Revista Brasileira de Ensino de F sica, vol. 21, no. 1, Mar co, 1999 53 O Oscilador Relativ stico For cado (The forced relativistic oscillator) Bruno C. C. Mota Departamento de Fsica, Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte, MG, Brasil [email protected] and Carlos H. C. Moreira Departamento de Matematica, Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte, MG, Brasil [email protected] Recebido em 2 de Setembro, 1998 Apresentamos uma abordagem do oscilador harm^onico relativstico que, no caso livre, se baseia no uso de funco~es especiais e, no caso forcado, no uso de expans~oes em serie de correco~es relativsticas. E apresentada uma sistematica recursiva para obtenc~ao das sucessivas correc~oes que leva a soluc~ao de uma cadeia de problemas de osciladores n~ao-relativsticos forcados. We show a study of the relativistic harmonic oscillator that, in the free case, is based upon the use of special functions and, in the forced case, upon the use of expansions in series of relativistic corrections. A systematic recursive scheme to obtain the successive corrections by solving a chain of forced non-relativistic oscillator problems is presented. I Introduc~ao As equac~oes de movimento de Newton admitem generalizac~oes relativsticas que apenas em um numero limitado de casos podem ser resolvidas explicitamente. Contudo, vale o princpio pelo qual as soluco~es relativsticas devem se reduzir as soluc~oes n~aorelativsticas, aqui denominadas classicas, no limite c ! 1 e por isso faz sentido procurar soluc~oes na forma de serie de pot^encias de c,2 , onde o termo de ordem zero corresponde a soluc~ao classica e os demais s~ao correc~oes relativsticas de ordem crescente. Neste trabalho desenvolvemos um estudo das soluco~es da equac~ao de movimento do oscilador harm^onico relativstico em uma dimens~ao espacial. Abordaremos o caso livre (sem forcamento) e o caso forcado senoidalmente. Apesar da n~ao-linearidade das equac~oes diferenciais, ainda e possvel obter varios resultados interessantes na forma de series de pot^encias. Para o caso livre destacamos o perodo da oscilac~ao e para o caso forcado a trajetoria x(t) e a energia absorvida pelo sistema. Os metodos matematicos empregados s~ao todos acessveis a alunos de cursos de graduac~ao em ci^encias exatas: soluc~ao de equac~oes diferenciais, series de pot^encias, func~oes especiais e transformadas de Laplace. A equac~ao de forca para o oscilador harm^onico relativstico unidimensional difere do equivalente classico pela substituic~ao do momento linear mv pelo momento relativstico p = p mv 2 2 ; (1) 1 , v =c onde m e a massa de repouso da partcula. Nos livrostexto padr~ao de Mec^anica Classica (veja por exemplo Goldstein [2]) mostra-se que isso e suciente para garantir a requerida invari^ancia sob transformac~oes de Lorentz. Portanto, a equac~ao de forca se torna ! d p mv = ,kx + Fext: (2) dt 1 , v2 =c2 No caso livre a equac~ao acima pode ser tratada no espaco fase, isto e, considera-se a velocidade v como 54 Bruno C. C. Mota e Carlos H. C. Moreira func~ao da posic~ao x. Isso sera feito na Sec~ao 2 deste artigo e o que se obtem da e uma express~ao para a conservac~ao da energia relativstica e a soluc~ao inversa t(x) (tempo em func~ao da posic~ao) na forma de combinac~ao de integrais elpticas, que sera usada para identicar o perodo