3 de dezembro de 2015 Edição após a ata da reunião do Copom Ata sinaliza possível aumento da Selic O Banco Central (BCB) divulgou no dia 3 de dezembro a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu pela manutenção da taxa de juros Selic em 14,25% ao ano, sem viés. Na ocasião, a decisão não teve unanimidade em função de dois membros do Copom. Conforme expresso em nosso informativo “Copom em Foco”, o último comunicado foi pouco detalhado ao remover não somente a avaliação acerca da necessidade de manutenção da Selic em seu nível atual, mas também ao cortar expressões que haviam sido recentemente adicionadas. Tais expressões referiam-se à extensão do “horizonte relevante para a condução da política monetária”, e a um esforço do Comitê no sentido de confirmar seu compromisso com a convergência inflacionária – através da inclusão do conceito de “vigilância”. Em contexto de divergência, onde dois diretores (Tony Volpon e Sidnei Marques) votaram por um aumento de 0,50 ponto percentual na taxa de juros, a forma como a instituição se comunica passa a ganhar mais importância. Assim, a ata divulgada deve ser entendida como uma sinalização acerca do posicionamento do Comitê em relação a potenciais altas da taxa de juros. A divergência teria sido fruto de um julgamento sobre o momento ideal para um novo ajuste na política monetária, ou existiriam diretores resistentes a novas altas da taxa de juros? A nosso ver, a ata sugere que o Comitê está disposto a aumentar a taxa de juros em sua próxima reunião, a ser realizada no dia 20 de janeiro. No entanto, cabe ressaltar que a decisão dependerá dos desenvolvimentos econômicos até aquela data. Ou seja, não se trata de um assunto pacificado, e as avaliações deverão levar em consideração indicadores associados à inflação, à atividade e à evolução do balanço de riscos. No que diz respeito à avaliação prospectiva das tendências de inflação, a combinação da manutenção da taxa de juros em 14,25% com a depreciação cambial e demais fatores, tais como o aumento dos preços de combustíveis, gerou aumento das projeções de inflação nos cenários de referência e de mercado. Isto quer dizer que as expectativas estão mantidas acima do centro da meta para o final de 2016, para ambos os cenários. Além disso, a ata trouxe a primeira indicação acerca da projeção para a inflação em 2017, a qual estaria em torno da meta de 4,5% no cenário de referência, e acima da mesma no cenário de mercado. Desta forma, configura-se uma situação marcada por um dilema na condução da política monetária, em um ambiente que inclui balanço de riscos desfavorável para a inflação e atividade em queda. Apesar do exposto, mantemos a avaliação de que o Copom não deve voltar a elevar a taxa Selic em janeiro. Diante da deterioração do mercado de trabalho e da atividade fraca, entendemos que a taxa de juros deve permanecer no patamar vigente, de 14,25%, até o final de 2016. Admitimos que os riscos para esta projeção são consideravelmente maiores, concentrados na hipótese de - em caso de novas deteriorações das projeções de inflação em relação à meta - o Comitê se ver obrigado a elevar a taxa de juros no curto prazo. Esse risco é potencializado pela possibilidade de termos uma inflação particularmente forte no início do ano de 2016, por conta do fenômeno climático “El Niño”. Contudo, acreditamos que seus efeitos ficarão mais claros somente após a reunião de Janeiro – configurando, portanto, um grande risco para a reunião seguinte, a ser realizada em março. Disclaimer O informativo Copom em Foco é uma publicação editada e produzida pela Itaú Asset Management. A Itaú Asset Management é o segmento do Itaú Unibanco S.A. (“Itaú”) especializado em gestão de recursos de clientes. A periodicidade de divulgação depende do cronograma de reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (a 1ª edição antes da reunião, a 2ª edição 1 dia após o anúncio da Selic e a 3ª quando da divulgação da Ata de Reunião). O Itaú não se responsabiliza por decisões de investimento tomadas com base nos dados aqui apresentados. Leia o prospecto, o formulário de informações complementares, lâmina de informações essenciais e o regulamento antes de investir. Para obter mais informações, entre em contato pelo telefone (11) 3631-2939. Consultas, sugestões, reclamações, críticas, elogios e denúncias, utilize o SAC: 0800 728 0728, todos os dias, 24 horas, ou o canal Fale Conosco (www.itau.com.br). Se necessário contate a Ouvidoria Corporativa Itaú: 0800 570 0011 (em dias úteis das 9h às 18h) ou Caixa Postal 67.600, CEP 03162-971. Deficientes auditivos ou de fala, todos os dias, 24 horas, 0800 722 1722. Informação Confidencial – Política de Segurança da Informação