Disciplina de Nefrologia AMBULATÓRIO DE TRATAMENTO CONSERVADOR DE DOENÇA RENAL CRÔNICA Coordenadora: Profa Dra Rachel Bregman DRC 1- Resposta individual ao tratamento 2- A evolução da DRC não é uniforme 3- Identificação e tratamento precoces parecem interferir na evolução Variação individual Aderência Doença de base? (Diabetes) Pommer W A Doença Renal Crônica (DRC) requer tratamento medicamentoso e nutricional por longos períodos, levando a mudanças de hábitos e estilo de vida. A participação dos pacientes e familiares de forma ativa é fundamental para o tratamento e o capacita para o auto cuidado. Equipe interdisciplinar, oferece um atendimento integral ao cliente e considera, além da doença, os aspectos emocionais e sociais que possam intervir no auto cuidado. Médicos Nutricionistas Psicóloga A equipe interdisciplinar é formada por Enfermeira Dentista Estratégias de acompanhamento Consultas médicas e de nutrição previamente agendadas Grupo de Sala de espera Consulta integrada de enfermeiro e psicólogo AMBULATÓRIO DE DRC 461 pacientes HIPERTENSÃO =31% DIABETES =26% OUTRAS =43% Freqüência Relativa (%) Gênero 100.0 56 50.0 44 0.0 M F Nível de Escolaridade 4% 4% Renda Analfabeto 0% 4% 4% Alfabetizado 8% 6% Menor 1SM 1 a 2 SM 1o G Incompleto 9% 17% 1o G completo 2o G Incompleto 7% 3 a 4 SM 2o G Completo 48% 12% Superior Incompleto Superior Completo Sem resposta Renda Suficiente p/ Medicação? 14% 38% 48% Sim Não s/resp 23% 54% Maior 4 SM S/RESP PRESSÃO ARTERIAL GLICEMIA PROTEINURIA INFORMAÇÃO DA DRC DRC ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL ORIENTAÇÃO NEFROLÓGICA DOENÇA ÓSSEA ANEMIA DISLIPIDEMIA ACIDOSE DOENÇA CARDIOVASCULAR INÍCIO ELETIVO DA TRS JASN 2008; Remuzzi G ADERÊNCIA PACIENTE COM DRC ESTÁGIO 4 HIPOTENSORES(2 ou +) ANTIPROTEINÚRICOS DIURÉTICO SULFATO FERROSO METABOLISMO MINERAL HIPOLIPEMIANTE HIPOGLICEMIANTE =8 MEDICAÇÃO Controle da pressão arterial n=50 145+28 x 85+10 mmHg 149+18 x 87+9 mmHg Gismondi R, 2008 Costa e Silva FV, JBN 2008 idade anos FGi ml/min glicose mg/dl PAS mmHg H (154) 65+ 12 35 + 14 102+ 18 136 +21 78+ 11 DM (117) 62+ 13 38 + 14 146 + 80 136 +18 76+ 11 11.7+2* Tempo de acompanhamento PAD mmHg Hb g/dL Proteinuria g/24h 12.2+2 0.7+ 0.7 1.1 + 1.6* Perda da FG ml/min/ano (anos) HAS N=154 4,3 + 2,1 0,4+ 4 DM N=117 3,6+ 2 2,7+ 5,2* HA 39% PAS > 130mmHg e 23% PAD > 80 mmHg DM 44% PAS > 130mmHg e 18% PAD > 80 mmHg * p< 0,01 progressão do DM associada com: proteinúria (p=0.006) Hb(p=0.03) PROTEINÚRIA proteína/creatinina DM HA 1 ano 1,4+2,3 0,485 +0,540 > 2anos 1,2 + 1,8 0,730 + 0,770 Pacientes que iniciaram TRS (n= 671; 19%) 2002-2007 86% eletiva Tx= 0,4% Perda da FG ml/min/ano Hb g/dl FG Inicial ml/min Até 1 ano 4,97 10,9 15,1 1-2 anos 6,76 10,8 24,5 2-3 anos 5,09 10,6 23,4 Acima de 3 anos 4,09 10,7 33 Tempo de acompanhamento DM = 35% HAS = 28% DRP= 13% Perda da FG ml/min/an o FG Inicial ml/min Até 1 ano +0,1 34 1-2 anos +2,5 34,8 2-3 anos +2,5 37,8 +0,36 38,3 Tempo de Acompanhamento Acima de 3 anos +1,14 ml/min/ano Proteinúria < 0,6g 24% DE 461 PACIENTES DM = 27% HAS = 33% 1 Mean GFR reduction 0,8 0,6 HÁ 0,4 DM 0,2 0 -0,2 -0,4 -0,6 Até 12 Meses 13 a 24 Meses 25 a 48 Meses 49 Meses e mais • aumenta o risco para DOENÇA RENAL •Brasil 38 milhões de indivíduos com sobrepeso DIABETES CONHECIMENTO SOBRE ASPECTOS ESPECÍFICOS DA DIETA DE PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA NA FASE NÃO DIALÍTICA Capacidade de identificar os alimentos fontes de proteína: FG= 45 28 ml/min ; questionário após palestra 60 alimentos com o menor índice de acerto % de acerto 50 48 38 40 35 30 20 10 0 Leite Peixe Frango 120 100 alimentos com o maior índice de acerto % de acerto 100 98 83 80 60 40 20 0 Carne Ovo Queijos os alimentos fontes de proteínas foram o foco de estratégias de educação dietética para pacientes com DRC. 54 pacientes (M=24); FG= 58 ±35 ml/min, idade= 53±16 anos, escolaridade=8,5±3,6 anos •40 do ambulatório de nutrição. •Questionário: (sal e proteína) aplicado sempre pelo mesmo entrevistador •intervalo entre a primeira e segunda aplicação foi de 8±1,5 meses. •os pacientes assistiram à palestra em média 2,8±1 vezes antes 27,0±5,5 depois 34,2±3,8* * p<0,0001; (vs antes) Assistiram à palestra 1 a 2 vezes apresentaram ganho de pontos semelhante aos que assistiram acima de 3 vezes O incremento no total de pontos (pós palestras) foi maior nos pacientes que não freqüentavam o ambulatório de nutrição. Qualidade de Vida N=90 ►Questionário adaptado a realidade do ambulatório. Scheeffer C, Almeida L, 2008 Você tem informações e esclarecimentos sobre sua saúde? FG=37ml/min Tempo= 5 anos FG=36ml/min/Tempo= 4 anos 8% 31% Sim Algumas Não 61% FG=36ml/min Tempo= 5 anos Em relação às orientações recebidas para o tratamento, você: FG=34ml/min/ Tempo= 5 anos 16% 71% FG=37ml/min/Tempo= 4 anos Não tem dificuldades em seguir Sente dificuldades em seguir Qualidade de Vida Em relação as orientações recebidas para o tratamento,você: Não tem dificuldade em seguir as orientações Sente dificuldade em seguir as orientações Questionário de Qualidade de Vida Quanto que seu estado de saúde interfere na sua vida social? 80% 70% Não interfere em nada 60% Interfere um pouco 40% 50% Interfere muito 60% 50% 35% 40% 40% 30% 25% 30% 30% 20% 20% 20% 15% 10% 10% 10% 5% 0% 0% DM DPR GC HAS I NTI TUR 0% DM DPR GC HAS I NTI TUR DM DPR GC HAS I NTI TUR Atendimentos realizados pela psicologia e enfermagem Tipos de atendimento INF DRC Avaliam compreensão, o impacto do diagnóstico da DRC e reforçam informações da doença e tratamento. INF e PSI Identifica dificuldades no tratamento, reforço das informações e formulação de estratégias de enfrentamento. INF TRS Opções de tratamento, esclarecimento de dúvidas e dificuldades PSI Pacientes que apresentam questões emocionais Quanto < a FG > o nº de consultas conjuntas informação sobre DRC foi a maior demanda dos atendimentos de psicologia e enfermagem. Pacientes que iniciarão TRS > demanda consultas O controle da doença renal, avaliado por índices preconizados internacionalmente, mostram que a população atendida se beneficia do atendimento A atuação da equipe interdisciplinar auxilia pacientes e familiares a compreenderem melhor a doença, favorece a participação. A população