MODELOS CULTURAIS DE GÊNERO E VIOLÊNCIA DR. ROMEU GOMES Modelos hegemônicos de gênero tanto podem se relacionar à produção de violências, quanto podem contribuir para a invisibilidade da própria violência. Tornando visível o que está invisível: • Gênero • Violência simbólica GÊNERO Atributos culturais – sexos Perspectiva relacional Cultura – produção/reprodução/modelação Homem-mulher/homem-homem/mulher-mulher Negociações e flexibilizações Aproximações e afastamentos do padrão Gênero – classe social – raça/etnia VIOLÊNCIA SIMBÓLICA (Bourdieu) violência suave insensível, invisível a suas próprias vítimas se exerce pelas vias puramente simbólicas comunicação/(des)conhecimento/sentimento mecanismos sutis de dominação e exclusão MASCULINIDADE/VIOLÊNCIA Modelos explicativos para a violência contra a mulher Construção de hipóteses para o predomínio da violência entre os homens Violência como pertença do ser homem Homens = vítimas da representação dominante REIFICAÇÕES DE GÊNERO = VIOLÊNCIA SIMBÓLICA Compreensão reduzida no modelo hegemônico Desqualificação dos modelos concorrentes Excludência (não comutações) inter-gênero Associação mecânica masculinidade/homem Cristalizações: homem como autor X mulher como vítima Homem como dominador X mulher como oprimida Não aceitação ou desqualificação quando há o inverso O não reconhecimento do papel do sujeito pode se metamorfosear em violência simbólica contra a mulher. A associação mecânica entre vítima e mulher também pode contribuir para que se tornem invisíveis certas situações em que o homem seja vitimizado. UM CASO DE INVISIBILIDADE DA VIOLÊNCIA SEXUAL Homem jovem e branco que se apresenta a um serviço de saúde, dizendo-se vítima de violência sexual Dificuldade dos profissionais em identificar um homem como vítima de violência sexual Insinuações de que a orientação sexual dele era homossexual PADRONIZAÇÃO DA ORIENTAÇÃO SEXUAL = VIOLÊNCIA SIMBÓLICA Instituição da heteronormatividade para os gêneros Atos físicos ou atos que simbolicamente violentam a orientação ou preferência heterossexual Discursos liberais e sutis preconceitos A INDIFERENÇA FRENTE AOS CRIMES CONTRA AS TRAVESTIS = VIOLÊNCIA SIMBÓLICA A forma como os aparatos policiais e judiciais lidam com os crimes cometidos contra as travestis A indiferença revela uma dupla violência (na vida e na morte) Tentativa de apagar das lembranças a transgressão da sexualidade masculina hegemônica Discursos liberais e sutis preconceitos ALGUMAS PALAVRAS FINAIS É importante que a diversidade dos gêneros não seja medicalizada. A importância em maior investimento na capacitação dos profissionais de saúde e no apoio às equipes Não há soluções prontas para se lidar com a diversidade