468 Revista Brasileira de Ensino de F sica, vol. 22, no. 4, Dezembro, 2000 Simulac~ao Graca do Comportamento Qu^antico da Cadeia Monoat^omica (Graphical simulation of the quantum behavior of the atomic chain) Luciano Terra Peixoto e Newton Eloi Oliveira de Azevedo Departamento de F sica, Universidade Federal do Esp rito Santo 29060-900 Vit oria, ES, Brasil Recebido em 20 de Abril, 2000. Aceito em 14 de Julho, 2000. No presente trabalho exploramos o uso da computac~ao graca para simulac~ao do comportamento qu^antico de uma cadeia at^omica. Preliminarmente, completando trabalho anterior, desenvolvemos um programa em C++ para visualizac~ao do comportamento classico de uma cadeia diat^omica, tanto nos modos acusticos quanto nos opticos. Trabalhamos ent~ao com tratamento qu^antico, em relac~ao inicialmente a um unico oscilador harm^onico, e depois a um conjunto de osciladores acoplados analogo a cadeia at^omica na aproximac~ao harm^onica. Uma vez superado o problema de estabilidade que tais algortmos apresentam, o objetivo de simulac~ao em relac~ao ao oscilador unico foi atingido sem restric~oes. No caso dos osciladores acoplados, a necessidade de trabalhar com func~oes de tantas variaveis quanto o numero de osciladores nos leva a um algortimo com multiplos loops aninhados e a exig^encia de memoria e de velocidade de processamento incompatveis, nos computadores atuais, com a visualizaca~o do comportamento do sistema atraves da animac~ao de imagens. Recorremos ent~ao a transformac~ao de coordenadas para modos normais do sistema, o que evita a diculdade apontada, mas com perda parcial da ideia de simulac~ao. In this work we explore the use of computer graphics to simulate the quantum behavior of an atomic chain. Preliminarly, concluding a previous work, we developed a C++ program to visualise the classical behavior of a diatomic chain, in order to observe this behavior for acoustical and optical modes. Then we turned to the quantum approach, rst for a single harmonic oscilator, and then for a set of coupled oscilators analog to the atomic chain in the harmonic approximation. Once surmounted the stability problem posed by such algorithms, the simulation for the single oscilator have been achieved without any restriction. In the case of the coupled oscilators, the need to work with functions of so many variables as the number of atoms in the chain, lead us to an algorithm with multiple nested loops and to memory and speed requirements incompatibles in the existing computers with the visualization of the behavior of the system trough images animation. We then resorted to the coordinate transformation to normal coordinates of the system, a procedure which avoids the problem but with partial loss of the idea of simulation. I Introdu c~ ao Em um trabalho anterior descrevemos o desenvolvimento de um programa de computador, designado \Simulac~ao de um Laboratorio para estudo do Comportamento da Cadeia At^omica", servindo para visualizac~ao do comportamento de um conjunto de osciladores acoplados na abordagem da fsica classica (PEIXOTO e GOMES, 1998). O termo simulac~ao no caso signica que o programa se encarrega de encontrar a posic~ao e a velocidade de cada atomo em cada instante por soluca~o numerica da equac~ao de Newton na forma diferencial, a partir de posic~oes e velocidades escolhidas para um ins Estudante de Fsica, bolsista de Iniciac~ao Cientca (CNPq) tante inicial. Neste sentido, tivemos oportunidade de observar peculiaridades do comportamento do sistema ate ent~ao insuspeitas. Se tais peculiaridades correspondem ou n~ao ao comportamento real da cadeia e uma quest~ao em aberto. No presente trabalho descrevemos o complemento daquele programa, primeiramente nos referindo ao comportamento da cadeia diat^omica na aproximac~ao harm^onica. A cadeia foi representada por uma sequ^encia horizontal de crculos desenhados na tela do computador, capazes de oscilar verticalmente com a passagem de excitac~oes transversais, ou horizontalmente