atendida se torna agente multiplicador de informações sobre o risco de doença renal e importância do tratamento precoce. PROPOSTAS DE INDICADORES DE QUALIDADE % % % % de redução da proteinúria PA nos alvos estipulados Perda de FG< 4ml/min/ano Uso de IECA e/ou BRA (pacientes hipertensos e/ou com proteinúria) % de Controle da anemia % de Redução anual de peso corporal em pacientes com sobrepeso % Controle da glicemia Equipe interdisciplinar não é uma realidade universal Encaminhamento precoce não é possível pelo número de nefrologistas existentes, reavaliar estratégias de tratamento compartilhado, equipes itinerantes Divulgar rastreamento da DRC e interpretação de exames laboratoriais Eleger e divulgar marcadores de qualidade Orientações nutricionais elaboradas por nutricionistas podem auxiliar no tratamento em locais que não disponham deste atendimento Distribuição de antihipertensivos e hipoglicemiantes deveriam ser obrigatórios (são custo-efetivos) Tratamento das complicações em estágios mais avançados (4) são imperativos ( anemia e metabolismo mineral DCV) Avaliações devem ser dinâmicas e críticas: propostas devem ser atualizadas periodicamente a partir dos problemas identificados (marcadores de qualidade, questionários, dados clínicos e/ou laboratoriais, instrumentos de avaliação de qualidade de vida, ...) PROGRAMAS QUE VISEM INTERFERIR NA PROGRESSÃO DA DRC SÃO EFICAZES E DEVEM SER ENCORAJADOS REGISTRO NACIONAL É IMPERATIVO MUITO OBRIGADA ADERÊNCIA AO TRATAMENTO IMPORTÂNCIA DA EQUIPE INTERDISICPLINAR N= 671; pacientes com 1 ano ou mais de ausência (2000-2007) ✔ 7 % óbito ✔ 17% abandonaram o tratamento FG = 42 ml/min Tempo médio de acompanhamento 2 anos 23% retornaram Tratamento de diabéticos idosos com DRC estágios 3 e 4 Hemoglobina glicada < 8,5% Pressão arterial <140/90mmHg Aspirina β Bloqueador (carvedilol,metoprolol) IECA Estatinas Evitar bloq canal de cálcio (verapamil, nifedipina) CJASN, 2008; 3:1185 PACIENTES COM PROTEINÚRIA IECA OU BRA PROTEINÚRIA < 150 mg MANTER A DOSE PROTEINÚRIA > 150 mg ASSOCIAR IECA OU BRA PROTEINÚRIA > 150 mg AUMENTAR A DOSE DE 1 OU AMBAS AS DROGAS ASSOCIAR NOVAS DROGAS DIFICULDADES DA ADERÊNCIA AO TRATAMENTO • DOENÇAS ASSINTOMÁTICAS • FALTA DE INFORMAÇÃO SOBRE A DOENÇA E BENEFÍCIOS DO TRATAMENTO • RELACIONAMENTO MÉDICO PACIENTE • FALTA ÀS CONSULTAS • CUSTO NEJM 2005, 353:487-97 PACIENTES N=309; FG< 60ml/min (mais de 2 anos de acompanhamento) DM n=98 HAS n=136 FGe ml/min 43 11 Idd anos 65+12 COL mg/dl 189 40 196 41 HDL 42 13 45 12 LDL 103 41 115 22 TRIG mg/dl 189 40 154 72 PAS mmHg 134 18 137 21 PAD mmHg 76 10 81 12 Glicose mg/dl 126 18 ÁC UR mg/dl 7,3 2 Hct % 36,3 + 5 38,5 4,5 Hb g/dl 11,9 + 1,7 12 1,5 Albumina g/dl 4,2 0,4 4,2 0,3 38+10 65+12 7,5 2 IECAs E BRAs Am J Kidney Dis 48:8-20, 2006 • pressão arterial • Proteinúria • proteção renal •decline in GFR (36-months) in groups with 4 different mean baseline 24-hour urine protein levels (nondiabetic patients) (MDRD study) •normal blood pressure: 140/90 mm Hg (dashed line) intensive control: 125/75 mm Hg (solid line) Kidney Int (2002) 62, 1482 Questionário Sócio-Econômico Fonte de Renda Trabalho 1% 4% 22% Benefício 20% Aposentadoria 2% 12% Aposentadoria + Complemento Outros Doação s/resp 39% Renda Suficiente p/ Medicação? Consegue Medicação sempre? 