Responsabilidade Social e Ambiental
Evolução histórica da questão ambiental
Módulo I
Prof. Paulo R. de Carvalho.
O homem e a natureza na pré-história:
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A construção pelos seres humanos de um espaço próprio de vivência,
diferente do natural, se deu sempre à revelia e com a modificação do
ambiente natural.
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Na pré-história ocorre a primeira grande modificação feita pelo homem
modificando suas próprias condições biológicas para tentar sobreviver
aos predadores naturais.
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Aprendeu a criar ferramentas que multiplicavam suas capacidades limitadas.
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Compreendeu que a sua resistência ao meio ambiente hostil era mais
facilmente superada com a formação de grupos (a caça).
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Mesmo com a capacidade ampliada de intervir no meio ambiente, o homem
não afetou de maneira significativa a natureza durante a pré-história.
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Essa atividade (como a caça) realizada pelos seres vivos que interfere
na natureza de modo a transformá-la para melhor satisfazer as suas
necessidades, denominamos de trabalho.
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O trabalho neste contexto objetiva a manutenção da espécie humana
no ambiente natural, melhorando as condições de sua existência.
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Compreendendo que com a união alcançavam objetivos comuns, o
homem teve a necessidade de organizar as atividades para que estes
objetivos fossem alcançados.
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A organização do trabalho provoca um aumento do rendimento.
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A capacidade de trabalho do homem aumenta, significando ao mesmo
tempo, aumento da sua capacidade de intervir na natureza.
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Crescem os impactos no ambiente natural produzidos pelo homem.
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O homem passou a fazer o que os outros animais faziam, só que
melhor. Tornou-se o predador mais temido para os demais animais.
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Esse processo de intensificação da capacidade humana de intervir
no ambiente natural foi se desenvolvendo de forma gradativa e
cumulativa mas aparentemente sem relevância se comparada aos
dias atuais.
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Até que há aproximadamente entre 8000 e 10000 anos ocorre uma
primeira grande revolução científico-tecnológica, provocando
enormes impactos no ambiente natural devido ao aumento da
capacidade produtiva humana.
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A domesticação de animais e o domínio da técnica de plantio
geraram uma revolução na história da humanidade – a revolução
agrícola, permitindo a fixação das pessoas e o surgimento das
primeiras vilas e cidades.
A criação do ambiente cultural: o processo de urbanização
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Início de um processo profundo de transformação da relação do
homem com a natureza com o surgimento da agricultura e o
conseqüente sedentarismo.
A atividade agrícola exige um ambiente artificial para o cultivo de
plantas e do gado.
Surge a propriedade privada em decorrências das necessidades de
proteger os espaços para a prática da agricultura e criação de
animais.
Abundância de alimentos gerando um incremento da população e
maior ocupação de mais espaços em detrimento do ambiente
natural.
Quanto maiores as aglomerações humanas, mais destrutivas eram
do ponto de vista ambiental. Muitas espécies desapareceram nessa
época.
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A construção de grandes cidades intensificou a destruição do ambiente
natural circunvizinho (Ex: na Mesopotâmia( séculos V e I a.C) onde é o Iraque,
com a construção da Babilônia – Jardins Suspensos).
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A civilização romana (século VIII a.C) se destacou, na antiguidade, justamente
por ter criado mais espaços urbanos em todo o Mediterrâneo, contribuindo para
a diminuição da diversidade, principalmente de predadores naturais.
(Ex: o grande leão do Atlas, de juba preta, que vivia no norte da África).
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Nas Américas, a civilização Maia (1500 anos a.C – século XIV) que existiu na
América Central antes da chegada dos espanhóis.
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No Camboja, Ásia, a localidade de Angkhor Vat (800 a 1400 anos nossa era)
teve ocupada no meio da floresta uma área equivalente à atual cidade de
New York, nos Estados Unidos, e entrou em decadência, também, pelo uso
insustentável dos recursos naturais.
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Durante a Idade Média(século V a XV), em particular, temos exemplos de como as
concentrações humanas não se encontravam, ainda, adequadas a garantir a
segurança dos seres humanos. Grandes epidemias provocaram a mortandade
de milhões de pessoas, alterando a fisionomia da população européia.
Industrialização e meio ambiente
• Século XVIII – grande transformação na capacidade produtiva humana
por meio da segunda grande Revolução Científico-Tecnológica,
conhecida como Revolução Industrial.
