ESTRUTURA OPERACIONAL DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA – AS ANÁLISES E DETERMINAÇÕES DO TCE APE Ivan Carlos Almeida dos Santos, Auditor Público Externo. Tribunal de Contas do Estado do RS Programa Receita Municipal Própria – Programa de Atualização, Fomento e Fiscalização • Justificaticas do programa: • - dificuldades financeiras enfrentadas pelos municípios, em razão da redução de repasses oriundos das transferências intergovernamentais; • - necessidade de melhor estruturação das administrações tributárias municipais, com carreira específica (art. 37, inc. XXII da CF); • - atendimento à legislação ( art. 70 da CF, Lei de Responsabilidade Fiscal, dentre outras); • - necessidade do TCE melhorar a atuação no exame da receita tributária municipal. Programa Receita Municipal Própria – Programa de Atualização, Fomento e Fiscalização • Em desenvolvimento com as seguintes práticas: • - capacitação de Auditores Públicos Externos APE’s; • - realização de auditorias-piloto (2012); • - diagnóstico formulado a partir da aplicação de questionário (485 municípios responderam 01/2013) • - palestras de sensibilização dos gestores municipais, por ocasião da realização dos ERCO’s (2013); Programa Receita Municipal Própria – Programa de Atualização, Fomento e Fiscalização • Em desenvolvimento com as seguintes práticas (continuação): • - aprovação da Resolução nº 987/2013 (07/2013); • - curso sobre Gestão Tributária Municipal (2013); • - reuniões de trabalho com Juízes Corregedores do TJ – RS a respeito do excesso das execuções fiscais; • - definição de municípios a serem auditados, a partir de roteiro de auditoria a ser aplicado no Plano Operativo de 2013. Diagnóstico Formulado a Partir de Questionários Respondidos Municípios (485) Responderam entre Dezembro/ 2012 e Janeiro / 2013 Questionário Aplicado Aos Municípios Gaúchos (485 responderam entre 12/2012 e 01/2013) Faixas Habitacionais F1 até 5.000 habitantes Total Municípios 219 % 45,15 F2 5.001 a 10.000 habitantes 102 21,03 F3 10.001 a 20.000 habitantes 64 13,20 F4 20.001 a 50.000 habitantes 58 11,96 F5 50.001 a 100.000 habitantes 24 4,95 F6 acima 100.000 habitantes Totais 18 485 3,71 100,00 NÚMERO DE CARGOS DE FISCAIS PREENCHIDOS Zero Participa 1 Participa 2 Participa Mais Participa ção % ção % ção % ção % que 2 Fiscais fiscal fiscais 118 53,88% 49 48,04% F1 até 5.000 hab 15 6,85% 57 26,03% 29 13,24% F2 5.001 a 10.000 hab 5 4,90% 26 25,49% 22 21,57% F3 10.001 a 20.000 hab. 1 1,56% 11 17,19% 11 17,19% 41 F4 20.001 a 50.000 hab. 0 0,00% 4 6,90% 7 12,07% 47 F5 50.001 a 100.000 hab. 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 24 F6 acima 100.000 hab. 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 18 64,06 % 81,03 % 100,0 0% 100,0 0% FORMAÇÃO ESCOLAR DO FISCAL Formação/ Fundamen Superior Médio 2ºGr. Nº Fiscais tal 1ºGr. 485 Municípios responderam 53 416 16 10,93% 85,77% 3,30% FISCAIS COM FORMAÇÃO SUPERIOR NÍVEL SUPERIOR QTDE. % Ciências Contábeis, Adm. Empresas, Economia e Direito 37 69,8% Superior - qualquer formação 16 30,20% Total 53 (10,93%) 100% O município conta especificamente: LANÇAMENTO DE TRIBUTOS 485 FISCALIZAÇÃO/AUDITORIA 485 ARRECADAÇÃO 485 INSCRIÇÃO/ CONTR. DÍVIDA 485 EXAME RECURSOS 2º GRAU 485 TODAS AS ATIVIDADES CITADAS ANTERIORMENTE, MAS SEM VINCULAÇÃO ESPECÍFICA 485 com Sim 34 7,01% Sim 20 4,12% fiscais lotados Não 451 92,99% Não 465 95,88% Sim 17 3,51% Sim 14 2,89% Não 468 96,49% Não 471 97,11% Sim 5 1,03% Não 480 98,97% Sim 455 93,81% Não 30 6,19% Tem normatização da estrutura organizacional da Administração Tributária? Tem normatização da estrutura organizacional da Adm Tributária? 