Imagens da Organização Gareth Morgan Capítulo 2: A Mecanização Assume o Comando •As Organizações Vistas como Máquinas. • Gareth Morgan, neste livro, teoriza as diferentes estruturas organizacionais a partir de metáforas, introduzindo assim, uma visão mais interpretativa e menos comum, neste tipo de estudos. • Embora as metáforas organizacionais acarretem algumas limitações, constituem um ponto de vista eficaz para a compreensão dos mecanismos de estruturação organizacional. • Considere, por exemplo, a precisão mecânica com a qual muitas das nossas instituições devem operar. A vida organizacional é frequentemente rotinizada com a precisão exigida de um relógio. Espera-se que as pessoas cheguem ao trabalho em determinada hora, desempenhem um conjunto predeterminado de atividades, descansem em horas marcadas e então retomem as atividades até que o trabalho termine. • Em muitas organizações, o turno de trabalho substitui outro de maneira metódica de tal forma que o trabalho possa continuar ininterruptamente 24 horas por dia, todos os dias do ano. Essas organizações são planejadas à imagens das máquinas, sendo esperados que seus empregados se comportem essencialmente como se fossem parte das mesmas. • As organizações são instrumentos criados para se atingirem outros fins. Isso é notado pela origem da palavra organização, derivada do grego orgamon que significa uma ferramenta ou instrumento. • Essa organização das atividades já e vista desde as primeiras civilizações, mas em especial durante a Revolução Industrial, foi necessário que as organizações se adaptassem às exigências das máquinas, isso tanto para pessoas do campo, que passaram a trabalhar em fábricas , como também para os donos das fábricas e seus engenheiros, pois passaram a se preocupar com o planejamento e o controle do trabalho. Frederico - o Grande , reinou a Prússia entre 1740 a 1786, foi um aliado a teoria mecanicista. Ele estava determinado a introduzir um “regime militar” nas suas organizações. Em sua paixão por brinquedos automatizados, encontrou inspiração e começou a usar equipamentos padronizados, linguagem de comando e treinamento sistemático, o que envolvia exercícios de guerra e disciplina. Frederico desenvolveu o princípio que os homens devem temer os seus oficiais mais que ao inimigo, e a distinção entre funções de orientação e comando, liberando os orientados especializados da linha de comando para o planejamento de atividades. • Durante o século XIX foram feitas várias tentativas para levar a organização a uma gestão eficiente, e em 1801 foi dado valor a divisão de trabalho por Adam Smith. • Em 1832, Charles Babbage, inventor de uma das primeiras formas de computador matemático, publicou um tratado defendendo o enfoque científico da organização e da administração enfatizando a importância do planejamento e da adequada divisão de trabalho. A mais importante contribuição a essa teoria mecanicista foi feita por Max Weber, que observou os paralelos entre a mecanização da indústria e a proliferação de formas burocráticas da organização e concluiu que a precisão, a rapidez, a clareza, a regularidade, a confiabilidade e a eficiência são atingidas através da divisão de tarefas fixas, supervisão e regras detalhadas e regulamentos. • Outra grande contribuição foi feita pelo grupo de teóricos e profissionais em Administração da América do Norte e Europa, que estabeleceu as bases da “teoria da administração clássica” e “administração cientifica”. • Enquanto os teóricos focalizaram sua atenção na organização total, os administradores científicos visavam a administração de cargos individualizados. Jules Henri Fayol (Istambul, 29 de julho de 1841Paris, 19 de Novembro de 1925) foi um engenheiro de minas francês e um dos teóricos clássicos da Ciência clássica da Administração, sendo o fundador da Teoria Clássica da Administração. • Princípios da teoria Clássica de Administração • Unidade de comando: um empregado só deve receber as ordens de um único superior. • Hierarquia:A autoridade do superior sobre o subordinado caminha do topo para a base das organização. Essa cadeia que é resultante do princípio da unidade de comando deve ser usada como canal de comunicação e tomada de decisão. • Amplitude de controle:O número de pessoas que se reportam a um superior não deve ser tão grande a ponto de criar problemas de comunicação e coordenação. • Assessoria e linha: O pessoal de assessoria pode oferecer importante ajuda de orientação, mas deve ter cuidado para não violar a linha de autoridade. • Iniciativa: Deve ser encorajada em todos os níveis de organização. • Divisão do trabalho: A administração deve buscar atingir um grau de especialização de forma a permitir que se chegue aos objetivos da organização de maneira eficiente. • Autoridade e Responsabilidade:Deve-se levar em conta o direito de dar ordens e exigir obediência, chegando a um bom equilíbrio entre autoridade e responsabilidade. Não tem sentido dar a alguém a responsabilidade por um trabalho caso a essa pessoa não seja dada a adequada autoridade para executar tal responsabilidade. • Centralização da autoridade:Até certo ponto sempre presente, devendo variar para permitir a máxima utilização das capacidades do pessoal. • Disciplina: Obediência, empenho, energia, comportamentos e atitudes de respeito devem ser adaptadas aos