do movimento na forma de serie de pot^encias (valor classico, seguido de correco~es relativsticas). Na Sec~ao 3 estudamos o oscilador com forcamento senoidal. A depend^encia explcita da forca externa com o tempo inviabiliza o estudo no espaco fase. Ao inves disso, aplicamos tecnicas de expans~ao em serie diretamente sobre a equaca~o de movimento, obtendo que as correc~oes relativsticas de ordem crescente s~ao as soluc~oes de uma sequ^encia de equac~oes diferenciais do tipo oscilador harm^onico classico com forcamento que envolve as correc~oes de ordem mais baixa. Os metodos se aplicam tanto para o caso ressonante quanto para o caso n~ao-ressonante. Obtemos ainda as primeiras correc~oes relativsticas para a energia absorvida pelo oscilador. Considerac~oes nais vir~ao na Sec~ao 4. II O oscilador relativstico livre Na equac~ao (2) removemos o termo de forca externa e passamos ao espaco fase. Para isso, efetuamos a derivac~ao com respeito ao tempo e usamos a regra da cadeia para fazer a substituic~ao dv = dv dx = dv v: (3) dt dx dt dx A equac~ao diferencial de primeira ordem resultante e separavel, m Z 2 ,3=2 v 1 , c2 v dv = ,k x dx; Z (4) e pode ser integrada explicitamente, fornecendo mc2 + kx2 = E: 1 , v2 =c2 2 p (5) A constante de integrac~ao E e a energia total relativstica do sistema, que se conserva ao longo da trajetoria. Observe que a energia relativstica difere da energia total classica pela inclus~ao da energia de repouso mc2 e por termos de ordem c,2. 2 2 E = mc2 + mv2 + kx2 + O(c,2 ) (6) Na Figura 1 tracamos diagramas de fase para os osciladores harm^onicos classico e relativstico. Na horizontal temos a posica~o x e na vertical a velocidade v. Utilizamos os valores c = 1, k = 5 e m = 1. Cada valor de E fornece uma curva sobre o diagrama de fase. O valor mnimo aceitavel para a energia e mc2 , o que corresponde somente ao ponto (0; 0). As energias usadas na Figura 1 s~ao 1:01, 1:05 e de 1:25 a 7:00, com incrementos xos de 0:25. Como era de se esperar, no caso classico (equac~ao 6 sem os termos de ordem c,2 ou superior) obtemos elipses e no caso relativstico (equaca~o 5) curvas semelhantes a elipses para energias mais baixas, que v~ao se achatando na direc~ao de v a medida que vmax se aproxima de c. Figura 1. Diagramas de fase: posica~o por velocidade. 55 Revista Brasileira de Ensino de F sica, vol. 21, no. 1, Mar co, 1999 Na equac~ao (5) isolamos v, voltando assim para as variaveis x e t. A nova equac~ao diferencial e de primeira ordem e tambem separavel. Escolhemos a condic~ao inicial x(0) = 0, obtendo s 2 2 dx mc v = dt = c 1 , ; E , 12 kx2 (7) c #,1=2 " Z x 2 2 1 mc 1, E, 1 2 t(x) = c ds: (8) 0 2 ks Por conveni^encia notacional, dena = k=2mc2 e denote por b a amplitude do movimento, ou seja, o modulo do valor de x correspondente a v = 0 na equac~ao da energia relativstica (5). Assim podemos escrever ),1=2 ( Z x 1 ds (9) 1, t(x) = 1c [1 + (b2 , s2 )]2 0 e apos alguma manipulac~ao algebrica chegamos a express~ao Z x 1 + (b2 , s2 ) t(x) = 1c q (10) ds: 0 2(b2 , s2 ) 1 + 12 (b2 , s2 ) Implementamos a mudanca de variavel s = b sen ' e com isso chegamos a F arcsen x ; ; (11) t(x) = 1c b E arcsen xb ; , b b onde r 2 = 2 +bb2 (12) e as func~oes F(:; :) e E(:; :) s~ao as integrais elpticas de primeira e segunda especie (veja, por exemplo, [3]), dadas respectivamente por: Z d' p ; (13) F (; ) = 0 1 , 2sen2 ' E(; ) = Z p 0 1 , 2sen2 ' d': (14) Nosso interesse principal e calcular o perodo de oscilac~ao e para tanto, a exemplo de Goldstein [2], usamos o fato que exatamente um quarto do perodo total e gasto para a partcula ir da origem ate x = b. Assim F ; : T = 4c b E 2 ; , b (15) 2 As integrais elpticas completas admitem expans~oes em series de pot^encias [3]: ( 1 (2n)! 