485 Munícipios respondentes Sim Não 73 412 15,05% 84,95% Existem recursos financeiros específicos no Orçamento Municipal (dotação própria) para a área de administração tributária? RECURSOS ORÇAM. ADM. TRIBUTÁRIA Sim Não 485 Municípios responderam 73 412 15,05% 84,95% Obs.: o artigo 37, inciso XXII, da CF, determinou que a administração tributária municipal terá recursos prioritários para a realização de suas atividades. O município mantém legislação e convênios com outros municípios, buscando o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais? COM OUTROS MUNICÍPIOS 485 Sim Não 2 483 0,41% 99,59% Sim Não 244 241 50,31% 49,69% Sim Não 106 379 21,86% 78,14% Com o Estado do RS 485 Com a União 485 O município tem a legislação tributária consolidada, anualmente, até 31 de janeiro, nos termos do art. 212 do Código Tributário Nacional? Legislação tributária consolidada 485 Municípios responderam Sim Não 170 315 35,05% 64,95% Atividades econômicas responsáveis pela maior arrecadação do ISS Maior Arrecadação ISS Item/ Serviços 7 – Construção civil. 15 - Setor bancário ou financeiro 22 - Exploração de rodovia. Nº Municí- % Participapios ção 174 35,88% 147 39 30,31% 8,04% Atividades econômicas responsáveis pela 2ª maior arrecadação do ISS 2ª Maior Arrecadação ISS Item/ Serviços 15 - Setor bancário ou financeiro. 7 - Construção civil 16 - Transporte de natureza municipal. % Nº Municí- Participapios ção 132 27,22% 83 17,11% 51 10,52% Atividades econômicas responsáveis pela 3ª maior arrecadação do ISS 3ª Maior Arrecadação ISS Item/ Serviços 15 – Setor bancário ou financeiro 16 – Serviços de transporte de natureza municipal. 7 – Construção civil % Nº Municí- Participapios ção 70 14,43% 62 12,78% 57 11,75% Atividades econômicas responsáveis pelas maiores arrecadações do ISS • A lista anexa à LC 116/2003 possui 40 itens, contendo diversas atividades econômicas. • Percebe-se, a partir das respostas obtidas que, em termos de arrecadação tributária do ISS, destacaram-se as atividades de construção civil, as do setor bancário, as da exploração de rodovias (pedágio) e as relacionadas ao transporte municipal. A Lei Orgânica Municipal ou o Código Tributário Municipal preveem a revisão periódica da planta genérica de valores dos imóveis? 485 municípios responderam Sim Não 154 331 31,75% 68,25% Qual a periodicidade da atualização geral do cadastro imobiliário? Não existe Anualmente > 12 meses 475 responderam 347 73,05% 115 24,21% 13 2,74% O município encaminhou pedido para municipalização da fiscalização e da cobrança de ITR junto à Secretaria da Receita Federal? Municipalização da fiscalização e da cobrança de ITR 485 Municípios responderam Sim Não 133 27,42% 352 72,58% Adesão ao convênio com a União Federal: "STN Substituto tributário do ISS“, e com a FAMURS, relativo ao ISS retido pelo Governo Estadual? STN – Subs. Trib. 485 responderam Sim Não 22 4,54% 463 95,46% Sim Não 89 18,35% 396 81,65% FAMURS: ISS retido pelo Governo Estadual, (IN CAGE nº 1/11) 485 responderam Procuradoria Municipal conta com quantos procuradores (Posição em 