menos sob esse ângulo, as tecnologias novas não poderiam ser indiferentes a nenhum professor, por modificarem maneiras de viver, de se divertir, de se informar, de trabalhar, de pensar. tal evolução afeta, portanto, as situações que os alunos enfrentam ou enfrentarão, nas quais eles pretensamente mobilizam e mobilizarão o que aprendem na escola”. (PERRENOUD, 2000, p. 138-139). Nesse sentido a escola deve lançar mão da criatividade e elaborar seus materiais didáticos, reestruturar seus laboratórios, incentivar a produção escrita das experiências realizadas no contexto escolar e permitir a participação dos alunos nessas ações, entendendo que estes são o alvo dos nossos objetivos. Ao repensar uma Proposta de ensino ou Projeto Pedagógico e entender a importância da prática interdisciplinar o educador pode se deparar com vários impedimentos que estão além dos muros escolares Tem que haver realmente uma estreita relação entre todos os atores envolvidos no processo interdisciplinar e abrir espaço para o levantamento bibliográfico, inclusive com abertura para livros paradidáticos ou de outras áreas, realizar oficinas pedagógicas, experimentar a criação de materiais de suporte pedagógico por alunos e professores. Numa postura interdisciplinar torna-se essencialmente significativa a busca pos diversos materiais e experiências. Trata-se de uma mudança de atitude não só do professor, mas também do aluno. Quando se trabalha no favorecimento de práticas que permitam a mudança de atitude, logo também se sugere a mudança de procedimentos no processo de aprendizagem. “A prática interdisciplinar, por outro lado, sofre impedimentos resultantes da formação cultural da sociedade que reflete no setor educacional através da formação do professor, treinado por um saber fragmentado e realizando o seu trabalho sob as mais adversas influencias. Estas se manifestam no cotidiano da sala de aula, onde o professor realiza um trabalho solitário e para qualquer iniciativa de criação do saber sofre inibições pela ausência de estímulos. Em suma, ser interdisciplinar, hoje, requer uma atitude política pedagógica que demanda coragem, despojamento e muita dedicação.” (LÜCK, 1995, p.74). Todas essas transformações estão no processo educativo, assim não se trata de se ter uma visão unilateral, mas abranger na avaliação o desempenho dos alunos e do próprio 20 processo de ensino, inclusive do professor. Na grande maioria das escolas a avaliação no Ensino Médio é entendida como meramente uma verificação de retenção de conhecimentos. Todavia em visão mais apurada dessa etapa do processo de ensino aprendizagem e que se proponha verificar as competências desenvolvidas pelos educandos exigem um esforço no sentido de compreender a complexidade do desenvolvimento e a aplicação de conteúdos significativos. As avaliações que tomam um formato de prova não estão excluídas do trabalho com uma postura interdisciplinar, pois constituem um referencial importante para a aferição e balaço do nível de desenvolvimento do aluno e pode contribuir na auto-avaliação deste, uma vez que este deve administrar a sua progressão buscando desenvolver-se qualitativamente e quantitativamente. Esse processo não é estanque é contínuo respeitando as divisões propostas pelos estabelecimentos dos calendários letivos. As correções devem explicitar de maneira clara os resultados alcançados sem mascará-los ou omitir informações. A capacidade de agir, avaliar e julgar dos alunos deve ser uma constante e as provas ou exercícios coletivos são fundamentais para que os alunos possam participar da avaliação. “A própria avaliação deve ser também tratada como estratégia de ensino, de promoção do aprendizado das Ciências e da Matemática. A avaliação pode assumir um caráter eminentemente formativo, favorecedor do progresso pessoal e da autonomia do aluno, integrada ao processo de ensinoaprendizagem, para permitir ao aluno consciência de seu próprio caminhar em relação ao conhecimento e permitir ao professor controlar e melhorar sua prática pedagógica.” (SANTOS, 1997, p. 268). A avaliação que vislumbramos numa perspectiva interdisciplinar deverá permitir a correção de rumos, não somente no final de uma etapa, mas durante todo o desenrolar do processo pedagógico. A avaliação deve considerar fatores que interferem diretamente no processo de aprendizagem do aluno que quando detectados passam a ser alvo da atenção docente no sentido de buscar formas para superação de problemáticas educacionais no sentido de dar qualidade ao ensino-aprendizagem. A avaliação que a maioria dos professores utilizam, está permeada de preconceitos, ou seja, de conceitos já pré-estabelecidos que deformam o processo dialético da interdisciplinaridade. Os modelos de avaliação meramente por exercícios teóricos que não medem ou sequer apontam as habilidades e competências dos alunos têm ocupado há muito tempo o podium do processo avaliativo. “(...) ensinar matemática é, antes de tudo, ensinar a ‘pensar matematicamente’, a fazer uma leitura matemática do mundo e de si mesmo. É uma forma de ampliar a possibilidade de comunicação e expressão, contribuindo para a interação social, se pensada interdisciplinarmente.” (FAZENDA, 2005, p.62). 21 Muitas escolas têm procurado organizar seu currículo considerando estas questões. Há, portanto, um terceiro nível da Interdisciplinaridade Escolar: o nível pedagógico, espaço da atualização em sala de aula da interdisciplinaridade didática. Exatamente por isso podemos considerar a Interdisciplinaridade uma categoria de ação, pois considera a dinâmica real da sala de aula, com todos os seus implicadores: Eliminar as barreiras entre as disciplinas é um gesto de ousadia, uma tentativa de romper com um ensino Nas diferentes disciplinas há sempre mais de uma possibilidade metodológica de organização das aulas. Perpassando sobre algumas delas, a tentativa será de retirar da Interdisciplinaridade Brasileira alguns lampejos de luz que incitem a discussão. O aluno, no cotidiano da sala de aula, vai aprendendo a participar consciente, na sua inteireza, das propostas sociais, a começar das que lhe atingem diretamente, como a organização da escola. Possibilita ao aluno questionar, pôr em dúvida determinadas verdades e, a partir delas, elaborar explicações. É no repensar constante da prática, no diálogo entre os professores e com os teóricos, que as