2 ) X 2n (16) F( 2 ; ) = 2 1 + 22n(n!)2 ; n =1 ( ) 1 (2n)! 2 1 X 2 n E( 2 ; ) = 2 1 , ; (17) 2n 2 2n , 1 n=1 2 (n!) e da se obtem a seguinte expans~ao para T: 1 (2n)! 2 2 2 n X 2n + 1 + b b 2 p : (18) T= p c 2 n=o 22n(n!)2 (1 , 2n) 1 + b2=2 2 + b2 56 Bruno C. C. Mota e Carlos H. C. Moreira A serie de pot^encias acima possui raio de converg^encia igual a 1 e assim a express~ao acima sera valida para todo > 0. Coletando termos de ordem mais baixa e usando a denic~ao de , segue que r 3kb2 + O(c,4 ) : T = 2 mk 1 + 16mc 2 (19) Como era de se esperar, o termo dominante para c grande coincide com o perodo do oscilador harm^onico classico. A primeira correc~ao relativstica de T corresponde a 3/8 da raz~ao entre a energia potencial maxima e a energia relativstica de repouso. Vale observar que o sinal desse termo aparece trocado no resultado fornecido em [2]. III O oscilador forcado relativstico Vamos agora adicionar um forcamento externo do tipo senoidal. Portanto, na equac~ao (2) tomamos Fext = F sen(!t). Efetuando a derivaca~o temporal indicada, obtemos 2 ,3=2 x _ F sen(!t): (20) x 1 , c2 + !02 x = m Expandimos o termo da esquerda em serie de pot^encias, " 2 i# (2i + 1)! x_ 2x = F sen(!t); x 1 + + ! 0 i 2 2 c m i=1 (2 i!) (21) e procuramos soluc~oes para a equaca~o acima na forma de serie de pot^encias: 1 X c x(t) = x0(t) + x1(t)c,2 + x2(t)c,4 + : : : = 1 X n=0 xn(t)c,2n : (22) Note que xn(t)c,2n e a correc~ao relativstica de n-esima ordem na soluca~o. Derivamos formalmente a express~ao acima e substituimos na equac~ao (21). Agrupamos os termos de mesma ordem em c,2 e o resultado e: 1 , X 1 F sen(!t) + X xn + !02 xn c,2n = m fn (t) c,2n ; n=0 n=1 onde 1 X n=1 fn(t) c,2n = ,x (23) 1 X (2i + 1)! x_ 2 i : i 2 c2 i=1 (2 i!) (24) d Da equaca~o acima pode-se obter fn (t) substituindo a expans~ao em serie (22) e identicando o termo que carrega c,2n no lado direito. Segue imediatamente que fn (t) e um polin^omio nas derivadas primeira e segunda de x0, x1,: : :,xn,1. Na equac~ao acima devemos igualar termos de mesma ordem em c,2, obtendo uma sequ^encia de equac~oes diferenciais do tipo de oscilador harm^onico classico forcado. A equac~ao para x0 (t) carrega o forcamento externo senoidal e e exatamente a mesma equac~ao diferencial que se aplica ao caso n~ao- relativstico: F sen(!t); x0 + !0 2x0 = m (25) e portanto, como era de se esperar, esse termo coincide com a soluc~ao classica do problema. Um pouco menos esperado e que cada correc~ao relativstica posterior vem a ser soluc~ao de uma equac~ao do tipo oscilador harm^onico classico forcado: xn + !0 2xn = fn (t): Por exemplo (n = 1; 2; : : :) (26) 57 Revista Brasileira de Ensino de F sica, vol. 21, no. 1, Mar co, 1999 c x1 + !02 x1 = , 23 x_ 20 x0; 3 2 4 x2 + !02 x2 = , 15 8 x_ 0 x0 , 2 x_ 0 x1 , 3 x_ 0 x0 x_ 1: (27) (28) A soluc~ao de (25) pode ser obtida da forma usual (por exemplo, pelo metodo dos coecientes indeterminados, veja [1]). Quando a frequ^encia ! de forcamento e diferente da frequ^encia normal de oscilac~ao !0 entramos em regime de batimento, com uma soluca~o limitada no tempo. Por simplicidade, tomamos condico~es iniciais nulas, obtendo nesse caso F! F xbat (29) 0 (t) = m! (!2 , !2 ) sen(!0 t) , m(!2 , !2 ) sen(!t): 0 0 0 Se ! = !0, entramos no regime de resson^ancia, no qual a soluc~ao adquire uma parcela com aplitude que cresce linearmente com o tempo. F F xres (30) 0 (t) = 2m!2 sen(!t) , 2m! t cos(!t) Note que a origem do termo ilimitado na soluc~ao de resson^ancia se deve a ac~ao de um forcamento oscilatorio com frequ^encia igual a frequ^encia natural do sistema, o qual n~ao necessariamente deve estar na forma precisa do lado direito da equac~ao (25). Em conex~ao com esse fato, e interessante observar que as correc~oes relativsticas d x1, x2 , etc, devem conter termos com amplitude crescente no tempo mesmo quando ! 6= !0, pois no lado direito de (26) comparecem termos envolvendo derivadas de x0 , que trazem termos oscilatorios na frequ^encia natural. Veja por exemplo as equac~oes (27) e (28). Pode-se obter recursivamente qualquer numero de correc~oes relativsticas. Uma implementac~ao sistematica disso faz uso da transformada de Laplace. Aplicamos a transformada sobre a equaca~o (26), obtendo c s2 Xn(s) , s xn (0) , x_ n(0) + !02 Xn(s) = Fn (s); (31) onde Xn = Lfxng e Fn = Lffng. Da segue s xn(0) + x_ n(0) Xn(s) = s2F+n(s) (32) !02 + s2 + !0 2 : Usando a transformada de Laplace inversa e o teorema da convoluc~ao, segue que Z t xn(t) = xn(0) cos(!0t) + x_ n!(0) sen(!0 t) + !1 sen(!0 t , !0)fn () d: (33) 0 0 0 As condic~oes iniciais para as correc~oes relativsticas x1, x2 , etc, podem ser zeradas se tomarmos x0(0) = x(0) e x_ 0(0) = x(0). _ Como exemplo, calculamos a primeira correc~ao relativstica na situac~ao em que ocorreria resson^ancia classica, isto e, ! = !0 . O calculo pode ser facilmente executado com um programa de manipulac~ao algebrica. Aqui usamos o Mathematica e obtemos F 3 , 333 sen(!t) + 51 sen(3!t) + 9! t cos(!t) xres (t) = 1 m3 !4 16384 16384 512 2 2 27! t cos(3!t) + 9! t2 sen(!t) , 15! t2 sen(3!t) + 4096 512 2048 3 4 3 3! 3! 3! 3 3 4 (34) , 256 t cos(!t) + 512 t cos(3!t) + 512 t sen(!t) 58 Bruno C. C. Mota e Carlos H. C. Moreira Em x0 temos um termo com amplitude que cresce com t. Em x1 temos um termo que cresce com t4 e, trabalhando a express~ao para x2, veremos que nesse caso temos um termo que cresce com t7. De um modo geral, xn tera termos com amplitude maxima da ordem de t3n+1, multiplicado por F 2n+1!n,1m,2n,1. Incorporando ainda o fator c,2n , concluimos que so podemos garantir a converg^encia da expans~ao perturbativa para tempo inferior a 2 2 1=3 c tmax = m : (35) 2 F ! De maneira analoga pode-se calcular as primeiras correc~oes relativsticas no caso n~ao-ressonante (batimento) ! 6= !0. Segue que x1(t) contera um termo da forma t cos(!0 t) e as correc~oes subsequentes conter~ao termos com pot^encias mais altas de t. A Figura 2 mostra a forma da primeira correca~o relativstica no caso de batimento e permite observar o crescimento da amplitude com t. Essa peculiariedade n~ao deve ser levada demasiado a serio, pois as correc~oes relativsticas v^em acompanhadas de pot^encias de c,2 e so se tornam grandes para tempos extremamente grandes. Alem disso, no momento que x1 se torna signicativo