regulamentos e hábitos da organização. • Subordinação do interesses individuais aos interesses gerais: Através de firmeza, exemplos, acordos justos e constante supervisão. • Equidade: Baseada na amabilidade e justiça para encorajar o pessoal nas suas responsabilidades;remuneração justa que leve a um bom moral, sem ocasionar gastos excessivos. • Estabilidade e Manutenção do pessoal:Para facilitar o desempenho das atividades. • Espírito de União: Para facilitar a harmonia como uma base de fortificação. Esses princípios, muitos dos quais foram anteriormente utilizados por Frederico – O Grande, e outros especialistas militares para transformar os exércitos em “máquinas militares”, representam o fundamento da teoria administrativa na primeira metade do século 20. A sua utilização atualmente acha-se muito difundida. Estrutura Organizacional de uma Fábrica • Linhas de comando e comunicação definidas • Projeto de partes de interdependentes • Padrões de autoridade; encorajando outros setores dentro de uma fabrica Organograma Empresarial Conselho de Administração. Presidente Rec.Hum Rec.Trabalho Produção PeD Marketing Finanças Princípios Básicos da Burocracia • Autorizados a operar de maneira semi-autônoma • Agir como militares; resolver situações de dificuldade • Flexibilidade em cada setor da organização Estrutura detalhada de um departamento de produção Presidente Diretor de Produção Gerente de Fábrica 1 Processos de Engenharia Gerente de Fabrica 2 Manutenção Produção 1 Produção Gerente de fabrica 3 Usinagem Linhas nº2 Linhas nº1 • Os Teóricos acreditam que as organizações devem ser sistemas racionais. • Não reconhecimento da necessidades humanas. Frederick Taylor, um engenheiro americano, foi o pioneiro daquilo que é hoje, conhecido como administração científica. Os princípios da sua administração científica, ofereceram a base para o modo de trabalhar por toda a primeira metade do século 20 e em muitas situações, predominam até os dias de hoje. Taylor defendia cinco princípios básicos que podem ser condensados como se segue: • Transfira toda a responsabilidade da organização do trabalho do trabalhador para o gerente. • Use métodos científicos. • Selecione a melhor pessoa, para desempenhar o cargo especificado. • Treine o trabalhador para fazer o trabalho eficientemente. • Fiscalize o desempenho do trabalhador. • Taylor defendeu o uso de estudos de tempos e movimentos, como meio de analisar e padronizar as atividades de trabalho, ao aplicar esses princípios. Com isso, atividades simples como as de carregadores de barras de ferro e remoção de terra, tornaram-se objetos de ciência. Fundiu a perspectiva de um engenheiro, com uma obsessão pelo controle. • Modelos significativos do seu enfoque da administração científica, são encontrados em numerosas fábricas: • Organizações de varejo: • E escritórios: • Considere por exemplo, as cadeias de refeições rápidas que servem hambúrgueres, pizzas e outros produtos altamente padronizados. • Aqui, o trabalho é frequentemente organizado nos mínimos detalhes a partir do seu planejamento que analisa o processo total de produção, encontrando os procedimentos mais eficientes, alocando-os, então, sob forma de tarefas especializadas, a pessoas treinadas para desempenhá-las de maneira muito precisa. • O efeito da administração científica de Taylor no ambiente de trabalho tem sido enorme, aumentando muito a produtividade, enquanto acelera a substituição de habilidades especializadas por trabalhadores não qualificados. • Tais organizações que adotam a administração científica, contrata pessoas do tipo jovens que estão procurando o primeiro emprego, aprendiz que tem o ensino médio e não tem experiência. O sistema é tão mecanizado, com planos de trabalho, com as máquinas que não permitem erros, que uma pessoa sem experiência é capaz de desempenhar a função. • Os problemas humanos que resultam de tais métodos de produção têm sido claramente óbvios, desde quando começaram a ser introduzidos e especialmente quando aplicados à tecnologia de linha de montagem. • Por exemplo, quando Henry Ford estabeleceu sua primeira linha de montagem para produzir o Modelo T, o giro de mão-de-obra subiu aproximadamente 380% num ano. • O princípio de separar o planejamento e a organização do trabalho da sua execução, é frequentemente visto como o mais pernicioso e típico elemento do enfoque de Taylor da administração, pois efetivamente “divide” o trabalhador, defendendo a separação entre mãos e cérebro. • Conforme Taylor gostava de dizer aos trabalhadores: • “Não se espera que vocês pensem. Há outras pessoas por perto, pagas para pensar”. • Os homens nada mais eram do que “mãos” ou “força de trabalho”, a energia ou força requerida para tocar a máquina organizacional. Os trabalhos que eram solicitados a desempenhar, eram simplificados em grau máximo de tal forma, que os trabalhadores seriam baratos, fáceis de treinar, fáceis de supervisionar e fáceis de substituir. • O autor ainda diz que aqueles princípios ressaltados pelo taylorismo, são agora encontrados no campo de futebol e nas atividades esportivas, nos ginásios, bem como na forma pela qual racionalizamos e rotinizamos a nossa vida pessoal. Sob a influência do mesmo tipo de mecanismo que tornou o taylorismo tão poderoso, frequentemente pensamos em tratar a nós mesmos,como se fôssemos máquinas.