concepções vão se formando e, com elas, a própria formação do aluno. É justamente na disciplina que ela nasce. Uma superação que se realiza por meio do diálogo entre as pessoas que tornam a disciplina um movimento de constante reflexão, criação - ação. Ação que depende, antes de tudo, da atitude das pessoas. Muito já se disse acerca da interdisciplinaridade. Neste contexto, a ciência não pretende perder de vista a disciplinaridade, mas vislumbra a possibilidade de um diálogo interdisciplinar, que aproxime os saberes específicos, oriundos dos diversos campos do conhecimento, em uma fala compreensível, audível aos diversos interlocutores. “A interdisciplinaridade supõe um eixo integrador, que pode ser o objeto de conhecimento, um projeto de investigação, um plano de intervenção. Nesse sentido, ela deve partir da necessidade sentida pelas escolas, professores e alunos de explicar, compreender, intervir, mudar, prever, algo que desafia uma disciplina isolada e atrai a atenção de mais de um olhar, talvez vários.” (BRASIL, 2002, p. 88-89). A interdisciplinaridade não deveria ser considerada como uma meta obsessivamente perseguida no meio educacional simplesmente por força da lei, como tem acontecido em alguns casos. Pelo contrário, ela pressupõe uma organização, uma articulação voluntária e coordenada das ações disciplinares orientadas por um interesse comum. Nesse ponto de vista, a interdisciplinaridade só vale a pena se for uma maneira eficaz de se atingir metas educacionais previamente estabelecidas e compartilhadas pelos membros da unidade escolar. Essa proposta não gera a descaracterização das disciplinas, a perda da autonomia por 22 parte dos professores e, com isso, não rompe com a disciplinaridade nas escolas, o que geraria uma verdadeira confusão na organização escolar. “Na perspectiva escolar, a interdisciplinaridade não tem a pretensão de criar novas disciplinas ou saberes, mas de utilizar os conhecimentos de várias disciplinas para resolver um problema concreto ou compreender um fenômeno sob diferentes pontos de vista. Em suma, a interdisciplinaridade tem uma função instrumental. Trata-se de recorrer a um saber útil e utilizável para responder às questões e aos problemas sociais contemporâneos.” (BRASIL, 2002, p. 34-36). Numa sala de aula interdisciplinar, a autoridade é conquistada, enquanto na outra é simplesmente outorgada. Numa sala de aula interdisciplinar a obrigação é alternada pela satisfação; a arrogância, pela humildade; a solidão, pela cooperação; a especialização, pela generalidade; o grupo homogêneo, pelo heterogêneo; a reprodução, pela produção do conhecimento. Numa sala de aula interdisciplinar, todos se percebem e gradativamente se tornam parceiros e, nela a interdisciplinaridade pode ser aprendida e pode ser ensinada, o que pressupõe um ato interdisciplinar. O ato interdisciplinar é uma atitude diante de alternativas para conhecer mais e melhor; atitude de espera ante os atos consumados, atitude de reciprocidade que impele à troca, que impele ao diálogo com pares idênticos, com pares anônimos ou consigo mesmo atitude de humildade diante da limitação do próprio saber, atitude de perplexidade ante a possibilidade de desvendar novos saberes, atitude de desafio perante o novo, desafio em redimensionar o velho atitude de envolvimento e comprometimento com os projetos e com as pessoas neles envolvidas, atitude, pois, de compromisso em construir sempre da melhor forma possível, atitude de responsabilidade, mas, sobretudo, de alegria, de revelação, de encontro, de vida. 2 - INTERDISCIPLINARIEDADE E MATEMÁTICA Já há algum tempo, no entanto, interdisciplinaridade tem sido uma palavrachave na discussão da forma de organização do trabalho escolar ou acadêmico. Em primeiro lugar, uma fragmentação crescente dos objetos do conhecimento as diversas áreas, sem a contrapartida do incremento de uma visão de conjunto do saber instituído, tem-se revelado crescentemente desorientadora, conduzindo certas especializações a um fechamento no discurso, o que constitui um obstáculo na comunicação e na ação. Em conseqüência, a idéia de interdisciplinaridade tende a transformar se em bandeira aglutinadora na busca de uma visão sintética, de uma reconstrução da unidade perdida, da interação e da complementaridade nas ações envolvendo diferentes disciplinas. Essa diversidade de significados pode ser exemplificada em uma breve análise de trabalhos objetivando o esclarecimento conceitual da interdisciplinaridade. Esse estudo inicial, segundo FAZENDA (2005. p. 26), apresentou a falta de uma precisão lógica, certo preconceito no trato de questões referentes à integração e pelo conhecimento da necessidade de certos pressupostos básicos para a interdisciplinaridade. Pode-se afirmar que, inicialmente, as discussões em torno da interdisciplinaridade foram se desenvolvendo, preponderantemente, em um contexto mais direcionado à pesquisa científica, não enfatizando a prática educativa e tomando, como referência, as demandas ligadas, sobretudo, às dificuldades encontradas pelo conhecimento científico em fazer frente à excessiva especialização do conhecimento. Com esse 24 entendimento, sistematizaremos os entendimentos quanto a interdisciplinaridade no âmbito da Ciência, distinguindo-a de uma prática orientada para uma ação educativa. Nos estudos em relação à interdisciplinaridade, parece ser consenso, entre os pesquisadores a presença de pelo menos dois enfoques principais, trata-se da constituição de uma ciência da ciência, na qual a abordagem interdisciplinar estaria isenta da consideração de perspectivas mais presentes em diversos pontos de vista disciplinares, com possibilidades de analisar um maior número de características de uma situação dada. “Como forma de possibilitar que essas finalidades possam corresponder a uma prática interdisciplinar no âmbito escolar, dentre outras ações características, faz-se necessário colocar em prática condições apropriadas para se promover e sustentar o desenvolvimento de processos integradores e a apropriação dos conhecimentos como produtos cognitivos por parte dos alunos, requerendo, para tanto, uma organização dos conteúdos escolares sobre os planos curriculares, didáticos e pedagógicos.” (SANTOMÉ, 1998 p. 58). A diferenciação entre as modalidades de aplicação pode auxiliar na compreensão em relação aos objetos de estudo da