com a passagem de excitac~oes longitudinais. A 469 Luciano Terra Peixoto e Newton El oi Oliveira de Azevedo cadeia at^omica e tomada como modelo unidimensional de um solido, para observac~ao e estudo de seu comportamento vibracional. Reescrevemos aqui a equac~ao de Newton e a express~ao de denic~ao da velocidade na forma discreta, tal como utilizadas naquele trabalho: vp t + Æ Æ 2 = vp t 2 + ! Æ[yp (t) +yp (t) 2yp (t)] (1 a) 2 0 +1 1 yp (t) = yp (t Æ) + Ævp t Æ (1 b) 2 : A velocidade e a posic~ao do p-esimo atomo em um instante s~ao aqui obtidas da velocidade e da posic~ao do mesmo atomo e de atomos vizinhos em instantes anteriores; Æ representa o incremento de tempo e ! e a frequ^encia natural de oscilac~ao, dada pela raz quadrada da raz~ao k=m, sendo k a constante de mola e m a massa do atomo. A equac~ao de Newton acima esta adaptada para a situac~ao em que cada atomo interage apenas com os dois vizinhos mais proximos (ASHCROFT, 1976). Notar que as velocidades e as posic~oes s~ao consideradas em instantes alternados, o que constitui um recurso para tornar o algoritmo rapido o suciente e livre de instabilidades (HOCKNEY, 1970, PEIXOTO e GOMES, 1998). No caso da cadeia diat^omica o par de equac~oes acima se desdobra em dois pares, um valido para a velocidade vp e a coordenada yp de um tipo de atomo, envolvendo as coordenadas yp0 e yp0 dos atomos vizinhos que s~ao do segundo tipo, e o outro par valido para a velocidade vp0 e a coordenada yp0 do segundo tipo de atomo, envolvendo as coordenadas yp e yp dos atomos vizinhos que s~ao do primeiro tipo. Os dois pares de equac~oes tambem se diferenciam pelo valor de ! , isso porque os dois tipos de atomos tem massas diferentes. Tudo que e necessario fazer e duplicar o programa original, com escolhas apropriadas de ! e com o necessario cuidado no trato das condic~oes iniciais. Elas devem corresponder a presenca em t=0 de modos normais acusticos ou modos normais oticos. 0 +1 1 +1 1 0 0 II O tratamento qu^ antico do oscilador harm^ onico A equac~ao de Schrodinger dependente do tempo para um oscilador harm^onico de massa m e constante elastica k, com afastamento em relac~ao a posic~ao de equilbrio designado por y, e @ (y; t) = i~ @t 1 2m @y + 2 ky (y; t) ~2 @ 2 2 2 (2) Aqui as variaveis y e t tornam-se discretas, e a equac~ao diferencial torna-se uma equac~ao de diferencas nitas, i~ Æ y; t + delta 2 y; t 2Æ ~ = 2ma [(y+a; t)+(y a; t) 2(y; t)]+ 12 ky (y; t); (3) onde Æ e o incremento no tempo e a o incremento em y, tal que ym = ma. Esta equac~ao se desdobra em duas quando consideramos separadamente a parte real R(y; t) e a parte imaginaria I (y; t) da func~ao de onda (y; t): Obtemos ent~ao , 2 2 2 R+m = Rm + c[Im+1 + Im I +m = Im c[Rm+1 + Rm 1 2Im ] dm Im ; (4 a) 2 2Rm]+ dm Rm ; (4 b) onde introduzimos ndices superiores + e - para representar o valor da func~ao em t + Æ=2 e t Æ=2, respectivamente, de forma que sem o ndice o valor da func~ao se refere ao instante t. Tambem introduzimos os par^ametros c = ~Æ=2ma e d = kÆa =2~, de modo que a escolha de valores de k, m, Æ e a se reduzem a escolha de valores de c e d. As express~oes (4) s~ao aplicadas dentro da condica~o de contorno periodica, tal que, sendo N o numero de atomos da cadeia, ent~ao N = e m = N para m = 1. Calculadas as partes real e imaginaria da func~ao de onda, o que vamos representar na tela do computador sera, instante por instante, a curva da distribuic~ao de probabilidade, dada por 2 1 2 2 +1 1 1 2 Pm = Rm + Im2 : (5) Podemos fazer o programa desenhar pontos na tela do computador, cujos afastamentos verticais em relac~ao a uma linha horizontal v~ao representar probabilidades n~ao nulas do atomo ocupar as posic~oes horizontais correspondentes. Na implementac~ao do calculo das express~oes (4-a) e (4-b), e desejavel um algortmo sucientemente rapido para que, ao se imprimir toda a sequ^encia de crculos na tela do computador em ciclos sucessivos do processamento, se tenha impress~ao de continuidade de movimento da curva