ECONOMIA CONCÓRDIA
Flávio Combat
CONJUNTURA – POLÍTICA MONETÁRIA
COPOM AFIRMA EM ATA QUE MANTERÁ SELIC EM 14,25% aa POR PERÍODO PROLONGADO.
A ata da 192º reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) confirmou a perspectiva de que o ciclo de
aperto monetário foi encerrado em julho, com o aumento de 50 bps que elevou a Selic a 14,25% aa. Para o
BC, o nível elevado da inflação atualmente é consequência do realinhamento dos preços domésticos em
relação aos internacionais (em referência à desvalorização cambial) e do realinhamento dos preços
administrados em relação aos livres (em referência ao aumento das tarifas de energia elétrica, combustíveis e
água). Diante dessas pressões, o Copom afirmou que “entende que a manutenção desse patamar da taxa
básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a
meta no final de 2016”. Projetamos que o BC deverá manter os juros inalterados, em 14,25% aa, até o final de
2015. Para 2016, projetamos uma Selic, fim de período, de 13,00% aa.
- A ata da 192ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (que promoveu um aumento de
50 bps na taxa Selic, elevando os juros a 14,25% aa) deu importantes sinalizações de que o BC deu por encerrado o
ciclo de aperto monetário. No parágrafo 28, o Copom afirmou “que a manutenção desse patamar da taxa básica de
juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de
2016.”
- A ata justificou o nível elevado da inflação corrente com base no realinhamento dos preços domésticos em relação
aos internacionais e no realinhamento dos preços administrados em relação aos livres. No primeiro caso, o Copom
fez referência ao impacto da desvalorização cambial sobre a inflação: um dólar mais caro implica aumento do preço
dos bens de consumo e dos insumos importados por diversos segmentos da indústria brasileira, com inevitável
repasse para os preços domésticos. No segundo caso, o BC se referiu ao processo, ainda em curso, de recuperação
a defasagem das tarifas de energia elétrica, de água e da correção de preço dos combustíveis.
- Avaliamos que, no médio prazo, os fatores de pressão por desvalorização do Real e valorização do dólar
continuarão operantes (com destaque para a expectativa de inflexão da política monetária nos EUA e para a
persistência das incertezas e das dificuldades políticas e econômicas que rondam o Brasil). Assim, do ponto de vista
do cenário cambial, há elementos concretos que sustentam a projeção de manutenção da Selic num patamar elevado
por um período de tempo prolongado.
- Em relação à atividade, o BC observou que a retração do investimento e a desaceleração do consumo tendem a
manter um baixo ritmo de crescimento, ainda que acredite na reversão dessa tendência no médio prazo. A ata afirma,
no parágrafo 23, que “Em particular, o investimento tem-se retraído, influenciado, principalmente, pela ocorrência de
eventos não econômicos, e o consumo privado mostra sinais de maior moderação em linha com recentes dados de
crédito, emprego e renda. Entretanto, para o Comitê, depois de um período necessário de ajustes, o ritmo de
atividade tende a se intensificar, na medida em que a confiança de firmas e famílias se fortaleça.”
- Diante das sinalizações presentes na ata, projetamos a manutenção da Selic em 14,25% aa até o final de 2015.
Para 2016, projetamos uma Selic, fim de período, de 13,00% aa.
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