interdisciplinaridade científica e escolar, pois a modalidade de aplicação da interdisciplinaridade científica está direcionada à pesquisa e apresenta o conhecimento científico como referência, ao passo que a modalidade de aplicação da interdisciplinaridade escolar implica fundamentalmente a idéia de ensino, de formação do aluno, e seu sistema de referência está centrado, então, no aprendiz e em sua relação com o conhecimento Esses aspectos distintivos em relação às práticas interdisciplinares, no âmbito científico e escolar, fornecem a visualização de algumas características relevantes da interdisciplinaridade escolar que se colocam como um dos subsídios para orientar a articulação de uma proposta pedagógica interdisciplinar. Uma proposta que objetiva atender algumas das demandas presentes na Educação, no Ensino de Ciências e de Matemática notadamente a geração de uma Educação Científica que permita aos educandos uma interpretação predominantemente relacional dos conhecimentos presentes nas diversas disciplinas. “Uma proposta de prática interdisciplinar como ação educativa escolar é a construção coletiva de unidades didáticas integradas uma forma de trabalho na qual participaria um determinado número de disciplinas, ou mesmo áreas do conhecimento, que elaborariam uma unidade temática em torno de umas situações problemáticas, que exigiria a contribuição de diferentes saberes durante um intervalo de tempo relativamente curto”. (SANTOMÉ, 1998, p. 58). A implementação dessa prática interdisciplinar objetivou superar o procedimento dominante na forma de se escolher os conteúdos escolares, freqüentemente 25 desvinculados dos aspectos históricos que lhes deram origem e afastados das questões presentes no cotidiano. Esse delineamento implica uma reordenação no seqüenciamento dos conteúdos, tratando-os de forma mais flexível, de acordo com as necessidades derivadas da adequação às experiências sociais e culturais trazidas pelos alunos. Algumas questões que consideramos como limitadoras à implementação dessa proposta no Ensino de Ciências e de Matemática na Escola Média estão relacionadas, sobretudo: à exigência de uma articulação curricular, embasada no desenvolvimento de conceitos em uma perspectiva transdisciplinar; às características das disciplinas escolares do Ensino de Ciências e de Matemática, e à formação dos professores. Por fim, um entendimento diferenciado em relação à adoção de práticas interdisciplinares é encontrado na prática educativa escolar necessita atribuir maior importância epistemológica ao caráter pluralístico contemporâneo. Considerando a manutenção de uma estrutura disciplinar, as autoras propõem que, em momentos específicos do trabalho pedagógico, insiram-se momentos interdisciplinares como uma forma de relacionar, articular e integrar os conhecimentos disciplinares no processo de ensino e de aprendizagem, promovendo uma Educação Científica na qual o educando adquira competências para interpretar a complexidade do mundo atual. Adicionalmente, chamam a atenção para a adoção de enfoques que fundamentem a implementação de práticas interdisciplinares na perspectiva de construção do conhecimento durante o processo de ensino e de aprendizagem, apresentando contrapontos em relação às concepções que buscam aliar a interdisciplinaridade a finalidades unicamente sociais. “A justificativa para esse entendimento deriva de uma análise quanto ao significado relativo da realidade, à inconclusividade e relativismo presentes nas explicações e análises científicas e à presença de elementos contextuais e plurais, buscando superar os limites impostos por posturas deterministas e simplificadoras que dificultam uma compreensão mais profunda da realidade.” (BATISTA e SALVI , 2006, p 74). A interdisciplinaridade no ensino não significaria a elaboração de um currículo interdisciplinar, mas sim a inserção de momentos específicos no amplo ato de ensinar e aprender, pois a realização de um trabalho interdisciplinar se localizaria no interior de um processo que prevê e mantém a adoção de enfoques disciplinares, articulados coerentemente entre o conhecimento disciplinar e interdisciplinar. Compreenderia a construção do conhecimento junto com o educando, levando em consideração as suas concepções prévias, 26 para atingir uma alfabetização científica que contemple um recorte epistemológico fundamentado na Pós-modernidade e no pensamento complexo. As análises disciplinares seriam responsáveis pela promoção do conhecimento das especificidades que se mostram necessárias à compreensão da complexidade do mundo, mas, adicionalmente, e em momentos específicos da organização curricular, inserir-se-iam momentos interdisciplinares, com o intuito de promover uma análise em que se relaciona e integradora, na qual o entrelaçamento das partes produz novo significado ao todo. Partindo da perspectiva de fundamentação centrada na promoção de uma aprendizagem significativa, permitindo a implementação de práticas interdisciplinares na construção do conhecimento durante o processo de ensino e de aprendizagem, e não apenas associando a interdisciplinaridade a finalidades sociais, essa proposta pode se colocar como uma alternativa com potencial de proporcionar a superação da excessiva especialização dos conteúdos presentes nas disciplinas escolares. Construir um entendimento sobre a interdisciplinaridade como ação educativa, buscando diferenciá-la da pesquisa, e explicitar a importância dessa conceituação quando da elaboração de uma proposta pedagógica para o Ensino de Ciências e de Matemática na escola direcionada notadamente a uma real educação científica. A interdisciplinaridade, como entendida no campo da Ciência, não se apresenta como viável de ser implementada na perspectiva educacional, pois, dentre outras características, a concepção de disciplina escolar é diferente da concepção de disciplina científica, e os objetivos da disciplina escolar também o são em relação às disciplinas científicas. A distinção quanto às práticas interdisciplinares - científica e escolar - permitiu a visualização de aspectos característicos relevantes da interdisciplinaridade escolar, como a possibilidade de articulação das disciplinas em uma abordagem relacional; o respeito às suas especificidades e o estabelecimento de ligações de complementaridade e de integração e considerações nos permitiram delinear um