Conhecer os Projetos Pedagógicos das creches municipais e particulares em Tubarão (SC). (Ciências Humanas/Psicologia e Pedagogia). PEDROSO, Lenemar Nascimento (PUIC); GONÇALVES, Denise Eugênia Zumblick (Orientadora). Curso: Psicologia. Campus: Tubarão. RESULTADOS INTRODUÇÃO O trabalho educativo-pedagógico é desenvolvido desde o berçário através da estimulação, estendendo-se às outras faixas etárias, havendo integração entre todas as idades, em atividades lúdicas e educativas buscando a autonomia, socialização, consciência crítica e ampliação do universo cultural da criança. Antes a creche era um espaço apenas para cuidados e guarda da criança. Hoje cuidar tem duplo sentido: refere-se tanto ao sentido de tomar conta, como o de observar, pensar refletir, planejar. Portanto, entende-se que atualmente a creche é um espaço educativo onde a criança pode vivenciar experiências significativas que contribuam para sua aprendizagem e desenvolvimento. É uma instituição educacional, mas não substitui a família, onde seu maior cuidado é assegurar as melhores condições para que as crianças entrem em contato com as pessoas e coisas do mundo ampliando seu universo cultural. Sendo assim, esta pesquisa teve como foco descrever as características da instituição de modo sucinto, seu histórico, origem e valores da clientela atendida, objetivo geral, as expectativas educacionais para determinado período. OBJETIVOS GERAL * Conhecer e analisar modelos de projetos pedagógicos que estão sendo utilizados nas creches municipais e particulares, e identificar quais fatores ou situações em que se diferenciam, e tendo como base para esta verificação, o modelo LDB 9394/96 (Lei de diretrizes e bases da educação brasileira). ESPECÍFICOS a) Conhecer o que rege a Lei de diretrizes e bases da educação brasileira, LDB 9394/93, onde as creches têm como base esta legislação; b) Levantar dados dos projetos pedagógicos das creches municipais e particulares de Tubarão (SC), sendo que no mínimo serão coletados dados de 2 creches municipais e 2 creches particulares por bairro; c) Comparar levantamentos entre creches municipais e particulares de Tubarão (SC) e tendo como base para esta verificação, o modelo LDB 9394/96 (Lei de diretrizes e bases da educação brasileira). METODOLOGIA Para ter base de análise foi estudado a Lei de Diretrizes e Bases (LDB 9394/96). O objeto investigado foram as creches municipais e particulares já existentes em Tubarão (SC), sendo que a proposta inicial era coletar dados de no mínimo 02 (duas) creches por bairros, mas pela ausência de creches, municipais e particulares, em muitos bairros e pela falta de interesse ou acúmulo de trabalho de algumas diretorias, foram coletados dados de 29 creches. A pesquisa foi realizada através de questionários aplicados às diretoras das creches e dos seus projetos pedagógicos e de maneira minuciosa foi feita esta análise. Após esta análise foram levantados dados e realizadas as comparações entre as creches municipais e particulares em funcionamento na cidade de Tubarão (SC). Tabela 1 - Amostra descritiva das creches pesquisadas Bairro Andrino Bom Pastor Centro Caruru Congonhas Dehon Fábio Silva Guarda Km 60 Humaitá Monte Castelo Morrotes Oficinas Passagem Recife Rio do Pouso São Bernardo São Cristovão São João Margem Esquerda São João Margem Direita São Martinho São Raimundo Vila Moema P/E/F E E P F E E F E E E F E E E E E F E E E E E E E E E E P P Nome das Creches CEI Balão Mágico CEI Caminho Feliz CEI Pequenos Anjos Santa Tereza CEI Orlando Francalacci CEI Criança Feliz CEI São Judas Tadeu CEI Sete anões CEI Cinderela CEI Branca de Neve CEI Santo Afonso CEI Chapeuzinho Vermelho CEI Mario José Bressan CEI Cantinho da Alegria CEI Walt Disney Fund. Ed. Joana de Angelis Pio XII CEI Estrelinha Brilhante CEI Recife CEI Angelina Mota Fernandes CEI Bem-me-quer CEI A São Cristovão CEI Sonho infantil CEI Pirlim-Pim-Pim CEI Borboleta Azul CEI Girassol CEI Cidade Azul Escolinha do Mickey Pingo de Gente Data de abertura Não indicou 01 /06/80 2002 15/08/55 16/11/05 1981 15/08/55 01/03/68 01/06/80 06/03/77 15/08/55 1979 14/11/96 20/05/87 1980 Não indicou 15/08/55 1980 Não indicou Não indicou 1977 03/12/03 03/1977 1985 08/08/82 1979 23/08/04 1996 Não indicou • 58,62% creches utilizam o critério de matrícula ‘mães que trabalham fora com’; 44,83% são as crianças carentes e família de grupo de risco ; 10,35% foram utilizados outros critérios, como determinação da Secretaria Municipal de Educação (SME), particular, livre, crianças da comunidade; 10,35% ter entre 02 e 05 anos de idade; e 10,35% dos pesquisados que não responderam; • algumas instituições oferecem duas opções de horário de funcionamento para atenderem às crianças, o integral e o parcial; • 41,38% empregam como objetivo e prioridade das creches as categorias do ‘desenvolvimento integral do aluno’ e ‘educar através do conhecer’ com a mesma freqüência cada