31/10/2012): Quantidade de Procuradores 485 Municípios responderam ZERO Estatutários/ Emprego Público 228 47,01% 257 52,99% Quantidade de Procuradores 1 Procurador 2 Procuradores Total 257 172 66,93% 35 13,62% >2 Procuradores 50 19,45% A Procuradoria Municipal conta com profissionais com dedicação exclusiva para o contencioso tributário administrativo ou judicial? Profissionais com dedicação exclusiva Adm. Tributária 485 municípios responderam Sim Não 98 387 20,21% 79,79% Dados Obtidos Junto à Corregedoria do TJ-RS Maiores quantidades de Execuções Fiscais (posição em 14/08/2013) Município Imbé Alvorada Tramandaí Uruguaiana Cidreira Capão Canoa São Leopoldo Total Geral de Valor Ação Processos Médio (R$) 24.865 249,00 23.028 661,00 19.917 234,00 18.171 594,00 17.925 586,00 15.345 519,00 14.862 1.471,00 Fonte: Corregedoria do TJ-RS. Totais de Executivos Fiscais Municipais Por faixas de Valores (20 maiores comarcas) Faixa de Valor Total de Processos <= 1.000,00 > 1.000,00 e < = 5.000,00 > 5.000,00 e <= 10.000,00 > 10.000,00 Total Geral % Participação 125.951 79.879 58,0 36,8 6.509 3,0 4.824 217.163 2,2 100,0 Fonte: Corregedoria do TJ-RS. Totais de Executivos Fiscais Municipais Por Situação (20 maiores comarcas) Situação Aguarda Autor Com Cartório Suspensão Arquivado Adm. Outras Total Geral Total de Processos 66.651 64.194 34.872 10.581 40.865 217.163 Fonte: Corregedoria do TJ-RS. % Participação 30,7 29,6 16,0 4,9 18,8 100,0 Pedido de Orientação Técnica – POT ( Processo TCE nº 5334-0200/05-8) Estudo Técnico Sobre a Viabilidade de Cancelamento de Créditos da Fazenda Pública, que tem por escopo a diminuição de custos com a cobrança dos mesmos, na medida em que o valor gasto para a cobrança de valores de pequena monta ultrapassem o seu próprio valor. Pedido de Orientação Técnica – POT – Destaques da Informação TCE • - o instrumento da remissão pode ser usado, nos termos do art. 172, inc. III do CTN (item 2.1.4); • - “ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior aos respectivos custos de cobrança” não se aplicariam as providências exigidas às demais renúncias de receitas, nos termos do § 3º, inciso II, art. 14 da LRF (item 2.1.5); • - Pedido de Orientação Técnica – POT – Destaques da Informação TCE • - concedido por lei específica municipal, que regule exclusivamente a matéria (considerando os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, a impedir propostas de leis de remissão/ cancelamento que excedam custos razoavelmente estimados para a respectiva cobrança) (item 2.1.6); • - nos casos em que lei local, em razão do custo do ajuizamento, dispensar o ajuizamento de ação, deve o município manter o crédito em cobrança administrativa, até que ocorra a prescrição, sujeitando-se o devedor, dentro desse período, a todos os impedimentos legais previstos. Achados de Auditoria Estrutura da Administração Tributária • Administração Tributária integra a Secr. Fazenda; • Divisões formais do Deptº. Adm. Tributária: - Divisão de Tributos Imobiliários e - Divisão de Tributos e Receitas Diversas; • Além das divisões previstas formalmente existem, informalmente: • - Dívida Ativa e • - Fiscalização do ISS. Cargos de Chefia em Desvio de Função • Falta de Responsáveis nos setores, embora formalmente estejam providos com Cargos em Comissão (CC): • Coordenador de Departamento de Administração Tributária: titular de CC, que é Contador, atua junto à PGM realizando perícias; • Chefe de Divisão de Tributos Imobiliários: titular de CC (3º grau incompleto) desempenha atividades na Secretaria de Turismo, colaborando na organização e realização de eventos; • Chefe de Divisão de Tributos e Receitas Diversas: titular de CC (ensino médio incompleto) atua na Central de Serviços, executando serviços de jardinagem. • Na prática, a chefia dos setores é exercida por servidor não detentor de função gratificada ou pelo próprio Secretário da Fazenda Falta de Auditores Fiscais e de Fiscais Além de Desvio de Função • Quadro Deficiente de Auditores Fiscais da Receita Municipal – AFRM: • - 06 (seis) cargos de AFRM criados; • - 03 (três) cargos de AFRM preenchidos; • - Lotações: 01 no Órgão de Controle Interno; • 01 no Setor de empenhos; e • 01 na Divisão de Tributos Imobiliários. • Quadro de Fiscais Tributários (Celetistas Estáveis – em extinção): • - 02 Fiscais. Inexistência de Informações Gerenciais e Deficiência de Infraestrutura de TI • - O atual processo de obtenção de informações gerenciais, a partir das bases existentes e dependentes da estrutura de CPD, não atende as necessidades da área da administração tributária municipal. • - O Município está migrando para novos sistemas de informação, os quais contarão com módulos específicos do sistema tributário, de fiscalização, e do cadastro técnico municipal, que já deveriam estar conclusos em início de 2013, mas ainda não estão. ARRECADAÇÃO DO ISS PROVENIENTE DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS • Nos períodos sob exame (exercício de 2011 e 2012), os valores oferecidos à tributação pelas referidas instituições não foram objeto de qualquer tipo de fiscalização por parte da Auditada. Os serviços sujeitos à fiscalização são os constantes do item 15 da lista anexa à LC 116/2003: 15 – Serviços relacionados ao setor bancário ou financeiro, inclusive aqueles prestados por instituições financeiras autorizadas a funcionar pela União ou por quem de direito. CONDOMÍNIO COM AMPLOS TERRENOS E CASAS DE ALTO PADRÃO (Observar zoneamento fiscal) Guia Informativa (no) 77.552 Valores Venais (R$) ITBI (A) IPTU (B) -1-2500.000,00 289.559,90 IPTU % VV IPTU 2012 % VV ITBI 5 = 3/1 Zona -34 = 3/2 Fiscal 947,97 0,19% 0,33% 4 80,28 0,07% 0,25% 6 120,70 0,07% 0,25% 8 74,98 0,06% 0,25% 6 93,37 0,04% 0,25% 8 118.587,87 32.110,88 73642 180.000,00 48.279,73 70617 77.727 77.534 120.000,00 29.992,78 256.000,00 37.349,16 Diretrizes Adotadas na Elaboração do Plano Operativo de Auditorias de Receitas No Exercício de 2013 Resolução TCE nº 987/2013 Definição dos Municípios a Serem Auditados no PO 2013 • Municípios com população a partir de vinte mil habitantes, segundo os critérios de criticidade e materialidade constantes da matriz de risco aplicável, a contar do plano operativo anual de auditorias do exercício de 2013; (art. 3º cc art. 6º, Resolução 987/2013) Plano Operativo de Auditoria de 2013 Objetos de Exame no PO 2013 • - Estrutura Organizacional e Funcional; • - Fiscalização do ISS e do IPTU: plano de trabalho, controle de contribuintes, atualização da planta genérica de valores, etc; • - Atualização de cadastros; • - Dívida Ativa: procedimentos de cobrança em nível administrativo e judicial. Obrigado pela atenção! APE Ivan Carlos Almeida dos Santos [email protected] 51 3214-9659