posicionamento quanto à implementação de ações interdisciplinares. A Matemática deve conduzir os alunos à exploração de uma grande variedade de idéias e de estabelecimento de relações entre fatos e conceitos de modo a incorporar os contextos do mundo real, as experiências e o modo natural de envolvimento para o 27 desenvolvimento das noções matemáticas com vistas à aquisição de diferentes formas de percepção da realidade. As concepções de ensino e suas implicações na prática pedagógica, em especial para a forma de organização curricular. Para além das dimensões científica e tecnológica, a Matemática se consolida como fundamental componente da cultura geral do cidadão que pode ser observada na linguagem corrente, na imprensa, nas leis, na propaganda, nos jogos, nas brincadeiras e em muitas outras situações do cotidiano. Resumidamente, a discussão sobre o problema da formação de conceitos matemáticos deve considerar como teses centrais da ação na situação de ensino e de aprendizagem “O ensino e a aprendizagem da estrutura, mais do que o simples domínio de fatos e técnicas, está no centro do clássico problema da transferência, isto é, se o sujeito conhece uma situação-problema A e se vê diante de uma situação-problema B, que guarda relação direta com a primeira, só haverá aprendizagem de fato se ele conseguir dar esse salto qualitativo no sentido de tirar conclusões que não estavam explícitas naquela.” (BRUNER, 1978, p 74). As idéias de contextualizar, de formação de conceitos matemáticos, se mostram presentes, embora de maneira pouco explícita, nas tentativas de renovação do ensino da Matemática no contexto brasileiro. A dificuldade na implantação das reformas curriculares é um problema crônico do sistema de ensino em todos os níveis por serem tomadas como decisões centralizadas, sem a participação mais efetiva dos professores. Essa mudança de atitude na escola exige romper paulatinamente com um fazer pedagógico centrado excessivamente na figura do professor. A dissociação entre a forma e o conteúdo do ensino de Matemática não permite aos alunos apreender a estrutura de um assunto; apreender tal estrutura significa aprender como as coisas se relacionam. “O mais importante no ensino de conceitos básicos é ajudar a criança a passar progressivamente do pensamento concreto à utilização de modos de pensamento conceptualmente mais adequados. É ocioso, porém, tentar fazêlo pela apresentação de explicações formais, baseadas numa lógica muito distante da maneira de pensar da criança e, para ela, estéreis em suas implicações.” (BRUNER, 1978, p. 36). O cotidiano das escolas, lacunas importantes no processo ensino aprendizagem trata-se, então, de desmistificar a idéia de que passar conteúdo para o aluno é o único papel da escola, o que, no caso da aprendizagem matemática, conduz o aluno a umas ações mecânicas, estáticas e enfadonhas, voltadas inteiramente para a memorização. Nesse pressuposto, a gênese, integração e diferenciação entre significado (número e operações) têm reflexos decisivos na vida escolar das crianças. Trata-se de fato verificável quando em etapas mais avançadas do conhecimento matemático apresentam 28 graves deficiências e dificuldades de aprendizagem, decorrentes da idéia imprecisa do que seja “operação”, defasagem rotulada, costumeiramente, pela maioria do professores, como falta de pré-requisitos. A construção dos conceitos relativos às operações assenta suas bases na coordenação geral das ações do sujeito do conhecimento, reconstruída em diferentes níveis, O incentivo ao raciocínio criativo, ao cálculo mental e ao desenvolvimento da capacidade de estimativa é que conduzirá a uma situação de aprendizagem matemática duradoura, instigante e prazerosa. Parece consensual entre os professores a necessidade de que no ensino fundamental a ação desenvolvida no ensino da Matemática evolua do observável, do concreto, do empírico e do manipulável para o simbólico, para o abstrato e para o formal. A interdisciplinaridade, no âmbito da pedagogia, é um fenômeno concomitante às profundas transformações sociais ocorridas nos últimos tempos, de modo particular nas últimas quatro décadas. Entendendo que as mudanças na educação fazem parte de um tecido ainda mais intrincado de relações sociais, a interdisciplinaridade, então, aparece como um dos novos conceitos que têm perpassado a educação escolar, em uma realidade social marcada pela velocidade das informações, pela incerteza e pela complexidade. Em outras palavras, de forma não planejada, ao mesmo tempo em que o resultado de entrelaçamentos humanos, no âmbito educacional, a interdisciplinaridade vem-se configurando como uma diferente e possível prática pedagógica e, a grosso modo, levando em consideração as peculiaridades das áreas de conhecimento, constitui-se uma prática pedagógica em que as diversas disciplinas trabalham de forma menos isolada, propiciando, assim, um ambiente de aprendizagem diferenciado do tradicional. “Além de facilitar o acesso a uma formação baseada na aquisição de conhecimentos, deve permitir o desenvolvimento das habilidades necessárias na sociedade da informação. Habilidades como a seleção e o processamento da informação, a autonomia, a capacidade para tomar decisões, o trabalho em grupo, a polivalência, a flexibilidade.”( BRUNER, 1978, p. 36). Nesses últimos tempos particularmente há quatro décadas a interdisciplinaridade vem ocupando cada vez mais espaço na escola, denotando um movimento questionador da fragmentação dos conhecimentos e conseqüente mudança da dinâmica escolar, no sentido do intercâmbio dos conhecimentos, indo de encontro a um modelo cartesiano do saber. 