PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DO AGRAVO VIOLÊNCIA SEXUAL NO SERVIÇO DE EPIDEMIOLOGIA HOSPITALAR DO HC/UFPR José Mario Rabone Junior PIBIC/CNPq Orientador: Liliana Müller Larocca Colaboradores: Marta Nolasco Chaves; Adeli R. P. Medeiros Introdução A violência esteve presente nas mais diversas sociedades humanas e em algumas esteve intimamente relacionada com a masculinidade a ponto de ser chamada fundante desta (CECCHETTO, 2004). Esta pesquisa tem por objeto a situação de saúde-doença dos sujeitos do sexo masculino que são vítima de violência sexual e por objetivo estabelecer a determinação social do processo saúde-doença destes indivíduos. Metodologia Estudo exploratório e qualitativo. Inspirado no pensamento materialista histórico dialético. Casos notificados entre 2009 e 2011 no HC/UFPR. Dados coletados nos relatos objetivos das fichas de notificação e analisados segundo a metodologia da análise de discurso (CAR; BERTOLOZZI, 1999). Aprovado no CEP/SCS. Referências BREILH, Jaime. Epidemiologia crítica: ciência emancipadora e interculturalidade, Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2006. CAR, Márcia Regina; BERTOLOZZI, Maria Rita. O procedimento da análise de discurso. In: A classificação internacional das práticas de enfermagem em saúde coletiva. Associação Brasileira de Enfermagem (Aben). CHIANCA, Tânia Couto Machado; ANTUNES, Maria José Moraes (org.). 1999. 348 – 355 pág. CECCHETO, Fátima Regina. Violência e estilos de masculinidade, Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2004. Resultados e Discussão Ao final do estudo foi possível observar em boa parte dos casos a proximidade entre o agressor e a vítima, apontando que as relações mais íntimas não são necessariamente protetoras, mas reproduzem os mesmos padrões sociais externos ao núcleo de convivência ou familiar. Observou-se ainda que o medo e a vergonha são sentimentos presentes, que influenciam a receptividade da vítima aos cuidados em saúde e devem, portanto, ser observados pelos profissionais. Aponta-se que as relações nos núcleos familiares e territórios estão determinadas pela historicidade destes contextos. A inserção na produção torna indivíduos marginais à sociedade e estes acabam por exercer o poder do modo que lhes sobra, o físico. Assim sendo as ações no sentido de alterar esta realidade de saúde necessariamente perpassam a mudança na realidade social e econômica destes indivíduos. Considerações Finais Os autores apontam a necessidade de atenção individual que leve em consideração os medos e anseios dos indivíduos bem como o contexto em que estes produzem sua existência e de intervenções coletivas com a capacidade de modificar padrões de reprodução social que determinam a violência e a fragilidade.