VAREJO FARMACEUTICO: temporada de reflexões
Luiz Eduardo Costa – sócio da BRASILPAR Serviços Financeiros
A entrada da CVS Pharmacy no mercado brasileiro, com a aquisição da rede Onofre, abre uma
nova temporada de muitas reflexões no varejo farmacêutico. Para darmos uma dimensão da
importância dessa empresa, no ano passado a CVS sozinha faturou quase seis vezes mais que
todo o setor no nosso país. É isso mesmo, a CVS é um gigante americano com vendas de US$
128 bilhões em 2012. Outro dado importante foi o preço de aquisição da Onofre, que para
relativizarmos e baseado na nossa estimativa, foi de quase 26X o EBITDA, este ultimo mede o
caixa gerado pela empresa no ano antes de despesas financeiras e impostos. Nos Estados
Unidos a CVS é negociada em bolsa a 8,5X o EBITDA. Essa tremenda diferença pode, numa
analise rápida, parecer que o gigante está destruindo valor dos seus acionistas. Será que é isso
mesmo?
Na avaliação da Brasilpar há uma serie de fatores que atraem um grande player internacional
como a CVS, a entrar nesse mercado e atrairá ainda outros mais, além dos players locais e
investidores financeiros como o BTG Pactual que controla um dos lideres de mercado, a Brasil
Pharma. Entre outros podemos destacar:
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O acelerado crescimento das vendas do setor farmacêutico, acima de 14% a.a., atingiu
quase R$ 50 bilhões em 2012 e estima-se superará R$ 100 bilhões em cinco anos.
Semelhante a outros ramos de varejo, como supermercado e redes de eletrônicos
onde os grandes players controlam quase 60% do mercado, o de farmácias deverá
passar por um processo de consolidação em função da pulverização do mercado.
Hoje com menos de 30% de fatia de mercado na mão das cinco maiores empresas.
Além disso, a consolidação dos fornecedores, como na linha de genéricos (e.g.
Hypermarcas: Farmasa + Neoquímica + Mantecorp) e de Higiene & Limpeza (e.g.:
P&G, Hypermarcas, Unilever), aumentará o poder de negociação deles e colocará
maior pressão na margem dos varejistas.
Essa combinação de acelerado crescimento orgânico aliado a oportunidade de consolidação e
necessários ganhos de sinergia abrirá muitas oportunidades e desafios para o setor
farmacêutico. O critico nesse período, que pode ser de muita turbulência, é saber navegar e
buscar se posicionar com rapidez e inteligência para aproveitar os bons ventos e se proteger
dos temporais.
Dessa forma a recomendação da nossa empresa, BRASILPAR que atua no mercado de
assessoria financeira de Fusões & Aquisições faz mais de 35 anos, é que os participantes desse
setor devam buscar se reposicionar estrategicamente e refletir como responder a perguntas
criticas, tais como:
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Quais as alternativas estratégicas que tenho em face dessas mudanças? Como posso
proteger e fortalecer a minha operação? Devo buscar alianças com parceiros
financeiros? Ou parceiros estratégicos?
Estou preparado para me associar a um investidor financeiro para acelerar o meu
crescimento? Deveria já ser auditado? Tenho governança corporativa?
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Faz sentido uma associação com outras empresas do setor? Regionais ou Nacionais?
Venda parcial ou integral? Quem manterá a administração da nova empresa?
Qual o valor econômico financeiro da minha empresa baseado em projeções de
resultados futuros? Como me comparo em valor aos meus concorrentes?
Posso considerar fazer uma abertura de capital na bolsa, o famoso IPO? Ou posso ser
listado no Mercado de Balcão ou Bovespa Mais ou AIM Londres?
Essas perguntas não são parte de um teste de múltiplas escolhas e não tem resposta fácil. O
que precisa é de muita reflexão e profissionalismo para responder de uma maneira que traga
valor ao acionista no médio e longo prazo.
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