29 Em uma perspectiva sociológica, gostaria de fazer menção ao fenômeno da globalização. De acordo com SANTOMÉ (1998), tal fenômeno consiste na “internacionalização da vida social, econômica, política, cultural, religiosa e militar”. Essa nova configuração da sociedade exige, por conseqüência, o conhecimento e exercício de novas habilidades e a escola precisa, de algum modo, dar respostas a essa realidade. Faz-se necessário refletir sobre como o conhecimento tem sido construído na escola e quanto este conhecimento pode ser relevante na sociedade atual. “O termo “interdisciplinaridade” é um contraponto à visão racionalista, concebida e consolidada no período que vai de meados do século XVI ao início do século XX. A interdisciplinaridade, no entanto, enquanto concepção educacional, não é uma novidade. Há um caráter de resgate, como nos aponta.” (FAZENDA, 2005, p. 28). Atualmente, o que caracteriza fortemente o surgimento da proposta interdisciplinar é o contraponto frente às rupturas causadas pelo racionalismo científico e a conseqüente concepção de um saber segmentado, de um conhecimento que se adquire pela síntese das partes. “O método científico assenta na redução da complexidade [...] Conhecer significa dividir e classificar para depois determinar relações sistemáticas entre o que se separou. Já em Descartes, uma das regras do Método consiste precisamente em ‘dividir cada uma das dificuldades [...] em tantas parcelas quanto for possível e requerido para melhor as resolver”. (FAZENDA, 2005, p. 28). A interdisciplinaridade e, na mesma proporção, pluridisciplinaridade, multidisciplinaridade e transdiciplinaridade, são conceitos que têm sido bastante debatidos por professores, educadores e pesquisadores. “Muitos estudiosos têm tomado para si a tarefa de definir a interdisciplinaridade e, nessa busca, muitas vezes se perdem na diferenciação de aspectos, tais como: multi, pluri e transdisciplinaridade. Outros estudiosos estão mais preocupados com a forma como o movimento da interdisciplinaridade se desenvolve.” (FLECHA e TORJADA, 2000.p. 16). O processo de construção do conceito deve levar em consideração a necessidade de identificação e compreensão do processo interdisciplinar na escola, além de seus antecedentes históricos, ou seja, procurar enxergar a interdisciplinaridade pelas lentes da História e da realidade escolar atual. A educação escolar, por sua vez, ainda é intensamente marcada pela concepção racionalista do saber, caracterizada pela fragmentação. Tal concepção revela-se na permanência de algumas idéias, tais como “o todo é igual à soma das partes” ou o 30 entendimento do todo acontece pelo prévio conhecimento das partes, separadas umas das outras. “Não é ‘racionalmente’ planejada, mas tampouco se reduziu ao aparecimento e desaparecimento aleatórios de modelos desordenados. Planos e ações, impulsos emocionais e racionais de pessoas isoladas constantemente se entrelaçam do modo amistoso e hostil. Esse tecido básico, resultante de muitos planos e ações isoladas, podem dar origem a mudanças e modelos que nenhuma pessoa isolada planejou ou criou. Dessa interdependência de pessoas surge uma ordem sui generis, uma ordem mais irresistível e mais forte do que a vontade e a razão das pessoas isoladas que a compõem. É essa ordem de impulsos e anelos humanos entrelaçados, essa ordem social, que determina o curso da mudança histórica.” (GENTILE, 2001.p. 198). A interdisciplinaridade não significa, portanto, uma mera diluição de conhecimentos específicos de cada disciplina. Antes, caracteriza-se por uma forma menos isolada de trabalho pedagógico, que contribui para um ambiente de aprendizagem diferenciado do tradicional, com características mais democráticas, considerando a diversidade como algo real. Cada disciplina desempenha um papel na construção do conhecimento, relacionando-se com as demais, sem perda da identidade, pelo menos, a princípio. A interdisciplinaridade quanto a vivência da mesma estendem a reflexão para o corpo discente, que pode contribuir para a consolidação da prática interdisciplinar e seu conseqüente aprimoramento. A atividade interdisciplinar na escola, então, pode vir a ser um momento privilegiado de construção do conhecimento, marcado pelo diálogo entre os sujeitos e por um novo modo de ver o mundo: menos fragmentado, mais global. A matemática e a identificação do papel que tem desempenhado em práticas pedagógicas interdisciplinares, buscando exatamente compreender de que forma essa disciplina tem colaborado com a elaboração do conhecimento interdisciplinar. “Utilizar as diferentes linguagens verbais, musical, matemática, gráfica, plástica e corporal – como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias [...] e questionar a realidade, formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação.” (GENTILE, 2001.p. 198). No processo de construção do conhecimento, na atualidade. A matemática é colocada entre os tipos de conhecimentos necessários para “questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los” sendo, portanto, considerada um saber relevante no processo de construção do conhecimento. Partindo do pressuposto de que o conhecimento matemático é relevante, interessa compreender de que forma ele tem 31 participado de atividades interdisciplinares, bem como identificar dificuldades ou facilidades da inserção da matemática na dinâmica interdisciplinar. “Naturalmente, ao privilegiar o papel da Matemática como o faz, tal concepção determina em grande parte a natureza das relações que podem ser estabelecidas entre esta disciplina e as demais, na estrutura curricular, delimitando as possibilidades de um trabalho interdisciplinar.” (MACHADO, 2000 p. 120). Na matemática escolar percebe-se a presença da ideologia da certeza, por exemplo, em problemas com uma única resposta correta; na postura por vezes arbitrária do professor, quando não proporciona aos alunos momentos de reflexão e questionamentos durante as aulas; na definição dos currículos das séries; nas atitudes dos próprios alunos que, em algumas situações, demonstram desconfiança perante problemas com soluções mais abertas. Em todos esses exemplos, nota-se a presença de um argumento definitivo, seja nas respostas dos exercícios, seja na atitude do professor, seja na concepção de matemática presente nos currículos ou trazidas pelos próprios alunos. A matemática ensinada na escola não poderia estar desvinculada das demais disciplinas, tampouco ficar isenta de influências internas e externas à escola. E a concepção que alunos e professores têm da disciplina influenciam a maneira como ela é trabalhada, além de estabelecer possibilidades reais de interação com as demais disciplinas. Se a matemática tem sido utilizada em diversas práticas interdisciplinares, sejam estas ligadas diretamente ao Trabalho Interdisciplinar ou mesmo frutos de iniciativas de dois ou mais professores em uma mesma série, como ocorre essa participação constituí-se um questionamento relevante para a busca de uma melhor compreensão da relação entre educação matemática. Várias vezes em casa e até mesmo na