da distribuic~ao de probabilidade. Neste sentido e apropriada a escolha dos chamados , para os quais a variavel dependente (Rm ou Im ) so aparece no lado direito da express~ao quando valida para um instante anterior. Tais metodos apresentam entretanto o problema da instabilidade, por causa da magnitude do erro numerico - da ordem do proprio incremento do tempo - a que est~ao sujeitos. Metodos implcitos, por outro lado, podem apresentar erro de segunda ordem no incremento do tempo e s~ao algor tmos expl citos 470 Revista Brasileira de Ensino de F sica, vol. 22, no. 4, Dezembro, 2000 estaveis, mas s~ao lentos, porque um sistema de equaco~es algebricas lineares tem que ser resolvida em cada ciclo de processamento (BUTCHER, 1994). E possvel contornar o problema utilizando um algortmo explcito em que as partes real e imaginaria da func~ao de onda s~ao dadas em instantes de tempo alternados (HOCKNEY, 1970, VISSCHER, 1991). Ele esta discutido no Ap^endice. Neste algortmo os valores de R na express~ao (4) s~ao denidos, por exemplo, nos instantes 0, Æ, 2Æ..., e os de I nos instantes Æ=2, 3Æ=2, 5Æ=2... Para ocorrer a conservac~ao de probabilidade, e necessario reescrever a express~ao (5) na forma 2 Pm = Rm +Im+ Im (para P e R nos instantes 0, Æ, 2Æ...) (6 a) Pm = Rm + Rm + Im (para P e I nos instantes Æ/2, 3Æ/2, 5Æ/2...): (6 b) Em (6-a), para valores de P e R tomados no instante t = Æ, entram os valores de I e I nos instantes 3Æ=2 e Æ=2, respectivamente, e em (6-b), para os valores de P e I tomados no instante t = Æ=2, entram os valores de R e R nos instantes t = Æ e t = 0; respectivamente. E facil vericar que (5) deve ser substituda pelas duas express~oes acima. Basta tomar uma depend^encia temporal na forma exp(iwt) em e substituir a parte real R por cos(wt) e a parte imaginaria I por sen(wt) e, tendo em conta os instantes de denic~ao dos varios termos, vericar que o cumprimento da condic~ao X Pm = 1 (7) + 2 + + m ca garantida instante por instante. Devemos escolher valores iniciais para os varios Rm e Im tais que representem a parte real no instante t = 0 e a parte imaginaria no instante t = Æ=2. Trabalhamos com curvas gaussianas, dadas por p 2 Rm (0) = Ae ym= cos(!0) (8 a) Æ ( 2 ) p2 ym = 2 sen ! Æ (8 b) 2 = Ae 2 onde a constante A e escolhida em func~ao do tamanho da gura na tela do computador. As duas curvas entram como R e I em (4), para o calculo de R e I nos instantes t = Æ e t = 3Æ=2, respectivamente, os quais, por sua vez, retornam como R e I em (4) para o calculo de R e de I nos instantes t = 2Æ e t = 5Æ=2; respectivamente, e assim por diante. Im ( ) + + III Osciladores acoplados Consideremos aqui N osciladores de massa m, situados sobre o eixo x, acoplados por molas id^enticas, de constante elastica k, separados pela dist^ancia b. A posic~ao de equilbrio do n-esimo oscilador sera dada por x = nb: Cada oscilador movimenta-se na direc~ao y, na nossa descrica~o dando saltos entre pontos vizinhos sobre uma linha de M pontos separadas pela dist^ancia a. Ou seja, representando o deslocamento do n-esimo oscilador em relac~ao a respectiva posic~ao de equilbrio por yn, cada variavel yn tera M possveis valores dados por yn = ma. A func~ao de onda (y ; y ; :::yN ), fornece a probabilidade de ocorrer um dado conjunto de valores para as coordenadas y , y ,...yN : 1 1 2 2 P (y1 ; y2 ; :::yN ) = j(y1; y2 ; :::yN )j2 : (9) A func~ao de N partculas (y ; y ; :::yN ) n~ao e separavel em produto de func~oes de onda de uma partcula porque os osciladores s~ao acoplados. Para obter a curva de distribuic~ao de probabilidade para o i-esimo oscilador e necessario calcular a express~ao 1 P (yi ) = XX X y1 y2 ::: yN 2 P (y1 ; 2y2; :::yN ) (10) em que ca excludo o somatorio sobre yi . Isso signica que o algortmo de simulac~ao devera ter um total de N 1 loops aninhados. Sendo N e M numeros da ordem de dezenas, isso implicara em velocidade de processamento incompatvel com a intenca~o de visualizac~ao de movimento contnuo da curva de distribuic~ao