14% 1% 38% Sim Não s/resp Sim 47% 52% Não s/resp 48% 54 pacientes,(M=24);FG= 58 ±35 ml/min, idade= 53±16 anos, escolaridade=8,5±3,6 anos. •40 freqüentavam o ambulatório de nutrição. •questionário, previamente testado, aplicado sempre pelo mesmo entrevistador (antes e após uma ou mais palestras padrão de 20 minutos) •intervalo entre a primeira e segunda aplicação foi de 8±1,5 meses. •os pacientes assistiram à palestra em média 2,8±1 vezes Q1 (3 pontos) importância de restringir sódio e Q2 (3 pontos) de restringir proteína; Q3 (2 pontos) motivo de restringir esses nutrientes; Q4 (8 pontos) sobre uso de temperos hipossódicos; 27,0±5,5 antes Q5 (9 pontos) alimentos hipossódicos; Q6 (16 pontos) alimentos hipoprotéicos. 34,2±3,8** depois p<0,0001; (vs antes) Os que assistiram à palestra 1 a 2 vezes (n=23) apresentaram ganho de pontos (7,3±6,0) semelhante aos que assistiram acima de 3 vezes (n=31; 6,7±5,5) (p=0,35). O incremento no total de pontos (pós palestras) foi maior nos pacientes que não freqüentavam o ambulatório de nutrição (n=14; 18,8±1,3 vs n=40; 6,5±5,0; p=0,007). Conclusão: A ação educativa, através de 1 a 2 palestras, foi eficiente para aumentar o nível de conhecimento dos pacientes com DRC sobre a alimentação indicada Avaliação do conhecimento dos alimentos n=55 importantes mudanças nos hábitos alimentares, que dificultam a adesão, à longo prazo 43% homens Idade: 58 12 anos FG= 45 28 ml/min •APRESENTAÇÃO EM SALA DE ESPERA •Abordados: papel da alimentação, sal, proteína •15 perguntas sobre aspectos abordados Atendimentos realizados pela psicologia e enfermagem Tipos de atendimento INF DRC Avaliam o grau de compreensão das informações, o impacto do diagnóstico da DRC e reforçam informações sobre a doença e tratamento. INF e PSI Levantamento das dificuldades no tratamento, reforço das informações e formulação de estratégias conjuntas de enfrentamento. INF TRS Consultas com pacientes que iniciarão diálise, esclarecimento das dúvidas e dificuldades e informação sobre as opções de tratamento. PSI Consultas com pacientes que apresentam questões emocionais e sociais que interferem na vida e no tratamento. 159 consultas pela psicologia. Quanto < a FG > o nº de consultas conjuntas 145 consultas pela enfermagem (P=0,001) FG<60ml/min FG>60ml/min INF DRC 18 20 INF e PSI 12 4 INF TRS 40 - PSI 16 8 Trabalhar a informação com os pacientes foi a maior demanda dos atendimentos de psicologia e enfermagem. Pacientes que iniciarão diálise > demanda consultas Questionários de Qualidade de Vida N = 90 Você tem informações e esclarecimentos sobre sua saúde? Em relação as orientações recebidas para o tratamento, você: 20% 11% 18% Não sente dificuldade em seguir Sim Sente dificuldade em seguir Algumas Não 80% 71% Vida Sexual Quanto que seu estado de saúde interfere na sua vida social? 7% 33% 40% Insatisfeito Nada 31% Satisfeito Não tem parceiro Um pouco Muito 62% 27% Scheeffer C, Almeida L, CBN 2008