escola falta incentivo e os conteúdos disciplinares não são interessantes para as crianças, pois a escola apresenta conceitos de forma errônea e desestimulante, tolhendo na criança sua criatividade, curiosidade e desenvoltura. Sem dúvida a leitura e a Matemática, juntas na sala de aula, serão um forte apelo ao lúdico e um envolvente desafio para a criança. A comunicação ajudará no desenvolvimento matemático, favorecendo a melhor compreensão dos conteúdos na vida dos alunos fazendo, assim, de cada um deles leitores assíduos. Os jogos, os brinquedos e as brincadeiras são atividades prazerosas e significativas, que educam e fazem que a criança desenvolva no seu cotidiano o seu físico, o social, a memória, a percepção, a inteligência, a disciplina e também o respeito pelo próximo. Fazendo que o educando comece a conhecer, vivenciar e absorver as regras dentro da sala de 32 aula e onde ela vive deixando de lado o estado de anomalia. Pois FRIEDMANN (1996: p.35) diz que: A regra coletiva é, no começo, exterior ao indivíduo e sagrada. Pouco a pouco vai se interiorizando, resultando no livre exercício do consentimento mútuo e da consciência autônoma. Usar a imaginação no jogo é um atrativo e um estimulante meio para a criança desenvolver sua criatividade e seu potencial intelectual. A autora FRIEDMANN (1996), orienta que o jogo é importante para o desenvolvimento da criança principalmente pelo fato de que as coisas e as ações nem sempre são o que parece, isto é, formam-se situações imaginárias que permitem à criança agir de forma independente daquilo que ela vê, sendo assim, orientada pelo significado da situação. Outra técnica que o educador deve utilizar na sala de aula é a arte, pois ela auxiliará na mediação entre o entender os conteúdos e o saber expressar-se, promover e desenvolver as diversas habilidades em seus alunos, como novas descobertas e novos estímulos a arte não pode ser resumida a uma simples proposta de trabalhos artísticos, deve-se dar um sentido a ela, pois a arte é a mais pura expressão dos sentimentos da liberdade humana, sendo capaz de despertar as pessoas para a sensibilidade. Assim a criança com o auxílio do professor irá aprender e logo depois passará a trabalhar e desenvolver-se por si mesma, possibilitando ao educador fazer uma avaliação do desenvolvimento do seu aluno. Como afirma FRIEDMANN (1996, p.36): Com a leitura as pessoas começam a adquirir conhecimentos e mostrar as suas vontades e desejos através da linguagem. A leitura na sociedade moderna permitirá ampliar horizontes e o despertar para o mundo que ladeia a criança, fazendo assim, que ela use mais a imaginação e crie soluções para os problemas que aparecem na sua vida. Pois os educandos, quando são habituados a ler, vão ter grandes chances de serem bons alunos e se destacarem nas demais matérias. Pois a interdisciplinaridade e a consonância entre as matérias, como a Matemática e a Linguagem Oral e Escrita, permite que as crianças avancem na compreensão dos conhecimentos, permitindo uma melhor absorção e aproveitamento das mesmas. “A Matemática e a Língua Materna representam elementos fundamentais e complementares, que constituem condição de possibilidade do conhecimento, em qualquer setor, mas que não podem ser plenamente compreendidos, quando considerados de maneira isolada.” (FAZENDA, 2005, p. 28). BRASIL (2006, p.39), em seu artigo, orienta que o brincar, leva a uma apropriação e constituição pelas crianças de conhecimentos, habilidades na área da linguagem da cognição, dos valores e da sociabilidade. Sendo que estes conhecimentos auxiliam, no dia- 33 a-dia das crianças. Assim elas podem compreender as demais disciplinas e ter maiores esclarecimentos, principalmente na área de Matemática, pois, quando o aluno compreende a Língua Portuguesa, alcançará maior êxito no estudo de matemática, vencendo as possíveis dificuldades. Tudo isso dentro de um contexto que o educando, se expressa livremente e de forma lúdica. Portanto, os professores, as escolas e os pais devem proporcionar nas crianças um maior conhecimento dos conteúdos, presentes nas salas de aula. Objetivando uma maior interação ente os educandos, a leitura, a matemática e a comunicação, através de recursos inovadores como o jogo. Pois a união deles permite uma melhor prática pedagógica nas escolas, fazendo surgir à educação que todos almejam e esperam. No caso específico da Matemática, uma reflexão crítica sobre o papel que ela deve desempenhar na configuração curricular é imprescindível. Em tempos recentes, interdisciplinaridade tem sido uma palavra-chave na discussão da forma de organização do trabalho escolar ou acadêmico. Existem, no entanto, dificuldades renitentes que explicam em parte resultados tão poucos expressivos na ação docente. O lugar de destaque que ocupa em todas as sistematizações desse tipo confere à Matemática. A interdisciplinaridade desenha-se, pois, não somente como nova forma de aprender saberes, compreendendo-os de forma relacional, como a possibilidade de aprender a realidade com a inteireza do ser humano, afinal ele nunca atinge o seu potencial máximo, que se apresenta como um tesouro inesgotável, à espera de novas formas de aprendizagem e avaliação, as quais devem ser pautadas pela riqueza do diálogo, movimento, curiosidade, diversidade, dúvida, atitudes experimentadas durante as atividades realizadas. “A interdisciplinaridade, tal como concebo, é embasada na compreensão de que o fundamento primeiro (e último) da vida humana não é a razão, como tantos se cansaram de proclamar, mas precisamente a emoção, o desejo, a dimensão onírica. Essa convicção, porém, não instaura uma nova ditadura, mas esforça-se para estabelecer um fecundo e sequioso diálogo entre os diversos aspectos do ser humano, objetivando o alcance de uma harmonia, nunca plenamente atingível, mas sempre procurada”. (FAZENDA, 1993, p. 18). A interdisciplinaridade tem a idéia norteada por eixos básicos: a interação, a humildade, a totalidade, o respeito pelo outro e é também marcada pelo sentimento de intenção consciente, clara, objetiva e não apenas pela interação de todos os elementos do conhecimento. A escola deve desenvolver nele a capacidade de expressar e comunicar suas idéias, participar e interpretar as produções culturais, intervir através do uso do pensamento lógico, da criatividade e da análise crítica. Este processo