em comparac~ao com x0, o mesmo ocorre para as correc~oes de ordem mais alta e a propria expans~ao perturbativa se torna duvidosa, pois e obtida sob uma hipotese de converg^encia que ca arruinada quando cada termo da serie se torna grande. Figura 2. Batimento no OHRF. As correc~oes relativsticas da energia total absorvida pelo oscilador forcado tambem podem ser obtidas a partir das correc~oes sobre x(t). Na express~ao 2 2 0 x2 (36) E = p mc 2 2 + m! 2 1 , x_ =c inserimos a forma perturbativa (22) para x(t) e coletamos os termos dominantes: E = mc2 + E0 + E1c,2 + O(c,4 ); onde 2 (37) 0 2 E0 = m2 x_ 20 + m! 2 x0 (38) E1 = mx_ 0 x_ 1 + m!02 x0 x1 + 38 mx_ 40 (39) e a energia classica e e a primeira correc~ao relativstica. Dos resultados (30) e (34) vemos que no caso ressonante E1 deve conter termos que crescem com t5. IV Considerac~oes nais Para o caso livre, a abordagem adotada n~ao difere signicativamente da vista em Goldstein [2] e outros textos padr~ao de Mec^anica Classica. A equac~ao (8) e bem conhecida. Porem, ao contrario de outros textos, aqui obtemos uma soluc~ao explcita envolvendo func~oes especiais e so depois aplicamos expans~oes perturbativas. Com isso, obtemos uma express~ao elegante para t(x) e as correc~oes de relativsticas de ordem mais alta para o perodo. No caso forcado, vimos que as correc~oes relativsticas sucessivas v^em da soluc~ao de equac~oes diferencias lineares do tipo do oscilador harm^onico classico forcado. Em cada termo de forcamento entram as correc~oes de ordem mais baixa e a propria soluc~ao classica, que carrega termos oscilatorios na frequ^encia natural do sistema. Assim s~ao produzidas correc~oes relativsticas com termos polinomiais em t mesmo no caso n~ao-ressonante. Esse e um resultado que n~ao pareceria obvio a princpio e leva a perguntar se com isso as correc~oes relativsticas poderiam se tornar, para um tempo sucientemente grande, maiores que a parte classica da soluc~ao. Essa conclus~ao n~ao pode ser tirada porque nessa faixa de valores de t n~ao apenas as primeiras correc~oes relativsticas se tornam grandes, mas todas as demais, o que impede a converg^encia da propria expans~ao em serie. Nessa situac~ao extrema se torna necessario usar outro metodo para calcular a correc~ao relativstica da soluc~ao. Os resultados obtidos neste artigo s~ao acessveis a estudantes de graduac~ao. O problema do oscilador Revista Brasileira de Ensino de F sica, vol. 21, no. 1, Mar co, 1999 harm^onico relativstico se converte em um exerccio interessante, ainda que trabalhoso, para varias tecnicas matematicas que um estudante de Fsica deve dominar ao m do ciclo basico. De especial interesse e a possibilidade de se usar programas de manipulac~ao algebrica, como por exemplo o Mathematica, para se obter rapida e sistematicamente resultados que seriam consideravelmente trabalhosos de se obter de outra maneira. Agradecimentos Este trabalho foi parcialmente nanciado pelo 59 CNPq e pela FAPEMIG. References [1] Boyce, W. E.; Di Prima, R. C., Equac~oes Diferenciais Elementares e Problemas de Valores de Contorno, quinta edic~ao, editora LTC, 1994. [2] Goldstein, H., Classical Mechanics, second edition, Reading, Addison-Wesley, 1980. [3] Gradshteyn, I. S.; Ryzhik, I. M., Table of Integrals, Series, and Products, fth edition, ed. Alan Jerey, San Diego, Academic Press, 1994.