• Iniciou-se na Inglaterra e se espalhou e dominou o cenário durante os
séculos XIX e XX, provocando profundas alterações no meio ambiente
natural, apontando para a perspectiva de sua destruição.
• A industrialização trouxe vários problemas ambientais, como:
- alta concentração populacional;
- consumo excessivo de recursos naturais (alguns não renováveis);
- contaminação do ar, do solo, das águas;
- desflorestamento, entre outros.
• A urbanização foi um dos mais importantes subprodutos da Revolução
Industrial e criou um ambiente sem precedentes nas cidades.
Por volta de 1850, havia mais cidadãos britânicos morando em cidades
do que no campo. Quase um terço da população total vivia em cidades
com mais de 50.000 habitantes.
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Os processos de industrialização aumentaram de forma
espetacular, mas foram concebidos de forma irracional gerando,
como resultado, o grave problema ambiental que afeta todo o
planeta nos dias atuais.
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Somente a partir da década de 70 começa-se a questionar a visão
equivocada de que os recursos naturais eram ilimitados e estavam
à disposição do homem.
•
Somente nas duas últimas décadas do século XX que o volume
físico da produção industrial no mundo cresceu espetacularmente.
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Na segunda metade do século XX foram empregados mais
recursos naturais na produção de bens que em toda a história
anterior da humanidade!!!
A contaminação industrial
• Alguns dos problemas ambientais tornaram-se assunto global e pela
sua visibilidade e facilidade de compreensão quanto a causa e efeito
constituíram-se na principal ferramenta de construção de uma
conscientização dos problemas causados pela má gestão.
• Dentre os principais acidentes ambientais podemos citar alguns:
- 1947 – Texas – navio carregado de nitrato de amônia explode,
causando mais de 500 mortes e deixando mais de 3000 feridos.
- 1956 – Contaminação da baía de Minamata, Japão. A contaminação
acontecia desde 1939 devido à companhia química instalada às
margens da baía. Foram registrados casos de disfunções neurológicas
em famílias de pescadores, gatos e aves. Pessoas morreram devido às
altas concentrações de mercúrio.
- 1984 – Bhopal na Índia – um vazamento de 25 toneladas de isocianato de
metila da Fábrica da Union Carbide, causou a morte de 3.000 pessoas e a
intoxicação de mais de 200.000 pessoas.
- 1986 – Usina de Chernobyl, na antiga URSS – incêndio em um dos
reatores, lançou na atmosfera um volume de radiação cerca de 30 vezes
maior que o da bomba atômica de Hiroshima. Foram atingidos vários países
europeus e até mesmo o Japão.
- 1986 – Basiléia na Suíça – incêndio em uma indústria causa derramamento
de 30 toneladas de pesticidas no Rio Reno, causando a mortandade de
peixes ao longo de 193km.
- 1989 – estreito do Príncipe William, no Alasca – o rombo aberto no casco
do navio-tanque Exxon-Valdez ao esbarrar em um iceberg, provocou o
vazamento de 44 milhões de litros de petróleo. Atingiu uma área de 260km²,
poluindo águas, ilhas e praias da região. Morreram milhares de animais como
peixes, baleias e leões marinhos. Considerado o pior acidente deste tipo nos
EUA.
•
No Brasil, segundo relatório “O Estado Real das Águas no
Brasil – 2003/2004”, elaborado pela Defensoria das Águas, a
contaminação das águas de rios, lagos e lagoas quintuplicou
nos últimos dez anos.
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Este relatório foi realizado a partir do mapeamento de 35 mil
denúncias de agressão ao meio ambiente e ações civis
públicas que já receberam sentença judicial.
•
É apontado neste relatório como principal fonte de
contaminação, o despejo de material tóxico proveniente das
atividades agroindustriais e industriais que são responsáveis
pelo consumo de 90% das águas, sendo essas devolvidas
contaminadas após o uso.
•
A pesquisa apontou 20.000 mil áreas contaminadas no país.
•
Estimativas do Instituto Ekos do Brasil, que faz estudos na
área ambiental, somente no Estado de São Paulo os locais
contaminados são cerca de 30 mil, porém a Cetesb identifica,
oficialmente, cerca de 1.500.
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Cultura Organizacional e Ética I