será viabilizado pelas disciplinas que propiciam ao educando o seu crescimento como cidadão consciente e crítico com a inserção 34 social, a política e o compromisso histórico, além do exercício cotidiano dos seus direitos, deveres, atitudes, e condutas, como uma atitude de respeito às diversidades e autoconfiança. O professor interdisciplinar deve ser capaz de estimular a curiosidade dos alunos, criar oportunidade de aprendizagem integrativa, possibilitar descobertas e novas experiências. Ele também exerce a reflexão crítica sobre suas práticas e busca melhorar suas estratégias de ensino e as relações com os alunos. Além disso, este professor é capaz de proporcionar uma ampliação na visão de mundo dos estudantes, de compreendê-los e aprender com eles. O professor interdisciplinar mantém uma comunicação aberta com as demais disciplinas escolares, e é capaz de trabalhar de um modo integrado com outras disciplinas, seja através do planejamento e realização de atividades compartilhadas, ou da integração entre conteúdos afins. Gosta de inovações, de pesquisa, de colocar em prática idéias diferentes. Profissionalmente, está sempre aberto a novas perspectivas e novas experiências. “O professor interdisciplinar é capaz de planejar, em conjunto, um currículo que explora elos de ligação e possibilidades de trocas entre as disciplinas. Através do currículo ele exerce uma interação com as demais disciplinas do currículo. Além disso, ele recorre a diferentes fontes de conhecimento e experiência”. (FAZENDA, 1993. p 54) A prática pedagógica deve estar apoiada nos princípios de interdisciplinaridade, a ausência dessa questão compromete a qualidade da aprendizagem e não colabora para o desenvolvimento do aluno. Portanto, é na escola que estas questões devem ser discutidas, para que o aluno possa ser o verdadeiro sujeito do processo educativo. A interdisciplinaridade procura estabelecer uma intercomunicação entre as diferentes disciplinas A necessidade de conceituar de explicitar fazia-se presente por vários motivos: interdisciplinaridade era uma palavra difícil de ser pronunciada e, mais ainda, de ser decifrada. Certamente que antes de ser decifrada precisava ser traduzida e se não se chegava a um acordo sobre a forma correta de escrita, menor acordo havia sobre o significado e a repercussão dessa palavra que ao surgir anunciava a necessidade da construção de um novo paradigma de ciências, de conhecimento, e a elaboração de um novo projeto de educação, de escola e de vida. “O termo interdisciplinaridade tem sido usado por profissionais de diferentes áreas, possuindo diferentes interpretações, mas em todas elas está implícita uma nova postura diante do conhecimento, em muitos casos para justificar práticas que se mostram diferentes de um fazer científico chamado “tradicional”. Etimologicamente falando, “inter” é um prefixo derivado do 35 latim que significa entre, no meio de. Partindo desse princípio.” (QUEIROZ, 2001, p.17). Podemos dizer que interdisciplinaridade, na educação, é uma fórmula mediante a qual se articulam conteúdos de várias disciplinas abraçados por um tema comum, ou ainda, método que acaba com os pequenos quintais de cada matéria, mostrando aos alunos que o aprendido em uma disciplina pode ser usado em outra. “A interdisciplinaridade é uma busca de alternativas para conhecer mais e melhor, é o desafio de redimensionar o velho, atitude de envolvimento e comprometimento com projetos, atitudes de construir da melhor forma possível, atitude de responsabilidade e, sobretudo, alegria de revelação, de encontro, de vida.” (FAZENDA, 1994. p 54). A interdisciplinaridade é um termo que não tem significado único, possuindo diferentes interpretações, mas em todas elas está implícita uma nova postura diante do conhecimento, uma mudança de atitude em busca da unidade do pensamento. O ponto de partida e de chegada de uma prática interdisciplinar está na ação. Desta forma, através do diálogo que se estabelece entre as disciplinas e entre os sujeitos das ações, a interdisciplinaridade “devolve a identidade às disciplinas, fortalecendo-as” e evidenciando uma mudança de postura na prática pedagógica. Assim, alunos e professores sujeitos de sua própria ação, se engajam num processo de investigação, re-descoberta e construção coletiva de conhecimento, que ignora a divisão do conhecimento em disciplinas É importante ter em mente que um projeto interdisciplinar não é ensinado, mas vivenciado e exige, para tanto, a responsabilidade individual, ao mesmo tempo em que exige envolvimento com as instituições, com as pessoas. Essa prática do diálogo com outras áreas do conhecimento permite perceber, sentir e pensar de forma interdisciplinar, exigindo a quebra de barreiras e ousadia para inovar e criar. Ao sistematizar o ensino do conhecimento, os currículos escolares ainda estruturam seus conteúdos, são de pouca relevância para os alunos, que vêem neles um sentido. O caminho para assegurar a relação entre as disciplinas é se basear em uma situação real. Os transportes ou as condições sanitárias do bairro, por exemplo, são temas que rendem desdobramento em várias áreas, isso não significa carga de trabalho além da prevista no currículo. A abordagem interdisciplinar permite que conteúdos que seriam dados de forma convencional, seguindo o livro didático, sejam ensinados e explicados na prática, o que dá sentido ao estudo. Atualmente a interdisciplinaridade já é realidade em muitas escolas, para muitos professores que tiveram, sobretudo, coragem para romper velhos paradigmas, aprendendo novas práticas pedagógicas. Tiveram oportunidade de viver e exercer a interdisciplinaridade em sala de aula, no curso que freqüentavam, exercitando-se nas práticas do aprender a aprender, do aprender a ensinar 36 e do aprender a estudar, enriquecendo a relação com os alunos, com o ambiente escolar, com a comunidade. A interdisciplinaridade é uma nova consciência, um novo comprometimento com a totalidade do conhecimento, a quebra de crenças e visões fragmentadas que adquirimos ao longo de nossas histórias. Eis o desafio, o professor que desenvolver trabalhos interdisciplinares deverá desembocar em coisas que eram impossíveis de abordar em educação em anos atrás, como o amor e a beleza. Estamos certos de que por meio das atividades interdisciplinares, os educandos poderão vivenciar enormes desafios e