de probabilidade para cada oscilador. Alem disso, poderemos enfrentar o problema de limitaca~o de memoria do computador, pois precisaremos estocar M N valores para cada variavel P , R e I (cada uma delas com N ndices, cada ndice podendo tomar M valores). Sem essas limitac~oes, para observar um modo normal bastaria introduzir no programa a condic~ao inicial correspondente a sua excitac~ao, e observar a resposta do sistema. Com elas, a observac~ao do modo normal so sera possvel se levarmos em conta que basta fazer a simulac~ao para um unico oscilador e aproveitar o fato de que a curva que representa a distribuic~ao de probabilidade em dado instante para este oscilador vale tambem para os demais osciladores, apenas introduzindo-se a relac~ao de fase apropriada ao comprimento de onda do modo normal que se deseja observar. O preco a pagar e a perda parcial da ideia de simulac~ao, porquanto estaremos introduzindo no programa informac~oes referentes ao conhecimento previo do comportamento do sistema. A transformac~ao das coordenadas cartesianas yn para as coordenadas normais um e a transformac~ao inversa podem ser escritas na forma (ASHCROFT, 1976) um = r X 2 N N n=0 yn senqm xn (11 a) Luciano Terra Peixoto e Newton El oi Oliveira de Azevedo yn = r X 2 N N m=0 um senqm xn 471 (11 b) onde xn = nb: Os vetores de onda qm podem ser determinados de modo a satisfazer a condic~ao de contorno periodica, tal que yn N = yn , o que implica em qm = (2=Nb)(m N=2), com m variando entre 0 e N para que os valores de q quem compreendidos entre =b e =b (primeira zona de Brillouin). A express~ao (11-b) nos diz que o afastamento do n-esimo oscilador em relac~ao a respectiva posic~ao de equilbrio e obtido pela superposic~ao dos afastamentos provocados pelos varios modos normais, cada um deles uma onda senoidal de amplitude um e comprimento de onda m = Nb=(m N=2). + IV Figura 1. Aspecto da tela do computador em um estagio do processamento do programa para visualizac~ao do comportamento de uma cadeia diat^omica. Resultados e Discuss~ oes Os programas foram codicados com a linguagem C (Press , 1992). A Fig. 1 mostra o aspecto da tela do computador em um estagio da execuca~o do codigo para simulac~ao do comportamento de modos normais acustico e optico de uma cadeia diat^omica com 60 atomos. Os dois tipos de atomos s~ao indicados por crculos em preto e em branco. Ambos os modos mostrados na gura tem comprimento de onda igual a metade do comprimento da cadeia, cando evidente a oscilac~ao de dois atomos vizinhos com defasagem de 180Æ no caso do modo optico e sem defasagem no caso do modo acustico. E sugerido ao aluno medir as duas frequ^encias com o cron^ometro de seu relogio de pulso (contando 10 ou mais oscilac~oes) e vericar, a partir da raz~ao entre as massas dos atomos informada na tela do computador, que a raz~ao entre as frequ^encias satisfaz conhecida express~ao valida para a cadeia diat^omica no limite de grandes comprimentos de onda (ver, por exemplo, ASHCROFT, 1976). Podemos dizer que aqui os objetivos da simulac~ao s~ao atingidos sem restric~oes, sendo possvel simular modos normais de diferentes comprimentos de onda, em cada caso para os dois modos de oscilac~ao da rede. A Fig. 2 mostra o aspecto da tela em um instante durante a execuc~ao do programa para simulac~ao do comportamento qu^antico de um unico oscilador harm^onico. Os crculos na tela do computador indicam pontos da curva P (x), representando a probabilidade do oscilador ser encontrado na posic~ao x. Novamente podemos dizer que os objetivos da simulac~ao s~ao atingidos sem restric~oes, percebendo-se o que o pulso que representa P (x) se desloca para a esquerda e para a direita, com velocidade maxima no centro do espaco de oscilac~ao. ++ et al Figura 2. Aspecto da tela do computador em um estagio do processamento do programa para visualizac~ao do comportamento qu^antico de um oscilador harm^onico. Na Fig. 3 mostramos o aspecto da tela do computador em um instante da simulac~ao do