uma; 6,90% ‘atender a comunidade’; e 10,35% das creches entrevistadas não responderam a essa questão; • 75,86% da prioridade das creches em suas metas são as ‘construções, ampliações e reformas’; 24,13% é o ‘ensino com qualidade’; 20,69% não responderam; 3,45% estima por uma ‘formação continuada’; e 6,90% salienta a importância da aquisição de material didático pedagógico. Conclui-se uma dificuldade em diferenciar as metas dos objetivos, pois ensino com qualidade é um objetivo e não uma meta. • 17,24% dos professores têm magistério ou nível médio, 55,17% são da categoria do nível superior, e também com 55,17% possuem alguns profissionais com pós-graduação; • 62,07% não possuem APP , as que têm correspondem à 34,48%, e não responderam tiveram 3,45% do total; • 51,72% das instituições têm crianças que portadoras de necessidades especiais e 48,28% não possuem; • 55,17% das instituições não possuem acessibilidade para as crianças portadores de necessidades especiais, apenas 31,03% têm, 10,35% preferiram não responder e 3,45% ressalta que a acessibilidade é limitada; • 58,62% das instituições responderam que não possuem infra-estrutura para prática de esporte, 31,03% possuem, 6,90 ressaltaram que depende da prática, e 3,45% não responderam; • 44,83% responderam que não possuem infra-estrutura para as práticas culturais; 37,93% afirmam que têm, 10,35% salientaram outros motivos, como: temos pouco espaço, ‘estamos em reforma ‘e ‘adaptamos conforme a necessidade do evento’; e 6,90% não responderam; • 31,03% se absteve de responder qual é a forma de avaliação do trabalho realizado, 24,14% afirmam fazerem observações, registros e relatórios, 17,24% responderam que fazem semestralmente uma avaliação por escrito e entregue aos pais; 13,79% ressaltam que são feitos mensalmente, junto com o planejamento escolar; 10,35% realizam avaliação descritiva do desenvolvimento da criança no seu dia-a-dia, 6,90% ficaram com as categorias ‘reuniões pedagógicas’, ‘avaliação institucional’ e ‘auto-avaliação’; • 41,38% afirmam que possuem acervo bibliográfico, mas são pouco; 31,03% não têm, e 27,59% apresentam. CONCLUSÕES Através do levantamento de dados, localizou-se 33 creches públicas e particulares, na cidade de Tubarão (SC), sendo provável ter ainda mais, e possivelmente, sem ter seus dados registrados nos órgãos responsáveis. No aspecto positivo, alguns pontos foram identificados como: a participação dos professores na elaboração dos Projetos Políticos Pedagógicos das creches que trabalham (96,55%); o fornecimento de merenda escolar durante a permanência da criança na creche (96,55%); as instituições têm planejamento de ensino (96,55%); a diversidade de atividades culturais propostas; a valorização dos professores é feita por meio de incentivos e cursos de aperfeiçoamento; entre outros. Alguns problemas foram solucionados nas últimas três décadas, mas outros, teimosamente continuam a ser alvo de preocupações e alguns novos surgiram nesse cenário. Um fato que chamou a atenção, foi em relação há inexistência de creches em 17 bairros da cidade, pois surgiu o questionamento: “onde se dá a formação pessoal e social dessas crianças?” Por outro lado, existe uma concentração de creches particulares nos bairros Centro e Vila Moema. Talvez, se justifique pelo poder aquisitivo dos moradores dessa região ser relativamente maior que em outros bairros da cidade. Quando se perguntou sobre metas e objetivos, foi visível a falta de conhecimento para diferenciar esses dois assuntos, ficando os mesmo um tanto quanto confusos. A questão que fala sobre quantos professores há para cada grupo crianças, foi desconsiderada porque não se obteve uma resposta clara e objetiva. Num contexto geral, observou-se que as diretoras das creches têm uma sobrecarga de trabalho e exercem várias funções além da sua, pois era muito difícil conseguir 15 minutos para o preenchimento do questionário. Mas, é importante dizer que todas, com exceção de duas ou três, fizeram um esforço enorme para colaborar com essa pesquisa. Sugere-se aqui, que cada diretora tenha pelo menos uma secretária de confiança, onde possa estar delegando tarefas e focando assim, sua atenção cada vez mais para o desenvolvimento integral da criança. Com este trabalho esperava-se compreender como desenvolver uma pesquisa com caráter preventivo, que beneficie a socialização, a oportunidade de criação e reflexão critica, atendendo as diretrizes pedagógicas, bases da educação, proporcionando um exercício pleno de cidadania e o enriquecimento sociocultural e favorecendo assim uma melhor qualidade de vida. BIBLIOGRAFIA OLIVEIRA, Vitor Marinho. Educação Física Humanista. Rio de Janeiro: Ao livro técnico, 1986. SILVA, E.B. A Educação básica pós-LDB. ed. 2. Pioneira: São Paulo, 1999 SOUZA, P.N., SILVA, E.B. Como entender e aplicar: A NOVA LDB (LEI Nº 9394/96). ed. 2. Pioneira: São Paulo, 1997. Apoio Financeiro: UNISUL