adquirir uma formação plena que os tornará cidadãos críticos, analíticos, criativos, pensantes, flexíveis e adaptáveis. A escola necessita ser concebida como um novo meio social e cultural. E na interação nesse meio e com outros sujeitos é que se efetivará a construção do conhecimento. Um projeto interdisciplinar de trabalho ou de ensino consegue captar a profundidade das relações conscientes entre pessoas e, pessoas e coisas. Nesse sentido, ele nunca poderá ser imposto, mas deverá surgir de uma proposta, de um ato de vontade frente a um projeto que procura conhecer melhor. Exige a prática de pesquisa, a troca e ordenação de idéias, a construção do conhecimento, em um processo de indagação e busca permanente. À medida que fica claro o seu sentido com a prática que possibilita a escola investir coletivamente na elaboração de conhecimentos significativos, torna-se possível uma nova atitude pedagógica e a luta pela reformulação das estruturas de ensino. “É na arte de educar que o professor interdisciplinar realiza sua grande “obra”. É a sala de aula um espaço favorável aos encontros das mais diversas pessoas, possuidoras dos mais variados saberes, com outros saberes produzidos por outras pessoas. É nesse encontro que as transformações acontecem, a transformação do conhecimento e a transformação de cada um, e nos levam a outro nível de realidade.” (FAZENDA, 2005, p. 28). A interdisciplinaridade perpassa todos os elementos do conhecimento, pressupondo a integração entre eles. Porém, é errado concluir que ela é só isso. A interdisciplinaridade está marcada por um movimento ininterrupto, criando ou recriando outros pontos para discussão. Uma prática preocupada com o processo de construção de conhecimento em uma perspectiva interdisciplinar deve estar aberta ao diálogo. “Os primeiros passos para interdisciplinaridade, são os diálogos (troca, encontro com o outro) – enquanto troca, todo encontro supõe um confronto de idéias onde cada qual trás seu testemunho e busca o testemunho de outros; e o próximo passo seria a ação: a interdisciplinaridade fundamentase na ação, cuja natureza é ambígua, tendo como pressuposto a metamorfose, a incerteza, porque trata com a complexidade dos saberes. 37 Necessita-se do domínio da interdisciplinaridade como metodologia (conhecimentos disciplinares, culturais, pedagógicos, didáticos e práticos). “A ação levará à mudança de currículos, de práticas e de conteúdos.” (FAZENDA,1993, p. 54). O aluno deve exercer um papel ativo, alguém capaz de, coletivamente, transformar nossa realidade social. Não pode haver interrupção entre educação e pesquisa. Apesar de não haver definição estanque, a interdisciplinaridade precisa ser compreendida para não haver desvios na sua prática. O que caracteriza uma prática interdisciplinar é o sentimento intencional que ela carrega. Não há interdisciplinaridade se não há intenção consciente, clara e objetiva por parte daqueles que a praticam. “Interdisciplinaridade não se ensina, não se aprende, apenas vive-se, exerce-se e por isso exige uma pedagogia, a da comunicação.” (FAZENDA, 1993, p. 62). Inicialmente é preciso saber que a sua prática depende da atitude que cada educador deve tomar frente ao conhecimento, despindo-se de toda postura positivista que o tem caracterizado no percorrer dos anos, superando o parcelamento do saber em busca da objetividade necessária que possibilite a compreensão global da realidade. “[...] a metodologia interdisciplinar parte de uma liberdade científica, alicerça-se no diálogo e na colaboração, funda-se no desejo de inovar, de criar, de ir além e suscita-se na arte de pesquisar, não objetivando apenas a valorização técnico-produtiva ou material, mas, sobretudo, possibilitando um acesso humano, no qual desenvolve a capacidade criativa de transformar a concreta realidade mundana e histórica numa aquisição maior de educação em seu sentido lato, humanizante e libertador do próprio sentido de ser do mundo”. (FAZENDA, 1994, p. 87). É preciso entender, também, que o conhecimento interdisciplinar não se restringe à sala de aula, mas ultrapassa os limites do saber escolar e se fortalece na medida em que ganha a amplitude da vida social. CONSIDERAÇÕES FINAIS A educação passa por momentos de grandes questionamentos, onde se evidencia a necessidade de mudanças em seus mais diversos âmbitos, principalmente na prática de ensino. Fala-se em reforma no ensino superior, para que se possa ter uma educação mais completa do educando, e preparando-o para atender demandas de mercado e para cidadania. Uma prática interdisciplinar, conta-se agora com uma matriz curricular reformulada que já foge ao tradicional, trabalhando com diferentes disciplinas, atitude interdisciplinar, uma atitude frente a alternativas para conhecer mais e melhor; atitude de espera frente aos atos não consumados, atitude de reciprocidade que impele à troca, que impele ao diálogo, com pares anônimos ou consigo mesmo, atitude de humildade frente à limitação do próprio saber, atitude de perplexidade frente à possibilidade de desvendar novos saberes, atitude de desafio, frente ao novo, desafio em redimensionar o velho, atitude de envolvimento e comprometimento com os projetos e com as pessoas neles envolvidas, atitude pois, de compromisso em construir sempre da melhor forma possível, atitude de responsabilidade. Uma forma de pensar e agir interdisciplinar, conhecimento interdisciplinar busca a totalidade do conhecimento, respeitando-se a especificidade das disciplinas, assim o projeto, a intencionalidade e o rigor tornam-se características fundamentais de uma forma de pensar e agir interdisciplinar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BATISTA, I. L.; SALVI, R. F. Perspectiva pós-moderna e interdisciplinaridade educativa: pensamento complexo e reconciliação integrativa. Ensaio, Belo Horizonte, v. 8, 2006. BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: Ensino Médio. Brasília: MEC; SEMTEC, 2002. BRASIL. Ensino fundamental de nove anos. Orientações para inclusão da criança de seis anos de idade. Brasília: Secretária de Educação: FNDE, 2006. BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: Ensino Médio. Brasília: MEC; SEMTEC, 1998. BRASIL. PCN + Ensino Médio: Orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Ciências humanas e suas tecnologias. 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