programa para o modo normal com comprimento de onda igual ao comprimento da cadeia. A gura, no caso, tem um carater tridimensional. A curva de distribuica~o de probabilidade, que chamamos de P (x), e representada por um pulso que oscila horizontalmente na tela do computador. Ela corresponde a um atomo que oscila na mesma direc~ao. Diferentes atomos est~ao dispostos segundo a direc~ao y. O modo normal se propaga na direca~o y, provocando o deslocamento transversal dos pulsos de probabilidade de uma forma que lembra o serpentear de uma cobra. Aqui se deve ter em conta que a simulac~ao, pelo menos no sentido que temos empregado neste trabalho, so ocorre para um unico oscilador, sendo a posic~ao do pulso para cada um dos demais osciladores determinada de modo a se cumprir a relac~ao de fases correspondentes ao modo normal com = comprimento da cadeia. 472 Revista Brasileira de Ensino de F sica, vol. 22, no. 4, Dezembro, 2000 Uma vers~ao experimental do programa para simulac~ao pode ser solicitado pelo endereco eletr^onico [email protected]. obter a equac~ao de evoluc~ao temporal, consideremos a representaca~o matricial correspondente para a equac~ao (A.3) R I+ 1 0 A 1 = e substituindo (A.5) em (A.4): R I (A 5) R = 1 AA A1 : (A 6) I Agora temos uma equac~ao de evoluc~ao temporal, em que a matriz de evoluc~ao tem autovalores R+ I+ 2 = (A 7) 1 11 A A 14 A 1 A matriz sera unitaria se os autovalores tiverem modulo 1, o que vai acontecer se jAj 2, e esta sera a condic~ao de estabilidade para o sistema. Consideremos a atuac~ao de H sobre a func~ao de onda do estado fundamental do oscilador harm^onico, de forma gaussiana, que corresponde a escolha que zemos anteriormente para representar o estado inicial do sistema, dada por (LEIGHTON, 1959): 2 Figura 3. Figura 3. Aspecto do modo normal correspondente a = comprimento da cadeia. Ap^endice Um dos problemas com o presente algortmo e o de estabilidade, isto e, o de se conseguir impedir que os crculos na tela do computador passem a oscilar com amplitudes cada vez maiores ate desaparecerem e isso provocar a interrupc~ao do programa. Ja discutimos o criterio de estabilidade para o tratamento classico da cadeia linear em um trabalho anterior (PEIXOTO E GOMES, 1998). Vamos aqui discut-lo para o tratamento qu^antico. Basicamente adaptamos os argumentos de Visscher (VISSCHER, 1991), validos para o comportamento qu^antico de uma partcula livre. Discretizando a equac~ao de Schrodinger, @ (y; t) i~ = H (ymt) (A 1) @t separando a parte real da parte imaginaria e utilizando a notac~ao adotada acima, obtemos + HÆ I (t = 0; Æ; 2Æ; :::) ~ R+ = R I+ = I HÆ (A 2) (t = Æ=2; 3Æ=2; 5Æ=2; :::) (A 3) Uma representac~ao matricial para (A.2), com A = HÆ=~, e, ~ R R = 10 A1 (A 4) I que n~ao e uma equac~ao de evoluc~ao temporal, pois do lado esquerdo temos a parte real da func~ao de onda considerada em um instante posterior ao da parte imaginaria, enquanto o reverso ocorre no lado direito. Para R+ I+ + 1 2 2 (y) = B exp[ y =2 ]: 2 (A:8) 2 onde B e uma constante de normalizac~ao e = mw=h: Aplicando o operador H obtemos, como na express~ao (3), ~ H (y; t) = 2ma ((y + a; t) ~ 2 2 a2 +(y a; t) 2(y; t)) + 2~ km (y; t) 2 (A 9) onde, como antes, y = ma: Substituindo (A.8) em (A.9) e multiplicando ambos os membros pelo incremento de tempo Æ, encontramos, HÆ ~ (y; t) = fc[1 e a2 =22 cos(a m= ) 2 2 +a m = ]g(y; t) onde c e aqui a mesma constante introduzida na sec~ao II. O termo entre chaves e aquele acima chamado de A, e assim, levando em conta que o valor maximo de m e M e representando a largura do pacote gaussiano por = m a, a condic~ao de estabilidade ca 4 2 2 0 cj1 e cos(M=m ) + (M=m ) j 2 p Por exemplo, para M = 30 e mo = 3, encontramos c 0:02 como condic~ao para o sistema car estavel. 1=2m2 0 2 0 2 2 0 Luciano Terra Peixoto e Newton El oi Oliveira de Azevedo References [1] L. T. Peixoto e K.Q. Gomes, Rev. Bras. Ens. Fs., 20 111 (1998). [2] N. W. Ashcroft e N. D. 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