4º CICAM
INFLUÊNCIA DO TWEEN 80 NA BIODEGRADAÇÃO DE ÓLEO LUBRIFICANTE AUTOMOTIVO. LOPES, P.R.M. 1,2,3;
CONSOLMAGNO, R.C.1; VASCONCELOS, A.M. 1; BIDOIA, E.D.1 1Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências,
Departamento de Bioquímica e Microbiologia, Av. 24A, 1515, CEP 13506-900, Rio Claro, SP, Brasil. 2E-mail:
[email protected] The Tween 80 influence on automotive lubricant oil biodegradation.
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Há muitos problemas de resíduos já presentes no meio ambiente, originário das mais diferentes atividades econômicas,
e que requerem ações para a sua remediação ou descontaminação, de modo que os seus efeitos ambientais negativos sejam
minimizados ou eliminados. Muitas atividades produtivas utilizam matérias-primas obtidas às custas da degradação
ambiental e muitos resíduos do processo produtivo são descartados no meio ambiente, sem levar em conta os riscos de seu
impacto nos diferentes componentes bióticos dos ecossistemas naturais ou transformados. Apenas 1 L de óleo é capaz de
esgotar o oxigênio de 1 milhão de litros de água, formando, em poucos dias, uma fina camada sobre a superfície de 1.000
m2, o que bloquei a a passagem de ar e luz, impedindo a respiração e a fotossíntese. O Tween 80 trata-se de um surfactante
formado por uma parte polar e uma parte apolar. Quando em meio aquoso, estas moléculas interagem tanto com a água
que é polar e com moléculas apolares, como o óleo lubrificante, sendo capaz de causar uma redução da tensão superficial
neste. Estudos sobre mineralização envolvendo medidas de produção de CO2 podem promover importantes informações a
respeito do potencial de biodegradabilidade de substâncias. Este método provê dados adequados, em um período de tempo
relativamente rápido para testar diferentes opções no tratamento biológico, como o efeito da suplementação de nutrientes,
inóculo microbiano e temperatura. O teste pode ser usado também para confirmar a degradação de compostos, antes de ser
utilizado em um processo de biorremediação em grande escala. A metodologia consistiu na elaboração de um inoculo (areia,
água e óleo lubrificante automotivo) para uma prévia seleção de microrganismos, o qual foi diluído em água. Dois ensaios
de respirometrias foram realizados: o primeiro ausente de Tween 80 e o outro com a presença do surfactante. Decorrida as
quantificações do CO2, observou-se uma maior taxa de produção nos respirômetros contendo o Tween 80. Portanto, a
presença do detergente no efluente oleoso provoca a emulsificação deste composto, facilitando sua decomposição pelos
microrganismos.
*Integrante do PRH-ANP/FINEP/MCT-CTPETRO, PRH-05, Universidade Estadual Paulista - UNESP-Rio Claro/SP.
PREPARAÇÃO DE INOCULO BASE PARA ESTUDOS DE BIODEGRADAÇÃO DE ÓLEO LUBRIFICANTE
AUTOMOTIVO. CONSOLMAGNO, R.C.; LOPES, P.R.M.*; VASCONCELOS, A.M.; BIDOIA, E.D. Universidade Estadual
Paulista, Instituto de Biociências, Departamento de Bioquímica e Microbiologia, Av. 24A, 1515, CEP 13506-900, Rio Claro,
SP, Brasil. E-mail: [email protected] Base inoculum preparation for biodegradation studies of automotive lubricant oil.
O petróleo representa a principal fonte de combustível atual, e sua tecnologia de refino, semelhante a outros processos
industriais de larga escala, representa uma fonte potencial de poluição ambiental. Um dos mais importantes destinos
naturais a respeito das substâncias é a biodegrabilidade. Esta se define na susceptibilidade de uma determinada substância
a sofrer quebra bioquímica através da ação de microrganismos. Acredita-se que, no mundo, o consumo anual de óleo
refinado seja 42 milhões de toneladas, gerando 22 milhões de toneladas de óleo usado, dos quais apenas 1 milhão de
toneladas são novamente refinadas, ou seja, 4,5%, o restante é queimado nos motores. O Brasil consome anualmente cerca
de 900.000 m 3 de óleo lubrificante e gera 250 a 300.000 m 3 de óleo usado, novamente refinado em torno de 110.000 m 3 de óleo
usado. O restante é geralmente queimado ou despejado diretamente na natureza. Durante a preparação do inoculo,
utilizou-se óleo lubrificante automotivo, água destilada, areia comum peneirada e surfactante químico Tween 80. Foi feita
uma mistura homogênea, transferida a um saco plástico de cinco quilogramas, no qual realizou-se perfurações de pequeno
diâmetro. Esta emulsão foi deixada enterrada sob o solo, numa profundidade de aproximadamente quinze centímetros, por
quinze dias. Após percorrido este período, observou-se a presença de microrganismos capazes de biodegradar o efluente em
questão. Portanto, este procedimento é válido quando utilizado em ensaios que procuram avaliar a biodegradação do óleo
lubrificante automotivo, como, por exemplo, o processo respirométrico de Bartha, pois ocorre uma prévia seleção dos
microrganismos presentes no solo que metabolizam este hidrocarboneto.
Biológico, São Paulo, v.68, n.1/2, p.29-86, jan./dez., 2006
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Biológico, São Paulo, v.68, n.1/2, p.29